outubro 15, 2013

Viva Giuseppe Verdi em seu Bicentenário!


Viva Giuseppe Verdi em seu Bicentenário!

1813 – 2013

Va', Pensiero
Va’, Pensiero/Verdi/ ouça aqui
Va', pensiero, sull'ali dorate.
Va', ti posa sui clivi, sui colli,
ove olezzano tepide e molli
l'aure dolci del suolo natal!
Del Giordano le rive saluta,
di Sionne le torri atterrate.
O mia Patria, sì bella e perduta!
O membranza sì cara e fatal!
Arpa d'or dei fatidici vati,
perché muta dal salice pendi?
Le memorie del petto raccendi,
ci favella del tempo che fu!
O simile di Solima ai fati,
traggi un suono di crudo lamento;
o t'ispiri il Signore un concerto
che ne infonda al patire virtù
che ne infonda al patire virtù
al patire virtù!

NOTA DO BLOG: A Itália sentiu que ali nascia uma versão muito própria, totalmente sua, da “Marselhesa”. Desde então, “Va', Pensiero” consagrou-se como o hino da unificação italiana...”

A Itália toda comemora o Bicentenário de nascimento do maestro Verdi, especialmente na Regione Emilia-Romagna. Em Parma, está acontecendo o "Festival Verdi” no Teatro Reggio de Parma, com a apresentação de suas óperas, até o pequeno mas precioso Teatro de Busseto estará inserido nas comemorações, sendo que no Teatro Comunalle de Bologna, as comemorações do Bicentenário de Verdi terão seu ponto alto com a apresentação da ópera NABUCO, o primeiro grande sucesso de Verdi, no próximo 19 de outubro, após o grande sucesso da apresentação "Messa di Requiem”. E o esperado “RAVENNA FESTIVAL“, com o projeto “Trilogia Popolare”(“Rigoletto”, “La Traviata” e “Il Trovatore”) que apresentará. Também, a produção shakespeariana di Verdi (“Macbeth”, “Otelo” e “Falstaff”). Toda a programação poderá ser conferida no site giuseppeverdi.it, da Regione Emilia-Romagna e dedicado ao Bicentenário verdiano. Por toda a Itália estão programadas homenagens a Verdi.
estátua de Giuseppe Verdi em frente ao Teatro de Busseto, em Parma
 (AFP/Arquivos, GIUSEPPE CACACE)

No Brasil, também será festejado o Bicentenário dos dois gênios (Wagner e Verdi): “John Neschling programou "Aida", de Verdi, para sua primeira ópera no Theatro Municipal de São Paulo, em agosto, mas agendou para novembro "O Ouro do Reno", de Wagner.
A temporada do Municipal do Rio de Janeiro, sob direção do maestro Isaac Karabtchevsky, ainda não foi anunciada, porém rumores dão conta de que também por lá haverá uma "Aida", contrabalançada por uma wagneriana "A Valquíria".
No Festival Amazonas de Ópera, em Manaus, deve ser encenado "Un Ballo in Maschera", do compositor italiano, e "Parsifal", do alemão.
Já o Festival de Ópera do Theatro da Paz, que ocorre em Belém (PA), terá "Il Trovatore", de Verdi, e "O Navio Fantasma", de Wagner.” (Folha de S. Paulo, 19/02/2013)

BICENTENÁRIO DE DOIS GÊNIOS!

Dois dos mais importantes compositores da história da música completam Bicentenário de nascimento este ano: o alemão Richard Wagner e o italiano Giuseppe Verdi. Autores do mesmo período histórico sob o ponto de vista cronológico, suas obras marcam momentos ideológicos semelhantes em dois países com uma trajetória histórica que também guarda similaridades.
Nascidos no período das Revoluções Burguesas que agitaram a Europa entre a Revolução Francesa (1789-1801) e o fim do período napoleônico (1801-1815), eles se ligaram, de forma sólida e a marcar toda sua obra, aos destinos de seus países.

Não admira que tanto Wagner quanto Verdi tenham escolhido a ópera como uma das formas de expressão mais límpida do nacionalismo ultrarromântico. O momento em que atingiram o auge de sua produção não poderia ser mais representativo: tanto Alemanha quanto Itália concluíram, entre 1859 e 1871, seus processos de unificação. Ambos os países foram retardatários no processo de solidificação de seus Estados Nacionais, uma vez que nações como França, Inglaterra, Portugal e Espanha fizeram-no entre os séculos XIV e XVI.
NOTA DO BLOG: Fizemos a nossa homenagem a Richard Wagner pelo seu Bicentenário de Nascimento:
Richard Wagner: 2º Centenário de Nascimento do Compositor Alemão!/leia aqui


