setembro 25, 2013

José Eduardo Martins: Mestre do Piano & Benfeitor Solidário!


José Eduardo Martins: Mestre do Piano & Benfeitor Solidário!

No dia 26 de outubro, estará sendo realizado Recital de Piano, do consagrado pianista José Eduardo Martins, no Colégio Santa Marcelina, com a renda totalmente destinada à Vila dos Meninos Sagrada Família. Essa instituição beneficente, idealizada e criada pelo saudoso Bispo Diocesano, Dom Henrique Golland Trindade, foi inaugurada em 1966, mas desde o ano de 1952 é que começou o movimento a favor de sua construção. O projeto foi do consagrado Benedito Calixto e representa o que há de mais avançado para o abrigo de meninos desamparados.

NO TÚNEL DO TEMPO

E desde os seus primórdios encontramos as presenças de José Eduardo Martins e de seu irmão João Carlos Martins realizando concertos a favor dessa iniciativa de Dom Henrique. Fizeram, nesse mesmo Colégio Santa Marcelina, alguns concertos. A Família Gandra Martins era amiga do Bispo de Botucatu. Os dois irmãos ficavam hospedados por Dom Henrique. Isso no início e em meados da década de 1950! Nas vindas dos irmãos Gandra Martins a Botucatu, tinha também a presença de Ives Gandra Martins, hoje brilhante jurista, mestre respeitado e ex-Reitor da Universidade Mackenzie. José Eduardo é Professor Titular da USP, tendo dedicado a sua vida à música, com cursos no exterior onde recebeu homenagens, fez concertos e deixou seu nome gravado entre os grandes músicos. João Carlos Martins, já homenageado por este blog, além de mestre do piano, está se consagrando como Maestro voltado a inclusão social através da música em suas atuações por todo o Brasil. José Eduardo tinha sua preferência pela obra de Debussy, enquanto João Carlos tornou-se o maior conhecedor e divulgador da obra de Johann Sebastian Bach.
Eu Sou o Mestre do Meu Destino!
Importante o texto escrito pelo próprio José Eduardo Martins sobre a sua admiração por Dom Henrique:

“Em 1952, João Carlos e eu demos um recital na Igreja de São Francisco, no Largo do mesmo nome, em São Paulo. Era uma homenagem ao eminente prelado. Nos anos subsequentes, oferecíamos um recital no Colégio Santa Marcelina, em Botucatu, com a renda inteiramente destinada à Vila dos Meninos. Por várias vezes fomos passar alguns dias no Arcebispado da cidade e, orientados por Dom Henrique, apreciávamos, nos mínimos pormenores, a belíssima pintura de Henrique Oswald na ábside da Capela. Foi nosso padrinho de crisma. Em 1963, em Campinas, oficiaria o meu casamento com Regina.
Recordações tornam-se necessárias. Dom Henrique mostrava-me, em seu quarto, algumas imagens em madeira, a representarem S. Francisco. Chamou-me a atenção sua cama, uma larga tábua envernizada coberta por lençol e manta, sem qualquer colchão ou acolchoado. Perguntei-lhe o porquê. Disse-me que era o mínimo de penitência a ser feita. Indaguei-lhe certa vez a respeito da corrente e do crucifixo, assim como do anel de autoridade eclesiástica, todos em madeira, seus objetos pessoais de todos os dias. Respondeu-me que ouro ou pedras preciosas, comuns à alta hierarquia da Igreja, representavam ostentação. Em outra oportunidade, no início da década de 70, dera um recital em Botucatu e no dia seguinte, bem cedo, fui visitá-lo na Vila dos Meninos, onde há muito se recolhera. Econtrei-o ajoelhado, naquela manhã fria, a podar umas rosas. Tentei levantá-lo. Disse-me que estava bem. Perguntei ainda como se sentia, após a renúncia da arquidiocese muito tempo antes, a fim de cuidar de crianças desamparadas. Baixou o capuz e serenamente respondeu: “Enquanto eu tiver braços para levantar e louvar a Deus, estarei bem”.
Grande orador sacro, seus sermões não apenas cativavam pela profundidade dos ensinamentos, mas igualmente pelo vernáculo impecável. Escreveu vários livros, entre os quais Matt Talbot – O Operário Penitente (Petrópolis, Vozes, 1945, 181 págs.) e Os Nossos Pobres Contos (Petrópolis, Vozes, 1952, 171 págs). Para este Natal, lembrei-me de um conto de Dom Henrique inserido no segundo livro mencionado. Em 1954, nosso padrinho ofereceu-nos essas duas pequenas obras. Li-os, e muito ficou naquele fundo da memória reservado àquilo de que gostamos.
Telefonei à Editora Vozes e gentilmente aquiesceram no sentido da publicação on line de Velho Natal, um conto, entre centenas de outros, escritos por autores os mais díspares, divulgados pelo mundo e relativos ao evento máximo da cristandade. Porventura um dos mais simples e despojados, características essenciais da personalidade de Dom Henrique.”

