FRUTESP:
HISTÓRICO da 1ª Privatização Paulista/Sucesso!
RESUMO: Uma fábrica de Suco de Laranja (Bebedouro e região) vai à falência. Crise na Citricultura Paulista abrangendo vários municípios. Numa decisão inédita, o governador Paulo Egydio Martins, em 1975, desapropria “por interesse social” os bens da Massa Falida da SANDERSON DO BRASIL (grupo italiano). Logo depois, criou a FRUTESP. No período de uma gestão governamental (4 anos) a empresa foi RECUPERADA, AMPLIADA, E MODERNIZADA, conquistou-se o mercado externo e, antes do término do governo, privatizou-se a FRUTESP para a Cooperativa dos Citricultores, via Assembleia Legislativa. O Governo do Estado, com o bom desempenho da empresa, recuperou todo o investimento feito e ainda teve expressivo lucro. É exemplo de boa gestão e de PRIVATIZAÇÃO POSITIVA!
Mensagem a Garcia/leia aqui
“Pela primeira vez na história do Estado, o governo desapropria uma indústria “por interesse social”.
Decisão inédita, ousada e oportuna.
A indústria desapropriada está falida, mas de seus escombros surge uma das maiores empresas do setor no Brasil”.
Bebedouro e região mergulham em profunda crise em sua principal atividade agrícola: a citricultura.
Uma comissão, em 1974, liderada pelo prefeito de Bebedouro, Sérgio Sessa Stamato pede ajuda ao governador Laudo Natel em final de mandato. Fracasso. Sem solução ou apoio as laranjas começam a cair...Em setembro é decretada a falência da Sanderson. Suas instalações são lacradas.
Os citricultores entregam a produção a outras indústrias por preço inferior ao mínimo oficial. Alguns perdem toda a safra. Consuma-se o massacre da citricultura impotente diante da crise.
A lição de 1974 ficaria marcada para sempre na memória dos citricultores...
PAULO EGYDIO: O Bom Gestor!
Mas produzir suco de laranja não é atividade fim do Estado. Mas apoiar e reestruturar uma atividade produtiva de uma cooperativa regional, é!
E o Governo do Estado desapropriou a Massa Falida e, para administrá-la, criou uma empresa estatal: a FRUTESP – AGRO INDUSTRIAL.
E para presidi-la, com a ousadia de um Estadista, o então governador Paulo Egydio Martins convocou um jovem administrador de empresas, Eduardo de Paula Ribeiro, formado pela Fundação Getúlio Vargas/SP e já atuante no setor do comércio exterior.
A empresa era eminentemente comercial, voltada ao mercado externo para onde deveria exportar o suco de laranja. No primeiro momento, reparação do maquinário e sua complementação. Depois, ah!, depois é que era o mais difícil! A produção de laranjas estava garantida pela Cooperativa dos Produtores da Região. Mas como conquistar o mercado externo?!?
Numa primeira etapa, conseguiu-se, com a participação pessoal e única do presidente da empresa (a empresa tinha no máximo dez pessoas em sua sede administrativa na Capital, sendo a fábrica localizada em Bebedouro), uma parceria com empresários israelenses que dominavam o mercado internacional do suco de laranja.
A produção da FRUTESP, dentro das especificações técnicas do importador, era fornecida em barris que iam diretamente para Israel e lá eram, simplesmente, repintados com a marca do exportador final. Já no segundo ano de atividade, um problema começou a preocupar: o que fazer com os bagaços das laranjas processadas? Gerava um entulho difícil de descartar. Então, após estudos técnicos, comprou-se uma fábrica de processamento dos bagaços (importada por navio dos EUA), transformando-os em “pellets” (ração animal). Foi um sucesso.
Resumindo: no período de uma gestão governamental (4 anos) a empresa foi recuperada, ampliada e modernizada, conquistou-se o mercado externo e, antes do término do governo, privatizou-se a FRUTESP para a Cooperativa dos Citricultores da Região via Assembléia Legislativa do Estado. O Governo do Estado, com o bom desempenho da empresa, recuperou todo o investimento feito e ainda teve lucro. É exemplo de boa gestão e de privatização positiva!
MEU TESTEMUNHO PESSOAL NA FRUTESP
Eduardo Ribeiro e Governador Paulo Egydio provando o suco de laranja, na Frutesp/Bebedouro.
Mas produzir suco de laranja não é atividade fim do Estado. Mas apoiar e reestruturar uma atividade produtiva de uma cooperativa regional, é!
E o Governo do Estado desapropriou a Massa Falida e, para administrá-la, criou uma empresa estatal: a FRUTESP – AGRO INDUSTRIAL.
E para presidi-la, com a ousadia de um Estadista, o então governador Paulo Egydio Martins convocou um jovem administrador de empresas, Eduardo de Paula Ribeiro, formado pela Fundação Getúlio Vargas/SP e já atuante no setor do comércio exterior.
