abril 01, 2016

Dr. Marão: Juiz, Intelectual e Empreendedor!

ANTONIO GABRIEL

MARÃO: 

MAGISTRADO E 

FUNDADOR DA ABL!

(1911 - 1995)

(ilustração de Hugo Pires que retratou também todos os Patronos da ABL)
Na cátedra de magistrado ou na presidência da Academia Botucatuense de Letras, na direção das Ligas Esportivas ou nas aulas de Matemática das várias escolas; na coluna do jornal ou na oratória tranquila, no Lions entre lionistas ou no lançamento da pedra fundamental do prédio da Sociedade Libanesa local, ele foi o homem sereno e convincente, foi o juiz humano e o professor compreensivo, foi o orador agradável e caudaloso que se sentia bem entre os amigos – e os tinha muitos e copiosamente – e que agradava e atraia seus admiradores.


Orador brilhante nas solenidades da ABL

Dr. Antonio Gabriel Marão era de Taquaritinga, onde possuia raízes fundas dos ancestrais. Lá cresceu, fez os primeiros estudos e lá se casou, a seu tempo, com a profa. Lídia Menon Marão. Frequentou a Faculdade do Largo de São Francisco, em São Paulo, onde doutorou-se em Direito. Mediante concurso público promoveu-se a Juiz de Direito, em cuja profissão honrosamente se aposentou.

Fez de Botucatu sua segunda terra natal. Na política foi vereador por treze anos consecutivos. Por indicação do então vereador Dr. Antônio Delmanto recebeu, por unanimidade de seus pares, o título de Cidadão Botucatuense. Presidiu o MDB (manda brasa), partido de oposição ao regime militar.

Marão tinha uma legião de amigos e admiradores em todas as camadas sociais. Foi um benemérito. Só quem lhe frequentava a mansão belíssima, conheceu-lhe os dons de espírito e sua intensa prodigalidade. Profundamente humano, o Marão tinha um proceder cavalheiresco, lhano, atencioso.

No Lions Clube de Botucatu, fez-se Governador de Distrito por quatro vezes, unanimemente reeleito, ferindo as severas regras do Lions Clube Internacional.

Ainda no mundo lionístico, foi sócio-chave, detentor de um sem número de honrosas medalhas e diplomas honoríficos. Foi sócio fundador do Lions Clube de São Manuel., Conchas, e Avaré, por isso possuia os chamados prêmios de extensão.

Conselheiro da Associação Paulista dos Municípios.

Foi Presidente da Comissão Central de Esportes.

Foi ainda Presidente de Entidades Literárias e Recreativas de Taquaritinga, Itápolis, Pereira Barreto e Botucatu.

Teve participação ativa na Revolução Constitucionalista de 1932, o mais soberbo movimento de civismo da terra bandeirante, engradecendo as páginas históricas do Brasil.

Era possuidor da Medalha Vital Brasil, do MMDC e da Assembléia Legislativa.

Foi Comendador pela Ordem de Santo Amaro e Grande Oficial pela Ordem Bandeirante.

Foi Membro Efetivo da Academia Piracicabana de Letras e Presidente Vitalício, cinco vezes reeleito, da Academia Botucatuense de Letras. Graças à sua indiscutível atividade, ao seu grande entusiasmo e empenho em vê-la firmar-se sobre suas bases, a gloriosa ABL, caminha já para seu 43º ano de existência, assegurando aos seus membros absoluta estabilidade, constituindo-se para o Marão “filha dileta” que lhe propiciou momentos agradabilíssimos de estudos, prazeroso lazer e o mais fraterno e cordial convívio entre amigos.


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Em sua homenagem, o Poder Público Municipal denominou o Espaço Cultural com seu nome: ESPAÇO CULTURAL “DR. ANTONIO GABRIEL MARÃO”, na Avenida Dom Lúcio.(AMD).
(“Folha de Botucatu”, 15/07/1988, com atualização).

A ABL e o Dr. Marão




O Dr, Marão foi sucedido na ABL – Academia Botucatuense de Letras, pelo professor José Celso Soares Vieira. Em artigo escrito especialmente para a revista cultural PEABIRU, o professor Celso nos deu a exata dimensão do Dr. Marão, nas comemorações de seus 30 Anos de existência (edição especial de julho de 2002):
“A Academia Botucatuense de Letras, entidade cultural fundada em 9 de julho de 1972, completa neste ano, seus trinta anos de existência. Não foi uma caminhada fácil, pois na trilha da cultural sempre há obstáculos colocados e superpostos uns sobre os outros a fim de conter a conscientização do povo brasileiro para uma nova visão de mundo, capaz de libertá-lo desta vida de fome e miséria, violência e insegurança, desemprego e desassossego, muita cobrança e pouca assistência.


