Governador Roberto Costa de Abreu Sodré
1936 - referente às Eleições da Constituinte de 1934, com a dobradinha Antonio Carlos de Abreu Sodré e Dante Delmanto, os mais votados do Estado de São Paulo
1934 - referente às Eleições da Constituinte de 1934, com a dobradinha Antonio Carlos de Abreu Sodré e Dante Delmanto, os mais votados do Estado de São Paulo
1958 - referente à dobradinha Antonio Delmanto e Roberto de Abreu Sodré
1958 - referente à dobradinha Antonio Delmanto e Roberto de Abreu Sodré
1964 - Visita a Botucatu do governador Carlos Lacerda, da Guanabara (Rio). Da esquerda para direita: Dep. Fed. Herbert Levy, gov. Lacerda, Dep.Est. Abreu Sodré e Ver. Antonio Delmanto, em palestra no Circulo Operário de Botucatu
1967 - primeira visita como Governador de São Paulo ao interior do Estado, onde recebeu o título de Cidadão Botucatuense
1968 e 1969
INAUGURAÇÃO DA TV CULTURA E INAUGURAÇÃO DO TRECHO/PLANALTO DA RODOVIA DOS IMIGRANTES
1968
1971
Amanhã,
21 de Junho, comemora-se o aniversário do ex-governador Roberto Costa de Abreu
Sodré (1967/1970). Tendo sido o primeiro governador de São Paulo eleito, de
forma indireta, pela Assembleia Legislativa, durante o Período Militar.
Fez
um governo moderno, notadamente nos transportes (com a criação do DERSA -
Desenvolvimento Rodoviário S/A), com a construção da Rodovia Castelo Branco e
da Rodovia dos Imigrantes (quando inaugurou o trecho do planalto) e no setor
cultural com a criação da TV CULTURA - televisão educativa, uma das pioneiras
do Brasil.
Tendo
sido deputado estadual e presidente da ALESP - Assembleia Legislativa de São
Paulo, Abreu Sodré encerrou sua carreira política como Ministro das Relações
Exteriores, no governo de José Sarney.
Toda
a sua carreira teve como propulsor a grande liderança política exercida por seu
irmão, Antonio Carlos de Abreu Sodré, político de destaque do Partido
Democrático e, posteriormente, do Partido Constitucionalista pelo qual se
elegeu Deputado Federal na Constituinte de 1934, como o mais votado do Estado em
dobradinha com Dante Delmanto, eleito Deputado Estadual com a maior votação do
Estado.
Assim,
vamos reproduzir, abaixo, trecho publicado no livro “Memórias de Botucatu”, de
1990:
“Aqui abro mais um parêntese
Certos fatos de nossa
história sempre estão "amarrados" a fatos
passados. Por isso a importância da memória na
vida de um povo e em nossa própria vida.
A ligação da
família Delmanto com
a família Abreu Sodré remonta
aos anos 20/30. O Dr. Antonio Carlos de Abreu Sodré
foi Promotor Público e Vereador em nossa cidade, sendo líder do Partido
Democrático - PD. Seu irmão, Sr.
Francisco, muito adoentado, residiu em Botucatu em busca de recuperação.
Isso não ocorreu, vindo a falecer em nossa cidade. O irmão menor de Antonio
Carlos (Roberto) e que viria a governar
o Estado de São Paulo, chegou a cursar o
Ginásio Diocesano. Durante a Revolução
Constitucionalista de 1932, o então tenente
Dante Delmanto, na frente localizada em Casa
Branca, conviveu com vários botucatuenses e, inclusive, com 3 irmãos
da família Abreu Sodré.
Com a manchete "Correspondência
de Soldados", o Jornal de
Notícias, de 11/09/32, trazia
a seguinte nota:
"O nosso conterrâneo,
Dr. Dante Delmanto, escrevendo de Casa Branca ao gerente do "Jornal de
Notícias", assim diz: "Ao caro Nello (Nello Pedretti), Dante envia um
grande abraço e participa que no setor de Mococa se encontram reunidos
numerosos botucatuenses e entre eles: Milton Amaral, Lauro e Orlando Bonilha,
Paulo Carneiro, Paulo Geraldo, Antonio Cardoso de Almeida, Roberto Fazzio,
Antonio Brasil Junior, Alfredo Bueno, Álvaro Nogueira e um filho do falecido
Rodrigues Cunha, além de 3 irmãos do Dr. Sodré. Gente firme e valente".
