REGISTRO HISTÓRICO: 40 ANOS DA ABL!
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Ao saudar todos os seus Membros (Efetivos, Honorários e Correspondentes), ativos e falecidos, o fazemos nas pessoas saudosas do Dr. Antonio Gabriel Marão – Presidente Perpétuo! – e da Profa. Elda Moscogliato – Secretaria e “alma mater” da ABL !
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Através da revista Peabiru fizemos ampla pesquisa sobre a ABL e contamos com a colaboração valiosa de inúmeros literatos, todos Membros Efetivos da Academia, com seus artigos ricos em detalhes, formando, assim, o perfil intelectual da Academia Botucatuense de Letras.
Com o histórico da ABL já publicado e que pode ser acessado nos links abaixo (divididos em seis partes), temos o maior acervo sobre a Academia. Verdadeiro “LIVRO HISTÓRICO VIRTUAL”, de fácil acesso, possibilitando a que seja conhecida essa vitoriosa iniciativa da “intelligentzia botucatuense”, no resguardo de sua história e de sua cultura.
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E que sirva de exemplo e incentivo para que as comunidades interioranas deste imenso país, passem a cultuar seus valores literários, artísticos e o rico folclore regional.
Temos a certeza que uma entidade cultural – fruto da ação organizada da comunidade! - como a ACADEMIA BOTUCATUENSE DE LETRAS – ABL, traz na comemoração de seus 40 anos a garantia de que a sua “caminhada peabiruana” continuará dando a Botucatu uma nova era de dedicação à literatura, às artes em geral e ao seu rico folclore que valoriza o Curupira, o Gigante Deitado, o misticismo das Três Pedras e registra os “criatórios” pioneiros de Saci na região da Cuesta.
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Sucesso!
Vitória “Ad multos annos”!
- Histórico da Academia Botucatuense de Letras – Parte 1/ leia aqui
- Histórico da Academia Botucatuense de Letras – Parte 2/ leia aqui
- Histórico da Academia Botucatuense de Letras – Parte 3/ leia aqui
- Histórico da Academia Botucatuense de Letras – Parte 4/ leia aqui
- Histórico da Academia Botucatuense de Letras – Parte 5/ leia aqui
- Histórico da Academia Botucatuense de Letras – Parte 6/ leia aqui
- Templo Negro Fálico! / leia aqui
7 comentários:
Uma Academia de Letras “sui generis”.
Surgiu, ousadamente, com as suas particularidades e – por quê não? – com sua maturidade e avanço social: foi pioneira ao admitir, desde a sua fundação (1972) , como Membros Efetivos, duas mulheres! Assim, antecedeu, em alguns anos, idêntica iniciativa da Academia Brasileira de Letras!
Outra particularidade: tinha, desde o seu início, três Patronos vivos! Eram os botucatuenses, todos Membros Efetivos da Academia Paulista de Letras, Alceu Maynard Araújo, Francisco Marins e Hernâni Donato, o primeiro filho “adotivo” e os outros, botucatuenses natos. Francisco Marins foi por 2 vezes presidente da Academia Paulista de Letras e Hernâni, Secretario. Hoje, Marins é o Presidente Emérito da APL e Hernâni é presidente Emérito do Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo. Alceu Maynard Araújo, consagrado folclorista, foi Secretário da Cultura do Grande Oriente.
Mantendo a tradição, a ABL tem , hoje, a poetisa botucatuense, Maria Lúcia Dal Farra, como Patrona da Academia.
Acredito que se deva, sim, comemorar bastante um feito como esse.
É a cultura paulista e brasileira sendo preservada.
É a comunidade interiorana valorizando a atual e as futuras gerações!
Parabéns, ABL!
Caro amigo Armando Delmanto,
Sempre preciso em defender a causa da cultura encarnada na Academia Botucatuense de Letras, para imediatamente estampar em seu já substancial blog a celebração dos 40 Anos desta instituição. Tão logo o trabalho intelectual armou-se em vosso espírito, sob o estimulo de imperativas memórias botucatuenses, este blog ( do Delmanto ), com o mesmo ímpeto dos que fundaram a ABL, tudo fez para o trabalho ganhar a luz. Muito obrigado, por você batalhar, na defesa de nossas tradições.
