junho 20, 2011

REVOLUÇÃO NA TELEVISÃO: TV CULTURA E REDE VIDA!

A fundação de uma emissora de televisão voltada à cultura e à educação representou, na segunda metade da década de 1960, uma verdadeira Revolução Cultural! Em pleno Regime Militar, o governo de São Paulo tomava a iniciativa pioneira, de levar a cultura e a educação pela televisão. Inédita no Brasil, mas já fartamente usada nos países do chamado primeiro mundo.

Em 1965, a TV Cultura dos Diários Associados, sofre um incêndio onde era o seu estudio. Pouco se salvou deste incêndio onde foi perdida, também, a primeira câmera de TV do Brasil, da Rede Tupi. Esse o principal motivo que levou Assis Chateaubriand a vender a emissora para o governo paulista, sendo que o Grupo dos Diários Associados já enfrentava a crise financeira que o inviabilizaria para o futuro.



TV CULTURA/Histórico Institucional/leia aqui

O governador Roberto Costa de Abreu Sodré, em setembro de 1967, cria a Fundação Padre Anchieta (Centro Paulista de Rádio e TV Educativa). Esta Fundação foi composta por diversos profissionais, faculdades (USP, Unicamp, PUC, Mackenzie, entre outras), sociedades privadas e públicas (ABI, UBE, etc.) e com 70 centavos de cada paulista. A Fundação Padre Anchieta adquire então dos Diários Associados a TV Cultura Canal 2 e as Rádios Cultura AM e FM.

A TV Cultura seria, então, a segunda emissora de TV educativa do Brasil (a primeira é a TV Universitária (TVU), da Universidade Federal de Pernambuco). Na verdade, a TV Cultura tinha uma abrangencia muito maior já alcançando, de início, todo o Estado de São Paulo O verde sempre foi a cor oficial da instituição.


Em 1968, o canal foi entregue à Fundação Padre Anchieta, que inaugurou a emissora em 15 de junho de 1969, tendo como seu primeiro presidente, José Bonifácio Coutinho Nogueira, com a apresentação dos discursos do governador, Roberto Costa de Abreu Sodré e do presidente da Fundação Padre Anchieta, José Bonifácio Coutinho Nogueira. Em seguida, foi exibido um vídeo mostrando o surgimento da emissora, os planos para o futuro e uma descrição dos programas que passariam a ser apresentados a partir do dia seguinte. Além disso, exibiram uma fita com o Papa Paulo VI, dando benção à TV Cultura.

É importante destacar a criatividade governamental (cujo principal articulador foi o Dr Nelson Marcondes do Amaral, Secretário do Governador e, posteriormente, Presidente do Tribunal de Contas do Estado) ao criar a Fundação Padre Anchieta como uma entidade de direito privado, para que tivesse seu destino desvinculado das vontades políticas dos sucessivos governos estaduais (seu Conselho de Administração era composto por Conselheiros Vitalícios representando órgãos da sociedade civil (FIESP, UBE, SENAC, APL, Associação Comercial ,etc) e desvinculados do Governo do Estado).

E isso funcionou. Já no governo seguinte, de Laudo Natel, buscou-se “alterar o relacionamento que o Estado mantinha com a emissora. Ao esbarrar nos estatutos que garantiam a independência da Fundação, passou a reduzir as verbas destinadas à manutenção da TV Cultura. Isso levou à saída de José Bonifácio Coutinho Nogueira da presidência. Toda a Diretoria, em solidariedade, pediu demissão”. O novo presidente, Rafael Noschese, ex-presidente da FIESP, manteve a emissora dentro das perspectivas culturais iniciais. Graças à sua natureza jurídica, a Fundação Padre Anchieta/TV CULTURA manteve, até os nossos dias, a sua independência administrativa.

REDE VIDA DE TELEVISÃO – Um novo enfoque voltado à família!

Outro exemplo positivo de criatividade no meio televisivo foi a fundação da REDE VIDA DE TELEVISÃO. Surgiu da visão e dedicação de um jornalista de Barretos e empresário da comunicação, João Monteiro de Barros Filho que soube dar um rumo positivo à sua então pequena e limitada televisão, com sede em São José do Rio Prêto. Procurou o ex-Bispo de Barretos e que já exercia o Arcebispado de Botucatu, Dom Antonio Maria Mucciolo e lhe propôs uma parceria para viabilizar a primeira televisão católica do país. Essa foi a grande parceria. Ao depois, nomes como de Dom Luciano Mendes de Almeida vieram se somar à representatividade da Igreja Católica na nova televisão.