Após a Revolução
Constitucionalista de 32, Botucatu partiu coesa para as
eleições gerais de 1934 (Assembléia Constituinte).
Para Deputado Federal, o Partido Constitucionalista lançou
o Dr. Antonio Carlos de Abreu Sodré, destacado
líder do partido e que era Promotor Público em
Botucatu. Para Deputado Estadual, o PC lançou
a candidatura do jovem advogado botucatuense, Dr. Dante
Delmanto, com atuação de destaque no Fórum de
São Paulo (pertencia ao escritório de advocacia do Dr.
Marrey Jr., jurista e político de prestígio) e
nos meios esportivos, eis que era Presidente
do Palestra Itália (Palmeiras) onde acabara de conseguir o tricampeonato
paulista -1932/33/34.
Ambos foram eleitos
com a maior votação individual de
todo o Estado de São Paulo. Pois bem, de 1937
a 1945 tivemos o período ditatorial de Getúlio
Vargas. A redemocratização só ocorreria em 1946. À
partir de 46, os
políticos que militaram no antigo Partido
Democrático aglutinaram-se na recém fundada União
Democrática Nacional - UDN. O Dr.
Antonio Carlos de Abreu Sodré falecera e
o Dr. Dante Delmanto afastara-se
da política durante o período ditatorial, dedicando-se exclusivamente à sua
banca de advocacia criminal.
Já nos anos 50,
lança-se candidato a Deputado Estadual o
irmão mais novo do Dr. Antonio Carlos de Abreu
Sodré: Roberto Costa de Abreu Sodré. Em
Botucatu, Antônio Delmanto continuava
em sua militância política e estreava como o
vereador mais votado de Botucatu, nas primeiras eleições
após a Ditadura de Vargas.
Nos anos 50,
Delmanto pertencia aos diretórios
nacional e estadual da UDN, exercendo liderança
efetiva em nossa região. Grandes amigos e Deputados Federais do partido, Antonio
de Souza Noschese (cujo pai residia em
Botucatu e aqui foi enterrado após sua morte) era Vice-Presidente
da FIESP e Herbert Levy que era presidente
do Banco da América, convocaram Antônio
Delmanto para que representasse Botucatu e região
como candidato a Deputado Estadual pela UDN.
Convocado pelos
companheiros do partido e pelos correligionários da cidade, Delmanto decidiu-se
pela aceitação de sua candidatura. No entanto, visita de Roberto
Costa de Abreu Sodré alterou sua decisão. Em nome
dos velhos tempos, Abreu Sodré pedia a Delmanto que
saísse candidato a Deputado Federal para
que ele pudesse contar com os votos de Botucatu
e região como candidato a Deputado Estadual. E foi o
que ocorreu. Naquela época não havia essa história de se apoiar candidato de
fora em troca de "financiamento de campanha". Nada disso. Era na
base do idealismo. A base partidária do
partido "bancava" os
seus candidatos. Nada de dinheiro sem origem e nada de "fantasmas".
Sempre
que havia eleição, Abreu Sodré votava em Botucatu
(à época era possível ao candidato escolher onde votar),
sempre desfilando pelas ruas da cidade ao lado do
Dr. Antônio Delmanto e dos udenistas locais. Com
a dobradinha, Abreu Sodré elegeu-se Deputado
Estadual, sendo certo que os votos
de Botucatu e da região foram decisivos para sua vitória.
Eleito, Abreu Sodré ampliou
sua base política. Elegendo-se Presidente
da Assembléia Legislativa por 3 vezes
consecutivas.
Em 1966, com
prestígio entre os deputados estaduais e em seu partido, a ARENA,
Roberto Costa de Abreu Sodré é indicado e
eleito Governador do Estado de São Paulo, pela
Assembléia Legislativa, sendo o primeiro
governador eleito de forma indireta, na vigência do regime militar.
Com a eleição
de Abreu Sodré, a cidade de Botucatu passa
a "sonhar" com
a boa sorte e os bons tempos. Uns diziam que o Dr.
Antônio Delmanto, médico de prestígio e político em ascensão, seria Secretário
de Estado, convocado pelo amigo. Isso não
ocorreu.
