janeiro 27, 2011

VERGONHA CÍVICA!!!

É extremamente desagradável tratar do MAIOR DESASTRE ECOLÓGICO OCORRIDO NO BRASIL, quando as feridas ainda estão abertas e a população sofrendo pela incúria, falta de cidadania e de competência dos nossos governantes.

E nem se fale em simples vergonha dos brasileiros com esse desastre que já ceifou mais de 1.000 pessoas. Não! É VERDADEIRA VERGONHA CÍVICA!
E não é possível “brigar” com os números: técnicos da ONU fizeram a comparação dos desastres ecológicos ocorridos na Austrália, em Portugal e no Brasil. O índice pluviométrico (é uma medida em milímetros, resultado da somatória da quantidade da precipitação de água (chuva, neve, granizo) num determinado local) ocorrido nos três países, foi MAIOR na Austrália e em Portugal do que no Brasil !!! No entanto, aqui perdemos mais de 1.000 brasileiros! Sendo certo que na Austrália e em Portugal o número de vítimas NÃO CHEGOU A 10% DAS VÍTIMAS DO BRASIL. 10% !!!!

Por quê?!? Por quê, essa diferança cruel e avassaladora?!?

Simplesmente, porque os GOVERNANTES do Brasil (República, Estados e Municípios) nestes últimos 30 anos, não exerceram seus mandatos com o civismo e a responsabilidade social devidos!

E nem vamos citar nomes e nem partidos políticos... Assim, fica claro que TODOS os governantes destes últimos 30 anos, já em plena NOVA REPÚBLICA, NÃO exerceram com COMPETÊNCIA seus mandatos.

A opinião insuspeita é de Margareta Wahlström, subsecretária-geral da ONU para a Redução de Riscos de Desastres. Wahlström tem mais de 25 anos de experiência em gestão de catástrofes e coordenou pelas Nações Unidas a assistência às comunidades atingidas pelo tsunami de 2004 na Ásia. Em 2010, viu de perto no Rio de Janeiro as consequências da chuva no início do ano. No mês passado, esteve em Queensland, no local que está sendo assolado pelas enchentes.

“No Brasil, ainda há muito a ser feito em termos de planejamento urbano. Os governos têm que trabalhar com a população e realmente proibir construções em áreas de risco. Muitas regulamentações existem, o problema é que nem sempre são cumpridas”, disse a subsubsecretária-geral da ONU para a Redução de Riscos de Desastres.

Para Wahlström, o Brasil poderia ter evitado mortes se tivesse planos de emergência eficazes. Ela cita como exemplo iniciativas de outros países em desenvolvimento, como a Indonésia, que "apesar de ser uma nação pobre, têm planos de evacuação diante de ameaças de terremoto e de erupção de vulcão, por exemplo".

A falta de “comunicação” e de um plano de emergência fez com que as fortes chuvas na região serrana do Rio resultassem em uma TRAGÉDIA MAIOR do que a ocorrida em Queensland, na Austrália, também submersa recentemente pelas águas.

(leia, aqui)

PLANEJAMENTO E AÇÃO GOVERNAMENTAL (1)

O mapeamento das áreas de risco exigirá aeronaves equipadas com sensores a laser. Será preciso a convocação de Batalhões de Engenharia do Exército para o trabalho.. O Ministério da Integração Nacional encomendou um levantamento das áreas de risco à Universidade Federal de Santa Catarina. Depois disso, o supercomputador Tupã, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, processará informações, com apoio da rede de captação de dados meteorológicos. A rede de coleta de dados por satélites existentes vai precisar crescer e se modernizar, de acordo com o projeto. Alguns equipamentos têm vida útil vencida há mais de dez anos e operam de forma precária.
A realidade do Brasil, infelizmente, é essa. Mas pode e deve mudar.
Agora já se fala na criação do Sistema Nacional de Alerta e Prevenção de Desastres Naturais. Depois do leite derramado...

PLANEJAMENTO E AÇÃO GOVERNAMENTAL (2)

Há que se destacar o verdadeiro crime de LESA PÁTRIA que é a falta de cumprimento da legislação que proíbe construções em áreas de risco e de reserva ecológica. Em São Paulo, quem percorre a Imigrantes para o litoral ou a Airton Sena para o Rio e, no Rio de Janeiro, quem percorre com os olhos a ocupação completa dos morros cariocas compreende que há mais de 30 anos, TODOS os governantes ( das 3 esferas de governo) ficaram devendo, e muito, à população brasileira! E, independentemente dos desastres ecológicos, as favelas são, segundo dados oficiais, o local propício para a disseminação da TUBERCULOSE, pela precariedade da construções. O Brasil perde 6.000 pessoas por ano... O Rio de Janeiro está em primeiro lugar, com 68,64 casos (tuberculose) por mil habitantes!
No entanto, os governantes preferem urbanizar favelas a remover essas comunidades para conjuntos habitacionais seguros servidos de transporte público eficiente...
VERGONHA CÍVICA requer reação CIDADÃ POSITIVA !!!

4 comentários:

Anônimo disse...

Quando deu na globo que o governador Cabral não usou a verba destinada para prevenção e desastres dada pelo governo federal, eu fiquei p. da vida. Como pode esse gordinho cara de pau agora ficar falando que vai dar toda assistência e até decretou luto oficial. Assim não dá, meu. E não foi só pobre que morreu, tinha casa dos bacanas construída em área de risco. O governo é que não tomou conta. Não pode construir em área de risco, não pode e acabou. Ou não é assim que tem que ser?
Paulo Gomes
p.gomes27@yahoo.com.br

Anônimo disse...

Gustavo (Gugu): Eu sei da dureza que foi isso. Meu amigo perdeu a mãe e dois irmãos na avalanche do morro. Ninguém mora em área de risco porque quer. Não temos para onde ir. E casa, na periferia, não tem transporte público, então como que se pode morar longe e trabalhar na cidade, não dá.
(bastosgustavo32@yahoo.com.br)

Anônimo disse...

Maricéia: Depois de tudo destruído e de tanta gente inocente morta, vem esses políticos bancar o bonzinho. Não fizeram nada quando tinham que fazer, agora o Cabral vem fazer cara de bonzinho, sai pra lá, ninguém acredita mais.
(mariceiaoliveira@yahoo.com.br)

Anônimo disse...

Olá Delmanto,
você tem toda razão. O descaso dos governos é uma vergonha. E a população também tem sua parcela de culpa. Aqui mesmo em Santa Catarina, onde já ocorreu uma tragédia em 2008, muitos voltaram a morar nas áreas atingidas.

Abraços!

Luiz Andre

Postar um comentário