agosto 05, 2011

ITÁLIA UNIDA – 150 ANOS ! - 1861 – 2011


A bela península itálica era um mosaico de pequenos reinos, com dialetos próprios, que não compartilhavam sequer a mesma língua e cultura. O processo de unificação da Itália, que culminou no ano de 1861 e que, agora, comemora o seu Sesquicentenário (150 anos), na verdade foi se estruturando aos poucos. O presidente Napolitano deu início, na cidade de Reggio-Emilia, aos festejos pelo 150º aniversário da Itália Unida com homenagem à “tricolore” e à sua longa História. Desde quando foi símbolo da República Cispadana, Cisalpina, Lígure, Romana, Anconitana, Partenopea, de tantos grupos insurreicionais existentes na Península para reivindicar a liberdade de todo povo italiano, até quando foi proclamada Bandeira da República Italiana, em 2 de junho de 1946. A bandeira tricolor, por exemplo, símbolo cívico da Nação Italiana surgiu há mais de 200 anos. Tornada símbolo oficial em 1946, as cores da nossa bandeira de fato foram estabelecidos pelo Senado de Bologna, há o registro (Senato di Bollogna), de 18 de ottobre 1796:


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“Bandeira com cores Nacionais – Perguntada quais são as cores Nacionais para formar uma bandeira, respondeu o Verde, o Branco e o Vermelho”. Em 7 de janeiro, em Reggio-Emília os 110 representantes das províncias de Bologna, Ferrara, Reggio e e Modena, proclamaram a Bandeira Tricolor símbolo daquela República Cispadana que haviam fundado no ano precedente. Naquela reunião foi feita monção para “que se torne Universal o Estandarte ou Bandeira Cispadana de três cores, Verde, Branco e Vermelho e que estas três cores sejam usadas também no Emblema Cispadano, o qual deve ser portado por todos”



São registros históricos importantes para que se marque, com toda magnitude, os festejos da unificação italiana. Com a colaboração e a experiência de meu filho Marcelo Delmanto, por ter morado na Itália por 3 anos, onde se especializou em Direito da Comunidade Européia (Università di Bologna), ficando como representante do Brasil (2000/2004), junto à Regione Emilia-Romagna, indo 2 vezes ao ano para os congressos dos jovens descendentes residentes no exterior.

Projeto do Novo Milênio, com as raízes do passado.../ leia aqui

A UNIFICAÇÃO DA ITÁLIA


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A unificação da Itália ocorreu sob o comando de três lideranças indiscutíveis: a primeira delas, o Rei Vittorio Emanuele II, da Casa de Savóia, que desde o Reino da Sardenha/Piemonte (1848), passou a lutar seriamente pela unificação italiana; a segunda liderança, a que representava a corrente monarquista, é a do Ministro de Vittorio Emanuele, o banqueiro e fazendeiro Camilo Benso – Conde de Cavour, que se revelou um excelente administrador e estrategista político, a nível interno e internacional, viabilizando o apoio, num primeiro momento de Napoleão III à causa da unificação; e aterceira liderança é a do herói de dois Continentes, a de Giuseppe Garibaldi, já com longa e bem sucedida experiência de luta, representando a corrente republicana, que à frente de seus camisas vermelhas mobilizou todos os italianos pela causa comum. Garibaldi representou a grande liderança militar e política do movimento, sabendo reconhecer, mesmo sendo republicano convicto, a liderança de Vittorio Emanuele II, como Rei da Itália, para evitar a divisão da grande pátria com que sempre sonhara.


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UMBERTO I (UMBERTO PRIMO): “O REI BOM”

Após o falecimento de Vittorio Emanuele II – o grande arquiteto da unificação italiana – seu filho, Umberto I, assume o trono e se revela como o consolidador da unificação e como o pacificador das divergências naturais do país, antes dividido entre tantos ducados, reinos e repúblicas... Pelo apoio que sempre soube prestar de forma positiva às vítimas das inundações, terremotos, epidemias de cólera e outras tragédias nacionais, foi aclamado pelo povo como “O BOM”.

Interessou-se, particularmente, pela política externa italiana, sendo o responsável pela reaproximação com a Alemanha e a Áustria. Em um atentado terrorista ocorrido em 1900, após 22 anos de um reinado que serviu para consolidar definitivamente a unificação da Itália, morria assassinado Umberto I – “O REI BOM”!

