outubro 07, 2014

Pode ser só cascavel, pode ser só beija-flor...

CASCAVEL OU

BEIJA-FLOR?!?

“certas canções que ouço, cabem tão dentro de

 mim, que perguntar carece, como não fui

 eu que fiz...”

É sempre assim: uma frase, um artigo, uma música, uma crônica ou um livro parecem ter saído do fundo da nossa alma. Será? Tem até uma canção do Milton Nascimento e do Tunai (irmão do João Bosco), chamada “Certas Canções”, cuja primeira frase reproduzimos acima.
É sempre assim... No trecho abaixo da música “Dois Lados”, do consagrado compositor Paulo Cesar Pinheiro acontece o mesmo. Vejam só:


“Nunca tem um lado só o amor...

às vezes ele é fiel, às vezes ele é 

enganador...

Pode ser só cascavel, pode ser só beija-

flor...
..............................................................................

O amor tem vez que só faz prender, tem vez

 que é libertador...

pode só causar prazer, pode só trazer a

 dor...”


Dois Lados”, de Paulo Cesar Pinheiro, com Zé Paulo Becker e Marcos Sacramento/ ouça aqui

artigo/histórico sobre o compositor PAULO CESAR PINHEIRO diz tudo: o letrista mais importante do Brasil. E nesse destaque a ele, somando ao belo espetáculo dado no programa "SAMBA NA GAMBOA", do Diogo Nogueira, apresentado ontem à noite na TV Brasil,  vamos buscar uma composição mais recente, DOIS LADOS – com Zé Paulo Becker e Marcos Sacramento, mostrando que Paulo Cesar Pinheiro passa de geração a geração de parceiros, sempre com a mesma qualidade e sempre colocando o AMOR como tema indispensável. Vejam:

“Paulo César Pinheiro, o letrista mais importante do Brasil"
Por Robie R.


Carioca da gema, compositor precoce, genial letrista, escritor, poeta e dramaturgo. Suas músicas foram gravadas pela nata da MPB. Parceiro de Pixinguinha, Baden Powell, Tom Jobim, Edu Lobo, Francis Hime, João de Aquino, Dori Caymmi, Ivan Lins, Mauro Duarte, João Nogueira, Eduardo Gudin, Guinga, Toquinho, Sergio Santos, Lenine e mais uma penca que não caberia neste post. Vencedor de festivais e ganhador de prêmios de grande relevância. Compositor de trilhas feitas para teatro, cinema e televisão. Produtor também de trabalhos dedicados apenas ao público infantil. Já passou da casa dos 60 anos, tem mais de 40 de carreira e continua a todo vapor.

Como falar de uma lenda viva em poucas linhas? Atrevo-me a fazer um miniperfil, dar leves pinceladas e tentar traçar um pequeno esboço sobre Paulo César Pinheiro.Para os interessados em conhecer sua obra a fundo, recomendo A Letra Brasileira de Paulo César Pinheiro, biografia escrita pela jornalista Conceição Campos, um livro de 416 páginas.

Paulo César Francisco Pinheiro nasceu na cidade doRio de Janeiro em 28 de abril de 1949. Iniciou sua carreira de poeta ainda menino. Aos 14 anos, compôs comJoão de Aquino a linda música “Viagem”, que foi gravada por inúmeros intérpretes. Aos 16 anos, teve início sua parceria com Baden Powell (para muitos, o melhor violonista da história da Música Popular Brasileira) e, na época, ao lado de Tom Jobim, era considerado o expoente maior da nossa música.

Sua primeira canção gravada foi o samba “Lapinha”, composta junto a Baden, interpretada por ninguém menos que Elis Regina. O samba foi classificado em primeiro lugar em 1968 na I Bienal do Samba da TV Record, na qual concorreu com várias feras, como Cartola, Nelson Cavaquinho, Pixinguinha, Chico Buarque e outros bambas. Paulinho, forma como é carinhosamente chamado pelas pessoas mais próximas, tinha apenas 18 anos ao faturar esse primeiro prêmio.

Suas principais intérpretes no início de carreira foram Elis Regina, Elizeth Cardoso (conhecida como A Divina) eClara Nunes - a primeira mulher no Brasil a vender mais de 100 mil cópias de um disco e com quem Paulo César Pinheiro foi casado por oito anos, até a trágica morte da cantora.