Olavo Pinheiro Godoy
Membro da ABL
(olavogodoy@yahoo.com.br)
Que história rica de realizações. A Academia de Letras de Botucatu representa um avanço cultural digno de destaque. E fiquei feliz em ver que o ex-prefeito Mário Ielo figura entre seus Membros Honorários. Se eleito, bem que poderia destinar um terreno ou um prédio para sede da ABL. O futuro pode ser melhor e mais rico para a nossa história cultural. (mariceiaoliveira@yahoo.com.br)
É indiscutível a importância de uma Academia de Letras. A acadêmica Sandra Castiel definiu bem essa importância:
“Uma academia de letras existe para isto: para cuidar e difundir o conjunto desse valioso patrimônio que constitui a identidade de um povo, fazendo-se sua guardiã. Como guardiã, sobretudo da língua, cabe-lhe cultivar e revelar o seu lado mais belo, que é a literatura: seja no que concerne à poesia e à prosa literária, nos diversos gêneros, seja no que concerne à narrativa histórica e a outras áreas do conhecimento humano. Enfim, a importância de uma academia de letras em lugares que valorizam a Educação e a Cultura é inquestionável.”
Acho que ela está certa. E acrescente-se a isso tudo a preservação da memória histórica, a divulgação do folclore regional, enfim, a valorização da Cultura!
(bastosgustavo@yahoo.com.br)
Acho que a presença e o discurso do jurista e filósofo MIGUEL REALE precisam ficar sempre em destaque como um marco, uma chancela da Cultura Botucatuense. Vamos a um trecho dessa obra de arte do grande e saudoso tribuno:
“Com emoção, o grande tribuno que já exercera a Reitoria da USP, a Secretaria da Justiça e da Educação do Estado de São Paulo e era festejado Membro Efetivo das Academias Paulista e Brasileira de Letras, concluía o seu discurso, destacando a cidade de Botucatu e os seus intelectuais:
"Botucatu cresceu, desenvolveu-se, tornou-se o que é hoje; um dos centros universitários mais importantes do país, a merecer, sem dúvida, a ser o centro irradiador da cultura universitária na área do interior. E Botucatu desenvolveu-se através da sua espiritualidade e da sua inteligência merecendo, sem dúvida alguma, que seja chamada Morada da Inteligência. E é por ser a Morada da Inteligência que estamos aqui, nós da Academia Paulista de Letras para, numa reunião conjunta de parceria com a Academia Botucatuense de Letras, realizar aquilo que deve ser o anseio e a esperança da gente brasileira: a união complementar dos espíritos, o encontro das vontades e dos sentimentos para a realização de uma grande nacionalidade. E é porque Botucatu tem esse significado fundamental de intelectualidade que eu quero encerrar estas minha palavras com duas homenagens a homens que apreciei, que aprendi a admirar e a corresponder a um sentimento profundo de gratidão espiritual. Eu me refiro a Francisco Marins e a Hernâni Donato. Francisco Marins e Hernâni Donato dignificam e elevam esta cidade a nível da legislação intelectual e cultural do maior vulto nesse país. Um deles Francisco Marins, soube compreender como ninguém o espírito e o sentimento do adolescente e enriquecer o país com literatura modelar que repercutiria lá fora como uma manifestação fundamental do sentimento brasileiro na compreensão educacional das Letras e a grandeza realizadora do Livro. E Hernâni Donato mergulhou seu espírito na história brasileira e na história paulista e, historiador das batalhas, não viu as batalhas como um mero encontro de forças, mas como a significação de algo mais profundo na vivência dos valores da sociedade, de nossa gente, de nossa terra. E eu quero assim, ao terminar estas palavras, dizer: quem tem intelectuais como Hernâni Donato e Francisco Marins, merece ser sede de uma Academia de Letras e corresponder à maior expressão das Letras de São Paulo, que é essa nossa Academia de São Paulo. É com isso que eu quero saudar na pessoa desses dois intelectuais a gente de Botucatu e os meus colegas e confrades da Academia Botucatuense de Letras. De maneira que quero com essas palavras encerrar esse meu pronunciamento para dizer; comemoram-se os meus 90 anos.”