A bem da
verdade, Antônio Delmanto da
mesma forma que seu mano Dante Delmanto, nunca
aceitou cargo remunerado na administração pública. Durante o governo de Abreu
Sodré, Antônio Delmanto, juntamente com o Dr. Rafael
de Moura Campos, exerceu o cargo de Representante
da Comunidade Botucatuense junto à FCMBB-Faculdade de Ciências Médicas e
Biológicas de Botucatu. Essa representação junto
ao Conselho Diretor da FCMBB,
por 2 anos, foi sem remuneração.
No campo político a
amizade entre Delmanto e Abreu
Sodré haveria de custar ao primeiro a eleição
municipal. Em 1968, a
cidade de Botucatu vivia um período singular. Em
plena Ditadura Militar,
Botucatu tinha a sua greve de estudantes e
a primeira greve (rebelião) de padres católicos do país e, se
isso não bastasse, seriam realizadas eleições
municipais.
1968
Não é preciso dizer que a
oposição da época através do MDB,
ganhou. A ARENA ganhou em quase todo o
Estado, em Botucatu, não. Nesse quadro
político, a oposição cresceu na cidade. O MDB local
não era forte, mas com a nova realidade local aglutinou
em torno da legenda os políticos da antiga base de
sustentação do regime Vargas que estavam
marginalizados e descontentes. Não
havendo candidato disposto a enfrentar o candidato oficial, tido como
"irmão" do governador, a oposição lança um
candidato desconhecido: o Sr. Luiz Aparecido da
Silveira. Pois bem, sem o
saber estavam lançando uma nova liderança política. Os "caciques"
da velha república esperavam que Lico
Silveira, homem simples e ligado à terra, se
eleito, fosse facilmente manobrado: que fosse um homem de cabresto.
Lêdo engano! O homem
tinha personalidade. Fez governo próprio e descartou "um-a-um" os
figurões. Na verdade a candidatura de Lico
Silveira selava o fim de um período em Botucatu. Botucatu estava
caminhando para uma nova realidade social e a
política também teria que mudar.
O Governador
Abreu Sodré, após sua posse, em março de 1967,
realizou a primeira visita ao interior do Estado vindo, exatamente, para a
cidade de Botucatu. Aqui recebeu o seu primeiro
título de "Cidadão" como Governador, durante
as festividades do aniversário da cidade (14/04/67).
Com a eclosão
da crise na faculdade de Medicina,
motivada pela falta de verbas oficiais e recursos (por falta de previsão
orçamentária) e com a oposição política local atuando a nível estadual em
"conluio" com os "inimigos de peso" do esquema estadual (a chamada
linha dura de Gama e Silva), Abreu Sodré começa
a manter Botucatu sob reserva. Em 1968, já em
início de campanha eleitoral, vem à cidade quando ocorre o famoso atrito com os
estudantes. Hernâni Donato nos
traz o relato em seu "Achegas", com
a devida isenção:
"Os tumultos de
julho, 1968. O ano foi de convulsões estudantis no mundo. No Brasil, à falta de
canais que a exprimissem, a inquietação dos jovens espraiou-se na contestação.
Contra o que existisse organizado.
Botucatu, naqueles dias,
estarrecia-se diante da "rebeldia de seus padres contra a designação papal
do novo arcebispo. Movimento esse que o Cardeal Rossi considerara o mais sério
e grave registrado no país.
Na Faculdade, faltava
material essencial para o ensino médico. Havia, pois, suficiência de motivos
para a explosão juvenil.
Ela aconteceu em julho
quando o governador Abreu Sodré visitou a cidade. Tinha razões para fazê-lo e
também para o esforço que, reconhecidamente, desenvolvia, dentro das limitações,
no sentido de favorecer a Faculdade Membros de sua família, em passado remoto,
residiram exatamente em Rubião Junior, quando seu irmão, Antonio Carlos,
elegera-se constituinte; ele próprio fora aluno do Colégio Diocesano e,
repetidamente, arrebanhava a quase totalidade da votação municipal da União
Democrática Nacional. Com a visita, prestigiava amigo íntimo, Antonio Delmanto,
candidato a prefeito. Julgava-se com direito à compreensão dos estudantes. E
pouco tempo antes estendera aos ferroviários do Estado, o gozo do horário tipo
"Semana Inglesa", o que teve algo a ver com os acontecimentos do dia.
