julho 28, 2012

Olimpíadas de Londres:
A nossa “Lição de Casa”!

           PURA MAGIA !!!
A abertura oficial das OLIMPÍADAS DE LONDRES foi pura magia. Ao prestar um TRIBUTO À HISTÓRIA E À CULTURA BRITÂNICA, o show mostrou, na verdade, a própria evolução da humanidade que teve, sempre, a influência e o pioneirismo dos britânicos.









Numa criação do consagrado cineasta Danny Boyle (“Quem quer ser um milionário”), privilegiou-se a música britânica, aproveitando uma frase de Shakespeare sobre a “ilha de sons” que recebeu as Olimpíadas.
O “filme” da abertura teve de tudo: da Revolução Industrial que mudou a humanidade até a Revolução Cultural que também mudou a humanidade, tendo como ícones os Beatles. Passando pela Rainha Elisabeth II interagindo com James Bond e pulando de paraquedas, por Harry Portter, por Mr. Bean e por personagens da história e da cultura britânica que levaram a marca registrada dos ingleses, como Mary Poppins, Peter Pan entre shows de música e cenários que marcaram a evolução histórica do Reino Unido.
E nesse enredo mágico, vimos um antigo Império Britânico que superou o “preconceito racial”, incorporando os nativos de suas ex-colônias na construção de uma nova sociedade moderna e aberta às inovações tecnológicas do século XXI!

No encerramento, com a Tocha Olímpica, procurou-se valorizar a nova geração de esportistas britânicos e com Paul McCartney fechando a grande festa. Depois de a Pira Olímpica ser acesa, Sir Paul McCartney subiu ao palco no Estádio de Stratford para fazer o majestoso encerramento. Foi emocionante. Sentado ao piano, o ex-Beatle começou sua apresentação, primeiro com “The End” e “le gran finale” com “Hey Jude”, que deixa uma mensagem positiva de paz ao dizer que, no final das contas, o amor que você recebe é o mesmo que você cativa. Pura emoção. Sucesso!

MARINA SILVA: PERSONAGEM DA HUMANIDADE!


A ex-senadora, ex-ministra do meio ambiente e ex-candidata à Presidência da República do Brasil, Marina Silva, foi a grande personagem brasileira homenageada durante a cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos de Londres.  Ao lado de outras oito personalidades, foi aclamada como uma das que lutam pela paz mundial. A pedido da organização do evento, foi mantido segredo.

Nem mesmo a presidenta Dilma Rousseff tinha conhecimento. Mais uma vez o baixo nível de autoridades brasileiras ficou registrado: o ministro dos esportes, Aldo Rebelo, deu declarações negativas sobre a homenagem, resultado ainda da “pecha” que ele e o PCdoB ficaram quando Aldo, como relator do Código Florestal se aliou à bancada ruralista e defendeu o agronegócio... Marina Silva e os ambientalistas lutaram em defesa de nossas riquezas naturais.

A NOSSA LIÇÃO DE CASA!


A presença da presidenta Dilma Rousseff, acompanhada por sua filha, representou uma postura positiva: sem aproveitamento político e sem políticos posando de “papagaio de pirata”. Com certeza a presidenta Dilma à frente dos responsáveis pelas Olimpíadas do Rio/2016, puderam sentir o total envolvimento do governo e da população da Inglaterra na realização dessa  olimpíada, a TERCEIRA sediada em Londres. Com o envolvimento de tantos países, das mais diferentes origens, num congraçamento envolvente, pudemos sentir, realmente, o sentido do termo ALDEIA GLOBAL!

O Brasil, com certeza, tem todas as qualificações para fazer uma magnífica Olimpíada em 2016! Numa mobilização SUPRAPARTIDÁRIAisso é muito importante! TODOS OS BRASILEIROS ESTARÃO ENVOLVIDOS!



