Feiras de Ciências em Botucatu
Feira é uma atividade comunitária e integradora.
A Feira de Ciências é uma mostra científica que se caracteriza pelo aspecto dinâmico.
É comunitária e integradora porque conta com a participação de instituições educacionais, científicas e industriais, como por exemplo, em Botucatu: Escolas do 1º e 2º graus, Faculdades (UNESP), Faculdade de Filosofia (UNIFAC), I. Butantã, I. Adolfo Lutz, IBECC, USIS, SHELL, Deps. De Ensino (8ª Insp. Do E. Sec. E Normal e 8ª Insp. Do E. Industrial), Empresa Teatral Pedutti, Aeronáutica Neiva, Dep. de Turismo da Prefeitura, Imprensa, Rádio, TV, etc...
Dinâmica - Equipes de alunos-monitores, previamente treinados, uniformizados, tendo na lapela o crachá (com nome do aluno, estabelecimento e curso), demonstraram ao público, ávido de atualidades científicas:
a- Experimentos que verificam leis e princípios aprendidos em aula;
b- Funcionamento de aparelhos por eles projetados e elaborados;
c- Peculiaridades de coleções botânicas, zoológicas, etc...
d- Painéis com projetos diversos: ciclo evolutivo do sapo, mosca e outros.
e- Modelos de átomos, máquinas, aviões, foguetes,etc.
A feira é um certame cultural e educativo que desenvolve a criatividade, forma atitude científica (observar, experimentar, interpretar, conceber, improvisar), promove a emulação entre alunos, desenvolve o espírito de trabalho em equipe e dinamiza o ensino em bases renovadoras e modernas. Serve para formar ou ampliar o laboratório de Ciências na Escola.
Inspirados pelo IBECC (Instituto Brasileiro de Educação, Ciência e Cultura - secção de São Paulo) fomos os pioneiros na realização de Feiras de Ciências no interior do Estado com a finalidade de substituir os obsoletos métodos de ensino pela observação direta dos fatos, pela experiência convincente e pelo raciocínio lógico. Com a colaboração de professores e alunos, Departamentos de Ensino Oficial, Escolas, comércio, indústria e todos os meios de comunicação, liderados pelos professores João Queiroz Marques (I.E.Cardoso de Almeida), e José Antônio Sartori (E.I.Dr. Armando de Salles Oliveira), promoveram e realizaram: Feiras de Ciências nos anos de 1962, 1963,1964 e 1969.
Iª Feira de Ciências de Botucatu
A primeira Feira de Ciências de Botucatu, a pioneira do interior do Estado, revestiu-se de grande êxito.
Instituto de Educação, Escola Industrial, Colégio Arquidiocesano, Instituto Santa Marcelina, Ginásio Estadual da Vila dos Lavradores, Escola Senac - participaram desse certame.
Época: 26 a 28 de outubro de 1962.
Frequência: Cerca de 6.300 pessoas observaram admirados mais de 600 trabalhos e painéis.
Local: Foi instalada em amplo Salão do Hotel Paulista (atual Hotel Botucatu na R. Amando de Barros).
Na tarde de sexta-feira, do dia 26 de outubro, foi aberta à visitação pública com a presença, na sessão inaugural, do Sr. Emílio Peduti, prefeito municipal, Plínio Paganini, vice-prefeito, representantes do Ensino Oficial e Particular, da imprensa falada e escrita.
À frente dessa iniciativa, estiveram os Profs. João Queiroz Marques, José Antônio Sartori e Clovis Nunes da Silva contando com a preciosa colaboração de outros colegas com seus alunos.
Ultrapassando nossas expectativas a Feira recebeu caravanas de estudantes de Conchas, São Manoel, Itatinga e a visita do Deputado Federal Carvalho Sobrinho.
Vários aspectos da Feira, filmados pela Cia Cinematográfica Primo Carbonari, fazem parte do Complemento Nacional nº 352, que foi exibido nos cinemas em diversas cidades do país.
As fotos tiradas pelos saudosos amigos e fotográfos Caricati e Satake, observadas atentamente por professores de um curso pedagógico em Goiás, frutificaram Feiras de Ciências em Porto Nacional (Tocantins), Morrinhos (Goiás), Brasília (DF), todas realizadas nos moldes da 1ª Feira de Ciências de Botucatu.