Eduardo de Paula Ribeiro
A empresa era eminentemente comercial, voltada ao mercado externo para onde deveria exportar o suco de laranja. No primeiro momento, reparação do maquinário e sua complementação. Depois, ah!, depois é que era o mais difícil! A produção de laranjas estava garantida pela Cooperativa dos Produtores da Região. Mas como conquistar o mercado externo?!?
Numa primeira etapa, conseguiu-se, com a participação pessoal e única do presidente da empresa (a empresa tinha no máximo dez pessoas em sua sede administrativa na Capital, sendo a fábrica localizada em Bebedouro), uma parceria com empresários israelenses que dominavam o mercado internacional do suco de laranja.
A produção da FRUTESP, dentro das especificações técnicas do importador, era fornecida em barris que iam diretamente para Israel e lá eram, simplesmente, repintados com a marca do exportador final. Já no segundo ano de atividade, um problema começou a preocupar: o que fazer com os bagaços das laranjas processadas? Gerava um entulho difícil de descartar. Então, após estudos técnicos, comprou-se uma fábrica de processamento dos bagaços (importada por navio dos EUA), transformando-os em “pellets” (ração animal). Foi um sucesso.
Resumindo: no período de uma gestão governamental (4 anos) a empresa foi recuperada, ampliada e modernizada, conquistou-se o mercado externo e, antes do término do governo, privatizou-se a FRUTESP para a Cooperativa dos Citricultores da Região via Assembléia Legislativa do Estado. O Governo do Estado, com o bom desempenho da empresa, recuperou todo o investimento feito e ainda teve lucro. É exemplo de boa gestão e de privatização positiva!
MEU TESTEMUNHO PESSOAL NA FRUTESP
destaque para a data de admissão.
É sempre com muito orgulho que relembro a minha experiência profissional na FRUTESP. Fui seu 1º empregado registrado. Como Assessor Jurídico atuava na sede da empresa, em São Paulo e na fábrica, em Bebedouro.
Todo o histórico da FRUTESP é para que se possa entender o meu papel na estória. Eu trabalhava na Companhia de Promocão de Exportação de Manufaturados do Estado de São Paulo (COPEME), de onde sai para esse desafio. Advogado jovem, formado pela São Francisco, eu enfrentava pela primeira vez uma missão com todas as implicações de uma Massa Falida e de uma empresa voltada ao mercado externo que tinha, pela legislação das empresas do governo, que se pautar pelas rígidas normas do controle estatal.
Já no segundo ano de atividade, um problema começou a preocupar: o que fazer com os bagaços das laranjas processadas? Gerava um entulho difícil de descartar. Então, após estudos técnicos, comprou-se uma fábrica de processamento dos bagaços (importada por navio dos EUA), transformado-os em pellets (ração animal). Foi um sucesso.
Inauguração da Fábrica de Ração (pellets) da FRUTESP, em 1977. Presidente Ernesto Geisel entre Eduardo Ribeiro (presidente) e o Governador Paulo Egydio Martins.
E eu nunca mais me esqueci do primeiro contato que tive com meu superior. Ele rememorou o histórico da famosa “Mensagem a Garcia” e me disse: “Todo dia nós teremos uma mensagem a Garcia para entregar e vamos cumprir com sucesso todos os desafios!” Aquilo dito em momento tão singular, com uma empresa recém criada com tudo por fazer, me empolgou de tal maneira que, hoje, recordando, me orgulho de ter entregue todas as minhas “mensagens a Garcia”!
A equipe da FRUTESP era pequena, mas unida e sempre presente. As reuniões eram motivo de renovação de objetivos...
Não houve caso que eu não soube resolver.
Não sabia? Recorria aos meus professores na Faculdade, buscava colegas que já atuavam no complexo mercado exterior, enfim, “entregava”, a tempo e hora, as soluções jurídicas exigidas. Foi um período tão bom e tão produtivo que nunca mais me esqueci.
Dez anos depois, na fábrica em Bebedouro, fui convidado juntamente com os colegas de trabalho e o nosso presidente para comemorarmos, com a presença do ex-governador Paulo Egydio, a primeira década de sucesso da FRUTESP nas mãos dos produtores de laranja!
Todo o histórico da FRUTESP é para que se possa entender o meu papel na estória. Eu trabalhava na Companhia de Promocão de Exportação de Manufaturados do Estado de São Paulo (COPEME), de onde sai para esse desafio. Advogado jovem, formado pela São Francisco, eu enfrentava pela primeira vez uma missão com todas as implicações de uma Massa Falida e de uma empresa voltada ao mercado externo que tinha, pela legislação das empresas do governo, que se pautar pelas rígidas normas do controle estatal.
Já no segundo ano de atividade, um problema começou a preocupar: o que fazer com os bagaços das laranjas processadas? Gerava um entulho difícil de descartar. Então, após estudos técnicos, comprou-se uma fábrica de processamento dos bagaços (importada por navio dos EUA), transformado-os em pellets (ração animal). Foi um sucesso.