Até hoje, Paulo César Pinheiro foi gravado por mais de500 intérpretes e tem mais de 1.100 músicas registradas em discos. Se somadas às inéditas, podem ser contabilizadas mais de duas mil canções.

Ele é considerado o letrista mais importante do Brasil por uma série de fatores: sua vasta obra, que é de uma qualidade que só os grandes mestres possuem; suas músicas, que foram gravadas pelos mais importantes intérpretes do Brasil; seus parceiros, que são o time titular da seleção de craques da MPB. Sem contar as músicas que faz sozinho (letra e melodia).

Neste gigantesco universo musical, Paulo César Pinheirotem preferência por uma, entre as suas milhares de crias.“Pesadelo”, dele e de Maurício Tapajós é a sua favorita. Cansado de criar metáforas, fazer e refazer letras para serem aprovadas pela censura, no período mais bravo da ditadura militar, Paulinho decidiu escrever uma letra que fosse diretamente ao ponto, sem rodeios. A música acabou passando pela censura e foi usada pelos guerrilheiros, no início dos anos 70, como hino para motivar e levantar a moral daqueles que lutavam contra a ditadura. Tornou-se um canto de guerra. O grupo MPB-4, corajosamente, foi quem primeiro gravou esse afrontamento ao governo militar. 

A letra do samba “O Poder da Criação”, de Paulo César Pinheiro e João Nogueira, ilustra bem uma das facetas desse divino compositor, que é capaz de colocar letra em qualquer estilo musical do rico repertório existente no Brasil. Alguns deles parceiros e/ou intérpretes de Paulo César Pinheiro. O leitor pode estar se perguntando de que forma tal ser humano se tornou uma verdadeira usina de produção. Paulo César Pinheiro assume que nasceu com um dom. Além disso, desde a infância até os dias de hoje, cultiva o hábito de sentar-se diariamente em frente a uma folha de papel em branco. Talvez seja essa a fórmula para entender o poder da criação.”

(Rolling Stones – 29/11/2013)

6 comentários:

Delmanto disse...

Desde sempre eu abro meus escritos com um verso do Paulo Cesar Pinheiro. No meu livro “O SONHO NÃO ACABOU”, de 1988, ele está na abertura do livro. Na minha posse na ABL – Academia Botucatuense de Letras, ele encimava a abertura do discurso de posse. No meu SITE, ele está na abertura. Vejam a poesia de Paulo Cesar Pinheiro:
“Você corta um verso,
Eu escrevo outro
Você me prende vivo,
Eu escapo morto.
De repente
Olha eu de novo
Pertubando a paz
Exigindo o troco.”

Anônimo disse...

Bete Adami Santos (Facebook):
e, também um sujeito muito legal...eu o conheci quando Eduardo Gudin nos apresentou, em 1971...eu tinha acabado de entrar na FFLCH-USP e o Gudin estudava na Faap...eramos da mesma turma de "baladas"..."Lá se vão meus anéis.." e "O importante é que nossa emoção sobreviva", são duas belas músicas dos dois...

Anônimo disse...

Ilza Maria Nicoletti Souza (Facebook)compartilhou sua foto.

Muito bom !!

Anônimo disse...

Estela Dias (Facebook)compartilhou sua foto.

Achei lindo!

Anônimo disse...

Jo Sant'Iago (Facebook) compartilhou sua foto.
Bom começar o dia com poesia...
Já começa com a ilustração delicada e aí é só alegria!
Bom dia Armando Moraes Delmanto!
Seja Feliz!!!

Anônimo disse...

SR ARMANDO ALGUM ERRO NA ESTROFE QUE INICIA AS SUAS PALAVRAS "QUE PERGUNTAR CARECE" É O CERTO EM CONFORMIDADE COM A MUSICA DO ESTUPENDO MILTON NASCIMENTO,DA MINHA QUERIDA MINAS GERAIS E"PERTURBANDO A PAZ" EM CONFORMIDADE COM AS PALAVRAS DO POETA PAULO CESAR PINHEIRO.LEITOR CORIOLANO Q. SANTIAGO E-MAIL CQSANTIAGO@HOTMAIL.COM

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