fevereiro 08, 2023

O LIVRO PIONEIRO: “A Juventude: participação ou omissão”

 

O livro Pioneiro:

“A Juventude: participação ou omissão”

Foi o primeiro livro, o primeiro sonho cívico, a primeira caminhada cidadã...

Também foi a primeira vez que a Bandeira Nacional – símbolo maior da nacionalidade! – foi estilizada com todo o civismo da proposta do  

livro, de forma ousada, corajosa e brilhante pela artista plástica e designer Ida Gardini.

A dedicatória do livro já trazia a sua particularidade coletiva: dedicado aos colegas da universidade engajados na luta pelo Novo Brasil. 

 


 

No mesmo ano do lançamento do livro "A JUVENTUDE: PARTICIPAÇÃO OU OMISSÃO", 1970, destacamos algumas das manifestações: 

 

"Ao jovem amigo Armando M. Delmanto cumprimento cordialmente, agradeço a remessa de "A Juventude: participação ou omissão" e formulo meus melhores votos para o prosseguimento de sua carreira de jornalista e de escritor preocupado com os problemas dos jovens de nosso país. Lucas Nogueira Garcez  Ex-Governador do Estado de São Paulo e Presidente do Diretório Regional da Arena. S.P. 22/08/70".

 


Lucas Nogueira Garcez

Lucas Nogueira Garcez — Ex-Governador do Estado de São Paulo

 

A Juventude: participação ou omissão”: Com 118 páginas, o livro traz os principais artigos publicados na coluna diária “A Juventude”, no prestigioso jornal da Capital, “Diário Comércio & Indústria”. Foi durante o ano de 1969 essa experiência jornalística de escrever diariamente temas do dia a dia, reivindicações dos jovens, busca de espaço político, análise dos grandes acontecimentos políticos do mundo, etc. Ao publicar os principais artigos escritos, sempre se busca os temas referenciais, ou seja, busca-se colocar a atividade jornalística como uma formadora de opiniões, uma delineadora de rumos, uma crítica construtiva a favor do aperfeiçoamento da cidadania... Com o livro “A Juventude: participação ou omissão”, foi assim. Nos dizeres escritos na contracapa, todo o perfil do livro: 

A juventude, hoje e urgentemente, tem que se compenetrar de que é a equação e a solução de toda uma problemática. Somente a juventude pode, sem o niilismo da esquerda e a inércia da direita, realizar a missão de soerguimento moral e estrutural da Nação Brasileira, até agora preterido pela ausência e inconsequência da própria juventude...”  AMD

 


Na apresentação do livro, o Prof. Francisco Carlos Sodero,

 

Francisco Carlos Sodero

 professor de português do Colégio Dante Alighieri, escreveu: “O jovem Armando Moraes Delmanto reúne, em livro, uma série de artigos publicados na imprensa paulistana, através do “Diário Comércio & Indústria”. Todos eles pertencem à sequência “A Juventude”, o que já de início revela suas tendências, suas preocupações, sua problemática. Desarvorada, em grande parte, no mundo todo; guiada por falsos líderes, repetidores de “slogans” insignificativos, a juventude de nossos dias revoluteia pelas praças públicas, à procura de algo que lhe sacie a sede e a fome de verdade e de substância. Suas mais generosas energias, desperdiçam-nas 

em passeatas reivindicatórias de ninharias, de nugas anódinas. 


 



Armando Moraes Delmanto, desde 1963, fundando o “Tribuna do Estudante”, em Botucatu, vislumbrava a necessidade de uma orientação sadia, no sentido de democraticamente satisfatória, para os jovens de sua geração, e, desde essa oportunidade, não esmoreceu. Pelo contrário, ano a ano vem desenvolvendo suas atividades no sentido de procurar a solução dos problemas da juventude, sem o que não haveria base para a estruturação de um pensamento...” 


E no prefácio, escrito pelo jornalista Paulo Zingg, Presidente da API - Associação Paulista de Imprensa, o retrato da mensagem jovem do livro:

 

“Neste livro, coletânea de artigos escritos em jornais, Armando Moraes Delmanto 


o seu depoimento de jovem sobre a juventude. Autêntico, vivido, real, sincero e brasileiro. Não é um alienado, adotando teorias que não encontram guarida nos seus países de origem, nem aceitando valores estranhos para a solução de nossos problemas. Porta-voz de uma geração, homem do interior com vivência política, universitário, Delmanto é, acima de tudo, um revolucionário capaz de mudar de atitude em face dos problemas, como diria Alberto Tôrres, para equacionar os desafios nacionais nas grandes linhas da modernização, da revolução tecnológica e da indispensável democratização da sociedade. E de apontar à juventude os grandes rumos, de desfraldar as grandes bandeiras e de rasgar os grandes horizontes...”

 

“A JUVENTUDE: PARTICIPAÇÃO OU OMISSÃO” – edição de 1970:



"A Juventude: participação ou omissão”. Querido Armando — Obrigado. Parabéns — Parece um sonho. Mas é uma realidade. O menino de ontem, o jovem de hoje, o homem de amanhã! Parabéns! Continue. Gratíssimo. O Senhor o ilumine e lhe dê coragem sempre. Seu velho amigo arcebispo. Frei Henrique Golland Trindade. Btu. 29/09/70”.

