julho 05, 2013

Festa Literária de Paraty:
Graciliano Ramos
é o homenageado!

FLIP – FESTA LITERÁRIA
INTERNACIONAL DE PARATY

A FLIP – FESTA LITERÁRIA INTERNACIONAL DE PARATY começou no dia 03 de julho e irá até 07 de julho (domingo), a 11ª. edição da Festa Literária chega como um dos maiores Festivais de Literatura do Mundo. Tem em sua curadoria o jornalista Miguel Conde. A FLIP realiza cerca de 200 espaços culturais, incluindo debates, shows, exposições, oficinas, exibição de filmes e apresentações de escolas, entre outros: FlipMais, FlipZona e Flipinha.
A Imprensa Oficial “Graciliano Ramos" representa Alagoas na FLIP. A editora que participa pela primeira vez do evento, lançará três publicações, referentes ao escritor alagoano Graciliano Ramos, que será o grande homenageado do festival literário de 2011.

Graciliano Ramos foi romancista, jornalista e político e é um dos mais importantes escritores brasileiros. Nasceu em Quebrangulo, em 1892 e faleceu no Rio de Janeiro em 1953, aos 60 anos de idade. Foi prefeito municipal de Palmeira dos Índios (1927 -1930), em Alagoas, sendo através de seus relatórios administrativos que o escritor e editor Augusto Frederico Schmidt o descobriu e o incentivou a publicar, em 1933, seu livro Caetés. Graciliano foi diretor da Imprensa Oficial de Alagoas de 1930 a 1936, tendo sido também professor e Diretor da rede escolar. Foi preso pela Ditadura de Getúlio Vargas após a Intentona Comunista de 1935, mas incentivado por José Lins do Rêgo publicou, em 1936, o livro “Angústia”, considerado um de seus melhores trabalhos literários. Somente em 1946 é que ingressa no PCB (já havia a divisão entre PCB e PCdoB), sob o comando de Luís Carlos Prestes.

No ano em que se completa 60 anos da morte do autor de obras que se tornaram “clássicos” da literatura brasileira, como “Vidas Secas”, “Angústia” e “São Bernardo”, a editora da Imprensa Oficial “Graciliano Ramos” lança os títulos: Relatórios de Graciliano Ramos publicados no Diário Oficial (resgatados do acervo do Diário Oficial do Estado, publicado pela Imprensa Oficial Graciliano Ramos), a biografia Graciliano Ramos em Palmeira dos Índios (de Valdemar de Souza Lima), além de uma edição especial da revista Graciliano, que trata da vida e da obra do escritor vistos a partir de um olhar contemporâneo.


Os livros Relatórios de Graciliano Ramos publicados no Diário Oficial e Graciliano Ramos em Palmeira dos Índios integram uma série cujo tema é Graciliano Ramos. O projeto gráfico é assinado pelo designer Roger Ferraz.

GILBERTO GIL FEZ SHOW DE ABERTURA

Um dos mais importantes nomes da música brasileira, o cantor e compositor Gilberto Gil, ex-ministro da Cultura, fez o show de abertura da 11ª Festa Literária Internacional de Paraty (Flip). Concebido como um concerto de cordas, com arranjos intimistas, o show terá canções representativas dos 50 anos de carreira de Gil, além de releituras da obra de alguns de seus mestres musicais, como Dorival Caymmi, Tom Jobim e Jimmy Hendrix. Acompanham o compositor no show seu filho, Bem Gil, na guitarra, o violoncelista Jacques Morelembaum e o violinista Nicolas Krassik.
Apesar da desistência de dois escritores europeus Michel Houellebecq (francês) e Ove Knausgard (norueguês), os organizadores programaram mesas de debates sobre os últimos acontecimentos ocorridos com as Manifestações por todo o Brasil. Com estrutura e programação positiva e com muitas atrações, o FLIP/11 contará com a presença de Laerte, Ruy Castro e Ferreira Gullar.
Por oportuno, no link abaixo, temos o post sobre a FLIP de 2012, com as homenagens a Drummond e Jorge Amado. Vale a pena reler:
"Festa Literária de Paraty":
Drummond e Jorge Amado Homenageados
Leia aqui

6 comentários:

Delmanto disse...

