“A revolução da informação foi esburacando por toda parte os rígidos sistemas de censura que os governos árabes haviam instalado para manter os povos que exploravam e saqueavam, na ignorância e no obscurantismo tradicionais. Hoje, porém, é muito difícil, quase impossível, um governo submeter a sociedade inteira às trevas mediáticas para manipulá-la e enganá-la como outrora. A telefonia celular, a internet, os blogs, o Facebook, o Twitter, as redes internacionais de televisão e demais recursos da tecnologia audiovisual levam a todos os rincões do globo a realidade de nosso tempo e forçam comparações que por certo mostraram às massas árabes o anacronismo e barbárie dos regimes que sofriam e a distância que os separa dos países modernos.”
Mário Vargas Llosa
Realizou-se, em Washington/EUA, Seminário Jornalístico organizado pela UNESCO em comemoração ao DIA MUNDIAL DA LIBERDADE DE IMPRENSA – DIA 3 DE MAIO – com a presença de jornalistas do mundo todo focados no tema “Meios de Comunicação do Século XXI: Novas Fronteiras e Novas Barreiras”.
Merval Pereira e o Dia da Imprensa/aqui
Observatório da Imprensa/Dia Internacional da Imprensa/aqui
Isso tudo como resultado da realidade que estamos vivendo e da Revolução da Informação que vem abalando e transformando a situação política de povos e Nações , da Ásia e da África, passando de cruéis Ditaduras para uma mobilização gigantesca das respectivas sociedades civis na busca da liberdade política, da democracia, da oportunidade de emprego e de justiça social.
É isso, a Democracia Digital é a que permite ao povo tomar conhecimento e acompanhar o desempenho das autoridades públicas constituídas e cobrar-lhes desempenho e impor-lhes a vontade da maioria e, de forma definitiva, tomar conhecimento do que ocorre no governo, dos atos praticados e quase nunca ou nunca divulgados...
O objetivo do seminário foi chegar até os jovens alfabetizados na era digital e que cresceram junto com as novas tecnologias.
É esse dado que dá a grande importância ao evento. E a atuação do Wikileaks, que vem abalando o mundo com a divulgação de atos governamentais considerados como “secretos”!!! Julian Assange, por dirigir esse movimento de divulgação, vem sendo cassado impiedosamente e, por outro lado e por justiça, o Wikileaks já está cotado para receber o Prêmio Nobel da Paz... São os novos tempos e as novas realidades sociais...
Discutiu-se a melhor maneira de se preservar as fontes de informação de forma a assegurar a divulgação da mesmas via internet. E qual seria a atuação dos jornalistas profissionais diante dessa realidade surpreendente que nos trouxe os jornalistas cidadãos?!?!?
Merval Pereira, destacado jornalista da Globo News e da CBN, participou e foi o mediador de um painel que debateu o papel da mídia tradicional nessa nova realidade, ou seja, a mídia nova interagindo e somando com a mídia tradicional, “partindo do pressuposto de que a mídia tradicional vista como uma plataforma multimídia, continua sendo uma importante distribuidora de notícias e informações, vamos debater como os jornais e as televisões estão integrando as novas tecnologias”, disse Merval Pereira.
E é indiscutível a importância da imprensa tradicional no registro de fatos importantes para a humanidade através dos tempos. A recente divulgação da capa da tradicional revista TIME nos mostra, com clareza, essa importante atuação da mídia tradicional na divulgação de notícias importantes através dos tempos, como a divulgação – em épocas diversas – da morte de “inimigos públicos” da humanidade (Hitler, Hussein e Osama). O nosso Blog (mídia nova, neste post e nos dois últimos foi ilustrado com capas da TIME, mídia tradicional)!
Os jornalistas profissionais interagindo com os jornalistas cidadãos e - por quê não? - os jornalistas profissionais sendo cada vez mais jornalistas cidadãos???? Esse é o caminho. Essa a Nova Liberdade de Imprensa!!!!!!!
Obs.: Ler em “Textos Anteriores”, os artigos “Liberdade de Imprensa”, de 03/02/2011; “A Revolução da Informação”, de 27/02/2011; "Japão: Wikileaks desmascarou crime nuclear”, de 17/02/2011, e “Blogueira tem 4 milhões de acessos”, 01/04/2011.
3 comentários:
Grande matéria. Expositiva e ilustrada. Acho que esse é o caminho, a mídia tradicional cada vez mais se transformando, ela mesma, em mídia nova: ousada, aguerrida, investigativa e crítica desses governos que vivem a ludibriar as populações que deveriam servir e defender!
Merval Pereira tem se destacado como um jornalista corajoso e aberto a esse novo caminho, isso sem falar do “Papa” do atual jornalismo brasileiro: o Alberto Dines, com seu imbatível “Observatório da Imprensa”. Nessas horas dá orgulho ser brasileiro, mesmo tendo que ver a atuação subalterna do “puxa-saquismo” oficial do Paulo Henrique Amorim, Luís Nassif e tantos outros grudados na cômoda “aba” do governo federal... (luisroberto-souza@yahoo.com.br)
imprensa, jornalismo, informação, ... and all that, no seu texto, está dito.
a mim resta el guapo da citação inicial.
pantaleão e as visitadoras, tia júlia e o escrevinhador, a casa verde, quem matou palomino molero, são os que eu li. não são todos, mas ainda há tempo para fazer crescer essa lista privilegiada.
não deveria ser assim mas, por sorte, deu certo ... comecei a ler vargas llosa pela belezura peruana de sua aparência.
se a imprensa está representada por ele, aqui no seu texto, já valeu a pena visitar o blogg do delmanto.
é isso.
Finalmente a liberdade, digo a liberdade de falar como deve ser falado. Uma das coisas que eu mais dou importância na nova mídia é a emoção com são publicadas as notícias, contrário da mídia tradicional que é demasiado linear e não transmite, na maior parte das vezes, o verdadeiro impacto associado aos acontecimento. por outro lado receio que esta liberdade digital se transforme num engodo onde o povo perde totalmente sua liberdade sem saber de tal. No facebook, por exemplo, perdemos a noção do limite e publicamos mais que devemos. Mesmo o anonimato da internet não é suficiente para garantir a liberdade. E já agora, a revista Times devia publicar a foto de Bush quando ele for ter com os seus colegas. Porque sim, é ridículo que um país faça refém a quase o mundo inteiro só por causa do seu poder militar.
Parabéns pela matéria.
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