LANÇAMENTO DE LIVRO

Nessa noite estará sendo realizado, após o concerto, o lançamento do livro “Botucatu – Notas Musicais”, da musicista, escritora e membro efetivo da Academia Botucatuense de Letras – ABL, Maria Amélia Blasi de Toledo Piza. Nesse livro, a autora traz toda a história da música em Botucatu, fruto de intensa pesquisa. A acadêmica Maria Amélia é a organizadora desse concerto musical no Colégio Santa Marcelina.

7 comentários:

Delmanto disse...

Importante iniciativa cultural a realização, no próximo mês de outubro, do RECITAL DE PIANO, no Colégio Santa Marcelina, pelo consagrado pianista José Eduardo Martins. Tendo à frente a musicista e escritora Maria Amélia Blasi Tledo Piza, o evento deverá ser importante reencontro do pianista José Eduardo Martins com a obra social da Vila dos Meninos Dagrada Família à qual, desde o seu início nos anos 50, foi juntamente com seu irmão João Carlos Martins, um entusiasta colaborador. As famílias Gandra Martins e Golland Trindade tem suas relações sólidas e os então jovens pianistas vinham a Botucatu prestigiar Dom Henrique.
No dia 26 de outubro teremos a oportunidade de rever e assistir o recital do pianista José Eduardo Martins, professor titular da USP e consagrado em todo o mundo por sua indiscutível competência.
Botucatu é grata à família Gandra Martins: os irmãos José Eduardo, João Carlos e Ives Gandra estão ligados definitivamente à Botucatu e à magnífica obra social que é a Vila dos Meninos Sagrada Família.

Anônimo disse...


Ilza Maria Nicoletti Souza Eles davam aulas de piano no Santa Marcelina e
há 23 minutos · Curtir

Delmanto disse...

No livro “Memórias de Botucatu 2”, lançado em 1993, fizemos um artigo em homenagem a Dom Henrique Golland Trindade: “Dom Henrique: O Semeador!” Foi o nosso 4º Bispo e foi o nosso 1º Arcebispo. No artigo, transcrevemos o trabalho premiado no concurso público sobre Dom Henrique, escrito pelo professor Renato Vieira de Mello, intitulado “O Franciscano de Deus”. Tomamos alguns depoimentos sobre Dom Henrique, entre eles, o do saudoso arquiteto Eugênio Monteferrante Netto que acompanhou a reforma que Dom Henrique fez na Catedral adaptando-a ao espírito do Concílio Vaticano II. Dom Henrique foi um frade franciscano na acepção da palavra. Pregava uma ação religiosa mais voltada ao amparo dos mais pobres e à evangelização com o amor que Jesus Cristo ensinou a seus apóstolos para que fosse levado ao povo sofrido e carente.
O pianista José Eduardo Martins, em seu depoimento, no texto do post, nos dá essa mesma visão sobre Dom Henrique, que ele testemunhou em suas vindas a Botucatu.
Dom Henrique foi um grande Semeador da Fé Cristã em seus 20 anos de apostolado à frente da Diocese/Arquidiocese de Botucatu e o seu afilhado, José Eduardo Martins é , de fato, além de Mestre do Piano, um Benfeitor Solidário.

Anônimo disse...

Esses irmãos são um grande exemplo. São vencedores em suas profissões mas são, muito mais, são os expoentes! Vencedores e guerreiros...E o pianista José Eduardo Martins, muito mais discreto que o maestro João Carlos Martins, mas tão brilhante quanto o outro. Basta que se busque no Google o seu perfil, é impressionante. É muito bom ver exemplos assim. E que coerência: começo, meio e...sem fim...No ano de 1952,segundo ele, já ia dar recitais em Botucatu! Claro que para ele, moço ainda, era também um incentivo vocacional, ou seja, uma mão ajudando a outra, mas não importa, isso mostra a alma desse pianista laureado...E agora, em 2013, volta para colaborar, através de sua cultura e arte, para as crianças da Vila dos Meninos da Sagrada Família.
Bonito. Exemplar. É o Brasil bonito, orgulho de um povo!
(haroldo.leao@hotmail.com)

Anônimo disse...

Armando, quanta alegria e quanta história vivida que me fez relembrar com seus relatos: dos jovens José Eduardo e João Carlos Martins cujos concertos assisti no Santa Marcelina, escola onde estudei e fiz o Conservatório de piano. Dom Henrique tão querido e amado por muitos naquela época muito agradável da nossa juventude. Como é vívida a lembrança dele.
Que maravilha assistir outro concerto do José Eduardo no mesmo colégio, tantos anos depois. Vou ajudar a divulgar.
Adelina Guimarães

Anônimo disse...

Carmem Lúcia da Silva (Facebook) Na mesma data e após o Concerto a Acadêmica Maria Amelia Piza estará dando autógrafos do livro: Botucatu - Notas Musicais, também com renda beneficente à Casa dos Meninos e o valor do livro é R$ 40,00

Anônimo disse...

Maria De Lourdes Fumis (Facebook) Compartilhando!

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