Os melhores trabalhos desta mostra foram selecionados para formar um “stand” de Botucatu na IV Feira de Ciências promovida pelo IBECC, em 1963, em São Paulo.
IIª Feira Regional de Ciências de Botucatu.
Patrono: Emílio Peduti.
Alcançou o mais amplo sucesso a IIª Feira de Ciências de Botucatu. Através de caravanas ou de representantes, fizeram-se presentes as seguintes cidades: Ourinhos, Bauru, Descalvado, Itatinga, Pereiras, Itapeva, Conchas, Tupã, Campinas, Jaú, São Manuel, Agudos, Lençóis Paulista, Bernardino de Campos, Ipauçu, Pardinho, Manduri, Anhembi, Bofete, Paranapanema, Pompéia e São Paulo.
Época: 13 a 16 de junho de 1963.
Frequência: 17.675 pessoas adentraram os salões do Ginásio de Esportes do BTC, demonstrando o grande interesse pela exposição científica, prova da capacidade e do idealismo de nossos estudantes.
A inauguração da IIª Feira ocorreu solenemente na noite do dia 13 de junho tendo comparecido autoridades civis, militares e eclesiáticas.
Em seu discurso, o Prof. Marques salientou: “Em Botucatu a idéia surgiu a menos de um ano. Era tímida, esboçada com medo de naturais insucessos pelo seu inedetismo. Firmou-se, porém, de modo definitivo, depois de receber de Emílio Peduti, colaboração necessária e valiosa. O saudoso prefeito sentiu a significação cultural deste certame e o que ele representa para Botucatu. Eis porque esta Feira Regional leva como patrono Emílio Peduti. Em sua honra há três painéis: o 1º da cidade que ele tanto amou; o 2º da Faculdade de Ciências Médicas que foi o seu sonho; o último, da Iª Feira de Ciências que sem sua cooperação não teria saído do terreno das conjecturas”.
A Feira atraiu pelo seu conteúdo e organização. As pessoas circulavam facilmente observando painéis alusivos às pesquisas sobre a Conquista do Espaço, Ciclo evolutivo das borboletas, Animais Marinhos, Lepra, Petróleo em Bofete, Avião Paulistinha, Anatomia Humana, etc.
Nos “stands”, uma diversidade de aparelhos elétro-eletrônicos, ópticos, acústicos, etc., em funcionamento ou em projeto.
Com experimentos realizados, os monitores transformaram essa mostra dinâmica numa imensa sala de aula, onde cada visitante saiu com uma noção a mais no seu acervo cultural e com renovada confiança no espírito criativo de nossa adolescência.
No livro de presença, várias personalidades deixaram impressões da Feira:
A de Mr. Magnus Hannaford, educador inglês, em missão no Consulado Britânico: “A most impressive exhibition. Congratulation to the organizers and students.”
Madre Irany Bastos, diretora do Ginásio “Dom Barreto”, de Campinas: “Trouxemos nossas alunas e professores para que aprendam com os estudantes desta terra hospitaleira, o entusiasmo e o amor à verdadeira Ciência que, infalivelemte nos leva a Deus.
IIIª Feira Regional de Ciências “Emílio Peduti”.
Realizada nos dias 13,14 e 15 de novembro de 1964, sob orientação geral e coordenação do Prof. José Antônio Sartori (E.I. “Dr. Armando de Salles Oliveira) e colaboração do Prof. João Queiroz Marques (I.E. “Cardoso de Almeida) congregou Escolas subordinadas às Inspetorias de Ensino Secundário e Industrial: Industriais de Avaré, Ipauçu, Ourinhos, Marília, Garça, Jaú, Piracicaba, Assis e Casa Branca. Escolas Secundárias de Bofete, Cerquilho, Tietê, Laranjal Paulista, Conchas, Lençóis Paulista, São Manuel, Avaré, Santa Cruz, Itatinga e Itaí e todos os estabelecimentos educacionais de Botucatu.
A solenidade de inauguração deu-se às 20 horas do dia 13, domingo, com a presença de autoridades e grande público. Presentes o Sr. Prefeito Municipal, Joaquim Amaral Amando de Barros, Profs. Amílcar R. Potiens, Benedito Pires de Almeida, Jorge Pinheiro Machado e outros.
