junho 05, 2011

Até tu, Dilma ???

“ATÉ TU, BRUTUS?” - “TU QUOQUE, BRUTE, FILII MEI!”

Caindo em desgraça perante o seu império, foi assassinado, em pleno Senado, por 60 conjurados, entre eles um familiar insuspeito: o seu sobrinho e filho adotivo – Brutus! A traição de Brutus acabou eternizando a célebre frase de Júlio César, que disse em latim: “Tu quoque, Brute, filii mei?” (Até tu, Brutus, meu filho?).

Quando Willian Shakespeare escreveu, em 1599, sobre a Tragédia de Júlio César, ficou famosa a frase acima, em português e em latim. A peça representa a luta pelo poder, a inveja, a intriga, a traição, a grandeza e a fatalidade. Uma pessoa trair a confiança de outra é algo tão antigo que é costume repetir essa frase que tem mais de 2 mil anos de existência!




E estamos vivendo novamente um caso igual...No ano de 2011, na Terra Brasilis, a luta pelo Poder, os famosos tapetes vermelhos que inflam as vaidades, reduzem a fidelidade e constroem novos caminhos, estão começando a fazer história... Lula e Dilma: será possível uma traição? Ou a palavra certa é libertação e não traição??? Quem viver, verá!

O certo é que em toda a história da humanidade, em todos os tempos, o “Até tu, Brutus?” vem se repetindo. Limitando ao Brasil, a nossa pesquisa, desde o Império cabeças rolaram graças a “ação” de “amigos por toda a vida”... Na República, também! E nos três níveis de governo: municipal, estadual e federal. Os personagens, quase sempre mas não necessariamente, são os “vices”. Amizades cantadas em prosa e verso. Técnicos distantes da política. Inibidos e discretos que nunca chegariam a nenhum lugar pelo voto popular! É isso, a história registra! Não dá para brigar ou negar os fatos...

PRIMEIRO EXEMPLO DE “ATÉ TU, BRUTUS?” – ADHEMAR:



Já tinha exercido o cargo de Interventor Federal durante a Ditadura de Getúlio Vargas. Era Governador do Estado de São Paulo e, esperto, escolheu o seu Secretário Estadual de Obras e Serviços Públicos, o professor Lucas Nogueira Garcez. Com o título de Professor Catedrático de Hidráulica da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo, avêsso à política, tímido, religioso, considerado um cidadão acima de qualquer suspeita, era o candidato ideal para garantir a sua volta ou o seu vôo para cargos mais altos... Doce ilusão... Romperam no decorrer do período de governo. O eleito, na sucessão, foi o arqui-inimigo Jânio Quadros ! “Até tu, Brutus?”

SEGUNDO EXEMPLO DE “ATÉ TU, BRUTUS?” – JÂNIO:



Considerado o maior fenômeno político já ocorrido no Brasil. Carreira meteórica! Vereador na Capital, Prefeito da Capital, Governador, Deputado Federal, Presidente. Ufa! Como Prefeito de São Paulo já tinha escolhido como seu Secretário Municipal das Finanças, o Professor Carlos Alberto Alves de Carvalho Pinto(Fac. de Direito da PUC/SP). Eleito Governador de São Paulo, novamente o escolheu como seu assessor, agora no cargo de Secretário Estadual da Fazenda. O prof. Carvalho Pinto era democrata-cristão, como o Jânio em determinado momento (faziam parte desse movimento figuras que fariam história na política: Hélio Bicudo, Plínio de Arruda Sampaio e Franco Montoro). Era, também, muito tímido, religioso e avêsso à política partidária. Foi o escolhido para a sucessão. Eleito governador, rompeu com Jânio no decorrer do mandato. Consta que, por conta disso, teria levado um sopapo do ex-presidente... O eleito na sua sucessão foi o arqui-inimigo Adhemar de Barros ! “Até tu, Brutus?”