GIUSEPPE GARIBALDI / ANITA GARIBALDI

“Montado em seu cavalo,
Garibaldi é o Capitão.
Nas verdes ondas do campo,
A sua rédea é o timão.”
Érico Veríssimo


Os versos reproduzidos por Érico Veríssimo em O Continente, primeira parte de “O Tempo e o Vento”, mostram a força com que a imagem desse grande herói está enraizada em nossa cultura popular. A história sempre registra os feitos dos heróis autênticos. Giuseppe Garibaldi foi um deles. Chefe Militar Revolucionário, desde moço participara das lutas políticas em prol da unificação de seu país. Pertenceu à “Jovem Itália”, uma sociedade secreta (maçônica) fundada (1831) por Giuseppe Mazzini, que se notabilizou em procurar atrair para a causa da unificação italiana a presença de expressivos segmentos da sociedade, como os camponeses e os operários. Garibaldi, perseguido politicamente, participou como exilado político, de lutas no Uruguai e no Brasil. No Uruguai, lutou ao lado de Venâncio Flores. No Brasil, participou da Guerra dos Farrapos, já com sua imagem firmada no Brasil, tendo seus feitos cantados e glorificados nas canções de campanha.
A Guerra dos Farrapos foi o mais longo movimento de contestação do Poder Central. Esse movimento foi auxiliado pela maçonaria e liderado pelo Coronel Bento Gonçalves. Segundo Érico Veríssimo, a Guerra dos Farrapos terminou “com honra para os dois lados”.

Giuseppe Garibaldi/ Herói de 2 Mundos/ leia aqui

Anita Garibaldi/Heroína de 2 Mundos/ leia aqui

Anita Garibaldi/Revolucionária/ leia aqui

A figura carismática de Giuseppe Garibaldi sempre esteve ligada à presença forte de Anita Garibaldi. Na famosa Retirada da Laguna, o grande guerreiro deixou expressa a importância de Anita:“À testa de alguns homens, resto de tantos combatentes que tinham, com justa razão, merecido o título de bravos, eu ia a cavalo. Orgulhoso dos vivos, orgulhoso dos mortos... Ao meu lado, a mulher digna de toda admiração. Que me importava pois não possuir senão o que tinha comigo? Que me importava servir a uma República pobre, que não pagava ninguém e da qual, ainda que fosse rica, eu não teria aceitado coisa alguma?”



Mini-série 7 Mulheres/ leia aqui

Com 18 anos, Anita conheceu Giuseppe Garibaldi: foi amor à primeira vista. Com o fim da breve República Juliana, o casal segue para o sul. Anita combate ao lado de Garibaldi em Santa Vitória, passa o Natal de 1839 em Lages e toma parte no combate das Forquilhas (Curitibanos), quando é presa mas consegue uma fuga espetacular. Na retirada da tropa, o casal teve seu primeiro filho, Menotti (1840). No dia 26 de março de 1842, Anita e Giuseppe se casam na Igreja São Francisco de Assis, já em Montevidéu, onde depois nasceram os filhos Rosa, Tereza e Riccioli.

Poucos meses antes de Garibaldi terminar a sua heróica participação no Rio de La Plata, Anita viaja para a Itália com os filhos, onde Giuseppe chegaria em abril de 1848, no comando do navio Speranza, já rebatizado de Bifronte.

Depois de morar em Genova e Nice, Anita segue ao encontro do marido que comanda a Legione Italiana. No dia 19 de agosto de 1849, Anita falece nos braços do esposo em pranto, longe dos filhos, num quartinho da casa dos irmãos Ravaglia, em Mandriole. Após a morte de Anita, Giuseppe, triste e derrotado, voltou ao exílio para percorrer parte da África, Espanha, Inglaterra e América do Norte.

Alexandre Dumas, admirador e amigo de Giuseppe Garibaldi, publicou sua obra “Memórias de Garibaldi”, baseada no relato diário do grande guerreiro. Nesse trabalho, Alexandre Dumas retrata com emoção a figura de Anita Garibaldi, mostrando a sua importância como musa e companheira do grande herói dos dois continentes... (revista Peabiru, nºs 09/10 – maio/junho e julho/agosto de 1998).

10 comentários:

Delmanto disse...

