Meu pai,
a Velhice e a Bondade Humana...
Em homenagem de capa, a revista VITRINE prestou, em maio/94, significativa homenagem a meu pai que havia recebido em abril, no aniversário de Botucatu, o título de BOTUCATUENSE EMÉRITO. Faleceu em agosto de 94.
Em homenagem de capa, a revista VITRINE prestou, em maio/94, significativa homenagem a meu pai que havia recebido em abril, no aniversário de Botucatu, o título de BOTUCATUENSE EMÉRITO. Faleceu em agosto de 94.
“Há, realmente, certas
horas, na vida dos indivíduos e dos cidadãos, em que, qualquer que seja a
posição do corpo, a alma se encontra genuflexa, como afirmou, outrora,
conhecido filósofo. Genuflexa diante do altar da Pátria, diante da virtude, da
fé, do amor, como diante das forças vivas, que representam o amanhã dos
povos...”
“Assim me encontro neste
momento: Com a alma genuflexa, diante desta cerimônia de colação de grau dos
Professores Primários do nosso velho e sempre novo Instituto de Educação “Dr.
Cardoso de Almeida”, patrono escolhido pela magnanimidade de vosso gesto...”
Foram dois momentos que meu pai, Antônio Delmanto, interagiu com a
sempre ESCOLA NORMAL “DR. CARDOSO DE ALMEIDA”. A primeira vez, em 1950, quando
foi convidado pelas professorandas e pelos professorandos para ser o PARANINFO.
A segunda vez, e 1968, quando foi convidado para ser o PATRONO. Quanta honra. E
em ambos os anos, 1950 e 1968, antecedendo a Sessão Solene de Formatura da
Escola Normal, ele participara com muito entusiasmo em duas de suas mais difíceis disputas políticas... E lá
estava ele a postos com seus afilhados...
Na ocasião, em 1968, marcou o seu discurso com uma frase que sempre vou
me lembrar com muito orgulho:
“Mas uma coisa é
importante. Sumamente séria. Há que depositar confiança naqueles que, como nós,
um dia, sonhamos ter e nossas mãos, os destinos da comunidade...”
Esse paralelo entre as duas solenidades é para que tenhamos o cenário de
cada uma delas com praticamente 20 anos de diferença: era o mesmo cidadão escolhido pela juventude de
nossa sempre Meiga Escola.
Foto publicada no jornal "FOLHA DE BOTUCATU", de 15 de setembro de 1988 e reproduzida na revista PEABIRU Nº 29, DE 2010.
Então, meu pai teve sua vida marcada pela interação positiva com a
comunidade botucatuense... Era um vocacionado como médico e tinha, como
político, uma tarefa a ser cumprida... Foi o que ele procurou fazer por toda a
sua vida...
Depois, na velhice (faleceu com 89 anos), sempre se manteve com a mesma
postura humilde e ia, em seus últimos anos de vida, pessoalmente aos bancos e
lá enfrentava as inevitáveis filas...
Aí entra o registro que quero fazer: quem o teve como homem público
exemplar e cidadão do bem soube acompanhar sua vida em nossa comunidade. Desde
1937, como Diretor Clínico da Misericórdia Botucatuense (15 anos) e, em 1939,
como Presidente da AAB - Associação Atlética Botucatuense (25 anos). Na
paralela, construindo o Albergue Noturno que dirigiu por mais de 20 anos e,
depois, doou à Prefeitura Municipal.
Então, na velhice, quase aposentado ele ia, como disse acima,
pessoalmente aos bancos e lá enfrentava as inevitáveis filas... E numa de suas idas ao Banespa, estando na
fila, viveu um momento especial e inesquecível: saindo de sua posição no caixa, O AMIGO veio em sua direção... e falou do alto de seu 1,90m.: “não quero que o
senhor fique na fila, Dr. Antoninho. Mande alguém me trazer os pagamentos a
serem feitos que eu os faço e vou levar depois até a sua casa...”
Simples assim... ELE SEMPRE LEMBRAVA DESSE FATO COM EMOÇÃO...Para mim é uma lembrança que carrego de modo especial
em minhas lembranças dele, de sua velhice e da bondade humana que existe sim e,
o exemplo citado, é a sua prova provada...
Obrigado, amigo bancário! Grande abraço!
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