Veja Jânio/Adhemar/Garcez/Carvalho Pinto/ aqui

RESUMINDO: Nunca diga “dessa água não beberei!” O caso mais recente (e não foi de vice!) foi o do presidente Itamar Franco que elegeu FHC como seu sucessor. Nunca teria chegado lá por força própria... Acho que nem “obrigado”, Itamar ouviu de Fernando Henrique Cardoso. Restou abandonado...

4 comentários:

Anônimo disse...

Eh.Eh.Eh. Quando o PMDB conseguiu o governo do Estado de São Paulo(1982), ocorreu o mesmo. O Quércia era vice do Montoro, mas no governo dele, os “montoristas” foram caçados um a um. Só uns poucos privilegiados é que conseguiram se salvar, entre eles o “grupinho” do Aloísio Nunes Ferreira. Acabou sendo vice do Luiz Antonio Fleury Filho que brigou com o Quércia no período do seu governo. Mas o Aloísio não se deu mal, pois logo já estava entre os tucanos. Sempre protegido pelo Serra, conseguiu se eleger senador com a morte do Quércia. Que rapaz de sorte... Então, vamos rememorar: primeiro Montoro, Quércia (que era vice) logo brigou, lançou o Fleury para governador, eleito, logo brigou. O artigo está “em cima”! ATÉ TU, BRUTUS? (jair.castro66@yahoo.com.br)

Anônimo disse...

Tudo o que você disse no artigo aconteceu, mas nem sempre é tudo tão “calhorda” assim. Aqui, em São Paulo, temos dois exemplos de “vices” que não foram “Brutus”... O atual governador Geraldo Alckmin quando sucedeu Mário Covas foi fiel ao grupo do Covas. Eu sei que o Covas morreu, mas o Alckmin o substituiu muitas vezes devido a doença e sempre foi muito ético. Hoje, ele tem como seu secretário do meio ambiente, o Bruno Covas, neto do Mario Covas. Outro que foi fiel, mesmo sendo de outro partido, foi o atual prefeito de São Paulo, o Gilberto Kassab (era do PFL, depois Democratas) e substituiu o José Serra (PSDB), na Prefeitura. Manteve toda a equipe do Serra. Depois, conseguiu se eleger prefeito (com o apoio do Serra) e até hoje é fiel. Até fundou um partido (PSD) para poder ajudar o Serra. A traição não é regra geral! Tem exceções! (maria-de-lourdes2004@hotmail.com)

Anônimo disse...

João Bosco Guimarães Mafra (www.dihitt.com.br)
comentou 2 horas atrás

Delmanto,

Todos os políticos mencionados em seu artigo eu os conheci, Ademar tinha seu Diretoria na Al. Barão de Limeira e eu conversava com ele nos idos de 1959. se não me angano.
Realmente todos são traíras sim, porque o poder é o que importa, e sabe lá como chegar ao trono passando por cima de amigos, inimigos e adversários.
Existe uma opinião a respeito de Covas, Alkimim etc.Estavam, estão no poder desde que me conheço e também conheço o Alkimim de Pindamonhangaba, tive negócios lá.
ATÉ TU, BRUTUS? Na própria revolução de 64 existiram os BRUTUS, portanto nossa história esta carregada de BRUTUS.

João Bosco

Anônimo disse...

Isso tudo é verdade e eu estou torcendo para que a presidente Dilma se livre dessa turma do PT e principalmente do Lula. É a primeira mulher a chegar no cargo mais importante do Brasil. E é a maior oportunidade para ela mostrar que nós, as mulheres, podemos fazer muito melhor que esses homens vaidosos e que só pensam em “enricar”, como esse “cara de apau” do Palocci. Quero ver uma mulher executiva e competente na Chefia da Casa Civil. Vamos mostrar para o Brasil todo que a cor é cor de rosa, mas o coração é verde e amarelo, azul e branco. Dá-lhe, Dilma! Mostre a sua competência e mande esse Palocci de volta para Ribeirão Preto!(ludmila.cunha@yahoo.com.br)

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