DESEJO DE VOAR

Fomos brindados na semana passada com o magnífico espetáculo britânico da Abertura das Olimpíadas de 2012. Digno das grandiosidades do cinema, que aliás foi utilizado em vários flashes. Como a representação da Rainha, que se atira de paraquedas sobre o público, com a ajuda de James Bond. As cenas iniciais mostram uma Inglaterra ainda imersa no primitivismo, com seus bosques emaranhados e pradarias sem cultivo, até que os habitantes, já em plena idade moderna, se transformam nos criadores da Revolução Industrial, fazendo brotar do solo gigantescas chaminés de fábricas. Achei isso algo parecido com o enigmático filme também britânico de 1985, “Brazil, o filme”, em que o personagem principal é uma espécie de Ícaro mitológico, que em seus sonhos voa livremente nos céus vestido de armadura, como os heróis medievais que lutam para defender a honra da donzela. Que lhe aparece, como no Fausto de Goethe, na visão de linda jovem, por quem ele se apaixona. O que motivou minha comparação foi que, em dado momento, o homem alado vê surgirem do céu, abruptamente, irrompendo do solo rude, gigantescos arranha-céus da modernidade. Inaugurando uma nova ordem social, em que impera uma civilização futurista dotada dos mais indescritíveis poderes. Bem, esse sonho é uma fuga de Sam Lowry, interpretado pelo ator Jonathan Pryce, de seu desespero por viver numa sociedade enlouquecida pelo consumismo, insana burocracia estatal e maquiavélica do governo totalitário. O diretor, Terry Gilliam, havia se inspirado no célebre romance de George Orwell  1984”, que mostra o tirânico domínio do “Big Brother”. Mas como este já estava sendo filmado (e lançado no mesmo ano do título), optou por fazer uma mordaz, satírica e impiedosa crítica a uma hipotética civilização enlouquecida, dependente de obsoletos computadores, máquinas esquisitas, burocracia excessiva e terrorismo, nos moldes dos filmes tipo Monty Python, dos quais ele também fez parte. Quem assistiu “O Sentido da Vida” de 1983 e “Laranja Mecânica”, também de 1984, sabe do admirável poder cênico e técnica de filmagem, que fez de “Brazil, o filme” uma obra-prima de criatividade, fotografia e efeitos especiais. São comédias e ao mesmo tempo dramas maldosos eivados de sádico humor negro sobre os costumes sociais hipócritas e o materialismo típico da era em que vivemos. Mas para nosso azar, o título leva o nome de nosso país, e alguns vêem nisso uma crítica à ditadura brasileira que existia na época do filme. É claro que desagradou a elite cultural dos brasileiros por ser um insolente desrespeito à nossa Nação. Já imaginaram se fizéssemos algo parecido com a civilização britânica, tentando ridicularizá-la? Eles que se orgulham de serem os iniciadores do progresso, como bem mostra a cena mencionada das chaminés (mas iniciadores também da poluição industrial), de terem dado o pontapé inicial no futebol do humanismo moderno, com o movimento iluminista que inspirou os enciclopedistas franceses? Ou que foram, em rigor histórico, o berço da civilização norte-americana e todo seu processo de desenvolvimento industrial, político e econômico? Poderíamos ver reeditada uma guerra das Malvinas (que tal “Brasilinas”?). Pois é. Não somos essa civilização. Mas também não somos a caricatura que fizeram no filme em questão. Alguns entendidos disseram que o nome Brazil nem sequer se refere à nossa pátria, pois seria um termo celta designando uma ilha fantástica perdida no grande Oceano, chamada Ilha de São Brandão, Ilha Afortunada, etc. O certo é que os europeus acreditavam na existência dessa ilha, confundida com o arquipélago dos Açores, ou outra a oeste da Irlanda, de onde extraiam um metal vermelho conhecido como Cinabrium, ou “breazáil”, palavra gaética irlandesa. Assim, o diretor não teria se referido a nosso país. Mas porque o roteiro musical é calcado na obra de Ary Barroso, a Aquarela do Brasil? Sátira ou não, filme de ficção ou crítica às sociedades anacrônicas e desumanas dos paises totalitários, a verdade é que muito do que aparece no filme ainda é visto em nosso país. Só não aparece de modo explícito a corrupção. Não, disso os autores do filme descuidaram, mas deixaram entrever o nepotismo. Vale a pena reassistir a esse filme. O que abre uma visão otimista é quando surgem os arranha-céus do solo, simbolizando nosso imenso potencial, como uma Brasília que surge em pleno sertão goiano, iniciadora de uma grande civilização do futuro. Coisa aliás já prevista por Dom Bosco. Bem, o espetáculo da Abertura, que mostrou alta tecnologia e o tradicional espírito de organização e união dos ingleses é para nós um alerta e um orgulho: Marina Silva nos representou integrando os portadores da bandeira olímpica. E ficamos pensativos em quando chegar a nossa vez, nas Olimpíadas de 2016. O que poderemos mostrar ao mundo? Já pensaram em uma nova rainha descendo de paraquedas no Planalto? Como uma benfazeja Mamãe-Noel, jogando beijinhos para a população? Trazendo paz, justiça, desenvolvimento e amor como presentes? Que os anjos, aliás, os Ícaros, digam Amém!
José Sebastião Pires Mendes
(Membro da ABL e do CCB e autor de “Fogo, Incenso e Catadupa”)

6 comentários:

Delmanto disse...

