janeiro 06, 2015

A Misericórdia Botucatuense não existe mais...faz parte da história!

A Misericórdia Botucatuense não existe mais...faz parte da história!






Fundada em 1893, a MISERICÓRDIA BOTUCATUENSE        prestou inestimáveis serviços à população botucatuense. À época, NÃO existia serviço médico público, restando às entidades assistenciais a prestação desse importante auxílio à população. Assim, em todo o Brasil, por iniciativa em geral da Maçonaria, foram constituídas Associações Beneméritas, sem fins lucrativos, para a fundação, construção e manutenção dos hospitais denominados de SANTAS CASAS DE MISERICÓRDIA.

Assim ocorreu em Botucatu. Tendo à frente o venerável maçon e primeiro médico da cidade, DR. COSTA LEITE, foi fundada a MISERICÓRDIA BOTUCATUENSE, sendo que em 08 de dezembro de 1905, foi oficialmente inaugurada, graças a ação de ricos proprietários e fazendeiros que auxiliaram financeiramente o novo e importante hospital.

1ª FASE: Sob a liderança do Dr. Costa Leite, o hospital botucatuense cumpriu sua missão, com muita luta de seus idealizadores e o apoio maciço dos botucatuenses.

2ª FASE: Em 1937, após séria crise administrativa e técnica, a MISERICÓRDIA BOTUCATUENSE deu início à sua segunda fase, consolidando-se como hospital de referência e com uma gestão administrativa e uma atuação médica altamente positivas. A sociedade botucatuense continuou a prestigiar e a colaborar financeiramente com o hospital.

MUDANÇA NO PERFIL DO HOSPITAL

 Já no final dos anos 90 e após as comemorações de seu CENTENÁRIO, a MISERICÓRDIA deixou de atender ao SUS e celebrou contrato de exclusividade com a UNIMED, sendo que o atendimento ao SUS passou a ser feito pela UNESP e pelo HOSPITAL SOROCABANA. Essa mudança ocorreu na gestão de Emílio Peduti Filho, como provedor da MISERICÓRDIA e tendo na presidência da UNIMED o Dr. Omar Abujanra Júnior.

NOVA CRISE FINANCEIRA

Em 2013 e 2014, a MISERICÓRDIA BOTUCATUENSE passou novamente por gravíssima crise. A UNIMED, a FAMESP e UNESP fizeram esforços para contornar a situação. Com a garantia do seu terreno, a Diretoria do Hospital fez contrato com a UNIMED, sob a presidência do Dr.Walfrido Jackson Oberg, passando toda a gestão para essa entidade. A antiga MISERICÓRDIA passou a denominar-se HOSPITAL UNIMED. Mesmo estando construindo o seu hospital na entrada da cidade, a UNIMED deverá manter a posse e administração do antigo hospital botucatuense.

É REGISTRO HISTÓRICO!

Na matéria publicada no livro “MEMÓRIAS DE BOTUCATU 2”, de 1993 e constante do Site do Delmanto, constante do link abaixo, temos em detalhes todo o histórico desse importante Hospital Botucatuense:


CENTENÁRIO DA MISERICÓRDIA BOTUCATUENSE - 1893/1993
post de 25/06/2011

Na capital paulista nós temos a Santa Casa de Misericórdia, tradicional e modelar estabelecimento hospitalar. E por todo o Estado de São Paulo e peloBrasil, temos as Santas Casas, hospitais erguidos e mantidos pela caridade das comunidades a que servem... Faço essas considerações, exatamente, pelo fato do hospital que vamos focalizar não levar o nome de Santa Casa: é tão somente Misericórdia Botucatuense.



Sempre me recordo que meu pai, médico, comentava que aMisericórdia não era uma Santa Casa, mas com certeza, era uma Casa Santa! Principalmente em seus primórdios, quando não havia a assistência médica organizada por parte do Governo Federal, funcionando os serviços de saúdepela mobilização da própria comunidade que contava com entidades filantrópicas, geralmente maçônicas.