Graciliano Ramos é o homenageado da 11ª FLIP. E com justiça. Nenhum outro escritor brasileiro se enquadraria tão bem no momento político por que passa o país. Graciliano foi prefeito municipal atuando com absoluta integridade administrativa, escrevia os relatórios da prefeitura com tal perfeição que o revelaram para o mundo das letras, e mais, dentro da sua esfera de atuação dava destinação nobre aos presos da cadeia local: colocava-os para abrirem estradas e não ficarem ociosos no xadrez além de receberem uma remuneração justa. Foi preso como comunista bem antes de ingressar no PCB, sob a liderança de Luís Carlos Prestes.
O ator global, Carlos Vereza, interpretou a vida de Graciliano na prisão, em “Memórias do Cárcere”. Injustamente preso, Graciliano durante seu período na prisão, escrevia, escrevia e escrevia... Preso em 1935, já em 1936 lançava o livro Caetés.
Um alagoano bem diferente dos Renan Calheiros, Color de Mello e Aldo Rebello. Era “vinho de outra pipa” e ficou consagrado na história do Brasil.
Grande homenagem a Graciliano Ramos!

Anônimo disse...

Joana Sant'Iago (Facebook): compartilhou sua foto.
adoraria ir a Parati...
como não poderei ir... vou me informar lendo.

Anônimo disse...

Delmanto, muito importante os comentários de Gilberto Gil sobre o movimento dos Indignados Brasileiros: O cantor e compositor Gilberto Gil comentou as manifestações de rua - o músico observou que os movimentos sociais têm três características próprias, que ainda pedem uma análise mais detalhada. "Primeiro, porque grande parte do ajuntamento daquelas pessoas, a maioria jovens, se parece com uma rave, eles se encontram com um propósito cultural e também de diversão, o que explica sua eficácia", disse. "Em segundo lugar, existe o aspecto de arrastão, praticado por aqueles que foram marcados pelo ferrão da História, quer dizer, os menos favorecidos. Mesmo esses, tachados de vândalos pela classe média, têm suas motivações, ainda que sejam discutíveis." Em seguida, Gil nomeou o fato que mais o impressiona: a rápida e eficiente capacidade de organização pelas redes sociais. "A polícia não tem mais a facilidade de antigamente, quando bastava derrubar o alto-falante que gritava no meio da praça", observou. "E há a proteção do anonimato, tanto pela internet, no qual é possível não revelar o rosto, como pelas máscaras utilizadas por muitos jovens, que fazem lembrar o carnaval de Veneza, em que os mascarados, protegidos, podem fazer o que bem entendem." Gil comparou a organização dos movimentos ao trabalho das formigas: mal se percebe a ação individual até que o buraco surge, para o espanto dos desatentos. "As manifestações fazem furos no chão aparentemente sólido da sociedade", filosofou. (haroldo.leao@hotmail.com)

Anônimo disse...

Grace Maria Mattos (Facebook/Venezuela): LEGAL ESSA HOMENAGEM ..

Anônimo disse...

O sucesso da FLIP é indiscutível. E a presença de intelectuais estrangeiros já é uma de suas facetas.
O historiador de arte britânico T.J. Clark abriu a última mesa desta quinta-feira mostrando uma série de fotos em que apareciam versões de “Guernica”, a obra-prima de Pablo Picasso sobre os horrores da guerra, inspirada no bombardeio aéreo da cidade espanhola de mesmo nome em 1937.
Clark se dedicou a responder essa pergunta ao longo de uma hora na conferência “Olhando de novo para ‘Guernica’, de Picasso”. Falando de pé e usando os telões para projetar reproduções de pinturas e fotografias, ele fez da Tenda dos Autores uma grande sala de aula. A fala de Clark foi antecedida por uma breve apresentação do crítico de arte Paulo Sérgio Duarte, que situou a obra do colega britânico na tradição de pesquisadores que buscam conectar a observação minuciosa das obras com análises do meio sociocultural em que estão inscritas.