Muito interessante descobrir nas entrelinhas da história de países e de pessoas, a importância que as sociedades secretas exerceram com uma atuação efetiva e objetiva. Em nosso país a Abolição dos Escravos, a Independência de Portugal, a educação, orientação e formação de Dom Pedro II, a Proclamação da República, a Revolução de 1930, a Revolução Constitucionalista de 1932, a Constituinte de 1933 e as Constituintes Estaduais de 1934, sempre se admirava a coerência e a firmeza dessas sociedades secretas. E, na história da Unificação Italiana, mais uma vez, a presença dessas sociedades. No processo de unificação do país, com a sociedade “Jovem Itália”, sob o comando de Mazzini, conquistava os jovens italianos e, especialmente, os camponeses e os operários. Vejam quanto era avançada a sociedade e amplo os seus objetivos. E a atuação de Giuseppe Garibaldi, no Brasil, apoiando Bento Gonçalves, líder maçon, contra a política extorsiva do Império em relação aos proprietários e fazendeiros do sul do Brasil. Foi a mais longa guerra civil que tivemos e acabou com o poder imperial aceitando grande parte das reivindicações dos sulistas da Guerra dos Farrapos. A história sempre nos ensina. Seria bom que essas sociedades secretas voltassem a cuidar da nossa cidadania e impedissem tantos mal feitos que a classe política vem fazendo perante uma Nação paralisada e sem rumo.

Anônimo disse...

Olá, Delmanto. O resultado dessa unificação foi altamente positivo. Que belo país! E que bela gente! Já estive 2 vezes na Itália e pretendo voltar mais vezes. Na minha família temos vários descendentes. Já nem falam o italiano, mas amam a Bota com sinceridade. E os primeiros imigrantes vieram para “fazer a América” e, depois, voltar para a Pátria Mãe. E, depois de anos labutando, quem haveria de querer voltar? Se o projeto de retorno fosse no início, até pode ser...Mas depois de alguns anos construindo a nova Pátria, aí não sobrava pra ninguém. Os filhos não queriam mais retornar, só a passeio. Os netos, então, impossível... Acho que o Brasil possue o maior número de descendentes de italianos de todo o mundo. É o famoso milagre da miscigenação brasileira. É o POVO BRASILEIRO, com muita hoonra!
(bastosgustavo32@yahoo.com.br)

Anônimo disse...

“Volare oh,oh,oh!
Cantare oh,oh,oh!
Nel blu dipinto di blu
Felice di stare lassù...”
Adoro a Itália, especialmente a Costa Amalfitana e a Sicilia. Ainda vou passar uma temporada lá. Já comprei um curso de italiano em CD e vou dominar a língua e falar sem sotaque...rsrsrs Minha sogra era italiana era uma mágica na cozinha. Era de comer ajoelhada e com cada molho. E o importante é que ela fazia tudo isso muito alegre e animada. Dava gosto de comer e de ver. Esse povo é muito batuta. Gente feliz que encara a vida com otimismo e com vontade de fazer o momento presente o melhor possível. Adoro “tutti italiani”!
(maria-de-lourdes2004@hotmail.com)

Delmanto disse...

Esse diálogo ocorrido em uma cidade do interior paulista em uma reunião de imigrantes, mostra bem a união, a alegria e os sonhos daqueles que estavam literalmente construindo uma cidade, uma comunidade, uma nova pátria:
“...Pino Filiponi, que trabalhava na chave da estrada sorocabana, animava as festas de Pietro Aloisi, com sua charmosa e romântica sanfona. Ela falava, no seu gemido, muito da saudade da Itália.
- Vamos, Pino, o sole mio...
Os italianos de Botucatu estavam chegando, eram os Martin, os Pedretti, os Delmanto, os Minicucci, os Guadagnini, os Alfredi, os Tortorela, os Somonetti, os Losi, os Lunardi, os Blasi, os Bacchi, os Pompiani, os Molini, os Bertochi, os Mori, os Monteferrante.
Cada encontro era saudado com gritos, palavrões, corteses gesticulações napolitanas, esbravejamentos calabreses e risadas a Campobasso.
A comida farta e generosa, regada pelo melhor vinho, esquentava os ânimos, esparramava alegria, esfusiava gestos, explodia gargalhadas. Alambari revivia a Itália.
Esses almoços em Alambari, constituíam um prolongamento dos encontros italianos na conhecida “Pensão Franchino” em Botucatu (baixada), famosa pela qualidade de suas massas e de propriedade de Francesco Aloisi, “fratello” de Pietro. E falava-se de tudo, desde Vittorio Emanuelle até Il Duce, da Revolução de 24 ao Prefeito Cardosinho de Botucatu.
Era proibido falar italiano, pois a diversidade de dialetos impedia o entendimento. Também não se podia falar o português. Mas todos se entendiam na alegria, no vinho, nos abraços e nos apetitosos quitutes de Da. Antonia e suas filhas que não paravam o dia todo na faina de bem servir.
Vado Tonin, com sua máquina fotográfica, tipo caixão, comprada no Progresso Garcia, ia imortalizando as cenas daquela província da Itália, chamada Alambari.
- Qui é La própria Itália...Qualquer giorno, o Vesúvio começa a vomitar brasa ali...E mostrava a Serra de Botucatu...Guarda Dr. Aleixo, não parece próprio a nostra Itália?!?
A festa ia pela madrugada afora...” (do livro “As Boiadas Passam...As lembranças Ficam...”, 1992, de Agostinho Minicucci e Benedito Vinício Aloise).
É registro histórico.

