setembro 12, 2011

Os Tropeiros, o Turismo Raiz e as Novas Comitivas...


(de Benedicto Calixto – Rancho Grande (dos Tropeiros)

Antes das estradas de ferro, e muito antes dos caminhões, o comércio de mercadorias era feito por tropeiros, nas regiões onde não havia alternativas de navegação marítima ou fluvial para sua distribuição. As regiões interioranas, distantes do litoral, dependeram durante muito tempo desse meio de transporte por mulas. Desde fins do século XVII, as lavras mineiras, por exemplo, exigiram a formação de grupos de mercadores no comércio interiorano. Inicialmente chamados de homens do caminho, tratantes ou viandantes, os tropeiros passaram a ser fundamentais no comércio de escravos, alimentos e ferramentas dos mineiros. Longe de serem comerciantes especializados, os tropeiros compravam e vendiam de tudo um pouco: escravos, ferramentas, vestimentas etc. A existência do tropeirismo estava intimamente relacionada ao ir-e-vir pelos caminhos e estradas, com destaque para a Estrada real -- via pela qual o ouro mineiro chegou ao porto do Rio de Janeiro e seguiu para Portugal. O constante movimento, o ir-e-vir das tropas, não só viabilizou o comércio como também se tornou elemento chave na reprodução econômica do tropeirismo.

TROPEIRO

Tropeiro é a designação dada aos condutores de tropas, assim designadas as comitivas de muares, e cavalos entre as regiões de produção e os centros consumidores, a partir do século XVII no Brasil pelos Bandeirantes. Mais ao sul do Brasil, também são conhecidos como carreteiros, pelas carretas com as quais trabalhavam.

Num sentido mais amplo também designa o comerciante que comprava tropas de animais para revendê-las, e mesmo o "tropeiro de bestas" que usava os animais, para além de vendê-los, transportar outros gêneros para o comércio nas várias vilas e cidades pelas quais passava.

Além de seu importante papel na economia, o tropeiro teve importância cultural relevante como veiculador de ideias e notícias entre as aldeias e comunidades distantes entre sí, numa época em que não existiam estradas no Brasil.

Um dos marcos iniciais do tropeirismo foi quando a Coroa Portuguesa instalou em 1695 na Vila de Taubaté, a Casa de Fundição de Taubaté, também chamada de Oficina Real dos Quintos. A partir de então, todo o ouro extraído das Minas Gerais deveria ser levado a esta Vila e de lá seguia para o porto de Parati, de onde era encaminhado para o reino, via cidade do Rio de Janeiro.

Ao longo das rotas pelas quais se deslocavam, ajudaram a fazer brotar várias das atuais cidades do Brasil. As cidades de Taubaté, Sorocaba, Viamão, Santana de Parnaíba, Castro, Cruz Alta e São Vicente são algumas das pioneiras que se destacaram pela atividade de seus tropeiros. (Wikipédia, a enciclopédia livre)



TURISMO RURAL/TURISMO RAIZ/REGISTRO HISTÓRICO/PARTE I/leia aqui

TURISMO RURAL/TURISMO RAIZ/REGISTRO HISTÓRICO/PARTE II/leia aqui

As Novas Comitivas

A exploração das áreas de antigas fazendas, sítios e Vilas Rurais para atividades turísticas está sendo tratada com a seriedade própria de empresários que sabem que aí está um filão muito pouco explorado e que pode render muito para regiões que entraram em decadência após o ciclo produtivo de seu meio rural. Muitas Prefeituras, com a ajuda e orientação do Sebrae, promovem seminários e fornecem orientação e assessoria aos interessados em ingressar nesse novo ramo empresarial.

Assim, procurando definir o perfil rural de uma típica cidade que vivenciou o Tropeirismo, é que fomos buscar na história de Botucatu, os elementos para que possa ser "adotado" o novo conceito das NOVAS COMITIVAS. E para que possamos planejar o nosso turismo rural explorado empresarialmente é preciso que o Poder Público estabeleça as regras para o trabalho em parceria com a iniciativa privada.

Além de visitação a tudo o que tenha em termos da cultura de café, como o Museu do Café e as antigas Fazendas , é preciso que se tenha um projeto inicial para a exploração empresarial do turismo rural, do turismo-raiz na cidade de Botucatu/SP.

A idéia das Novas Comitivas surgiu exatamente para incorporar a tradição rural de Botucatu que é tipicamente RAIZ na atuação dos tropeiros e das comitivas do passado.

Assim, somando à atuação das comitivas temos a música sertaneja-raiz, a chamada música caipira, mais uma vez Botucatu é privilegiada: os maiores expoentes da implantação e divulgação da música caipira são de Botucatu. Os nomes de Angelino de Oliveira, Raul Torres e Serrinha, estão gravados definitivamente na história da musica caipira, da música sertaneja-raiz.



Nas matérias TURISMO RURAL/TURISMO RAIZ – PARTES I e II, nos links citados, temos todo o histórico do Tropeirismo, das Comitivas e da verdadeira Música Raiz.

4 comentários:

Anônimo disse...

