setembro 24, 2011

Monumento às Bandeiras: Perfil dos Paulistas!


Na gravação em pedra da energia épica e gloriosa dos Bandeirantes que ampliaram e consolidaram as fronteiras do país e a formação da nacionalidade. Armando de Salles Oliveira buscou perpetuar as mais nobres tradições paulistas, mandando erigir um monumento aos heróis do passado. Na obra de Victor Brecheret ficou consolidado, historicamente, o perfil do paulista! Com figuras másculas e imponentes – retrato dos nossos heróis! – imortalizou no granito as tradições paulistas”.
(“História da Vitória Política Paulista – 1934”, 2010, Ed. Peabiru, de Armando M. Delmanto)



No Ibirapuera foi levantada magistralmente pelo famoso escultor italiano Victor Brecheret (Vittorio Brecheret), o “Monumento às Bandeiras”. Tornada Símbolo dos Paulistas por ato do então governador Armando de Salles Oliveira, a obra e o escultor precisam ter melhor divulgados os caminhos que foram percorridos até a sua consolidação.

A Obra:





O “Monumento às Bandeiras” foi oficialmente apresentado ao publico em 1920, como parte das comemorações da Independência. Em 28 de julho daquele ano, o projeto foi apresentado ao público na Casa Brigton, na rua XV de Novembro. Apesar de ter sido muito bem recebido pelo público, o Estado optou por não implantá-lo para não criar atrito com a comunidade portuguesa, que também tinha oferecido à cidade um monumento à saga bandeirante.

Em 1936, Armando de Salles Oliveira, então governador, decidiu construir o monumento em frente ao espaço que viria a ser o Parque Ibirapuera. Principalmente após a Revolução Constitucionalista de 1932, era importante definir o perfil dos paulistas e a sua grande obra: As Bandeiras! As obras do monumento, iniciadas no mesmo ano, e sempre com o acompanhamento pessoal de Armando Salles, foram paralisadas durante a 2ª Grande Guerra. Em 1944, o governo transferiu a construção para a prefeitura, que só retomou os trabalhos em 1946.

A inauguração aconteceu em 25 de janeiro de 1953, durante as comemorações do 399º aniversário da cidade. Com 12m de altura, 50m de extensão e 15m de largura, o “Monumento às Bandeiras” representa uma expedição bandeirante subindo um plano, com dois homens a cavalo. Uma das imagens representa o chefe português e a outra, o guia índio. Atrás, um grupo formado por índios, negros, portugueses e mamelucos puxa a canoa das monções, usada pelos bandeirantes nas expedições pelos rios. A obra foi instalada no sentido de entrada dos bandeirantes pelo interior.

Em frente ao monumento, há um mapa de Afonso Taunay, esculpido no granito, que mostra o roteiro das expedições com os nomes de alguns bandeirantes famosos, entre eles Fernão Dias, Anhanguera, Borba Gato e Raposo Tavares. Versos dos poetas Guilherme de Almeida e Cassiano Ricardo lembram as bandeiras em placas nas laterais da escultura. A praça recebeu o nome de Praça Armando de Salles Oliveira, em homenagem ao governante paulista.

O Escultor:


O escultor nasceu em Farnese, província de Viterbo/Itália, aos 22 de fevereiro de 1894, falecendo em São Paulo, em 17 de dezembro de 1955. Foi o responsável pela introdução do Modernismo na Escultura Brasileira.

Precocemente mostrou interesse pelas artes indo, aos 13 anos, estudar no Liceu de Artes e Ofícios da capital, A seguir , foi para Roma enriquecer seus estudos, onde ficou até 1919. Voltou ao Brasil e, em 1921, seguia para Paris (com pensão do Governo), onde ampliou seus estudos até 1935/36. Mesmo estando tanto tempo fora do Brasil, Brecheret sempre mantinha contato com os intelectuais brasileiros. Foi um dos integrantes da Semana de Arte Moderna de 1922 e mesmo não estando fisicamente presente, participou com 12 de suas esculturas. Brecheret teve sua “fase italiana”, posteriormente a sua “fase francesa” e, finalmente, a sua “fase brasileira” , com destaque para suas obras: Monumento às Bandeiras, Parque Ibrapuera, SP; Duque de Caxias, Praça Princesa Isabel, SP; Fauno, Parque Siqueira Campos (Trianon), SP; Depois do Banho, Largo do Arouche,SP; Graça I e Graça II, Galeria Prestes Maia, SP; Busto Santos Dumont, Aeroporto de Congonhas, SP; Diana Caçadora, Teatro Municipal, SP; Fachada e Interior, Jockey Club de São Paulo; Morena, Ministério da Educação e Cultura, Brasília; Bartira, Ministério da Educação e Cultura, Brasília; Índio e Suassapara – Middelheim, Anvers-Bélgica; Máscara de Menotti del Picchia, Praça Juca Mulato,SP; Busto de Alcântara Machado, Academia Paulista de Letras,SP; Busto de Brasílio Machado, Faculdade de Direito da USP (Largo de São Francisco),SP; Banho de Sol, Palácio Itamarati-Brasília; O Grupo, La Roche-sur-Yon, França; Retrato de Santos Dumont, Sala Presidencial da Base Aérea de Brasília.

6 comentários:

Anônimo disse...

