junho 30, 2012

A ELEIÇÃO DO FACTÍVEL *ARTHUR VIRGÍLIO


A ELEIÇÃO DO FACTÍVEL

*ARTHUR VIRGÍLIO

 O Brasil mergulha no processo de escolha de prefeitos e vereadores. É momento delicado, mas também um dos raros em que o País tem a oportunidade de promover mudanças. O povo está cansado do quadro atual e sente, embora sem as elucubrações sócio-políticas dos especialistas, a necessidade de algo mais que uma Democracia de Paisagem, onde o representante popular pouco sabe ou procura saber da vida real – aquela que frequenta o supermercado e anda de ônibus, bem diferente da receptora dos salamaleques, salgadinhos e cafezinhos dos corredores do poder.

          O brasileiro está cansado de ter a vida consumida pelo trânsito, nas grandes e médias cidades, onde a falta de visão ameaça nos transformar num País de vielas. É preciso pensar num transporte coletivo factível, decente, capaz de oferecer uma alternativa a essa situação caótica.

          Também não é suportável que haja cidades brasileiras sitiadas pela insegurança e chefes do crime transformando-se em exemplo de sucesso para uma juventude desesperançada. Como um jovem, pobre, infeliz, sem opção de lazer, nascido e criado na periferia, não iria admirar o sujeito que anda de carrão, cheio de mulheres, se a sociedade não lhe deu o filtro para questionar a origem ou a ética por trás de tanta abastança?

          É hora de votar no melhor. E digo isso não como militante partidário, mas, suprapartidariamente, como alguém que deseja contribuir para a construção de uma Nação mais digna.

          A política está separando o povo dos políticos. As instituições estão desmoralizadas, desrespeitadas por alguns de seus próprios membros, que não entendem a necessidade de transmitir imagem de correção e honestidade à população.

          A maioria dos ocupantes dos cargos de vereador, prefeito, governador, deputado, senador e outros integrantes da burocracia do Estado não entende que há toda uma força pulsante, nas mídias sociais, por exemplo, fazendo críticas ácidas ao exercício do poder e tornando populares os perfis mais críticos. É uma massa que não se conforma com as fachadas, como a de um parlamento que se reúne para impor a força do poder e vira as costas aos anseios da sociedade em momentos cruciais, no que chamo de Democracia de Paisagem.

          É essa Democracia – a de Paisagem – que não constrói portos, aeroportos ou estradas capazes de oferecer raízes à admirável estabilidade econômica atual. Um comando que não é capaz de gerar massa crítica para dizer ao poder que é preciso investir em ferrovias, uma vez que as nossas são sucatas de um passado cada vez mais distante.

          A eleição deste ano, embora disputada no âmbito municipal, nos dá a chance de pensar em tudo isso. Tomara que sejam eleitos gestores e legisladores modernos, que apresentem ideias novas durante a campanha e daí se possa criar uma geração de políticos diferentes, na medida do que o futuro exige de nós.

          Sugiro ao eleitor que julgue as promessas, que normalmente vêm aos borbotões, no calor das eleições, com a lupa do factível. Ou o prometido é realizável ou execre-se o demagogo. O Brasil emergirá melhor das eleições, com medidas como essa.
          Boa sorte a todos nós.

          *Diplomata, foi líder do PSDB no Senado

2 comentários:

Anônimo disse...

Olá, Delmanto.
Janio comentou a notícia A ELEIÇÃO DO FACTÍVEL *ARTHUR VIRGÍLIO.

Comentário:
Um governo que rende culto ao consumo exacerbado,
enquanto a inadimplência vai ao ápice... (Janio)
##################$$$$$


têm toda razão.Ha uma nuvem de fumaça que esconde, infeitiça,
alucina e distorce a realidade. Uma visão endeusada,esquizóide,
baseada em personalismos.Um perigo, diga-se de passagem.
Temos aí, uma presidente que cultua o consumo exacerbado e
por tabela, um país endividado.Gente que se torna inadimplentes inveterados, motivado pelo discurso fácil do governo.
Isso ninguém fala, vive-se de aparência. E esse teatro encenado
incluíndo Hugo Chaves no MERCOSUL... Foi patético.aceitar aquele
imbecil, sempre rejeitado por quem tem um mínimo de inteligência, foi de um acinte, trair a gente,tão peculiar ao pt,e sua visão Tupiniquim, amofinada, tacanha, mesquinha sobre o que é ser
democrático. Valha-me minha Santa Aquiropita...rsrsrs
Janio


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Anônimo disse...

Olá, Delmanto.
Madalena comentou a notícia A ELEIÇÃO DO FACTÍVEL *ARTHUR VIRGÍLIO.

Comentário:
Aqui na minha região houve coligações de partidos
jamais imaginaveis que poderia acontecer, não entendo
muito de politica mas choquei.
Bom domingo!
Abraços

Responda e leia mais no endereço http://www.dihitt.com.br/meu_conteudo#n=a-eleicao-do-factivel-arthur-virgilio&c=1581681

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