Após o discurso do Prof. Sartori, a fita simbólica foi cortada pela Sra. Maria do Carmo Torres Peduti, abrindo a mostra à visitação pública.
As “borboletas” na entrada do Botucatu Tênis Clube - local da mostra - registraram o expressivo número de 20.425 visitantes nos três dias do evento.
Dezenas de ônibus chegaram em nossa cidade conduzindo caravanas de estudantes liderados por professores de Ciências e Botucatu transformou-se no celeiro intelectual da Média Sorocabana, graças à IIIª Feira que reuniu 2.000 trabalhos executados por escolares dessa região.
Os trabalhos expostos mais apreciados pelos visitantes: demonstrações realizadas pelos estudantes da Faculdade de Ciências Médicas e Biológicas de Botucatu: a) observação da pulsação do coração de um sapo registrada em um aparelho de confecção própria; b) dissecação de um cão para estudo de seus órgãos; c) verificação da pressão arterial e recenseamento do tipo de sangue.
Cinema educativo e científico - Projeção de filmes das filmotecas SHELL e da USIS.
“Stand” alusivo à Conquista do Espaço com modelos de foguetes e satélites com recentes fotografias da Lua tiradas pelo último satélite americano.
O cérebro eletrônico, uma criatividade dos alunos do Prof. Hélio Fazzio do I.E. de Avaré, e o canhão de salvas elaborado pelos estudantes da Escola Industrial de Jaú.
Na saudação enviada aos promotores da mostra pelo Sr. José Reis, diretor da “Folha de São Paulo”, ele enaltece professores e estudantes que promoveram essas Feiras: “...não apenas para mostrar o que sabem e o que podem fazer, mas também para estimular iniciativas em outros pontos do Estado e do País...”
“...Botucatu realiza a sua terceira Feira de Ciências. Isto mostra seu espírito de pioneirismo e de constância, tão bem assinalado no Curso de Jornalismo ministrado pelo Folha nessa cidade e que chega ao término. É um exemplo magnífico de fé na Ciência e na inteligência de seus cidadãos.”
IVª Feira Regional de Ciências “Emílio Peduti”.
Promoção: 8ª Inspetoria Regional do Ensino Secundário e Normal, 8ª Inspetoria Regional do Ensino Técnico, Departamento Municipal de Turismo e Ginásio de Esportes do BTC.
Coordenação Geral do Prof. João Queiroz Marques do I.E. “Cardoso de Almeida”, com a colaboração do Prof. José Antônio Sartori do G.I. “Dr. Armando de Salles Oliveira”.
Apoio: Consulado Americano (Gemini VI); Instituto Biológico (formigueiro artificial); Instituto Butantã (Vital Brasil) e Café Tesouro.
Herbert Richers (filmagens para o complemento nacional).
Eletrônica Jussara de S. Manuel (circuito fechado de televisão).
Aero Clube de Botucatu (revoada de aviões).
Participação: Faculdade de Ciências Médicas e Biológicas de Botucatu; Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras “Emílio Peduti”; todas as Escolas oficiais e particulares subordinadas às Inspetorias acima citadas.
Às 17 :OO horas do dia 23 de outubro de 1969, realizou-se a solenidade inaugural da IVª Feira Regional de Ciências com a presença de convidados especiais: Luiz Aparecido da Silveira - prefeito municipal; o arcebispo Dom Vicente M. Zioni; professores Benedito Pires de Almeida, Waldir Danziato, José Antônio e Valdemar Sartori, João Queiroz Marques e outros.
O comparecimento à Feira de 54.200 pessoas, de 23 a 26 de outubro, foi uma manisfestação ruidosa da curiosidade, interesse e admiração pelas inovações e conquistas dos estudantes no mundo das Ciências.
Relação dos principais trabalhos, por ordem, no circuito interno da Feira.
Ginásios Industriais Estaduais:
Presidente Prudente: Estudo da célula.
Botucatu: Uso da lâmpada queimada-criatividade.
Assis: Globo terrestre.
Casa Branca: Reator de gás.
Piracicaba: Destilação da aguardante.
Marília: Máquina à vapor.
Ourinhos: Painel sobre o corpo humano.
Franca: Bomba d’água.
Ipaussu: Elevador hidráulico.