Nas palavras sempre precisas de Elda Moscogliato temos o surgimento da Academia Botucatuense de Letras, graças à mobilização feita por uma liderança efetiva que encontrara matéria fértil para fazer florescer uma Entidade Cultural para bem representar a “Cidade dos Bons Ares e das Boas Escolas”:
“Um Silogeu clássico era um velho ideal da privilegiada classe pensante botucatuense incluindo-se aqui a Igreja, a Escola, a Sociedade. Já houvera anteriormente um decidido movimento na concretização do sonho acadêmico e nem lhe faltaram na ocasião sobejas condições e elementos indispensáveis à sua realização. No entanto, a idéia nem bem nasceu, morreu por inexplicável letargia.
Vieram outros tempos.
Seu surgimento ulterior não resultou -como no de outras congêneres, de um exaustivo e denonado esforço na arregimentação de elementos capazes de corporificá-la. Não. Aqui, esse extraordinário e surpreendente fato social se deu naturalmente. Havia reservas a mancheias. Faltava-nos apenas, "un Directeur", um regente de orquestra, um polarizador, alguém que reunisse o ideal das letras, a energia do trabalho, a abnegação altruística na construção de um Panteão que aquinhoasse Botucatu de mais esse galardão cultural.
Um organizador capaz de reunir uma safra já de si riquíssima de valores que pontificavam no jornalismo, nas letras pátrias, nas artes, nas ciências. A "célula-mater" da Educação - a querida e veneranda Escola Normal Oficial de Botucatu era o celeiro farto, figura simbólica, Minerva fecunda de "bandeirantes da Luz e do Saber, seguida dos educandários do Arquidiocesano e do Santa Marcelina - iluminados agora pela esplendecência da Faculdade de Ciências Médicas e Biológicas recém-instalada, carreando para nosso ambiente a respeitabilidade de mestres da Ciência Universal.
Aqui chegado como Juiz de Direito da Comarca, o DR. ANTONIO GABRIEL MARÃO, magistrado respeitável, culto e brilhante, jornalista, sociável, observador arguto, tomou o pulso da terra acolhedora – que adotou de pronto como terra-mãe - perscrutou o ambiente social, avaliou o nível educacional do povo bom e lhano, conheceu mestres - ele mesmo, cultor do idioma e professor de Matemática - sopesou a cultura local e decidiu : - Falta nesta terra de intelectuais uma Academia de Letras !
Estendeu a idéia à esposa solícita, professora ativa no Magistério Estadual, que logo aderiu ao mesmo ideal e se pôs a secretariá-lo. Eram cultos e acarinhavam-se com os versos admiráveis do Parnaso. Almas gêmeas.
Logo a seguir, em 12 de Julho de 1972, reuniram-se pela primeira vez, no Centro Cultural, Antonio Gabriel Marão, Arnaldo Moreira Reis, Olavo Godoy, Oswaldo Minicucci, Raymundo Marcolino da Luz Cintra, Sebastião Rocha Lima e Trajano Pupo Jr. Estava fundada a Academia Botucatuense de Letras.
Assumiu provisoriamente a Presidência, o Dr. Antonio Gabriel Marão, dando como marco definitivo o Dia 9 de Julho de 1972, data em que se iniciaram os trabalhos preliminares para a concretização da Academia de Letras botucatuense que assinala uma das mais belas e construtivas páginas de nossos anais históricos.”
Não exageramos ao dar destaque às palavras da Acadêmica Elda Moscogliato sobre o que entende por uma Academia de Letras:
“Academia de Letras é um grupo de intelectuais que se dedicam às letras e, por conseguinte, à literatura, estudando a língua, defendendo-a dos agravos, acompanhando-lhe as alterações advenientes do progresso, da evolução e incentivando a formação de outros intelectuais, principalmente os jovens. Nossa Academia, em princípio, foi isso. Mais tarde, alterou-se-lhe o Art. 1º, acrescentando-se-lhe mais: estímulo às artes em geral e às ciências. Eis porque temos em nossos Quadros, um músico e artista, o Prof. Aécio de Souza Salvador e um cientista, o Prof. José Antonio Sartori. Tudo isso, desde que cultivem as formas literárias seja escrevendo livros como o Prof. Sartori, seja colaborando no jornalismo, como o Prof. Aécio. Conta ainda com um Arquiteto, o Dr. Monteferrante Neto.
Rege-se pelos seus Estatutos, elaborados quando da fundação da Entidade. Esses Estatutos são mais ou menos uniformes, em todas as Academias. Copiam eles, adaptando-se ao meio ambiente, ao país, às condições sociais, o Estatuto da Academia Francesa.”
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