VERDI 200

Giuseppe Fortunino Francesco Verdi, nasceu em Roncole di Busseto (hoje, Roncole Verdi), do então Ducado de Parma/Itália, em 10 de outubro de 1813, falecendo em Milão, em 27 de janeiro de 1901. Ainda criança, Verdi começou a estudar música, em Bussetto, e prosseguiu os estudos até aos 20 anos, em Milão. Foi o compositor da unificação italiana e de óperas famosas ("Otello", "La Traviata", "Rigoletto", "Il Travatore", "Aída", entre outras), sendo considerado, na época, o maior compositor da Itália, da mesma forma que Richard Wagner foi considerado na Alemanha. Alguns de seus temas já estão há muito enraizados na cultura popular - como "La donna è mobile", de “Rigoletto”, "Va', Pensiero" (Coro dos Escravos Hebreus) de Nabuco, "Libiamo ne' lieti calici" (Valsa do Brinde) de La Traviata e a "Gloria al Egito e ad Iside" (Marcha Triunfal) de Aida.

Giuseppe Garibaldi - Herói da Unificação Italiana!

Após a Itália ser unificada, em 1861, muitas das óperas de Verdi foram re-interpretadas como “Risorgimento”. Começando em Nápoles, em 1859 e se espalhando por toda a Itália, o slogan "Viva VERDI" foi usado como um acróstico de Viva Vittorio Emanuele Re D'Italia (Vitor Emanuel, Rei da Itália), referindo-se a Vitor Emanuell II da Itália, então rei da Sardenha, conclamando aquele que viria a ser o primeiro monarca da Itália unificada.
O Coro dos Hebreus (título para Va, Pensiero) foi outra peça que entrou para o folclore. Antes do corpo de Verdi ser levado até o cemitério, Arturo Toscanini conduziu o coro com 820 cantores, na casa em Miserere, onde Il Trovatore foi apresentado.

Verdi foi eleito como Membro da Câmara dos Deputados em 1861, seguindo um conselho do Primeiro Ministro Cavour, mas em 1865 ele renunciou ao cargo. Em 1874 ele foi nomeado Senador do Reino.
Verdi casou-se em 4 de maio de 1836 com Margherita Barezzi que deu a luz a duas crianças: Virginia Maria Luigia (26 de março de 1837 - 12 de agosto de 1838) e Icilio Romano (11 de julho de 1838 - 22 de outubro de 1839). Ambos morreran na infância, enquanto Verdi trabalhava em sua primeira ópera (Oberto) e Margherita acabou falecendo em 18 de junho de 1840, com apenas 27 anos, enquanto ele compunha sua segunda ópera, “Um Giorno di Regno”. Em 1859, casa-se com a soprano e companheira Giuseppina Streboni. Em 1879, após 20 anos de convívio, perde sua esposa e em 27 de janeiro de 1901, em Milão, cercado de respeito de toda a Itália, morre Giuseppe Verdi.

TEATRO REGGIO DI PARMA

Se a cidade de Parma, no norte da Itália, é sinônimo de música italiana, o Teatro Reggio Di Parma é o grande símbolo desta tradição. Construído pela duquesa Marie Louise da Áustria, já esposa de Napoleão, não é o primeiro, mas, sim, o mais prestigioso dos 12 teatros da cidade e, com certeza, um dos mais célebres, dentre os líricos italianos. É considerado o mais importante entre os "di tradizione" e seu público é reconhecido não só pela sua competência, mas também pela exigência.
No tempo da inauguração reinavam Rossini, Donizetti e Bellini , mas a década seguinte viu acontecer o furacão Verdi: quase um terço das obras contavam com a autoria de quem já era o maior dos compositores da Itália, talvez do mundo. O próprio Verdi dirigiu, no Reggio, Don Carlo e a célebre Aida. Em homenagem ao grande referente da ópera italiana, todo ano o teatro oferece o Festival Verdi. Começa no dia do aniversário do autor de óperas como Rigoletto e La Traviata, no primeiro dia do mês, e este ano estreia com a Missa de Réquiem. Os ingressos chegam a custar 180 euros numa localização privilegiada, mas há também a partir de 10 euros - de pé, na galeria.

NOTA DO BLOG: Parma e Bologna tem um significado especial para mim. Em 1930, meu tio Aleixo Delmanto concluía seu Curso de Especialização em Radiologia na Universidade de Bologna, após ter feito o Curso de Medicina na Universidade de Parma. E meu filho, Marcelo Delmanto, fez seu Curso de Especialização em Direito após 70 anos! – na mesma Universidade de Bologna, no ano 2000.