Ginásios Estaduais e Outras Escolas:
Pardinho: Colméia.
Porto Feliz: Taxedermia.
Anhembi: Exposição de uma cascavel.
Faculdade de C.M. e Biológicas: Radioscopia, Microscópia de cromossomos, de bacilos da tuberculose, cultura de micróbios, etc.
I.E.Cardoso de Almeida: Homenagem a Santos Dumont. Lançamento de foguetes (grupo CAESD).
I.E. S. Manuel: Sistema de alarme.
I.E.Avaré: Maquete do trevo da Castelo Branco.
Colégio La Salle de Botucatu: Órgão elétrico.
Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras: Gramofone.
Colégio Santa Marcelina: Rádio galena.
Capsula Espacial Gêmini VI
Escola Senac de Botucatu: Eletrólise.
G.E. “Prof. Euclides Campos”: Cérebro eletrônico.
G.E. “Pedro Torres”: Barômetro
I.E. de Conchas: Molécula de DNA.
Instituto Biológico: Formigueiro in vitro.
O êxito dessas memoráveis Feiras de Ciências perdura para sempre na lembrança daqueles que dela participaram e principalmente do povo que as visitou curioso, crítico e admirado com o progresso das Ciências num processo de ensino bem realizado, bem acabado.
Todos os jovens que se dedicaram às Feiras de Ciências mereceram aplausos pelo “BUM” alcançado e, seus abnegados mestres pelo dever cumprido, o reconhecimento espontâneo, plasmado na admiração de seus alunos e na aclamação de autoridades superiores.
Registro Histórico 1 - A idéia da realização das Feiras de Ciência começou com o convite feito pelo IBECC (UNESCO), seção de São Paulo, para que Botucatu participasse da III Feira de Ciências, realizada em setembro na Galeria Prestes Maia. Como o tempo era escasso, os Profs. João Queiroz Marques, José Antônio Sartori e Clóvis Nunes da Silva, designados para organizá-la, decidiram realizar a mostra nesta cidade, a partir da qual poderiam selecionar material adequado para uma condigna representação da “terra dos bons ares” na Feira que aquele instituto iria promover.
Registro Histórico 2 - A atividade científica e cultural do Prof. José Antônio Sartori, em Botucatu, contou sempre com a colaboração de seu colega e amigo inseparável Prof. João Queiroz Marques. Juntos, iniciaram a realização das Feiras de Ciência, do jornal “Iniciação Científica” e da publicação dos livros de Ciências, iniciada com a série Iniciação Científica. Essa série foi editada pela Editora Nacional e consta de 4 volumes complementados por cadernos de estudo dirigido: 1º volume - O Ambiente e suas correlações; 2º volume - Vida, Matéria e Energia; 3º volume - Botânica, Zoologia e Física; 4º volume - O Corpo Humano.
Após 1972, com o falecimento do Prof. Marques, devido a reformulação do programa de ensino, o Prof. Sartori reescreveu e atualizou a série didática, publicando os seguintes livros: O Ambiente e sua correlações; No Mundo dos seres vivos; O Corpo Humano e Matéria e Energia.
Com a Lei 5692 que implantou os guias curriculares, surgiu um programa de ensino especial para o Estado de São Paulo. Uma nova série didática de Ciências elevou a “Iniciação Científica” ao número de oito livros e oito cadernos de estudo dirigido. Os novos livros foram: O Ambiente e suas correlações; Aproveitando Substâncias Químicas; Aproveitando a Energia e Prevendo o Futuro da Espécie Humana.
As edições dos livros de Ciências começou em Botucatu, através da Editora Marques e Sartori Ltda, fundada em 1963. A Tipografia era a Serra Neto, o tipógrafo era o Romeu Levy; e a sede da editora era na antiga tinturaria do Ginásio Diocesano. O primeiro livro “Ar - Água - Solo”, foi editado na tipografia do Monitor Diocesano. Desde 1965, de quatro em quatro meses, era editado o Jornal Iniciação Científica, com tiragem de 12.000 exemplares distribuídos por todo o Brasil. Este jornal promoveu a série didática, as feiras de Ciências e congregou os professores de Ciências de todo o país nas Feiras, com colaborações no jornal de métodos de ensino e pesquisas científicas.