Histórico Completo da Misericórdia Botucatuense/leia aqui

PARTE 2 – Continua o Histórico/leia aqui

PARTE 3 – Continua o Histórico/leia aqui

Pois bem, a Misericórdia Botucatuense foi fundada em1893, passando a funcionar em 1901, graças ao médico baiano, Dr Antonio José da Costa Leite, que teve a brilhante iniciativa. Como único médico da cidade e da região, acompanhando o avanço das paralelas poderosas da Estrada de Ferro Sorocabana e contando com o apoio financeiro e a doação de terras de fazendeiros e ricos proprietários da cidade.

1ª. FASE DO HOSPITAL:
Dr Costa Leite obtém da matriarca Da. Isabel Franco de Arruda, rica proprietária vinda de Piracicaba, a doação 10 contos de réis. Dez contos de reis! Os fazendeiros Antonio Ferreira da Silva Veiga Russo e Domingos Soares de Barros doaram parte de suas propriedades para o hospital. Sendo que o Domingão(como era conhecido) doou propriedades como primeira fonte de renda da Misericórdia.


Com firme apoio da comunidade foi eleita a primeira Diretoria: Dr Costa Leite, Antonio Cesar, Amando do Amaral Barros, João Rodrigo e Floriano Simões. Como Provedor, o Juiz de Direito, Dr Luiz Ayres de Almeida Freitas. A planta do hospital foi de autoria do arquiteto Francisco B. Soler (espanhol).

Interessante o registro da presença, por dois anos, do médico e depois cientista famoso, Dr. Vital Brasil. Pertenceu ao quadro clínico da Misericórdiae, como secretário, elaborou algumas Atas. Com a existência de muitas fazendas, portanto de muitas matas e animais peçonhentos (cobras e escorpiões), começou a pesquisar e estudar o soro-antiofídico. Em, 1897, seguiu para a capital para atuar no recém fundado Instituto Butantã, onde se consagrou para a ciência.
2ª. FASE DO HOSPITAL:
Em 1937grave crise abalou o funcionamento da Misericórdia. O Corpo Clínico se afastou por desentendimento com a Administração. Após breve período sem prestar serviços, fechado, o hospital reabriu em uma iniciativa da Comissão de Diretores da Administração da Entidade Mantenedora. Foram convidados os srs. Emílio Peduti e o Dr Antônio Delmanto. O primeiro, empresário e capitalista bem sucedido e, o segundo, médico botucatuense com especialização na Santa Casa de Misericórdia de São Paulo, com estágio com o Dr Benedito Montenegro, considerado o melhor cirurgião da época e, posteriormente,Diretor da Faculdade de Medicina da USP.
Delmanto e Peduti em solenidade do Hospital

As instalações da Misericórdia eram modestas. Era preciso ampliar. Moderno aparelho de Raio X, caríssimo à época e impossível de ser comprado com recurso próprio, foi uma oferta do Comendador Antonio Pereira Ignácio, fundador da Votorantim (avô do empresário Antonio Ermírio de Moraes). O industrial Antonio de Souza Noschese, doou a sala e todos os aparelhos de Ortopedia, a viúva do ex-prefeito Tonico de Barros doou toda aala de ginecologia com vários quartos e equipamentos, que passou a ser a ala Maternidade “Nhazinha de Barros”. Enfim, com a mobilização do corpo clínicoobteve-se as doações necessárias para o pleno funcionamento do hospital.



Em 1993, a grande comemoração do CENTENÁRIO DA MISERICÓRDIA BOTUCATUENSE. Uma vida onde a benemerência supriu, por décadas, a ausência do Estado no importante setor de prestação de serviços de saúde. Hoje, o hospital está consolidado, mesmo enfrentando as dificuldades que todos os hospitais do Brasil ainda enfrentam.

registro do histórico do Centenário da Misericórdia Botucatuense precisa ser divulgado como forma de se preservar a história e deixar exemplos da participação positiva e vitoriosa da comunidade organizada.