Anônimo disse...

“BUON COMPLEANNO ITALIA!”. Dall’Argentina Allá România, dal Portogallo AL Brasile, dalla Svizzera AL Costarica, Le comunità Emiliano-romagnole all’estero hanno festeggiato Il 150º anniversarui dell’unificazione nazionale.
Dall’Unità d’Italia agli anni Settenta Del Novecento hanno lasciato La pátria 29 milioni di persone. Gli emigranti, com le loroscelte dolorose, hanno contributo Allá coostruzione dell’Italia unita. “Nella nostra crescente smemoratezza – há detto Silvia Bartolini durante l’insediamento della Consulta nel gennaio scorso a Reggio Emilia – abbiamo dimenticato Che Il benessere della nostra regione non sarebe stato possibile se migliaia di Emiliano-romagnoli, ogni anno per tanti anni, non avessero abbandonato montagne e campagne, paesi e città, per cercare di costruirsi altrove um avvenire più dignitoso”.
A 159 anni dall’Unità d’Italia, i descendenti di quegli emigrati, in ogni parte Del mondo, sentono ancora di appartenere, in qualque modo, AL nostro Paese.”
(periódico per Le comunità Emiliano-romagnoli nel mondo/ER NEWS/Anno IX/numero ½ - Supplemento)

Anônimo disse...

É muito importante que fique registrado o desempenho brilhante do mais importante e bem sucedido imigrante italiano no Brasil. No ano de 1934, o Conde Francisco Matarazzo estava comemorando seus 80 anos... “Ottant’anni !” Nessa época, as industrias Matarazzo representavam realmente a maior força econômica do Brasil, depois dos orçamentos da União e do Estado de São Paulo... Não se pode falar em processo de industrialização no país sem que se destaque a presença forte do imigrante italiano Francisco (Francesco) Matarazzo.
O ESTADO MATARAZZO
“Assis Chateaubriand vai chamar, em 1934, esse grupo industrial de “O ESTADO MATARAZZO”, lembrando que São Paulo tinha uma renda bruta de 400 mil contos e o parque industrial Matarazzo uma receita de 350 mil, acima de qualquer outra unidade federativa brasileira...O Conde Matarazzo, financeira e economicamente é o segundo Estado do Brasil...”
Em 1934, as Industrias Matarazzo assumiam o seu auge que foi crescente até 1950, quando chegou a possuir 38 mil e setecentos funcionários, com controle acionário majoritário ou expressivo em 365 empresas, possuindo 12 unidades navais, uma Casa Bancária, enfim, um complexo industrial que chegou a ter o terceiro orçamento do Brasil! É indiscutível a grandiosidade do “Império Matarazzo” no processo de industrialização do Estado de São Paulo e, portanto, do Brasil. O interior do estado e todo o Brasil se espelhava na força, ousadia e competência desse empreendedor valoroso.
Por duas vezes é convidado para o Senado Italiano. Por fim, indica seu irmão, André Matarazzo que foi eleito para a Câmara Alta Italiana. Com sua “Casa Bancária” representa no Brasil o Banco de Nápoles, liderando a arrecadação para ajuda financeira dos italianos residentes no exterior para envio para a Itália (cerca de 85 mil contos, 50% do déficit nacional). Esse grande e patriótico trabalho levou o Rei Vittorio Emanuelle III a lhe conferir o título nobiliárquico de Conde, em 1917, concedendo-lhe, em 1926, a hereditariedade ao título.
NO ANO MÁGICO DE 1934 - Afora as comemorações pelos oitenta anos, o Conde Matarazzo viveria seguidas vitórias: foi considerado o “Empreendedor do Século”; o sucesso da publicação do livro “Il Conde Matarazzo a ottant’anni”; a conquista do Tri-Campeonato Paulista de Futebol (1932/33/34) pelo Palestra Itália (Palmeiras), clube da Colônia Italiana presidido por Dante e a eleição, com a maior votação do estado, do Deputado Estadual Constituinte, Dante Delmanto. Dante era filho de seu conterrâneo (Castellabate) e amigo, o imigrante italiano Pedro Delmanto, industrial no interior do Estado (Botucatu).
(marcelo.delmanto@hotmail.com)

Anônimo disse...

