Rio tem Carnaval de Rua!
Estão voltando os bailes de salão no carnaval e, agora, segundo o excelente jornalista e escritor Ruy Castro, “finalmente superamos a ditadura das escolas de samba,que, de 1970 a 2000, nos condenou a assistir pela televisão à alegria dos que saem nelas...”Absolutamente, certo!
Já dissemos que o mega carnaval com as Escolas de Samba dando show e espetáculo é válido, atrai turistas e promove o carnaval...Mas o CARNAVAL BRASILEIRO é muito mais... É a alegria dos foliões nos salões de baile e também – com destaque! – nas ruas de suas cidades. A retomada das ruas da Cidade Maravilhosa pelos Blocos Carnavalescos ("Cordão da Bola Preta" e "Banda de Ipanema") é maravilhosa. É o Rio pulsando, alegre e no comando da maior festa popular brasileira!
Vamos às fotos e ao artigo de Ruy Castro:
Rio volta a brincar o Carnaval
Bloco de rua, escola de samba, feijoada, show na praia, baile de clube --você escolhe. No Rio, nesta época, tudo isso tem a ver com Carnaval. Voltou a ter.
Finalmente superamos a ditadura das escolas de samba, que, de 1970 a 2000, nos condenou a assistir pela televisão à alegria dos que saíam nelas e, estes, cada vez mais, eram os gringos que recebiam a fantasia no hotel e só ouviam o samba quando chegavam à avenida. No que nos cansamos de bater palmas para eles, fomos espiar lá fora e redescobrimos a verdadeira passarela, da qual nunca devíamos ter saído: as ruas.
Foi tão sutil que quase não deu para perceber. Um dia, por volta do novo século, grupos de amigos começaram a se organizar em blocos e sair para desfilar. Ao fazer isso, receberam a adesão dos jovens do bairro. No ano seguinte, mandaram fazer camisetas e surgiram as primeiras fantasias. De repente, as adesões eram aos milhares e vindas de toda parte. Com isso, pelo gigantismo que assomou a coisa, a prefeitura precisou interferir, e os blocos agora têm de pedir licença para desfilar. Não importa o tamanho --desde os tipo família, que vão de 10 ou 20 mil pessoas, aos gigantes como o Simpatia É Quase Amor e o Suvaco do Cristo, com suas centenas de milhares, e o Bola Preta, que pode chegar a 2 milhões neste Carnaval.
Retomando uma tradição de três séculos, o Rio, hoje, respira Carnaval pela cidade inteira. Bebe-se, come-se, dança-se, canta-se e beija-se como nunca nos últimos tempos. E o verbo que melhor define tudo isso também voltou: brinca-se o Carnaval.
(Folha de S. Paulo, 09/01/2013)
RUY CASTRO: Escritor e jornalista, já trabalhou nos jornais e nas revistas mais importantes do Rio e de São Paulo. É considerado um dos maiores biógrafos brasileiros, escreveu sobre Nelson Rodrigues, Garrincha e Carmem Miranda.
3 comentários:
Carnaval na laje, nos salões do clube com feijoada, nas ruas e avenidas e até nos sambódromos que existem pelo Brasil todo... É a maior festa popular brasileira: espontânea, retrato de um povo feliz apesar da “canalhada” constantemente repetida pelos políticos de TODOS os partidos...UFA!
O negócio é liberar a alegria, abraçar quem estiver do lado e dar muitos beijos na boca daquela foliã vestida de coelhinha...rsrsrs
(haroldo.leao@hotmail.com)
O Rio e o Recife comandam o carnaval de rua de verdade no Brasil. No Recife o comando é do GALO DA MADRUGADA. No Rio é do BOLA PRETA que puxa a folia nas ruas cariocas. Em Salvador tem o “carnaval eclético” que toca todo tipo de música...até samba, vez ou outra: vamos dizer que é uma festa popular alegre...
Mas Carnaval Brasileiro, tem que ter samba, marchinha, mais samba, mais samba e mais samba...
(carla.bueno2011@bol.com.br)
Maria Theresa Lunardi (Facebook):
Também penso assim, e acho que há espaço para todos.
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