Prof. Arlindo Machado, da Escola de Comunicações e Artes da USP, sobre a importância dos registros históricos e dos livros de história, nos lembra que “...a biblioteca da Sorbonne, tida como a maior da Europacontava com um acervo, no seu início, de 1.228 livros.Hoje, as maiores bibliotecas do mundo abrigam cada uma por volta de dez milhões de volumes. E destaca a importância de registros, como o que estamos fazendo, dos fatos históricos:”...Bancos de Dados inteligentes deverão substituir os inexpressivos fichários atuais, novos softwares ajudarão na tarefa de localizar, selecionar e compreender a informação...deverão condenar ao esquecimento as antigas livrarias e remodelar o conceito de biblioteca...”

Esse é o futuro. É perfeitamente possível digitalizar coleções inteiras de jornais antigos. É viável, através desoftwares específicos, catalogar toda uma biblioteca. Bancos de Dados podem preservar toda a Memória Histórica das cidades.

Repetimos: esse é o futuro! E estamos trazendo o registro importante de parte da construção histórica de uma cidade do interior do Estado de São Paulo, com a construção, pela força da comunidade organizada, de seu Hospital Benemérito.

20 comentários:

Delmanto disse...

A Misericórdia Botucatuense NUNCA sairá da memória de Botucatu. É uma LUTA CENTENÁRIA da CIDADANIA BOTUCATUENSE. Com a participação efetiva da SOCIEDADE CIVIL de nossa cidade, ergueu-se um Hospital Benemérito que por mais de 120 Anos prestou inestimáveis serviços a Botucatu e região.
Hoje faz parte da História!
Vamos, sempre, lembrar a participação da “intelligentsia botucatuense” na construção do serviço de Saúde à nossa população.
MISERICÓRDIA BOTUCATUENSE!
É REGISTRO HISTÓRICO!

Anônimo disse...

Lourdinha Lopes Amorim Silva (Facebook):
uma pena porque meu sogro deu o melhor dele para que a Santa Casa fosse um hospital de excelencia, Seu Zico foi peça importante e fundamental nela,

Anônimo disse...

Maria Vitoria Simoes (Facebook):
saudade dessa Misericordia antiga... das irmãs que tão bem cuidavam dos pacientes.. do Sr. Zico ... sempre prestativo...

Anônimo disse...

Sydney Jose Castro (Facebook/Pernambuco):
Parabens Armando , seu blog mostra a cidade ontem, hj e prevê o amanha

Anônimo disse...

Olga Aun (Facebook):
Muito bom, Armando!

Anônimo disse...


Antonina Mendonça (Facebook):
parabéns Armandinho. Bela matéria!

Anônimo disse...

Marlene Caminhoto (Facebook):
Parabéns pela matéria Armando Moraes Delmanto! Lamentável a situação hospitalar somente em uma única mão. Nada contra a Unimed mas nenhum outro convênio medico pode existir na cidade! Ficamos com uma única opção... E nunca da bons resultados a falta de alternativas... Botucatu perde, infelizmente... Creio que interesses corporativos não deveriam ser sobrepostos ao interesse da comunidade como um todo. Os ideais que norteavam esses nobres botucatuenses que criaram nossa querida Misericordia deveriam ser lembrados e serem fontes de inspiração... Saudades dos antigos médicos que faziam sacerdócio de suas profissões como o foram seu saudoso pai e tantos outros da cidade! Abraços

Anônimo disse...

Armando Jesus Barbieri Barbieri (Facebook):
Parabéns pela matéria ! Valeu !

Anônimo disse...

Pida Pardini (Facebook):
Parabéns pela matéria, Armando!

Anônimo disse...

Maria Thereza Cunha Delgallo (Facebook):
Sua matéria é esclarecedora, uma bela matéria.
Concordo com Marlene Caminhoto sobre termos apenas um convênio médico...precisamos de outras alternativas, concorda?

Anônimo disse...

Oscar Francisco Balarin (Facebook):
Parabéns Armandinho, grande botucatuense.

Anônimo disse...