Aplicando esse método ao caso específico de “Guernica”, Clark analisou o tratamento que Picasso deu à questão do espaço e “das relações entre interior e exterior”, disse o historiador, que abordou o tema em seu
livro mais recente, “Picasso and truth”, inédito no Brasil. Nele, Clark mostra que “Guernica”, com sua representação brutal dos efeitos do primeiro grande bombardeio aéreo no centro de uma cidade, marcou
uma ruptura do pintor com suas obras anteriores. O artista que uma vez disse que não pintava paisagens porque “nunca tinha visto uma” se via diante da necessidade de retratar uma tragédia em espaço público.

– O compromisso de Picasso e do cubismo era com o espaço interior – disse Clark, enquanto exibia no telão elementos marcantes das pinturas do espanhol, como salas, mesas, violões, formas femininas. – Se o espaço interior é o modelo de subjetividade para Picasso, o que acontece quando o espaço interior morre?

Para elucidar a resposta de Picasso, Clark recorreu às fotografias feitas por Dora Maar, companheira de Picasso durante o período em que o pintor trabalhou no painel de sete metros de largura por três de altura.
Depois de receber a encomenda para exibir uma obra no pavilhão da República Espanhola na Exposição Internacional de Paris de 1937, Picasso trabalhou durante cinco semanas – “algumas das piores semanas
do século”, sublinhou Clark, lembrando os terrores da fase final da Guerra Civil espanhola e a escalada para a Segunda Guerra Mundial.

Depois de quase recusar a encomenda por achar que não seria capaz de fazer um painel em escala tão grande, Picasso aceitou o desafio e se impôs “dois imperativos”, enumerou Clark. O primeiro era isolar os
indivíduos na pintura com a mesma intensidade que o terror de um bombardeio, mas ao mesmo tempo dando conta do espaço público compartilhado por eles (“a sala trocada pela rua”, disse o historiador). O segundo era se assegurar que o dano causado às pessoas tinha que ser mostrado, mas não podia acabar com sua dimensão humana.

– São imperativos rigorosos e ambiciosos, mas é exatamente por tê-los cumprido que “Guernica” é lembrada até hoje – disse Clark, que ao fim da conferência respondeu duas perguntas de Duarte sobre as relações de Picasso com as obras de Cézanne e Stravinsky. (ludmila.cunha@yahoo.com.br)

Anônimo disse...

Pelo Brasil todo jovens poetas estão em busca de espaço e oportunidade. O 11º Flip vem proporcionando essa oportunidade. De forma emblemática, abriu espaço para os novos autores. Vejam como foi interessante a participação de 3 jovens poetas na discussão, declamação e posicionamentos do interesse da Literatura Brasileira:
“Se a grande prova de uma festa literária é a divulgação de novos autores e a promoção da leitura, a primeira mesa desta edição da Flip nadou de costas no balneário de Paraty. Intitulada "O dia a dia debaixo d'água", a discussão partiu das metáforas marítimas para a apresentação de três jovens poetas brasileiras - que, mesmo com mais de um livro publicado cada uma, ainda são desconhecidas do grande público. As cariocas Alice Sant'Anna, de 25 anos, colaboradora da página Transcultura, do Segundo Caderno, do Jornal O Globo ; Bruna Beber, de 28; e a mineira Ana Martins Marques, de 35, falaram sobre suas obras, seus temas, o processo de feitura dos versos, e sobre a importância da poesia no mundo de hoje. Quando intercalavam com a leitura de textos próprios, eram ovacionadas pelo público, muitas vezes, antes mesmo de terminarem. Mediadora do debate, a escritora e crítica literária Noemi Jaffe abriu a mesa citando trechos de poesias das três que versavam sobre o mar: o poema "Naufrágio", de Ana Martins Marques (do livro "A arte das armadilhas", Companhia das Letras); "Rabo de baleia", de Alice Sant'Anna (do livro homônimo, Cosac Naify); e "Maquete", de Bruna Beber (do recém-lançado "Rua da Padaria). Questionou se as três encaravam o desencanto com as palavras (identificado por ela como expressão comum às três) como um "naufrágio" .(jornal “O Globo” – 05/07/2013) (luisroberto-souza@yahoo.com.br)

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