agosto 25, 2011

Vassoura, Faxina, Jânio...e a Dilma?!?

(por Duke)

”Setores do PT temem que a 'faxina' carimbe o governo Lula como corrupto”.

Nada mais apropriado para se falar de FAXINA do que o dia de hoje: 25 de agosto!50 anos passados, o então Presidente do Brasil, Jânio da Silva Quadros renunciava ao seu mandato. Em várias entrevistas, deixava claro:

“O Brasil é um país onde ninguém renuncia a nada. Deodoro, renunciou; Getúlio Vargas, renunciou; Carlos Lacerda, renunciou; eu, renunciei e deixei a explicação! Sempre fui eleito e ocupei cargos públicos pelo voto popular. Democracia repousa na autoridade, sem autoridade não existe a verdadeira Democracia. Eu não tinha condições de governar com o boicote e a resistência do Congresso Nacional. Por isso, renunciei. Não podia macular a confiança que depositaram em mim. Não podia enganar os que acreditaram em mim.”



(do album de fotos da Folha.com/25/08/2011)

Tendo como símbolo de sua campanha a VASSOURA, Jânio de vereador, passando pela Assembléia Legislativa, Prefeito de São Paulo, Governador de São Paulo, Deputado Federal e Presidente da República, SEMPRE pautou sua trajetória no combate intransigente aos corruptos e pregava a necessidade de reformas urgentes para o país. No vídeo abaixo, da rede Globo, mais o post deste blog ”Jânio Quadros: 50 Anos de História”, é possível que se tenha um retrato fiel desse personagem importante de nossa história política.

A vida de Jânio Quadros/Arquivo Nacional da Globo/ veja aqui

Jânio Quadros: 50 Anos de História!/leia aqui

Nesse cenário é que devemos entender as declarações da presidenta Dilma com o objetivo claro de acalmar as bases partidárias (principalmente o PT e o PMDB) de que não terá como objetivo de governo fazer FAXINA contra a corrupção. Não poderia ter dito outra coisa. Ela realmente NÃO foi eleita para fazer a FAXINA política. Ponto e basta!

Agora é preciso ver as circunstâncias...

O cenário político brasileiro é de uma prática política impregnada pela troca de favores entre os partidos aliados, que tem evoluído para verdadeira “rapinagem” em alguns setores, como foi amplamente denunciado e verificado pela Polícia Federal. Em todos os casos, a presidenta Dilma agiu com sobriedade, mas com firmeza. E devemos esperar dela, somente isso: agir sempre que necessário, honrando o cargo que ocupa!



Senadores de vários partidos querem frente de apoio à Faxina e à presidenta Dilma/ leia aqui

Dilma nega FAXINA como meta de Governo/ leia aqui

Há uma frase famosa de uma humorista que diz: “Mas isso não lhe pertence!” Exatamente isso que queremos dizer – com todo o respeito! – à presidenta Dilma: “- Essa decisão de fazer ou não a FAXINA, NÃO LHE PERTENCE ! Ela é INERENTE ao cargo de Presidente da República!!!

E a FAXINA deverá continuar, independentemente da vontade dela. Ela FARÁ A FAXINA, SIM!

Não como meta, mas como disse, são “os ossos do ofício, ossos da presidência”... “Os malfeitos serão apurados, sempre!”.

E a nós, brasileiros, aos jornalistas, políticos, blogueiros e participantes das redes sociais, fica o encargo de manter levantada a bandeira: a BANDEIRA DA FAXINA !

8 comentários:

requeri disse...

são uns abusados.
o brasil é uma empresa da qual somos os donos e pra qual contratamos funcionários para gerir. pagamos pra eles trabalharem direito e eles nos roubam. pq temos que aguentar isso??? o povo é ignorante, e se deixa subjugar.

é isso.

Delmanto disse...

Em artigo publicado hoje na grande imprensa, o ex-governador José Serra deu duas informações interessantes: que o seu primeiro voto para Presidente da República foi para Jânio Quadros e obteve uma informação do ex-deputado Plínio de Arruda Sampaio sobre a honestidade e competência Jânio à frente do Governo de São Paulo. Plínio de Arruda Sampaio é originário da Democracia Cristã, assim como Franco Montoro, Carvalho Pinto, Queiroz Filho, Hélio Bicudo e o próprio Jânio Quadros. Pois bem, após a posse de Carvalho Pinto, eleito governador graças à popularidade de Jânio, e mesmo sendo “leal companheiro” realizou, segundo Plínio de Arruda Sampaio, um levantamento em toda a estrutura do governo estadual e não encontrou nada que desabonasse a figura de “governador incorruptível” que Jânio gostava de ostentar.
É uma declaração importante e reveladora do perfil político de Jânio e de como era visto por um estudante, filho de uma família de imigrantes que estavam, como outros milhares de imigrantes e de migrantes, construindo a grandeza de São Paulo. No período subseqüente, José Serra seria eleito presidente da UNE (antes de ter sido transformada em reduto pelego do PC do B) no difícil período que antecedeu a implantação do Regime Militar.
É Registro Histórico.