REDE VIDA/Histórico/leia aqui

Artigo de Dom Luciano Mendes de Almeida sobre a Rede Vida/leia aqui



Com o apoio da CNBB, Monteiro partiu para a viabilização do empreendimento. A CNBB não podia exercer o controle porque não tinha e não tem caráter comercial. Assim, criou-se o IBRAC – Instituto Brasileiro de Comunicação Cristã, com seus estatutos elaborados pelos juristas Celso Neves e João Grandino Rodas.

A presidência do IBRAC coube a Dom Antonio Maria Mucciolo, hoje Arcebispo Emérito de Botucatu, que se revelou quase um mágico: um abridor de portas as mais difíceis, viabilizando a implantação, consolidação e expansão da Rede Vida. Primeiro, com o apoio de entidades religiosas da Europa que acreditaram na importância de um canal de televisão para a evangelização. Segundo, pela própria rede capilar da Igreja Católica: a Rede Vida passou a ter retransmissores nas mais distantes localidades deste Brasil imenso. Onde houvesse uma Paróquia e um Padre, passou a haver o trabalho “de formiguinha” para viabilizar a instalação de uma tôrre retransmissora. Milagre brasileiro!



Homenagem da Assembléia Legislativa de São Paulo/leia aqui

Rede Vida e Dom Antonio Maria Mucciolo/leia aqui

Hoje, 16 anos depois, a REDE VIDA DE TELEVISÃO ocupa a 4ª. posição em faturamento entre as TVs comerciais. Tem superavit financeiro e mais de 10 milhões de fiéis telespectadores, sendo a grande maioria de católicos que acompanham e prestigiam a sua televisão. Ao depois, outras iniciativas católicas no mesmo rumo. Todas bem sucedidas. Mas a REDE VIDA assumiu e continua como a TV DA FAMÍLIA BRASILEIRA! Com uma programação positiva, com jornalismo, programas variados indo do infantil para o de variedades voltado para a mulher, missa diária, linkada ao Vaticano, programas de entrevistas, enfim, uma TV que não segue a linha das TVs abertas, onde cenas e roteiros de desagregação familiar são uma constante.

TV CULTURA/PADRE ANCHIETA e a REDE VIDA DE TELEVISÃO são a certeza de que população brasileira merece ter acesso à boa cultura e a uma educação de alto nível!
É a REVOLUÇÃO NA TELEVISÃO!!!

Obs.: Hoje, dia 20 de junho de 2011, comemora-se os 16 anos da Rede Vida: com homenagens na Câmara dos Deputados e em inúmeras Assembléias Legislativas e Câmaras Municipais.

5 comentários:

Anônimo disse...

Fala, Delmanto. Belo post. Tocou num assunto importante que é a avacalhação da família brasileira promovido pela Rede Globo. É mulher com mulher e homem com homem. É um tal de “lavou tá novo”, induzindo as meninas a começarem a “ficar” , por que é “tão natural” !!! Ora, alguém tem que por ordem nesta casa! A TV Cultural e a Rede Vida realmente são um bom exemplo. E sem puritanismo, só deixando claro que o Brasil não é a “casa da mãe Joana” para continuar essa imundice. Vamos denunciar esses corruptos da Globo, que surgiram “por baixo do pano” por dominação dos EUA e ficam bancando de donos da verdade. Boa! Valeu! (bastosgustavo32@yahoo.com.br)

Anônimo disse...