Muito bom. Os bons empresários e as prefeituras espertas estão partindo para a valorização do nosso interior. Em Piracicaba tem um escritor, Cecílio Elias Netto, que publicou o “Dicionário do Dialeto Caipiracicabano” (Arco, Tarco, Verva). No dicionário, TARCO ”é o mesmo que talco. Piracicabano, como se sabe, sempre fica em dúvida, no barbeiro, entre tarco (talco), arco (álcool) e Acqua Verva (Velva). Mas, com muié, prefere tarco. Muié diz: “Depois do banho meu marido sempre qué qui eu use tarco!.
È isso mesmo! As prefeituras estão incentivando (sempre em parceria com a iniciativa privada) a formação de monitores para a implantação do Turismo Rural. São dadas aulas de “caipirês”, com toda a terminologia da língua caipira. São contratados violeiros que conheçam as mais clássicas musicas caipiras. Cursos de culinária regional, com as receitas dos pratos típicos das comitivas. Enfim, proporcionar o resgate da cultura rural do século retrasado e implementar o poderoso e rentável ramo turístico.
E nada melhor do que sair , num final de semana da capital, com seu trânsito louco e a correria de sempre, chegando num bucólico interior, com cachoeiras, cabras, vacas e cavalos, bebendo leite “direto da fonte”, pisar na terra e tomar um belo banho no riozinho de águas limpas...
(mariceiaoliveira@yahoo.com.br)

Anônimo disse...

Quem é nascida ou nascido no interior sabe dar valor às boas coisas e causos da gente simples da zona rural. A mais famosa música caipira é a “Tristeza do Jeca”, do Angelino de Oliveira, de Botucatu. Essa música é conhecida no mundo todo. Na 2ª. Grande Guerra Mundial foi tocada nas tropas aliadas, era um código. Ela retrata muito bem como era o homem simples e de como ele via a vida. Já foi gravada pelos melhores cantores do Brasil. Vejam que linda letra:
“Nestes versos tão singelos
Minha bela, meu amor
Pra você quero contar
O meu sofrer a minha dor
Sou igual o sabiá
Quando canta é só tristeza
Desde o galho onde ele está
Nesta viola eu canto
E gemo de verdade
Cada toada representa
Uma saudade
Eu nasci naquela serra
Num ranchinho a beira-chão
Todo cheio de buraco
Onde a lua faz clarão
Quando chega a madrugada
Lá no mato a passarada
Principia o barulhão
Nesta viola eu canto
E gemo de verdade
Cada toada representa
Uma saudade

Lá no mato tudo é triste
Desde o jeito de falar
Pois o jeca quando canta
Dá vontade de chorar
E o choro que vai caindo
Devagar, vai se sumindo
Como as águas vão pro mar
E o choro que vai caindo
Devagar, vai se sumindo
Como as águas vão pro mar”
É a riqueza do interior deste Brasilzão! É o valor da raça brasileira!
(maria-de-lourdes2004@hotmail.com)

Anônimo disse...

A música chamada de caipira, de música raiz me encanta. E é preciso sempre relembrar as suas origens e a importância que ela carrega no fundo de sua musicalidade. A raiz caipira na música se revela por sua simplicidade, regada a poesia, tirada de valores étnicos que se consolidam num mundo de vivências especiais e expressões espontâneas. As músicas expressam sentimentos dos mais variados tipos, quase sempre ligados à terra, à natureza, mostrando que o homem e a natureza são uma só realidade. E na cidade de Botucatu, antigamente chamada de “boca do sertão”, é inevitável não sentir a presença da mais pura raiz caipira, uma vez que os principais compositores de sucesso, seja da moda de viola caipira ou dos repentes, viveram e se inspiraram na região e em seus moradores para compor suas lindas melodias. Assim, Angelino de Oliveira, Raul Torres, Serrinha, Carreirinho da dupla Zé Carreiro e Carreirinho, o Tonico da dupla famosa Tonico & Tinoco, Zé da Estrada da dupla Pedro Bento e Zé da Estrada, tiveram papel fundamental na história da música raiz do Brasil.
(pinto.rodolfo28@yahoo.com.br)

Anônimo disse...

Olha, Delmanto, é muito importante lembrar a mais famosa parceria da música raiz nacional: Raul Tôrres e João Pacífico. Raul Tôrres, botucatuense que trabalhou na então Estrada de Ferro Sorocabana, era um poeta nato e um músico de mão cheia. “Moda da Mula Preta”, “Cabocla Tereza”, “Pingo D’Água”, “Chico Mulato” são algumas das suas músicas que alcançaram sucesso nacional, com destaque especial para “Saudades de Matão”, cuja letra é comprovadamente de Raul Tôrres e a melodia atribuída a Jorge Galati e Antenógenes Silva.
A televisão precisa fazer uma matéria completa sobre esse importante período da música raiz, e lembrar das duplas Raul Tôrres e Florêncio e, depois, com o surgimento da dupla que ficou a mais famosa do país na música caipira: Tonico & Tinoco!
(bastosgustavo32@yahoo.com.br)

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