Inauguração da Fábrica de Ração (pellets) da FRUTESP, em 1977. Presidente Ernesto Geisel entre Eduardo Ribeiro (presidente) e o Governador Paulo Egydio Martins.
E eu nunca mais me esqueci do primeiro contato que tive com meu superior. Ele rememorou o histórico da famosa “Mensagem a Garcia” e me disse: “Todo dia nós teremos uma mensagem a Garcia para entregar e vamos cumprir com sucesso todos os desafios!” Aquilo dito em momento tão singular, com uma empresa recém criada com tudo por fazer, me empolgou de tal maneira que, hoje, recordando, me orgulho de ter entregue todas as minhas “mensagens a Garcia”!
A equipe da FRUTESP era pequena, mas unida e sempre presente. As reuniões eram motivo de renovação de objetivos...
1977 - Reunião anual da Frutesp. Da esquerda p/ direita: Walter Stamato (Diretor de Produção), Paulo Melilo (Gerente Financeiro), Eduardo Ribeiro (presidente), Armando Delmanto (assessor jurídico) e Leonardo de Paula.
Não houve caso que eu não soube resolver.
Não sabia? Recorria aos meus professores na Faculdade, buscava colegas que já atuavam no complexo mercado exterior, enfim, “entregava”, a tempo e hora, as soluções jurídicas exigidas. Foi um período tão bom e tão produtivo que nunca mais me esqueci.
E na privatização, pude ter a honra de participar do Grupo de Trabalho designado pelo Secretário da Agricultura, Paulo da Rocha Camargo, para viabilizar juridicamente a privatização da Frutesp. O Grupo de Trabalho foi constituído pelo Prof. Dr. Oscar Barreto Filho, Catedrático de Direito Comercial da Faculdade de Direito de São Paulo/USP, representando a Secretaria Estadual da Justiça; pelo Dr. Pedro Luiz Ferronato, representando a Secretaria Estadual da Fazenda; pelo Dr. Claus Floriano Trench de Freitas, representando a Secretaria Estadual da Agricultura; e pelo Dr Armando Moraes Delmanto, representando a Frutesp S.A. – Agro Industrial. O Professor Oscar Barreto foi meu mestre no curso de Direito e também foi o Paraninfo da minha Turma.
Verdadeira HONRA para um ex-aluno!
Dez anos depois, na fábrica em Bebedouro, fui convidado juntamente com os colegas de trabalho e o nosso presidente para comemorarmos, com a presença do ex-governador Paulo Egydio, a primeira década de sucesso da FRUTESP nas mãos dos produtores de laranja!
5 comentários:
Ter uma AÇÃO POSITIVA de um GOVERNO POSITIVO quando estamos vivendo verdadeira carência de valores públicos, já é um grande feito. É isso. Há 40 Anos atrás, o Governador Paulo Egydio Martins criava a FRUTESP para gerir uma Indústria Falida de Suco de Laranja, que abalou a economia do interior de São Paulo. Em 4 anos ele RECUPEROU, AMPLIOU, MODERNIZOU E PRIVATIZOU a empresa FRUTESP para os cooperados citricultores. Vale a Leitura. Eu fui testemunha e pude fazer parte da equipe que atuou na FRUTESP
Armando, lembro-me quando nós dois iniciamos a FRUTESP, sob o comando do Eduardo de Paula Ribeiro, em uma salinha do prédio da Diretoria da Ceagesp para, depois, irmos para oum prédio do Frigorífico do Pescado, onde ocupávamos a mesma sala.
As reuniões no BANESPA, em Bebedouro, onde uma fábrica assustadoramente parada esperava por ações que vieram implementadas pelo Eduardo...
Das reuniões com o John Walker, com o Carlos Odio, com o Ferreira ultimando as exportações...
Quando voce trazia o seu jornal e me mostrava os artigos que seriam publicados.
Hoje vejo com orgulho o que realizamos:> Voce foi o funcionário nº 1 da Frutesp. Sua CTPS foi assinada por mim. Que saudade.
Bem, Armando te rever pela foto me trouxe grande alegria e saudades. Continue fazendo sucesso. João Silvestre.
Bom dia, Armando
Super bacana o seu "blog" e muito amáveis suas palavras a meu respeito !
Vou copiar e mandar ao Paulo Egydio que certamente vai ficar feliz !
Big abraço do Eduardo (Eduardo de Paula Ribeiro - Presidente da Frutesp)
Alberto Pereira De Carvalho Junior (Facebook):
Armando, uma comprovação que vale ver de novo. Parabéns pelo bom desempenho das funções. Um abraço.
Alberto Pereira De Carvalho Junior (Facebook):
O que importa é que você é um vencedor e tem o meu compartilhamento. Outro abraço.
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