agosto 11, 2013

PEDRO CHIARADIA: Homenagem ao Pai !

Homenagem ao Pai!
“Eu era criança e queria ser igual a ele. Adolescente, procurei meus próprios caminhos. Então cresci e descobri que queria ser igual a ele.” Nilzan Guanaes.


No jornalismo, o registro dos CIDADÃOS PRESTANTES, é sempre sinalizadora e importante. E quando essa homenagem é sobre um Pai Exemplar, ela se reveste de brilho especial, mais ainda quando é escrita por seu filho.

Acaba de ser publicado o livro “Pedro Chiaradia – Documentário de Uma Vida Exemplar”, de Fúlvio José Chiaradia. É uma lição de vida. Exemplo de cidadania.
Pedro e Oliva
Pedro Chiaradia nasceu no Brasil mas como era costume naquele tempo, foi para a Itália, terra de seus pais, para estudar. Formou-se “Ragioniere” (Guarda-livros), retornando ao Brasil em 1912. No entanto, com a eclosão da 1º Guerra Mundial, Pedro alistou-se no Exército Italiano, em 1915, participando bravamente da guerra. Em 1920, retorna ao Brasil, atuando como professor da Escola Italiana Dante Alighiere. Em 1924, casa-se com Oliva, filha do imigrante italiano, pioneiro industrial em Botucatu, Virgínio Lunardi e de Stella Paulini Lunardi.

Pedro e Oliva tiveram sete filhos: Lívia, Edda, Vera, Innocente, Fúlvio, Maria de Lourdes e Mirna.

Pedro atuou como Guarda Livros (contador),jornalista, professor e empresário. Como empresário teve atuação na cinematografia, tendo sido pioneiro, juntamente com Peduti e Eichemberg da empresa de cinema com unidades em todo o estado de São Paulo. Posteriormente, consolidada como Empresa Teatral Peduti. Mas foi com sua atuação como empresário da comunicação que Pedro marcou sua atividade cidadã em Botucatu. À frente de um grupo de idealistas, fundou, em 1935, o jornal “FOLHA DE BOTUCATU”. O jornal encerrou suas atividades em 1960, deixando registrada a sua presença na formação cívica da cidade e sua firme defesa das boas causas da comunidade.
Pedro, considerado o “Mestre do Jornalismo” em Botucatu, privou da colaboração de ilustres botucatuenses: Hernâni Donato, Francisco Marins, Elda Moscogliato, Eulico Mascarenhas de Queiroz, Gilberto Pereira Machado, José Pedretti Netto, Sebastião de Almeida Pinto, Manoel Paes de Almeida, Antônio Tílio Jr., Osmar Delmanto, Sebastião da Rocha Lima e tantos outros jovens idealistas.

Em 1988, por sugestão e incentivo de Elda Moscogliato – a CRONISTA DE BOTUCATU! – editamos a 2ª fase da “FOLHA DE BOTUCATU”, com artigos de Elda Moscogliato,Hernâni Donato e Francisco Marins. A NOVA FOLHA surgia como homenagem àquele período jornalístico de alto nível e de grande identificação com a população botucatuense. Já em sua primeira edição, o novo jornal trazia artigo sinalizador de Hernâni Donato:

“De “Folha” a “Folha”

“...A todo o exposto, vai acrescida uma singularidade da maior importância: o nome do jornal. O Armando Delmanto escolheu o que deverá pesar sobre a sua mesa de diretor, como permanente responsabilidade. Pois a anterior “Folha de Botucatu”, nem está tão perto, no tempo, que iniba a nova titulagem, nem está longe o bastante para que remeta ao limbo do esquecimento o papel sobremodo importante que desempenhou na vida citadina. Seria um nunca terminar a relação de causas que defendeu, de valores intelectuais que agregou, revelou, burilou e cedeu para instâncias mais amplas do que o fazer jornalístico e literário...”
“...Sob os bons augúrios da “Folha” do Pedro, começa a “Folha” do Armando. Embora não haja cordão umbelical entre ambas, a aura existe. Que ela e a juventude e o empenho do realizador alcancem grandes feitos para o jornalismo da cidade.”

E efetivamente, a nova "Folha” se orgulhava da “Folha” do Pedro e a ele fazia a sua homenagem, posteriormente incorporada ao meu livro “Memórias de Botucatu”, 1990, como uma justa homenagem a PEDRO CHIARADIA:

“PEDRO CHIARADIA”