O saudoso prof. Agostinho Minicucci, professor e escritor de renome, com mais de 70 livros publicados, tendo dirigido e expandido as Faculdades Metropolitanas Unidas – FMU , possui muitos trabalhos sobre os imigrantes italianos. Em um artigo de jornal (Gazeta de Botucatu, 27/09/85), em certo trecho ele relata um pouco da atuação dos imigrantes em uma cidade do interior: “A infância de nossa cidade foi marcada por um surto industrial, em primeiro lugar pelo pioneirismo da colônia italiana, ávida de grandes realizações e da conquista da nova pátria. Os oriundi, como os Bacchis, os Blasis, os Lunardis, os Milanesis e tantos outros, verdadeiros capitães de indústrias, trouxeram o knowhow da Itália e deixaram marcos em prédios que ainda hoje são símbolos de uma época áurea na efervescência da convivência de imigrantes e brasileiros.
Petrarca Bacchi marcou um ciclo na indústria botucatuense levando-a a competir com a poderosa Companhia Paulista de Força e Luz e a instalar uma usina hidroelétrica e outra termoelétrica, chegando à ousadia de fornecer energia à cidade. Produziu cerveja apreciada em todo país. Introduziu o primeiro elevador em indústria, em São Paulo e distribuía de brinde um sifão fabricado na Alemanha.
O berço da Votorantim foi Botucatu e tivemos o início de um ciclo de calçados, com o dinâmico Delmanto. E nisso precedemos a cidade de Franca e a lembrança são os nossos curtumes. A Antarctica andou por Botucatu, criando uma vila com seu nome e chegou a comprar uma fazenda para cultivar cevada...”
(revista cultural Peabiru, nº 09, edição especial comemorativa/maio/junho/98)

Anônimo disse...

Como ocorrera, com muito sucesso, na capital, onde a colônia italiana erguera o imponente Hospital Umberto Primo, em 1904, ampliando-o sucessivamente, o exemplo passou a ser seguido pelos núcleos mais expressivos dos imigrantes italianos nas cidades do interior do estado.
E Botucatu estava situada no limite de onde chegara a Estrada de Ferro Sorocabana, em 1889 e dali partindo para a conquista do interior, “plantando” cidades com o progresso que as suas paralelas levavam: Lençóis Paulista, Bauru, Assis, Ourinhos e Presidente Prudente se destacando entre tantas outras...
Na segunda metade dos anos 20, Pedro Delmanto (Pietro Del Manto) já tinha completado seu ciclo produtivo de calçados: com fazenda de gado, curtume, fábrica de calçados (máquinário importado da Alemanha) e loja de comércio, sendo que exportava calçados para a França e a Alemanha. Era um imigrante empreendedor de sucesso. Mas tinha um grande sonho: um hospital para atender a forte colônia italiana de Botucatu e dirigido por seu filho primogênito, Aleixo, que se formara em Medicina pela Real Universidade de Parma, na Itália. Assim, inaugurou a Casa de Saúde Sul Paulista, em 1928, trazendo como seu Diretor Clínico, o Professor Titular de Cirurgia Clínica da Real Universidade de Nápoles, Dr. Ludovico Tarsia que tivera que se exilar no Brasil por problemas políticos na Itália.
Inaugurada com toda a pompa, com banda de música, a presença de autoridades e comparecimento expressivo da população num verdadeiro congraçamento dos imigrantes com os botucatuenses e, suprema honra, com a presença do Cônsul Geral da Itália representando o Rei da Itália. Sucesso. Com a Direção do Prof. Dr. Ludovico Tarsia, compunham a Diretoria: os Drs. Aleixo Delmanto e Miguel Losso, médico italiano já integrado à colônia local.
Pedro Delmanto viera de Castellabate (Província de Salerno), cidade natal da família Matarazzo. Iniciou sua vida profissional como sapateiro com o Mestre Francisco Grandino, na cidade de Sorocaba, junto a Francisco Matarazzo que também iniciara lá a construção de seu império. Seguiu, depois, acompanhando o crescimento da Sorocabana, para Botucatu, onde se estabeleceu, casou e constituiu uma grande família.
(publicação do Blog do Delmanto (www.blogdodelmanto.blogspot.com), de 30 de junho/2011:
Casa de Saúde Sul Paulista – 1928 EMPREENDEDORISMO DOS “ORIUNDI” NA SAÚDE!)

Anônimo disse...

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Anônimo disse...

De fato, houve uma combinação de empreendedorismo e de acidentalidade no desenvolvimento de Botucatu, conforme Colenci Jr.A em A Nobreza da Emoção(2000).A ousadia de alguns visionários ensejou na sequencia dos fatos o aparecimento de novas e inestimáveis instituições, que engrandecem o nome de Botucatu.

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