setembro 26, 2011

Ciccillo Matarazzo: Mecenas da Cultura Brasileira!


Francisco Antonio Paulo Matarazzo, conhecido como Ciccillo Matarazzo, filho de Ângelo Andrea Matarazzo e Maria Virgínia Geraldi, nasceu em São Paulo, em 20/02/1898 e faleceu, também em São Paulo, em 16/04/1977. Seu pai, por indicação do Conde Francesco Matarazzo, foi eleito para o Senado Italiano. Ciccillo, faleceu em seu apartamento, no Conjunto Nacional, onde da sacada podia ver a cidade que tanto amava...

Ciccillo Matarazzo: o Mecenas ! / leia aqui

Estudou dos 10 anos aos 20 anos na Itália, como era costume das famílias italianas, àquela época, mandarem estudar seus filhos na Itália. Também estudou Engenharia, sem concluir o curso, em Nápoles e na Bélgica. Juntamente com o primo Julio Pignatari dirigiu a Metalúrgica Matarazzo – Metalma. Em 1943, casou-se, no México, com Yolanda Penteado, de tradicional família paulista.

Apaixonados por artes plásticas, cultos e refinados, ajudam a transformar São Paulo na Capital Cultural da América Latina. Locomotivas da vida artística paulistana, eles reuniram em, 1948, obras de seu acervo particular — com assinaturas de Alfredo Volpi, Di Cavalcanti e Marc Chagall, entre outros — para fundar o Museu de Arte Moderna de São Paulo, sediado na então badalada Rua Sete de Abril, no centro. O prédio era de Assis Chateaubriand. Três anos depois, fizeram a primeira edição da Bienal de Artes de São Paulo, na Avenida Paulista.

O MECENAS


(na mini-série “Um Só Coração”, da Rede Globo, Ciccillo foi representado por Edson Celulari)

A cultura brasileira teve a marca pessoal de Ciccillo Matarazzo: o Teatro Brasileiro de Comédia, a Companhia Cinematográfica Vera Cruz, a Cinemateca Brasileira, a construção do Parque do Ibirapuera, o Museu de Arte e Arqueologia da Universidade de São Paulo, o Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo, o Presépio Napolitano, o Balé do 4º Centenário e as representações brasileiras nas Bienais de Veneza.


(Pavilhão Ciccillo Matarazzo/ Parque do Ibirapuera)

Importante destacar que, em 1951, no governo de Lucas Nogueira Garcez e diretamente controlada pela prefeitura,foi criada a “Comissão do IV Centenário de São Paulo”. Presidida por Francisco Matarazzo Sobrinho, a Comissão se encarregou da escolha do local para sediar as comemorações dos 400 anos de São Paulo, bem como da encomenda do projeto e a construção do parque que viria abrigar os festejos. Ciccillo encomendou ao arquiteto Oscar Niemeyer os projetos dos edifícios que deveriam compor o Parque do Ibirapuera e para a concepção paisagística, Roberto Burle Marx foi o escolhido.
Pavilhão Ciccillo Matarazzo/ Parque do Ibirapuera/ leia aqui

O POLÍTICO

(o símbolo do IV CENTENÁRIO DE SÃO PAULO é de autoria de OSCAR NIEMEYER)

Único da família Matarazzo que entrou na política nacional durante os anos de opulência do Império Matarazzo: foi Prefeito de Ubatuba (1964/69). Seu lema de governo foi: “40 anos em 4 anos”. Como Benfeitor da cidade, Ciccillo é sempre lembrado pela comunidade. Por iniciativa da Prefeitura Municipal, Ubatuba construiu o Memorial “Ciccillo Matarazzo”, cujo projeto foi contratado pela Funart e apresenta importante período da história do município, a partir de 1948. Instalado no antigo gabinete de Ciccillo, mandado construir por ele, o Memorial abriga também a Biblioteca Municipal.

Francisco Matarazzo Sobrinho, uma vida de amor às Artes/ leia aqui


(Memorial Ciccillo Matarazzo/ Ubatuba/SP)

Ciccillo Matarazzo é considerado o Mecenas da Cultura Brasileira. Sobrinho do Conde Francesco Matarazzo, era um visionário e um entusiasta da cultura e da arte. Viveu intensamente e soube construir, com amor, um legado que direcionou a formação da cultura nacional.

4 comentários:

Anônimo disse...