Com ele floriu a mais bela e rica época da imprensa botucatuense. Nobilitou a comunicação escrita, fazendo dela, com a grandeza despreendida de um mestre, o porta-voz das legítimas aspirações desta Botucatu nobre na grandeza de suas origens. Fez do jornal uma tribuna e por ela infiltraram-se os fatos históricos que marcaram para a cidade, os grandes acontecimentos. Apreciação serena, equilíbrio de opinião, critério nos julgamentos. Severidade para com a solércia enganosa, incentivo aberto para com os planos construtivos, defesa impertérrita das justas causas.
Viveu com o povo e para o povo botucatuense.
“D’Artagnan da pena”, como dele disse o saudoso Mascarenhas, esgrimia em todas as direções. Cavalheiro maneiroso e fidalgo em todas as contendas. Fez do jornalismo, arte e ciência. Despojado de ambições pessoais nele entrou e sai pobre. O que lhe endossa a nobreza de ação.
Trazia cultura européia vasta, multiforme,bem sedimentada. Herdeiro de fina sensibilidade latina, possuía estilo próprio, inconfundível. Sutil, elegante, percuciente, aligeirava em graciosos sueltos a mais profunda crítica. Ia ao âmago sem sangrar.
Seus editoriais foram acadêmicos. Sóbrio, antológico, tinha o poder admirável da análise. Discernia com profundez os mais surpreendentes e atordoantes acontecimentos e lavrava em sentenciosos juízos a mais serena opinião. Viveu intensamente o verdadeiro jornalismo. O jornalismo clássico que não se curva às injunções temporais.
Como Eça de Queiroz, foi no jornal que ele tanto amou, tudo: paginador, compositor, revisor, impressor, chegando mesmo à vassoura e à limpeza dos tipos, desde que ao leitor viesse a edição impecável, a tempo e hora. Foi um herói quixotesco fazendo da imprensa a sua fascinante Dulcinéia. Que, esquiva, fugidia, escapou-lhe das mãos, consumindo-lhe num grande ideal, aos anos e à saúde combalida.
Fina ironia, a sátira elegante, a penosa imagem do cotidiano que ele tão bem sabia colori compunham o suelto desenvolto que transformava em comicidade hilariante o mais trágico dia-a-dia.
Depois dele, nunca mais tivemos outro Petrus Petronius.
Mas sobretudo, o mestre.
Soube rodear-se de gerações de jovens. E, com seu atilado sentido, qual minerador capaz, classificou pepitas autênticas. Percebeu os veros talentos e iniciou-os. Sobre sua mesa se acumularam bisonhos ensaios, canhestros versos, tímidos rascunhos. Leu-os todos, com a grave autoridade do julgador.
Depois selecionou. Corrigiu, aprimorou, riscou, transpôs, suprimiu, tudo levandoà linguagem escorreita, à manifestação clara do pensamento autêntico, à comunicação concisa, simples, pura. Perfeita.
Exigiu, brigou, magoou, enalteceu, depurou, incensou e, finda a trabalhosa fase dos iniciados, abriu-lhes os reais valores, os largos umbrais de uma caminhada longa e gloriosa.
Ele forneceu às terras nacionais, num raro e único exemplo, o mais rico e belo contigente de escritores de que tanto se ufana a nossa Botucatu tradicional.
Foi Membro Honorário da Academia Botucatuense de Letras: PEDRO CHIARADIA.”

Esse artigo publicado na edição de 13 de agosto de 1988 – há 25 Anos! -, na “Folha de Botucatu” e, ao depois, passou a compor no livro lançado em 1990, “MEMÓRIAS DE BOTUCATU”, o capítulo “HOMENS QUE FIZERAM BOTUCATU”, que era o registro dos grandes vultos do passado e do presente, verdadeira coletânea das Gerações Botucatuenses.

Ao amigo Fúlvio Chiaradia, os meus cumprimentos e o meu abraço amigo. No DIA DOS PAIS, o seu livro presta a sua carinhosa homenagem. Já havia dado o nome dele ao seu único filho: Pedro Chiaradia Neto.

Fúlvio Chiaradia, economista conceituado em Botucatu, já publicou a história do BTC – Botucatu Tênis Clube. Teve atuação profissional na implantação e no sucesso da FAMESP. Bem sucedido cidadão botucatuense, teve participação efetiva em empresas e em movimentos sociais a favor da comunidade.

Como a PEDRO CHIARADIA , podemos afirmar que FULVIO JOSÉ CHIARADIA é um CIDADÃO PRESTANTE!


8 comentários:

Delmanto disse...

Como é importante um filho poder falar com orgulho de seu pai. E deveria ser comum. O olhar do filho sempre alcança os sentimentos mais íntimos e descobre as facetas mais belas.
Este livro que o amigo Fúlvio Chiaradia escreveu sobre seu pai é exemplo disso.
Parabéns, Fúlvio. O Mestre Pedro Chiaradia, com certeza, está orgulhoso de seu filho!
Grande abraço!

Anônimo disse...


Ilza Maria Nicoletti Souza (Facebook): Muitissimo obrigada Armando por sua homenagem ao meu avo no dia de hoje Parabéns a vc pelo Dia do Advogado e também pelo Dia dos Pais

Anônimo disse...

Regina Helena Espirito Santo (Facebook): Linda e merecida

Anônimo disse...

Lourdinha Macoris (Facebook): Parabéns para toda familia

Anônimo disse...

Lorelei Mori de Oliveira (Facebook): Parabéns para toda a famíllia!Como posso adquirir um exemplar?A Família Chiaradia e a Família Nicoletti, da minha querida amiga de juventude e de sempre Ilza Maria Nicoletti ,foram muito importantes na minha vidA!sAUDADES...

Anônimo disse...

Ilza Maria Nicoletti Souza (Facebook): Lore !!!! Obrigada pelo carinho. Ainda não recebemos os nossos também Vou ver com o Cesar.Ele está em posse de alguns deles. Saudades de vc também .Abs.

Anônimo disse...

Ilza Maria Nicoletti Souza:Desde domingo procuro palavras para agradece-lo mas, só o que vem é um " Muito Obrigada " .
Falo por mim e por toda a Família Chiaradia.
Você já o homenageou em seu livro , que tenho guardado para os meus filhos .
Agora no Blog .Já li várias vezes .
É emocionante vê-lo ali descrito exatamente como era.
Muito Obrigada
Abraço
ILZA

Delmanto disse...

Ilza Maria,
Foi espontânea e merecida a homenagem. Pedro Chiaradia é importante referência para todos nós que militamos no jornalismo.
Foi um Cidadão Prestante.
Obrigado.
Grande abraço.

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