Ana Maria Winckler Audi (Facebook):
Valeu a matéria. Mas isso é muito triste.

Anônimo disse...

Tânia Jacobucci Tânia Jacobucci (Facebook):
Huhu ! Paulo Roberto Rodrigues Ramos viu isso !ebook)Huhu ! Paulo Roberto Rodrigues Ramos viu isso !
Parabéns linda matéria !
Meu saudoso Tio Emilio Peduti onde estiver com certeza esta iluminando p que seja dado o melhor camimho !
Célia Arruda leia Isso ..

Anônimo disse...

Zeka Martins (Facebook):
É lamentável, porém nada se diz que um dos grandes problemas dos hospitais "filantrópicos" daqui da terra de "Bananal" são os famosos "provedores" que não passam de uma máfia muito bem organizada, a gerações e gerações, cujo trabalho "benevolente" é desviar com maestria, grande parte da arrecadação dos recursos financeiros dos hospitais, para seu próprio benefício ... ( algo como carrapatos fazem com bois ) isso ocorre em cerca de 90 % das santas casas e ninguém fala nada ... ninguém "sabe" de nada ...

Anônimo disse...

Maria Soares Losi (Facebook):
Meu pai era médico nesta época ,lembro muito bem parabéns pela matéria..

Anônimo disse...

Na cidade de Jaú foi a mesma coisa. A comunidade se uniu e construíram a Santa Casa, mantida por uma Entidade Filantrópica. Não havia assistência pública para a saúde era o salve-se quem puder. Foi a época da conquista desse imenso país. Em cada cidade, pelo menos no Estado de São Paulo, havia uma Santa Casa. Hoje, com todo o dinheiro arrecado pelo Governo Federal os hospitais mantidos pelas Santas Casas passam verdadeiro terror financeiro. O dinheiro do SUS é uma humilhação e está fazendo com que inúmeros hospitais fechem suas portas. É urgente uma nova política para a Saúde. É preciso que o SUS pague um valor justo pelos serviços prestados e que pague sem atraso. Ninguém está pedindo favores governamentais, mas apenas o que é devido pelos serviços prestados ao próprio Governo Federal. O valor de uma consulta ou de uma operação cesareana paga pelo SUS é uma vergonha! E o Congresso Nacional só trabalha alguns dias da semana e só pensa em tirar vantagens... (jair.castro66@yahoo.com.br)

Delmanto disse...

São as raízes da civilização portuguesa que viabilizaram a colonização da Terra Brasilis. O valor das Santas Casas foi de fundamental importância para a saúde das populações carentes das cidades que se formaram nos primórdios da Nação. Da mesma forma, o relato de Jair sobre a cidade de Jaú. Com certeza, por todo o Brasil, vamos encontrar depoimentos que enaltecem o papel dessas Casas de Benemerência. O Governo Federal precisa voltar a atenção para uma justa remuneração pelos serviços prestados pelas Santas Casas. O SUS precisa pagar em dia e dar o justo valor dos procedimentos médicos prestados. É compensador sentir que tema tão importante encontra a atenção de tantos brasileiros. O Brasil tem futuro. E o passado glorioso de nossas Santas Casas de Misericórdia é um orgulho de toda a Nação Brasileira.

Delmanto disse...

Salve, Lourdinha Lopes Amorim Silva. Obrigado por seu comentário. O Seu Zico, além de amigo de minha família foi muito importante para que a minha pesquisa se concretizasse. Através dele, tive acesso ao Livro de Atas da Misericórdia Botucatuense, além de fatos relatados por ele. No livro, faço menção a ele e sua ajuda. Valeu. Gtrande abraço.

Delmanto disse...

Você está certa, Maria Thereza Cunha Delgallo. Precisamos de mais opções em Planos de Saúde e de mais Hospitais! Valeu. Grande abraço.

Anônimo disse...

Quantos benefícios Sabta Casa de misericórdia prestou a esta cidade
grandes profissionais passaram por ali agradeço pois foi ali que nasci

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