Anunciado o almoço do
governador na casa do candidato Delmanto, dois grupos posicionaram-se próximos
dela. Dos ferroviários, menor e bem comportado, para agradecer. Mais distante,
mais rumoroso, o dos estudantes. Estes, à chegada do governador, atiraram
contra ele, ovos e tomates, sem atingi-lo, enquanto gritavam eslogãos
agressivos.
Aos policiais que se
aprestaram a protegê-lo, Sodré ordenou se afastassem e dirigiu-se para os que o
vaiavam. Alguns dentre os ferroviários e partidários acorridos, passaram a
aplaudi-lo, evidenciando-se um quase conflito. O governador buscou dialogar com
os promotores da manifestação, no que se demorou mais de cinco minutos retornando
depois à casa Delmanto".
O Sr. Luiz
Aparecido da Silveira foi eleito Prefeito Municipal.
Em março tomou posse e, já em
abril, ingressava na ARENA pelas mãos do então
poderoso Ministro da Justiça do Governo Militar e autor do AI-5, Gama e Silva. Nos
primeiros meses de seu mandato, Lico
Silveira já alterava a sua equipe, atitude que repetiria outras
vezes, sempre que sentia que o queriam "marionetar"... Por mais uma
vez voltaria à Prefeitura (1976), quando enfrentaria
graves problemas e o risco de "impeachment"... Mas isso
já é outra história.
Fecho o parêntese...”
WIKIPEDIA:
Roberto Costa de Abreu Sodré (São Paulo, 21 de junho de 1917 — São Paulo, 14 de setembro de 1999)[1] foi
um advogado, empresário e político brasileiro. Foi deputado estadual, governador do Estado de São Paulo e ministro
das Relações Exteriores do Brasil.
Foi
um dos fundadores da União
Democrática Nacional (UDN) em 1945, e posteriormente integrante
da Arena,
a partir de 1966. Foi eleito de maneira indireta para o governo de São Paulo,
cargo que ocupou de 31 de janeiro de 1967 a 15 de março de 1971.
Foi
casado com Maria do Carmo Mellão de Abreu Sodré, falecida em 24 de janeiro de
2012, que foi presidente do Fundo de Solidariedade Social, que ela própria
estimulou o marido a criar assim que assumiu o governo paulista em 1967.[2]
Seu
pai, Francisco Sodré, foi o segundo prefeito do município de Santa Cruz do Rio
Pardo e o responsável pela chegada dos trilhos da Estrada de
Ferro Sorocabana.
Irmão do grande líder democrático, Antonio Carlos de Abreu Sodré
que foi um dos políticos mais importantes de São Paulo no período de 1930 a
1945. A presença forte e exemplar de seu irmão na política paulista lhe propiciou
sua caminhada política sólida e positiva.
Em 1967, a pedido de meu pai, passei a trabalhar no Gabinete do Governador Sodré, como o mais novo membro de sua equipe e...ainda "careca" como calouro da Faculdade de Direito do Largo de São Francisco (USP). Texto do Blog do Delmanto mostra bem minha participação no governo:
MUDANÇA RADICAL
Essa mudança em meus planos e objetivos políticos, de forma radical, passando de militante contestador para ser o mais jovem membro da equipe do 1º governador eleito pela Assembléia Legislativa, Roberto Costa de Abreu Sodré.
Eu já havia sido aprovado para ser Revisor no jornal "O ESTADO DE SÃO PAULO", através de seu Redator Chefe, Flávio Galvão, quando recebi um pedido de meu pai para que fizesse parte da equipe do Governador eleito, Roberto Abreu Sodré. Foi uma mudança radical em meus planos... Tive uma experiência enriquecedora. Como Secretário do Dr. Nelson Marcondes do Amaral, Secretário do Governador, pude aprender muito e participar dos atos do governo, especialmente daqueles ligados a Botucatu.
EM 1967 - OPERAÇÃO ANDARILHO
1 ANO DEPOIS...
Inauguração da Rodovia dos Imigrantes: à partir da esquerda, prof. Américo Oswaldo Campiglia, presidente do DERSA, governador Abreu Sodré, Armando Moraes Delmanto e Tharsício de Souza Campos (1971)
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