Com uma abertura cinematográfica e com a presença de Chefes de Estado, representando praticamente todo o Planeta Terra. O Iraque, o Afeganistão, a Síria e tantos países que passaram ou passam por momentos difíceis estavam presentes, numa demonstração da importância do ESPORTE a unir povos e a superar divergências.A homenagem à ex-senadora MARINA SILVA encheu de orgulho a Nação Brasileira. Numa justíssima homenagem mantida em segredo até para a presidenta Dilma. Ao lado de Cassius Clay (Mohamed Ali, o grande campeão de boxe) e de mais 7 personalidades homenageadas por contribuírem para a paz mundial.
Ainda bem que Marina Silva, após receber tão expressiva votação nas últimas eleições, desvinculou-se do Partido Verde que queria apenas usá-la, mas mantendo uma direção sem renovação e uma liderança que “carimba” o partido com a marca do atraso: deputado Sarney Filho.
A presença da presidenta Dilma, acompanhada por sua filha e por membros do Comitê Olímpico Brasileiro, é a garantia de que o Brasil saberá aproveitar essa magnífica “lição de casa” que nos deu a Inglaterra. Em 2016, nas Olimpíadas do Rio, poderemos estar aptos a apresentar um espetáculo que represente a grandiosidade, a garra, a miscigenação e a criatividade de um povo que está despontando como uma das economias mais sólidas do mundo, combatendo a pobreza e fazendo a “faxina” na corrupção que ainda macula o nosso Brasil!
Grande evento!
A “Lição de Casa” é um DESAFIO!
O Brasil brilhará em 2016!!!

Anônimo disse...

Num mega espetáculo, transmitido para 4,8 milhões de pessoas, as Olimpíadas de Londres obteve um grande sucesso em sua abertura. Sobrou para a TV Globo que perdeu para a Record ($$$) os direitos de transmissão. Teve que se contentar com a “gafe” da apresentadora oficial da TV Record, a jornalista Ana Paula Padrão, que falou “...vejam aqui no JORNAL DA GLOBO, à minha direita, a Pira Olímpica...”
O Bispão Odir Macedo vai lhe comer o fígado...rsrsrs
(carla.bueno2011@bol.com.br)

Anônimo disse...

A rainha Elisabeth pulando de paraquedas com o James Bond foi o que marcou o famoso “senso de humor” dos britânicos. Claro que quem pulou foi um profissional vestido como a rainha, mas só o fato dela contracenar, no Palácio, com o ator que faz o James Bond e, depois, a ida até o helicóptero, já foi um sucesso! E a presença de toda a nobreza européia, de Chefes de Estado de todo o mundo naquela Londres encantadora e com um povo entusiasta e participante. Valeu!!! Show!!!
(mariceiaoliveira@yahoo.com.br)

Anônimo disse...

A verdade é uma só: com a defesa do meio ambiente e da qualidade de vida que fez a ex-senadora Marina Silva somada ao discurso político de Plínio de Arruda Sampaio, ambos disputando a Presidência do Brasil, mostra bem a qualidade da nova geração da política brasileira (nova geração, sim senhor, porque o Plínio de Arruda Sampaio, com a sua idade, fez o programa político mais moderno, pregando a independência e o desenvolvimento do Brasil, que nenhum outro candidato conseguiu fazer!)
A homenagem para a Marina Silva foi a “pá de cal” para os “picaretas” da política nacional que “dominam” partidos políticos e usam a ideologia para poderem “puxar o saco” dos poderosos e dos ruralistas.
Valeu, Brasil!
(p.gomes@yahoo.com.br)

Anônimo disse...

Prezado Armando,
parabéns por sua matéria sobre a Abertura das Olimpíadas! Bela reportagem e mágnífico texto.
Tomo a liberdade de mandar-lhe minha crônica, que deverá sair quinta-feira no Diário da Serra.
Abraços,
Sebastião.(jspmendes@hotmail.com)

Delmanto disse...

Salve, Sebastião,
Realmente, sua crônica está muito boa e complementa a matéria sobre as Olimpíadas de Londres. Tanto é assim, que a incorporei ao post. Obrigado pela colaboração, grande abraço. Delmanto.

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