Foram editados para todo o Brasil 3.000.000 (três milhões) de livros!
O Poder Público homenageou o Prof. João Queiroz Marques denominando um estabelecimento de ensino oficial com seu nome e o Professor José Antônio Sartori recebeu o título de Botucatuense Emérito, no ano de 1980, da Câmara Municipal de Botucatu. (AMD)
9 comentários:
A matéria sobre o pioneirismo das Feiras de Ciências, escrita pelo prof. Sartori, em 1999, para a revista cultural PEABIRU, representa valioso acervo educacional de Botucatu. É matéria extensa mas rica em informações e fotos raras sobre a realização das Feiras de Ciências. Era fundamental o resgate desse texto para uma maior e melhor divulgação. Vale a leitura, flui fácil e documenta tão importante época e suas realizações que contaram, sempre, com a liderança dos professores Sartori e Marques e com o apoio das autoridades municipais constituídas. Valeu. Sucesso!
Tayla Zucato (Facebook):
Adoro ler as histórias da nossa terra!
Manuel Luiz M Martin (Facebook):
Tenho o livro até hoje
Valeu, Manuel Luiz. Já incorporei a sua foto ao post. Grande abraço.
Manuel Luiz M Martin (Facebook):
O professor José Sartori foi meu professor !
Excelente pessoa, assim como muitos outros professores que tive
José Angelo Potiens (Facebook):
Salvo engano, participei com um trabalho numa dessas Feiras. Que foi realizada, também salvo engano, no salão térreo do então Peabiru Hotel. Ano? Não me lembro.
Antonina Mendonça (Facebook):
Grandes mestres. Quantas lembranças!
Leonardo Fávero Sartori (Facebook):
A primeira feira, se não me engano, foi em 1962. Depois houveram a segunda e terceira, na sequencia, em 63 e 64. E a quarta deve ter sido 1969.
Prezado Dr. Delmanto,
quero parabenizá-lo por seu blog, muito instrutivo e, sem dúvida, de ótima intenção em perpetuar, sob sua grafia, a história de Botucatu.
Apenas fiquei surpresa com as informações sobre as Feiras de Ciências. Certamente a participação do Prof. Sartori foi importante, No entanto, para se fazer justiça, a coordenação dos eventos estava a cargo do Prof. João Queiroz Marques: por sua formação na USP em Ciências Naturais, pelo premio Cientistas de Amanhã, da UNESCO (1963) e, nesse mesmo ano, o título de Cidadão Botucatuense e até por manter correspondência com colegas nos USA durante anos, recebendo e trocando figuras que deram sugestivas indicações aos desenhos que deram foram aos livros. Não foi apenas professor no IECA e do Santa Marcelina ou do Seminário , mas, também, professor de Ciências Naturais e Biologia na Faculdade de Filosofia Ciências e Letras Emílio Peduti de Botucatu, bem como de Didática de Biologia, na Faculdade de Ciências Médicas e Biológicas de Botucatu (hoje UNESP). Os livros Iniciação Científica, em parceria com Prof. José Antonio Sartori, eram impressos em tipografia e montados, capítulo a capítulo, em torno da mesa da sala de sua casa. Posteriormente, os direitos autorais foram adquiridos pela Editora Nacional que passou a edita-los a partir de 1970. Como representante da CADES - Campanha de Aperfeiçoamento e Difusão do Ensino Secundário, na área de Ciências, formou centenas professores em áreas remotas do país, onde disseminou a ideia das Feiras de Ciências, nas quais os alunos demonstrariam experiências científicas aprendidas na escola. Dezenas de feiras de ciências levaram seu nome por todo o Brasil. Mente brilhante que, infelizmente nos deixou precocemente. Isso não dá margem para que se veja a história apenas por um dos lados. Inclusive alguns professores que não cursaram escola superior e que tiraram seu diploma pela CADES. Só lhe peço justiça, converse com alguém da família do Prof. Marques e veja sua biografia publicada. No ano que vem será centenário de nascimento do Prof. Marques. Muitos de nós ainda lamentamos a perda de tão brilhante mestre e amigo, assim como lamentamos a perda de Dr.Delmanto, seu ilustre e sempre lembrado pai. Dalva de Oliveira, 8 de agosto de 2015 New York, USA.
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