Projeto do Novo Milênio, com as raízes do passado.../leia aqui


Lista de óperas:

• Un Giorno di Regno, 1840
• Nabucco, 1842
• I Lombardi nella Prima Crociata, 1843
• Ernani, 1844
• I Due Foscari, 1844
• Alzira, 1845
• Giovanna d'Arco, 1845
• Attila, 1846
• Macbeth, 1847 (1865, versão revisada)
• I Masnadieri, 1847
• Jerusalem, 1847
• Il Corsaro, 1848
• La Battaglia di Legnano, 1849
• Luisa Miller, 1849
• Stiffelio, 1850
• Rigoletto, 1851
• Il Trovatore, 1853
• La Traviata, 1853
• I Vespri Siciliani, 1855
• Aroldo, 1857
• Simon Boccanegra, 1857
• Un Ballo in Maschera, 1859
• La Forza del Destino, 1862
• Don Carlo, 1867
• Aida, 1871
• Otello, 1887
• Falstaff, 1893

7 comentários:

Delmanto disse...

Este Blog comemorou o Bicentenário de dois gênios; Richard Wagner e Giuseppe Verdi! Importantes nos processos de unificação dos dois países, consagrados pela qualidade de suas óperas.
Na abertura do post, propositadamente, coloquei o “Va Pensiero”, considerado o HINO DA ITÁLIA, o hino da UNIFICAÇÃO DO PAÍS!
Giuseppe Verdi e sua obra estão sendo relembradas e executados na Itália e, em todo mundo, homenagens estão sendo prestadas a esse grande compositor italiano.
É trabalho para ser lido com vagar... É trabalho magnífico que mostra o que de melhor se fez em ópera.
Valeu!

Anônimo disse...

Marlene Caminhoto Nassa (Facebook) adoro o Va, Pensiero...

Anônimo disse...

Jo Sant'Iago (Facebook) compartilhou sua foto.
Viva!!!

Anônimo disse...

Em um excelente trabalho acadêmico, do Memorial do Rio Grande do Sul e patrocinado pela Secretaria da Cultura/Governo do Rio Grande do Sul, colhemos um trecho que mostra bem a importância dos líderes da conquista da Unificação da Itália. À frente o grande pensador Giuseppe Mazzini, idealizador do movimento maçon “Giovine Italia”, ele soube arregimentar os jovens e muitos idealistas, entre eles, com destaque, para Garibaldi e Verdi:
“Mazzini, Garibaldi e Verdi e a Unificação Italiana
Governo do Estado do RGS – Germano Rigotto
Secretaria Estadual da Cultura – Roque Jacoby
Memorial do Rio Grande do Sul – Luiz Alberto Gusmão 2
Introdução
A unificação nacional italiana, alcançada depois de uma luta de quase
trinta anos (1831-1861), sonhada por tantos homens e mulheres ilustres do
passado, foi um movimento político e cultural sui generis na medida em que
contou com a participação das mais diversas personalidades daquela época,
entre elas, um intelectual, um extraordinário homem de ação e um grande
compositor;Os três Giuseppi: Mazzini, Garibaldi e Verdi, como são chamados
num dos subtítulos dos capítulos que se seguem. Este episódio, a luta pela
unificação, que muitos consideram as mais belas páginas da Itália Moderna,
foi chamado de Il Risorgimento, o Renascimento ou o Ressurgimento, ocasião
em que o antigo espírito nacional dos povos peninsulares que formavam a
Itália, em uníssono, voltou a reclamar por sua independência e liberdade.


I - Giuseppe Mazzini, o profeta da Itália
Nascido em Gênova, em 22 de maio de 1805, em meio a uma família
estreitamente vinculada com os carbonários, os jacobinos italianos do início
do século 19, Giuseppe Mazzini, ao longo da sua vida de patriota, empunhou a
bandeira da unificação da Itália, país que então era apenas uma expressão
geográfica, religiosa e cultural, mas não um estado poderoso como a França
ou a Espanha. Em 1831, no exílio em Marselha, ele fundou o movimento
Giovine Italia, a Jovem Itália, com a intenção de mobilizar a opinião dos seus
concidadãos para a nobre causa de constituir uma nação “Una, Independente,
Libera, Repubblicana”.
Compôs, com os outros dois Giuseppi, seus contemporâneos, Verdi e
Garibaldi, o músico e o revolucionário, a trindade que encarnou a paixão por
uma Itália livre, enfim, do controle do Imperador estrangeiro e independente
do Papa católico.” (luisroberto-souza@yahoo.com.br)

Anônimo disse...