Delmanto, eu sou de São José dos Campos e desde pequeno ouvia falar de Ciccilo Matarazzo. Realmente era uma unanimidade, como homem público e como promotor da cultura. Fez uma gestão moderna em Ubatuba, atacando pontos IMPORTANTES da saúde pública, como a rede de esgoto na área central. Hoje, Ubatuba se orgulha de apresentá-lo no MEMORIAL “Ciccilo Matarazzo”. Foi um Mecenas da cultura , mas foi, fundamentalmente, um CIDADÃO PRESTANTE! (carlosantoniomascarenhas@yahoo.com.br)

Anônimo disse...

Com Ciccillo Matarazzo, a família Matarazzo deu uma grande contribuição à cultura e à política do país. Mesmo não sendo político, foi convocado pelos partidos polítcos de Ubatuba para ser candidato a Prefeito Municipal. Já com 65 anos, aceitou o desafio. E gostou. Fez uma excelente gestão naquele balneário. E a sua atuação como promotor da cultura é conhecida de todos. Hoje, da família Matarazzo, temos atuando com destaque, o Senador Eduardo Matarazzo Suplicy, o Diretor da Globo Jaime Monjardim Matarazzo, o Andrea Matarazzo que é o Secretário Estadual da Cultura e já foi Embaixador do Brasil na Itália e a Claudia Matarazzo, Chefe do Cerimonial do Palácio dos Bandeirantes (Governo de São Paulo). Muito boa a lembrança. Os bons exemplos precisam ser divulgados. O exercício positivo do civismo é uma raridade e uma grande necessidade para estes nossos dias tão marcados pelos malfeitos dos homens públicos do país.
(jair.castro66@yahoo.com.br)

Anônimo disse...

Caro Delmanto, isso tudo deveria ser divulgado obrigatoriamente por nossas escolas, pelo menos aqui em Sampa. O símbolo do 4º Centenário é uma obra prima e muito pouca gente conhece ou se lembra dele. Foi um pedido do Ciccilo Matarazzo ao arquiteto Oscar Niemeyer. E tem a música do 4º Centenário que é do Mário Zan. Pô, São Paulo precisa valorizar mais as suas tradições e a sua cultura. No 4º Centenário, o Ciccilo conseguiu trazer o painel “Guernica” de Picasso para a Bienal das Artes no Ibirapuera, uma vitória da cultura brasileira, pois raramente o MOMA de Nova York libera o seu acervo para mostras no exterior.Muito boa essa divulgação. Bola pra frente! (bastosgustavo32@yahoo.com.br)

Delmanto disse...

Sem bairrismo, mas destacando uma cidade do interior (Botucatu) que revelou para o Brasil um dos mais expressivos dramaturgos e telenovelista da atualidade: Alcides Nogueira. Vencedor no teatro, entre outras, com Lua de Cetim e Feliz Ano Velho (adaptação do livro de Marcelo Rubens Paiva), Pólvora & Poesia, Florbela e em novelas globais, como co-autor (De Quina Pra Lua, Direito de Amar, O Salvador da Pátria, Rainha da Sucata, Deus nos Acuda, A Próxima Vítima, Torre de Babel, Um Só Coração , JK e O Astro; sendo que em vôo solo é autor de O Amor está no Ar e Ciranda de Pedra.
O Alcides escreveu suas primeiras crônicas no jornal “Vanguarda”, que eu fundei em Botucatu e, à época, já mostrava a sua grande criatividade. Fomos colegas no curso de Direito na São Francisco e ainda fez pós graduação na Suíça, em Direito Autoral.
Pois é dele – feliz coincidência! -, em co-autoria, a novela “Um Só Coração”, quando em parceria com Maria Adelaide Amaral retratou tão bem a vida de Ciccillo Matarazzo.
É o registro exuberante daquela São Paulo efervescente, com a industrialização empurrando a todo vapor a LOCOMTIVA PAULISTA, e repercutindo no teatro e nas artes em geral. E a figura de Mecenas de Ciccillo Matarazzo ficará marcada para sempre.
Presidente da Comissão do IV Centenário de São Paulo, foi quem escolheu o Ibirapuera para a construção do Parque. Dele é a escolha de Oscar Niemeyer e Burle Max para as obras arquitetônicas e de paisagismo que fizeram do Parque do Ibirapuera uma “avant-première” de Brasília.
É registro Histórico.

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