Paris é conhecida pela Torre Eiffel, Roma pelo Coliseu, Nova York pela estátua da Liberdade, o Rio pelo Cristo Redentor e São Paulo pelo Monumento às Bandeiras, o famoso “deixa que eu empurro”!
É, de fato, a cara de São Paulo. Para lembrar para todo o Brasil que foram os Bandeirantes que ampliaram e consolidaram as divisas do território nacional. Foram os Paulistas que lutaram para manter íntegras as fronteiras que garantiram tamanho continental ao país.
Sempre é bom destacar esse perfil dos paulistas. A cidade de São Paulo, hoje, é a MAIOR CIDADE DO NORTE/NORDESTE. Abriga a todos sem preconceito. São Paulo é o RETRATO do Brasil. E o Monumento às Bandeiras é o orgulho de todo paulista!
(danilo-gomes40@live.com)

Anônimo disse...

“Bandeira da minha terra,
Bandeira das treze listas:
São treze lanças de guerra
Cercando o chão dos paulistas!
...................................................

Bandeira que é nosso espelho!
Bandeira que é nossa pista!
Que traz no topo vermelho,
O coração do Paulista!”
Guilherme de Almeida.

Delmanto, sempre me emociona a lembrança dos Bandeirantes, das Bandeiras e da Revolução Constitucionalista de 1932. E as palavras de Armando de Salles Oliveira ficarão para sempre gravadas nos corações dos paulistas contra a infâmia de que São Paulo era separatista:
“Como pode ser separatista um povo que, nos tempos coloniais, dilatou as fronteiras da Pátria e deixou em todos os recantos do território nacional a marca da sua passagem! Como pode ser separatista um povo que, no correr da vida independente da nação, veio mostrando sempre, por uma série de atos expressivos, o seu amor ao Brasil e revelando, por todas as formas, os seus sentimentos de fraternidade para com todos os membros da grande família brasileira! Como pode ser separatista um povo de inteligência viva e, portanto, um povo capaz de compreender a estupidez que seria o abandono de uma pátria imensa para constituir uma pátria minúscula! Como pode ser separatista um povo que, jamais, hesitaria em dar o seu sangue, a sua fazenda e a sua vida para que o Brasil não perdesse uma polegada sequer do território nacional ?”
E viva os paulistas e viva o Brasil!!!
(maria-de-lourdes2004@hotmail.com)

Anônimo disse...

São Paulo é a maior cidade nordestina do país, sabiam? São Paulo não discrimina e nunca discriminou. Tivemos a Prefeita Luiza Erundina como Prefeita, com muita honra. O Lula mora em São Bernardo mas é de Pernambuco. Aqui, no Estado de São Paulo, todo o Brasil está representado. São Paulo é o Brasil, sim senhor! Esse Fernando Henrique é carioca. O famoso Jânio Quadros era matogrosense. Quer mais? São Paulo ama o Brasil!!!
(ludmila.cunha@yahoo.com.br)

Anônimo disse...

O monumento às bandeiras lembra a luta dos paulistas para que o Brasil voltasse ao Estado de Direito. Porque o paulista sempre se preocupou com a unidade nacional.
Muita gente não se lembra ou é muito nova. Meu pai sempre comentava com orgulho a atuação de São Paulo contra o ditador Getúlio Vargas. Basta lembrar que ele mandou queimar, em praça pública, as Bandeiras de todos os Estados. Era só o Poder Central, como Hitler e Mussolini. Centralizou as decisões de governo e acabou com a federação. Passou a nomear os governadores e até os prefeitos municipais. Graças à Revolução Constitucionalista de 1932 , o voto passou a ser secreto nas eleições de 1933 e de 1934. E tem mais, a mulher ganhou o direito de votar. São conquistas que são o alicerce da nossa Democracia ainda em construção. São Paulo precisa voltar a ter força política e estabelecer um grande Plano de Metas para que o Brasil alcance um desenvolvimento sustentável em pleno Estado de Direito. (jair.castro66@yahoo.com.br)

Anônimo disse...

È o retrato dos paulistas, todos concordam. Mas é preciso não esquecer que esse importante monumento das tradições dos paulistas e do povo brasileiro foi recuperado pela Prefeita Marta Suplicy! Recuperou e fez parceria com a iniciativa privada para a manutenção do monumento e da praça. Isso é governo sério. Não fez politicagem como esse Kassab que está dando dinheiro público para as obras do campo de futebol do timão...Conversa fiada. São Paulo precisa voltar a ter gente séria na Prefeitura.
(carla.bueno2011@bol.com.br)

requeri disse...

... e eu repito o que disse em outra ocasião, aqui mesmo neste blogg:

quer uma auto-inconfidência??? sou uma adoradora do "deixa que eu empurro" de victor brecheret ... pra sempre!!! além de fascinada por aqueles tempos desbravadores dos bandeirantes.
revi 'a muralha' e este seu texto traz à lembrança a visão daqueles tempos, que o seriado me proporcionou.
o monumento é uma homenagem grandiosa, que não poderia estar em melhor local, do que aquele naquela praça.

bom dizer: a modernidade permeia a atuação do armando de salles oliveira - que empresta seu nome à praça que hospeda o monumento - na história do brasil e, ainda bem!!! na história dos paulistas.

é isso.

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