abril 16, 2016

MARIA LÚCIA DAL FARRA E O BRASÃO DO CENTENÁRIO:



MARIA LÚCIA
DAL FARRA E O BRASÃO DO CENTENÁRIO:

Maria Lúcia Dal Farra disse...

Caro Armandinho: dirijo-me a você, amigo dos muito antigamentes, atencioso e ousado batalhador das causas do nosso município, estimado escritor e já agora responsável por este blog onde o vejo persistir como o botucatuense-mor que sempre conheci em você. 
Sendo filha do Gastão e admiradora fervorosa de seus companheiros – e aqui refiro-me precisamente a essa trinca histórica: o Hernâni Donato, o Dr. Sebastião de Almeida Pinto e o Dom Henrique Golland Trindade - é natural que torça pelo nosso primeiro Brasão, aquele do Centenário. Jesumina, a minha Mãe, para quem a memória é o que nos constrói erguendo o espelho onde nos podemos reconhecer, tem lutado heroicamente em suas crônicas pelos monumentos da nossa História Botucatuense, muito embora debalde e em vão: pelo Bosque, pelo busto do Angelino retirado dali, pelo Paratodos, pela antiga Estação de Ferro Sorocabana, pelo Pontilhão, pelo Brasão do Centenário, etc, etc. Sua dignidade e elegância são, no entanto, incisivas, e tais motivos se converteram em causas verdadeiramente obsediantes para ela, das quais nunca abdicará – haja visto a mensagem que lhe enviou agora. 



Da minha parte e das minhas irmãs, também participamos dessa sua dedicada preocupação. Embora distantes da nossa amada terra natal, nem por isso nos descuidamos dela. De maneira que tenho cogitado que se, pelo menos desde 1978, o Brasão do Centenário tem passado por vários maltratos políticos, muito se deve à identificação inevitável entre ele e o município vitorioso que ele representa, fundador, aliás, de uma tradição inolvidável. O Brasão tornou-se, ao longo das vicissitudes dos tempos, o espelho, a emblemática de uma pujança dificilmente ultrapassada, de maneira que, ao detratá-lo, supõe-se desmerecer nele o contexto histórico-político que o originou.
Por essa razão quero desagravá-lo e a todos que estiveram envolvidos na sua existência oficial de 26 anos, o que o inseriu definitivamente na nossa cultura - malgrado tudo o que se possa assacar a seu desfavor. O Brasão do Centenário é indiscutivelmente um dado cultural botucatuense, marca precisa da nossa idiossincrasia e, como tal, patrimônio histórico do nosso município.
Sem tangenciar, nem de longe, a legítima competência da equipe de peso responsável por ele, e sem menosprezar os argumentos contrários, admitamos, para especular, que uma de suas imperfeições resida (como nos querem fazer crer) na semelhança entre ele e outros brasões. E daí que eu pergunte logo de chofre, levantando uma pequena evidência: que semelhança não haverá entre vários e diversos brasões, uma vez que todos os brasões são produzidos, em princípio, pelos mesmíssimos preceitos da Heráldica? 
Levando também em conta a segunda pecha a ele impingida que, no entanto, paradoxal e ingenuamente, anula a anterior, consideremo-la ainda assim. Se há de fato no nosso Brasão imprecisões ou incorreções ou falhas heráldicas - por que razão isso o desabonaria? Por que o suposto “erro” não pode ser antes uma de suas maiores virtudes? Afinal, se o cânone existe, não é para ser ultrapassado? Aliás, de que outra maneira as civilizações avançariam?! 
Se olharmos ainda por outro ponto-de-vista, o tal “equívoco” pode, sim, consistir, com justeza, no esforço de conferir ao Brasão (dentro do duro espartilho do preceituário) a unicidade da terra que ele representa. Desse modo, haveremos de convir, o tal “desvio” de que o acusam se justifica largamente pela necessidade de seus autores atualizare
m convenientemente a normativa heráldica à especificidade de um lugar de que nos ufanamos justo por ser inigualável: a nossa amada Botucatu. 

De maneira que só me resta perguntar: a quem pode incomodar, então, que nós, botucatuenses, sejamos assim tão extraordinários?!
Grande abraço muito amigo da Maria Lúcia Dal Farra. 
Lajes Velha, 14 de abril de 201 4.
16 de abril de 2014 11:49 


Um comentário:

Delmanto disse...

O nosso simbolismo cívico!
Continua a discussão sobre a volta do BRASÃO DO CENTENÁRIO. A nossa sugestão, harmoniza as posições e faz justiça à nossa história: o atual seria oficialmente mantido e o BRASÃO DO CENTENÁRIO – nosso Brasão Histórico! – seria elevado como o BRASÃO HISTÓRICO DO CENTENÁRIO!
Nada mais justo. O trabalho que envolveu diretamente os saudosos escritor Hernâni Donato e o professor de desenho Gastão Dal Farra seria resgatado, além de ter contado com a participação positiva do historiador Sebastião de Almeida Pinto, do professor Pedretti Neto e do Arcebispo Dom Henrique Golland Trindade.
No livro “Memórias de Botucatu 2”, de 1993, fizemos uma citação de Paulo Francis que serve para essa questão:
“Para mim, uma cidade sem passado, sem lembrança concreta dos seus antepassados, sem as impressões digitais de sua história, me constrange...”
É isso.
Basta ter VONTADE POLÍTICA e COMPROMETIMENTO COM A HISTÓRIA DE BOTUCATU!!!

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