HIPOCRISIA E CULPA
*ARTHUR VIRGÍLIO
O ex-Presidente Lula se move pela ambição desmedida de poder e é vítima do ódio
que lhe domina a alma. O ódio leva ao egoísmo e este cega seus portadores.
A chamada CPI do Cachoeira, a depender de Lula, será instrumento de perseguição
a adversários políticos e proteção a bandidos aliados, jamais de busca sincera
da verdade. Seus objetivos, aliás, são dois: vingar-se do governador de Goiás,
Marconi Perillo, que cometeu o “crime” de lhe dizer que havia uma quadrilha
montada dentro do governo federal para comprar deputados e assaltar,
organizadamente, os cofres públicos. E, sem dúvida, procurar embaralhar o
julgamento dos mensaleiros, que deverá ocorrer ainda neste semestre.
Sobre Marconi, afirmo com serenidade: ainda não vi nada de concreto que o
incriminasse. Ao contrário, por exemplo, do governador petista do Distrito
Federal, Agnelo Queiroz, que dificilmente escapará do impeachment. Mantenho,
portanto, a crença, no meu companheiro de partido não por essa condição e sim
porque ainda não li ou vi nada que o pusesse na condição de réu.
Lula se engana se pensa que poderá controlar o rumo das investigações, poupando
uns e inventando culpas para outros. Com a imprensa livre e a democracia com
que contamos, a verdade aparecerá, a despeito de tropas de choque e de maiorias
parlamentares. Sua excelência, o fato falará mais alto que artificialismos e
gestos espúrios e desonestos.
Quem tiver culpa no cartório deve pagar, pertença a que partido pertencer,
dirija esta ou aquela empresa. É isso que o Brasil honrado espera dos seus
representantes legislativos.
Se Lula agisse de boa fé, não mentiria dizendo que nunca houve mensalão.
Afinal, ele mesmo, à época do escândalo, foi à televisão pedir desculpas à
nação. Falou-se até em refundar o PT. Lula acenava para as oposições com a
proposta de não disputar a reeleição, em troca de não ser proposto seu
impedimento.
José Dirceu, Silvinho “Land Rover” (que até já cumpriu pena alternativa para se
livrar do processo), Delúbio, João Paulo Cunha e outros do mesmo naipe não
escaparão do exame de seus atos pela mais alta corte judicial do país. E, ao
mesmo tempo, continuo esperando que Fernando Cavendish e Carlos Cachoeira (que
paga R$15 milhões ao brilhante advogado e petista tendencioso Marcio Tomas
Bastos para defendê-lo) falem tudo que sabem da “República do rabo preso”. Tudo
mesmo, sem omitir nada e nem ninguém. Sem mentir, sem inventar, sem
tergiversar.
Aguardemos para ver se a CPMI será – ou não – uma fraude a mais no extenso rol
de dossiês fajutos, corrupção sistêmica e engodos. A sociedade logo perceberá
se será a sinceridade ou a perfídia a presidir o inquérito.
Uma coisa, no entanto, é certa: o julgamento dos mensaleiros deverá ser para
valer. Espero que, brevemente, estejam punidos tanto quanto os que se
envolveram, de fato, no esquema de Cachoeira e da Delta Construções, a
empreiteira preferida do PAC.
Chega de hipocrisia!
*Diplomata, foi líder do PSDB no Senado
2 comentários:
Essa é a verdade! Me ajuda aí, ô meu irmão! Este país precisa de uma mudança URGETE!
(p.gomes@yahoo.com.br)
Por quê será que no Congresso Nacional não se ouve argumentos como o do Arthur Virgílio? Especialmente de São Paulo, o que será que faz o senador Aloísio Nunes? O Suplicy e a Marta são petistas, tudo bem, estão no papel deles, mas esse Aloísio sempre, desde a época do Montoro, sempre fazendo jogo duplo. Nunca está por baixo...Nos governos do Quércia e do Fleury “nadou” de braçada, foi até vice do Fleury e foi ministro do FHC, dá pra entender?!? Gente assim é fogo... Parabéns ao Arthur Virgílio, continua com o mesmo ímpeto de quando era líder do PSDB no Senado. Boa! Valeu!
(carla.bueno2011@bol.com.br)
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