 

Dom Frei Henrique Golland Trindade - Arcebispo Metropolitano de Botucatu

 "Prezado Armando. Ao meu ex-aluno e hoje amigo agradeço as provas de consideração e respeito que tem me dado enviando-me regularmente o "Vanguarda" e agora o seu livro "A Juventude: participação ou omissão". Como professora sinto-me plenamente realizada diante do que você está fazendo pelos jovens, pelo Brasil e pela humanidade. Embora tenha contribuído com muito pouco para sua formação, um ano somente, muito me envaideço de tê-lo na conta de meus ex-alunos. Que este entusiasmo jovem e sadio contagie os bons e os leve a grandes empreendimentos para o bem da humanidade, grandeza de nossa Pátria e orgulho de nós, os velhos, que participamos dos seus ideais. Com toda admiração, os meus agradecimentos. Profa. Jair Conti. Btu. 21/06/70".

 


Profa. Jair Conti (professora de Sociologia)





Elda Moscogliato
 

 CAMINHO DA CAPITAL

 

O ano de 1965 marca o início de minha caminhada na política paulista, com minha ida para a capital.  A militância, em 1966, já na ESCOLA DE SOCIOLOGIA E POLÍTICA, com o lançamento do jornal “A Realidade”. Era o início. Ao depois, a FACULDADE DE DIREITO DO LARGO DE SÃO FRANCISCO (USP)... 


         A LIÇÃO DE CASA

    É exatamente isso. Hoje, essa é a sensação que tenho. A lição de casa foi feita. Fiz a parte que acreditava ser a minha obrigação cívica.

    Sim, o Brasil tem solução. Deixando de lado o comodismo que anestesia e enfraquece os mais positivos sonhos de cidadania, é preciso fazer a sua parte, é preciso que façamos a nossa parte.

    É isso o que tenho procurado fazer durante toda a minha vida. Confesso que sem o desempenho contínuo que a cobrança paterna me teria feito... Mas tenho procurado fazê-lo. Este artigo faz parte desse esforço.

Em 1966, portanto há mais de 50 anos, é o roteiro de minha crença política que tem marcado minha caminhada nesta vida. Claro que há tanto tempo por vir e ainda cursando a universidade, o roteiro ainda não estava completo em sua indispensável pesquisa e estudo necessários. Mas é, em sua essência, o mesmo. Naquele ano, militante na Sociologia e Política, mantinha contatos políticos com Carlos Lacerda, participei do lançamento do livro “Crítica & Autocrítica”, de Carlos Lacerda, já então na dissidência revolucionária. 


Tarde de Autógrafos do livro "Crítica & Autocrítica", de Carlos Lacerda, em 1966


Já cursando as faculdades de Sociologia & Política e de Direito (USP), conheci e fiquei amigo do Arruda Camargo, respeitado jornalista que fazia excelentes editoriais para os melhores jornais paulistas.


                                                  Arruda Camargo                                             


Arruda Camargo foi quem abriu as primeiras portas para mim: eu tinha coluna diária no “DCI-Diário do Comércio & Industria”, além de colunas nos semanários “Shopping News” e “City News”, da capital paulista. Dessa atuação jornalística resultou o livro "A Juventude: Participação ou Omissão", em 1970.


Com Arruda Camargo tive uma experiência que foi marcante. Ainda calouro da Faculdade de Direito do Largo de São Francisco (USP), fui com ele a uma reunião na casa do poeta Paulo Bomfim, quando fui apresentado por ele à “verdadeira instituição cultural” que era Aureliano Leite e para a “lenda viva”, o “Tribuno da Revolução Constitucionalista”, Ibrahim Nobre. Dá para imaginar o que isso significou para um jovem estudante “botucudo” que chegava à capital cheio de sonhos e encontrava, de uma só vez, os referenciais maiores da alma paulista?!?

Essa atuação nos jornais amenizou a frustração de não ter podido trabalhar no “Estadão”: no ano de 1967, já havia sido bem sucedido em entrevista para começar como revisor no jornal, através de seu então redator-chefe, jornalista Flávio Galvão, quando recebi pedido irrecusável de meu pai para fazer um trabalho político junto ao novo governador. MUDANÇA RADICAL no rumo de meus projetos...

MUDANÇA RADICAL

2010

Essa mudança em meus planos e objetivos políticos, de forma radical, passando de militante contestador para ser o mais jovem membro da equipe do 1º governador de São Paulo eleito pela Assembléia Legislativa, Roberto Costa de Abreu Sodré, irmão do saudoso Dr. Antonio Carlos de Abreu Sodré, que foi Promotor Público na Comarca de Botucatu, foi Vereador eleito à Câmara Municipal de Botucatu e, na vitória política paulista, em 1934, obteve a maior votação do Estado para Deputado Federal Constituinte.

Mas essa já é uma outra estória...

                             

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