Anônimo disse...

Essa é a questão, Delmanto. A FAXINA vai continuar de qualquer jeito. A população está ligada e já tem demonstrado (nos índices de popularidade da presidente Dilma) que quer a FAXINA! É só ver o que está acontecendo no Chile, com a mobilização dos estudantes a favor da melhoria de ensino e da gratuidade da universidade para quem comprove não ter condições. Começou com quase nada e se transformou nessa onda gigantesca que está assustando não só o governo do Chile, mas todos os governos da América Latina.
Assim é o que vai ocorrer no Brasil se a FAXINA for interrompida. Ninguém vai segurar a mobilização midiática, o povão vai para as ruas e, daí, quem segura? A presidente Dilma que saiba ter jogo de cintura, que saiba “ir dando corda” para essa corja do PMDB e do PT e, na hora exata...pimba!
“Isso não lhe pertence!” É dito popular, divulgado por uma comediante mas que serve muito bem para a Dona Dilma. A FAXINA é, SIM, inerente ao cargo de Presidente da República! Ninguém é eleito só para fazer a FAXINA, mas TEM SIM que fazê-la caso ocorram fatos e evidências como tem acontecido. É a famosa “herança maldita” que o Lula deixou. Não é a toa que conseguiu ficar 8 anos se ser incomodado pelo Congresso. Que cara de pau essa do Lula, heim? E do FHC, também...Governabilidade...isso pra mim tem outro nome. (jair.castro66@yahoo.com.br)

Anônimo disse...

Então vamos tentar entender. Se o Jânio foi bom administrador, nunca deixou os partidos políticos dominarem os seus governos e, depois de eleito presidente, renunciou após 6 meses de governo alegando que o Congresso Nacional não o deixava governar (e vários projetos de lei, inclusive da área econômica) foram rejeitados, ele passa a ser culpado por tudo o que ocorreu de ruim no Brasil?
Essa é a postura da grande imprensa , de alguns colunistas políticos e de alguns ditos “cientistas políticos” (geralmente de esquerda). Ora, e não se vê críticas à classe política que era, sem tirar nem por, igual a atual classe política. Não se vê críticas ao desgoverno de João Goulart, cheio de demagogia de esquerda (ele um grande latifundiário) mas leniente, desorganizado e dominado por “sua base” política.
É interessante essa posição contrária a Jânio. Ou será pelo fato de ele ter sido o idealizador da Política Externa Independente, a chamada Terceira Via? Ou será porque ele se recusou a entrar no “jogo dos partidos políticos” que hoje leva o nome de “governabilidade”? Ou será porque ele deu “uma banana” para a parte rançosa da UDN que tinha no Estadão e nos Mesquitas, seus maiores representantes? Ou será porque os “empresários” que enricaram com a construção de Brasília não se conformaram com as medidas saneadoras que ele vinha tomando à frente da presidência da república?
O tempo, que é o Senhor da Verdade é que nos dirá...
Vamos dar, como exemplo comparativo, o comando da política externa do Brasil. Enquanto FHC teve inexpressivos Ministros e o Lula apoiou a “política dos trapalhões” do Celso Amorim, o Jânio teve como seu Chanceler o Afonso Arinos de Melo Franco, idealizador da abertura para as jovens Nações Africanas, para o Leste Europeu, restabelecendo relações diplomáticas com a Rússia que estavam cortadas desde 1947 (restabelecendo o equilíbrio necessário frente aos EUA), apoiando a Revolução Cubana, inclusive no caso da Invasão norte-americana (Baia dos Porcos) e antes de Cuba virar “satélite” da União Soviética. Então...
É preciso estudar um pouco de história... (pinto.rodolfo28@yahoo.com.br)

Anônimo disse...

Na TV tem uma propaganda que diz:
”Antes, revolução social começava nas ruas. Agora, começa na rede social.”
Esse é um bom recado para a presidente Dilma meditar, meditar muuuiiito!!!!
(ludmila.cunha@yahoo.com.br)

Anônimo disse...

Ana Maria Tancler Stipp comentou (Facebook):
“Varre, varre, varre, vasourinha...
A faxina tem q ser feita, vamos começar agora.”

Delmanto disse...