Do “movimento Salve o Rádio e a TV Cultura”, pescamos está preciosidade: “O problema é que a política cultural e de comunicação do PSDB é pautada pelos mesmos princípios macroeconômicos que determinam outras políticas públicas, ou seja, é ideologicamente determinada pela redução do tamanho do Estado. Assim, o poder público deve abandonar completamente o setor produtivo (inclusive o de conteúdo cultural), deixando-o para a iniciativa privada. No campo audiovisual a proposta passa a ser, então, a de comprar a produção de terceiros.
O economista João Sayad foi colocado como presidente da Fundação Padre Anchieta, exatamente para completar essa “reforma”. O novo projeto implica em diminuir o tamanho da emissora, reduzir custo e implantar a nova filosofia que abandona a ideia de ter produção própria e transforma a emissora em uma mera repetidora de conteúdo comprado no mercado nacional e internacional. Caso isso aconteça, a TV Cultura irá se transformar em uma simples “antena pública”. Sayad parece ser a pessoa adequada para fazer esse trabalho, quando secretário de Cultura do Estado contratou várias Organizações Sociais (OS) para administrar instituições públicas sob alegação de “flexibilizar” e “agilizar” a gestão. Para muitos críticos, isso não passa de uma forma disfarçada de privatização”
Dessa forma, mais uma vez, o PSDB vem para desmontar o Estado. Não chega o descarte pífio da FEPASA, do Banespa, da CPFL e outros? O Covas já morreu, mas o PSDB continua querendo acabar com o Estado de São Paulo! (jair.castro66@yahoo.com.br)

Anônimo disse...

Graças à sua independência administrativa, ou seja, não está a TV CULTURA diretamente subordinada ao Governo do Estado, é que pode sobreviver nos “anos de ferro” da repressão, no Governo de Paulo Egydio Martins. Nessa época, em que houve a perseguição e morte do Herzog (então Diretor de Jornalismo da TV Cultura), o então presidente da Fundação Anchieta e Secretário da Cultura, José Mindlin, reagiu bravamente e teve o apoio do governador Paulo Egydio Martins, que gozava de bom trânsito em Brasília e a TV CULTURA manteve a sua independência. Agora, novamente estão querendo privatizá-la (PSDB) como já fizeram com outras tradicionais e competentes empresas estatais paulistas. Vamos defender a TV CULTURA!
(luisroberto-souza@yahoo.com.br)

Anônimo disse...

Tive a oportunidade de conhecer muitas pessoas que se beneficiaram com o Curso de Madureza da TV Cultura. Além desse curso, tinha curso de línguas bem elaborados. Acho que a criação pioneira da TV Cultura foi um marco cultural de grande importância para o país. Na Rede Vida, além das missas diárias, acompanho o terço com o Padre Marcelo Rossi. Vejo toda semana o Papa Bento XVI e recebo a sua bênção. Vejo também as outras emissoras, mas não vejo as novelas que só desagregam a família, só colocam em dúvida os valores de nossa civilização. Tem uma novela na Globo que a moça rica deve sofrer de “furor uterino”, ganhando de qualquer cadela no cio...E tudo aparece como se fosse tudo normal. Vadiagem, traição familiar, negociatas, enfim, elas (as novelas) deixam a certeza de quem é honesto e sério só leva ferro e fracassa na vida. Já que as direções das emissoras não exercem o “controler” necessário o Ministério Público deveria acompanhar com mais atenção isso tudo. No SBT – do homem do baú que conseguiu “quebrar” um Banco, salvo pelo governo! – até beijo de duas mulheres e não foi beijo técnico, não. Pura sacanagem. E, além do mais, fazem apologia da fracassada guerrilha urbana. Esse pessoal da “luta armada” foram uns fracassados e quando aprisionados entregavam os amigos numa boa. Só foram bons para “dar a mordida” nas milionárias pensões por indenização referente ao que “sofreram” durante o Regime Militar. São os grandes parasitas da Pátria, sempre assistidos por aquele advogado Greenhald (?) que deu o maior trabalho para a Prefeita Erundina qdo era vice-prefeito e fez “negócios” com muitas empreiteiras: o Palocci não inventou nada, os petistas são “profissionais” nisso tudo. (carla.bueno2011@bol.com.br)

Anônimo disse...

João Bosco Guimarães Mafra
(www.dihitt.com.br)

comentou 41 minutos atrás
Delmanto,
Aqui neste país de faz de contas, uma emissora que pregava a REVOLUÇÃO CULTURAL teve suas programação desvirtuadas devido a falta de incentivos do governo, proprietário da Própria TV CULTURA.( maior acionista)
Agora ela precisa sobreviver e isto quer dizer, colocar patrocinadores, anunciantes etc. etc. perdendo assim todo o seu foco que era ser independente (livre de anunciantes).
Infelizmente ou melhor, quem sabe para melhor, desde que não desista de suas boas intenções.

João Bosco

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