setembro 13, 2012

Lobato & a
“Macaca de Carvão”...

MONTEIRO LOBATO
"Se formos fazer um expurgo por questões raciais e sexuais, não vai sobrar obra para ler. Literatura não é educação moral e cívica para elevar valores morais. O papel dela é confrontar as coisas." Alcir Pécora(UNICAMP)

Monteiro Lobato sendo julgado no STF!!!
Querem por “nota técnica explicativa” no livro – um clássico da literatura infantil, publicado em 1933 - “Caçadas de Pedrinho”... A CENSURA estaria na parte “Tia Anastácia, esquecida de seus numerosos reumatismos, trepou que nem uma macaca de carvão”.

RESUMINDO: a obra, acusada de racismo, já foi submetida a uma audiência – sem conciliação – no STF. O ministro Joaquim Barbosa havia sido designado mas declarou-se “impedido por foro íntimo”. Parece piada de mau gosto... O ministro designado, Luiz Fux, presidiu a audiência.
A origem da “caça às bruxas” partiu como uma pretensa proteção às crianças... Certa esquerda, ao invés de buscar o “choque na educação” que levaria o Brasil a um outro patamar (vide link abaixo), “vestem” o personagem do “patrulheiro” tarefeiro querendo agradar o “COMISSÁRIO” DE PLANTÃO...
O que fazer do “ANJO PORNOGRÁFICO”, o consagrado escritor e dramaturgo Nelson Rodrigues?!? Provavelmente ele será proibido em todo o território nacional...
O caturnista Ziraldo e a ABL – Academia Brasileira de Letras apoiaram Monteiro Lobato sem ressalvas. Ziraldo deixou claro: “Li todo o Lobato, nunca percebi nenhuma idéia racista”.
Vamos mostrar a matéria da “Tribuna da Imprensa” sobre essa “censura”, dando destaque a 3 comentários feitos:
Heloisa Cristaldo (Agência Brasil)
A polêmica sobre racismo em obra do autor Monteiro Lobato ainda não foi encerrada. Terminou sem consenso a audiência de conciliação realizada no Supremo Tribunal Federal (STF).
Representantes do Ministério da Educação (MEC), da Advocacia-Geral da União e da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (Seppir) discutiram, com a mediação do ministro Luiz Fux, o mandado de segurança do Instituto de Advocacia Racial e Ambiental (Iara) e do pesquisador de gestão educacional Antônio Gomes da Costa Neto contra o parecer do Conselho Nacional de Educação (CNE) que liberou a adoção do livro “Caçadas de Pedrinho”, de Monteiro Lobato, no Programa Nacional Biblioteca na Escola.
Para sanar os pontos críticos do debate foi marcada outra reunião para o dia 25 deste mês, no Ministério da Educação. O ponto central de discordância é a nulidade do parecer do CNE, que determina que “Caçadas de Pedrinho” seja distribuído às escolas acompanhado de nota técnica instruindo o professor a contextualizar a obra ao momento histórico em que ela foi escrita.
De acordo com o secretário de Educação Básica do MEC, Cesar Callegari, o próximo passo é aprofundar o debate. “Primeiro na formação de professores, segundo nas orientações que chegam às escolas por meio das diretrizes do CNE e do próprio Ministério da Educação. E quando forem compradas novas obras, que tenham essas explicações acerca dos contextos históricos, contextos regionais”, explicou.
Callegari considera que a medida não é censura, pois não permitirá que a obra de Lobato seja banida das escolas públicas e privadas do país “e sim de uma explicação clara do contexto em que foi produzida e a sua época”, argumentou.
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BUSCA DE ACORDO

O ministro Luiz Fux explicou que se o MEC e o instituto não entrarem em acordo, a questão será julgada pelo plenário da Suprema Corte. Caso haja acordo, Fux irá apenas homologar a decisão.
Publicado em 1933, “Caçadas de Pedrinho” relata uma aventura da turma do Sítio do Picapau Amarelo à procura de uma onça-pintada. Entre os trechos que justificariam a conclusão de racismo estão alguns em que Tia Nastácia é chamada de negra. Outra parte diz: “Tia Nastácia, esquecida dos seus numerosos reumatismos, trepou que nem uma macaca de carvão”.
Em relação aos animais, um exemplo mencionado é: “Não é à toa que os macacos se parecem tanto com os homens. Só dizem bobagens”. Outro é: “Não vai escapar ninguém — nem Tia Nastácia, que tem carne preta”.
COMENTÁRIOS:

·                            Wilson José
Esses iluminados estão chegando no limiar da loucura e no limite da frescura! O País tem coisas muito mais importantes a serem discutidas e ficam se envolvendo nessas besteirinhas.
·                            Jorge Brennand
Já que estamos navegando pelos mares dos ridículos, por qual razão também não alterarmos as letras das músicas do passado ?
Por exemplo, a “Nega Maluca”, sucesso de carnaval, poderia começar assim:
- “Estava jogando sinuca

Uma afrodescendente com problemas psíquicos
me apareceu …”

Outro sucesso, poderia iniciar assim:
- “Afrodescendente do cabelo vigoroso

qual é o pente que te penteia …”

O Ary Barroso ficaria muito feliz se sua música fosse cantada assim:
- “A mão do afrodescendente está que é calo só,

trabalha, trabalha afrodescendente …”

Sinceramente, não ficaria tudo mais bonito, realista e politicamente correto ?
·                            Marco

Textos explicativos na Bíblia!! Lá há escravos, haréns e massacres religiosos.

No Otelo, no Mercador de Veneza e tb na Pantera-cor-de-Rosa!!!!


6 comentários:

Anônimo disse...

Parece que um dos “censores” foi Cesar Callegari, que já andou pela Secretaria da Educação Paulista...Pô, assim não dá! Fazer “patrulha” na Literatura é demais! É um negócio meio medieval. Dona Marta deveria mandar “passear” esses “educadores” que só complicam e ficam querendo “mostrar serviço”. Vá de retor , satanás!
(haroldo.leao@hotmail.com)

Anônimo disse...

Delmanto, olhe o que falou o jornalista Ruy Castro, por exemplo: "As pessoas que acusam Monteiro Lobato de racismo e de querer 'extinguir a raça negra' certamente nunca leram uma linha do que ele escreveu. Trata-se de uma atitude 'politicamente correta de galinheiro', como diria Nelson Rodrigues".
Acho que esses “patrulheiros de araque” deveriam se concentrar em fazer uma escola pública de melhor nível no Brasil e parar com esses “nhemnhemnhem!!! (p.gomes@yahoo.com.br)

Anônimo disse...

O ministro Haddad quando estava à frente do Ministério da Educação declarou que não via racismo na obra de Monteiro Lobato. A presidente Dilma deveria enquadrar esses “educadores” e “pedagogos” que não produzem e só “empatam” o país e seu desenvolvimento. Tenha dó... (maria-de-lourdes2004@hotmail.com)

Anônimo disse...

Sou contra esse “PATRULHAMENTO” na literatura. O escritor João Ubaldo Ribeiro vai além em artigo publicado no jornal O Estado de São Paulo, intitulado “Por que não reescrevem tudo?”. Para ele, ninguém sabe o que é certo e o que é errado. “Existirá um racistômetro?” – indaga. Para Ubaldo Ribeiro, é preciso considerar também que “os defeitos” que se apontam em “Caçadas de Pedrinho”, estejam não na obra, mas “na mente e na percepção de quem os aponta”.
Tem gente que gosta de procurar “pêlo em casca de ovo”...
(mariceiaoliveira@yahoo.com.br)

Anônimo disse...

É importante que se busque a opinião do então ministro Fernando Haddad,no Ministério da Educação. Segundo Haddad, a legislação prevê que obras distribuídas à rede escolar tenham o conteúdo analisado e possam ser excluídas da lista por referências homofóbicas ou racistas: “Há casos em que livros devem ser afastados, mas não no caso de um clássico como Caçadas de Pedrinho” . Ressalte-se que o ministro da Educação é o responsável pela implementação dessa legislação.
Se não se colocar “um ponto final” nessa discussão estéril, vão acabar acusando pessoas injustamente. É fácil ficar tirando conclusões como se fosse o escritor/autor...Isso cheira a “picaretagem”...
(bastosgustavo@yahoo.com.br)

Anônimo disse...

O “patrulhamento” desses sub-intelectuais vai acabar chegando a obras clássicas, como a obra do escritor e dramaturgo Nelson Rodrigues... Conhecido como o “Anjo Pornográfico” – nome do livro sobre ele escrito por Ruy Castro – Nelson Rodrigues, na época da Ditadura Militar, era considerado um escritor realmente pornográfico, com suas peças teatrais, sempre proibidas, que faziam tremer a sociedade burguesa. Hoje, é considerado o maior dramaturgo brasileiro. Sua obra é clássica. Será que esses “patrulheiros da esquerda anã” vão tentar proibir a leitura de Nelson Rodrigues?!?
(jair.castro66@yahoo.com.br)

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