O que mais me recordo é de minha nona. Queera muito carinhosa e que tinha mãos para a cozinha. Eu adorava ficar ao lado dela, vendo a feitura da “pasta” acompanhada das histórias de sua cidadezinha, na Sicilia... Meu pai, já nascido aqui, tinha o tipo italiano mas era um brasileiro perfeito. A minha mãe, também descendente de italianos, também não cultivava as habilidades da nona e nem tinha vocação para fazer pratos especiais. Acho que a primeira geração sempre ficou mais preocupada em se integrar à comunidade do que exaltar as origens européias. Vejo isso na minha faculdade, tenho muitas amigas que fazem curso de italiano e que pretendem conhecer a Itália e as “vilas” de onde seus avós imigraram para o Brasil. Nem em casa puderam aprender o italiano ou o “dialeto” de origem da família.
O Brasil é um país privilegiado e que soube absorver a cultura e o bom humor desses imigrantes alegres e barulhentos. E o Conde Matarazzo além de ser um mito, era o orgulho de todos os imigrantes, pois era um deles e era um “vincitore”!
Abraço. (maria-de-lourdes2004@hotmail.com)

Anônimo disse...

A título de colaboração e buscando dimensionar realisticamente a relação do Brasil com Comunidade Européia, trago o trecho final de minha tese de Mestrado na Università di Giurisprudenza di Bologna, com o título de “Relazione delle Comunità Europee con Il Brasile”:
“O MERCOSUL no Cenário Internacional
MERCOSUL tem procurado seguir da experiência bem sucedida da União Européia. Inicialmente, quatro membros: Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai, esta a ponto de aumentar para nove seus países membros, com Chile, Bolívia, Peru, Colômbia e Venezuela.
Atualmente, o mercado externo do bloco passa, em 92% entre Brasil e a Argentina. O MERCOSUL foi bom para o Brasil e ótimo para a Argentina. Há uma urgência de fazer como um Tratado de Maastrich europeu: é necessário acelerar o processo de "convergência macroeconômica" do bloco nas políticas cambiais, monetárias, tributárias, fiscais e de trabalho.
Indiscutível é o comando do Brasil nos termos do MERCOSUL todo Produto Interno Bruto da Argentina corresponde à renda do interior do Estado de São Paulo (sem a Capital de São Paulo), um dos 23 estados brasileiros; todo Produto Interno Bruto Chile corresponde à renda da Grande Campinas (a cidade Campinas mais as cidades da sua região) que é uma das 600 cidades do Estado de São Paulo; todo Produto Interno Bruto do Uruguai corresponde à renda do Bairro de Santo Amaro (um dos bairros da Capital do Estado: São Paulo). Quer dizer que o Brasil é a maior economia da América do Sul. O Produto Interno Bruto do Brasil será o 5º mercado comprador do mundo em 2005.
Nas previsões do comércio internacional (comércio eletrônico) a América Latina movimentará US$ 82 milhões em 2004. Este valor é maior do que o previsto para a Europa do Leste, África e Oriente Médio juntos, que devem gerar US$ 68,6 bilhões. O Brasil comandará este desenvolvimento movimentado, sozinho, US$ 64 bilhões, e a Argentina em segundo lugar, com US$ 10 bilhões.

O Brasil e a Comunidade Européia
Entre os anos de 1993 a 1998 teve um aumento de 116% no comércio entre o Brasil e a Europa, sendo favorável à Comunidade Européia, porque, enquanto as exportações européias, neste período, tenham crescido 181%, as exportações brasileiras tiveram um aumento de 31,5%.
Em 1993, o Brasil foi o 24º comprador dos produtos europeus e, em 1997, atingiu o 11 º lugar como comprador. A balança comercial, em 1998, foi para o lado europeu em US$ 2,7 milhões.
O subsídio à produção européia bloqueia 26% das vendas brasileiras no mega bloco, principalmente no setor agrícola.
Com a Itália, de modo especial, o intercâmbio comercial do Brasil teve uma média de US$ 5 bilhões nos últimos anos. Em três anos, de 1996 a 1998, os investimentos italianos no Brasil cresceram quase seis vezes. Passando de menos de US$ 100 milhões a US$ 600 milhões, uma ligeira queda em 1999, por força da crise. Atualmente, 10 mil empresas italianas exportam para o Brasil e cerca de 5,5 mil empresas brasileiras exportam para a Itália.
O crescimento do comércio bilateral deverá crescer sobre a presença de especiais e médias empresas italianas, que já aconteceu nos últimos três anos cerca de 20%.
Os setores industriais e de serviços são a prioridade para o incremento das exportações para o Brasil para a União Européia...”
Abraço e Parabéns pelo post.
Marcelo Delmanto (adv.marcelo,delmanto@gmail.com)

Anônimo disse...

Jane Moraes (Facebook) que descanse em paz.e grata por ter deixado um legado de grandes obras

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