Faço um Registro Histórico sobre um episódio ocorrido com o ex-presidente Jânio Quadros. O ex-presidente tentou ingressar no PMDB para retornar à vida política. Foi vetado. E no artigo de José Serra, na data em que se comemora os 50 anos da renúncia de Jânio, veio a sua declaração de que votou em Jânio para presidente e que segundo testemunho de Plínio de Arruda Sampaio, da equipe do governador Carvalho Pinto, a gestão de Jânio como governador foi objeto de um levantamento minucioso que comprovou que nada desabonava a gestão de Jânio à frente do Governo de São Paulo. Mas José Serra declarou que, 30 anos depois, em 1985, ao ser eleito Prefeito de São Paulo, com mais de 70 anos, a sua gestão não teria sido boa.
Não concordo. Acho que Jânio surpreendeu com seu projeto de monotrilho, dos ônibus de 2 andares para facilitar o trânsito, dos investimentos no metrô, dos projetos das grandes avenidas, da criatividade de Oscar Niemeyer para os” boulevards” (que idealizou o Parque do Ibirapuera na primeira gestão de Jânio na Prefeitura), enfim, foi um governo organizado e positivo, apesar de não contar com uma boa relação com o Governo do Estado, cujo Governador era Franco Montoro e ele, José Serra, seu Secretário de Planejamento.
Então, sem fazer juízo do desempenho do Governo Montoro, que foi altamente positivo e moralizador, não posso deixar de fazer restrição ao julgamento de José Serra sobre o desempenho de Jânio à frente da Prefeitura. Pela simples razão de que ele, José Serra, era parte envolvida e adversário político do ex-presidente e então prefeito.
E o registro que trago é uma carta do ex-presidente relatando a sua dificuldade para ingressar no PMDB (no artigo “Jânio Quadros: 50 anos de História!”, publicado neste blog, divulgo outras duas cartas de Jânio):
“Armando. O direito não é meu, é de todos os cidadãos, até dos que me atacam. O Montoro já dividiu o Governo ANTES de recebê-lo do Povo. Ulisses, na Presidência... Covas, vice-governador. Almino, Senador. CONFIRA, MAIS ADIANTE! Indague do Progresso, do José, do Alexandre, o que pensam...Afinal, porquê lutamos? Por quê? Cargos e princípios? Honra ou oportunidades? Conveniências ou interesse popular? Manhas ou Justiça? VOU SER CANDIDATO, SIM! Os Trabalhadores têm muito para ouvir. E, CREIO NELES! E, JÁ OS SERVI! Do amigo Jânio Quadros (em 01-XI-81)”
Quando ele se refere a Progresso e outros nomes, são os militantes do PMDB de Botucatu. O Progresso Garcia foi vereador e seu velho amigo, um dos poucos brasileiros que tiveram a coragem de visitar Jânio Quadros no confinamento que o Regime Militar o colocou em Corumbá. É registro histórico.

Anônimo disse...

Concordo com você, Delmanto. Eu acompanhei aquela avalanche que foi a primeira eleição direta para governador do estado. O PMDB era imbatível, exatamente porque era único estruturado para derrotar o PDS (ex-Arena). Votei no Franco Montoro e vibrei com a sua vitória sobre o Reinaldo de Barros e o Afif Domingos. O Jânio sabia que só teria condições de vencer se entrasse no PMDB. E os caciques do partido impediram a sua entrada. E muitos deles nem tiveram seus mandatos cassados pela revolução de 64.
Depois, na convenção do PMDB a chapa era Montoro para governador e Mário Covas para vice (como disse o Jânio e a carta dele era de 1981, bem antes da convenção) e só não ficou o Mário Covas porque o Quércia saiu candidato e o derrotou. Depois, como consolação, o Montoro o nomeou (nomeado!) Prefeito da Capital. O Ulisses só não foi o candidato a presidente porque a oposição não podia se dividir e o Tancredo Neves (que veio do PP para o PMDB) não abria mão de sua candidatura a presidente. O Dr. Ulisses teve que ceder... O Almino foi candidato ao Senado, mas a turma dos reacionários do PMDB elegeram e trabalharam para o Severo Gomes.
Então, um ano antes, o Jânio cantou direitinho o jogo. E não venha agora esse Serra querer julgar o Jânio. Ele é parte envolvida, não tem isenção e, além do mais, não tem gabarito para querer julgar o Jânio, muito menos se comparar a ele.
Fruto da gestão de Jânio, quando começou a ser elaborado, no governo de Carvalho Pinto tivemos o famoso Plano de Ação, fruto do trabalho do Jânio e do Carvalho Pinto. E o que ele, Serra, fez como Secretário Estadual do Planejamento??? Teve algum plano revolucionário? Na educação? Na saúde?
Pode parar. Esse Serra já era. (carlosantoniomascarenhas@yahoo.com.br)

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