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Naquela distante data, o Dr. Antonio Gabriel Marão, Juiz de Direito da Comarca, leão, político compromissado com a democracia oposicionista ao regime militar, esportista de escol, mas sobretudo, intelectual arrojado, liderando médicos, professores, advogados, artistas, funcionários públicos, ferroviários, reuniu-se com esses homens de letras de Botucatu e, juntos, resolveram fundar a ABL. Dr. Marão foi seu primeiro presidente, durante uns dezessete anos. A posse da primeira Diretoria e dos membros da ABL se deu na noite de 17 de março de 1973...”

Esse foi o exemplar CIDADÃO BOTUCATUENSE!

DR. ANTONIO GABRIEL MARÃO!

É REGISTRO HISTÓRICO.

Um comentário:

Delmanto disse...

Nas palavras sempre precisas de Elda Moscogliato temos o surgimento da Academia Botucatuense de Letras, graças à mobilização feita por uma liderança efetiva que encontrara matéria fértil para fazer florescer uma Entidade Cultural para bem representar a “Cidade dos Bons Ares e das Boas Escolas”:
“Um Silogeu clássico era um velho ideal da privilegiada classe pensante botucatuense incluindo-se aqui a Igreja, a Escola, a Sociedade. Já houvera anteriormente um decidido movimento na concretização do sonho acadêmico e nem lhe faltaram na ocasião sobejas condições e elementos indispensáveis à sua realização. No entanto, a idéia nem bem nasceu, morreu por inexplicável letargia.
Vieram outros tempos.
Seu surgimento ulterior não resultou -como no de outras congêneres, de um exaustivo e denonado esforço na arregimentação de elementos capazes de corporificá-la. Não. Aqui, esse extraordinário e surpreendente fato social se deu naturalmente. Havia reservas a mancheias. Faltava-nos apenas, "un Directeur", um regente de orquestra, um polarizador, alguém que reunisse o ideal das letras, a energia do trabalho, a abnegação altruística na construção de um Panteão que aquinhoasse Botucatu de mais esse galardão cultural.
Um organizador capaz de reunir uma safra já de si riquíssima de valores que pontificavam no jornalismo, nas letras pátrias, nas artes, nas ciências. A "célula-mater" da Educação - a querida e veneranda Escola Normal Oficial de Botucatu era o celeiro farto, figura simbólica, Minerva fecunda de "bandeirantes da Luz e do Saber, seguida dos educandários do Arquidiocesano e do Santa Marcelina - iluminados agora pela esplendecência da Faculdade de Ciências Médicas e Biológicas recém-instalada, carreando para nosso ambiente a respeitabilidade de mestres da Ciência Universal.
Aqui chegado como Juiz de Direito da Comarca, o DR. ANTONIO GABRIEL MARÃO, magistrado respeitável, culto e brilhante, jornalista, sociável, observador arguto, tomou o pulso da terra acolhedora – que adotou de pronto como terra-mãe - perscrutou o ambiente social, avaliou o nível educacional do povo bom e lhano, conheceu mestres - ele mesmo, cultor do idioma e professor de Matemática - sopesou a cultura local e decidiu : - Falta nesta terra de intelectuais uma Academia de Letras !

Estendeu a idéia à esposa solícita, professora ativa no Magistério Estadual, que logo aderiu ao mesmo ideal e se pôs a secretariá-lo. Eram cultos e acarinhavam-se com os versos admiráveis do Parnaso. Almas gêmeas.
Logo a seguir, em 12 de Julho de 1972, reuniram-se pela primeira vez, no Centro Cultural, Antonio Gabriel Marão, Arnaldo Moreira Reis, Olavo Godoy, Oswaldo Minicucci, Raymundo Marcolino da Luz Cintra, Sebastião Rocha Lima e Trajano Pupo Jr. Estava fundada a Academia Botucatuense de Letras.
Assumiu provisoriamente a Presidência, o Dr. Antonio Gabriel Marão, dando como marco definitivo o Dia 9 de Julho de 1972, data em que se iniciaram os trabalhos preliminares para a concretização da Academia de Letras botucatuense que assinala uma das mais belas e construtivas páginas de nossos anais históricos.”

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