Os Delmantos,
a Folha Dobrada & as ARCADAS...
Foi extremamente honroso para mim a inclusão de meu nome na matéria sobre os membros da Família Delmanto que passaram pelas ARCADAS DA SÃO FRANCISCO. O texto é de responsabilidade do decano dos advogados da família formados naquela tradicional e sempre nova Academia, o meu primo Roberto Delmanto, advogado criminalista que mantém a tradição do escritório “DELMANTO ADVOCACIA CRIMINAL”, inaugurado em 1937, por seu pai, DANTE DELMANTO, considerado o “príncipe dos advogados criminalistas”.
Dante Delmanto/Registro Histórico/ leia aqui
A matéria saiu na revista “FOLHA DOBRADA”, nº 48, da Associação dos Antigos Alunos da Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (USP). O destaque foi dado a DANTE DELMANTO, que se formou em 1929, com especialização no Tribunal de Haia/Holanda. Durante o seu curso, Dante trabalhou no escritório de MARREY JUNIOR que tinha o melhor escritório de Direito Criminal na época e era considerado o melhor criminalista do Brasil. O CÓDIGO PENAL COMENTADO (Saraiva), de autoria de Celso Delmanto, Roberto Delmanto, Roberto Delmanto Júnior e Fábio de Almeida Delmanto, é considerado, em suas sucessivas edições, o preferido por profissionais e por acadêmicos de direito.
Meu tio Dante foi o grande incentivador para que eu desse prioridade ao curso de direito, eis que fazia também o curso de sociologia e política. Fiz carreira, como advogado, no campo empresarial do setor público, com destaque na primeira privatização positiva do governo paulista, na gestão do governador Paulo Egydio Martins: a FRUTESP – indústria de suco de laranja – que foi privatizada, via Assembléia Legislativa, para a Cooperativa dos Produtores de Laranja (Coopercitrus) da região de Bebedouro/SP. Da mesma forma, a minha participação na elaboração do formato legal que possibilitou a unificação das empresas de energia de São Paulo (CESP, ELETROPAULO, CPFL E COMGÁS), no governo de Franco Montoro, quando foi criada a ENERGIA DE SÃO PAULO, sob a presidência unificada do prof. José Goldemberg.
Na produção jurídico-literária, coordenei a edição da “CLT – Consolidação das Leis Trabalhistas” – Coleção de Leis Rideel, de 1996/97/98 e, em 1981, com o livro “CONSTITUINTE – O que todo Brasileiro deve saber sobre a Assembléia Nacional Constituinte”, Edições Populares, que foi o precursor da Assembléia Nacional Constituinte de 1988.
Abaixo, transcrevo a matéria publicada na FOLHA DOBRADA e, complemento a minha ligação com a tradicional Faculdade do Largo de São Francisco, destacando, com muita honra, que meu tataravô materno, SENADOR MANOEL DE MORAES BARROS, formou-se em 1857, pela Faculdade de Direito e seu irmão – o primeiro presidente civil do Brasil – PRUDENTE JOSÉ DE MORAES BARROS, formou-se na turma de 1863, dessa Academia, tendo presidido a 1ª Constituinte da República.
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E, de meu arquivo pessoal, o registro dos irmãos Moraes Barros, sendo o senador Manoel de Moraes Barros avô do meu avô Manoel de Camargo Moraes. É REGISTRO HISTÓRICO.
errata: onde se lê bisavô, leia-se avô e onde se lê bisavós, leia-se avós.
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Constituinte: 30 Anos depois...
Mensagem a Garcia ou Se Vira nos 30 !
Verdão: Tri-Campeão Paulista!
22 comentários:
É sempre difícil falar de si mesmo ou de seus familiares. Mas é tão gratificante que não dá para que se dê o devido destaque. A começar por Dante Delmanto, botucatuense que brilhou na política, nos esportes e na advocacia. Foi eleito deputado estadual, por Botucatu, com 28 anos de idade e com a maior votação de todo o estado: era advogado criminalista do escritório de Marrey Junior, considerado o melhor criminalista de sua época e líder da maçonaria; Dante, nas eleições de 1934, conseguira o tri-campeonato paulista para o Palestra-Itália (Palmeiras) e representava Botucatu e grande parte do interior paulista que havia se mobilizado pela Revolução Constitucionalista de 1932.
É toda uma história de vida...
E com a minha modesta participação, sinto-me extremamente honrado por fazer parte de um clã de destaque na área jurídica e poder comemorar a postura de todos nós sempre dentro da ética e da formação cidadã que nos foi dada por nossos antepassados.
Delmanto, o artigo escrito pelo conceituado advogado criminalista, ex-presidente da OAB e ex-Secretário da Justiça do Estado de São Paulo – Dr Antonio Claudio Mariz de Oliveira, precisa ser divulgado:
O príncipe dos advogados criminais
Um exame da carreira dos grandes advogados criminais nos mostra o despontar da vocação para a advocacia penal logo nos primórdios da carreira, mesmo já durante a Faculdade ou até antes de nela ingressar.
Nenhuma outra motivação, nenhum outro fator, nenhuma circunstância externa impeliu esse bacharéis a abraçar o Direito Penal e a optar pelo árduo caminho da defesa, íngreme, por vezes tortuoso, mas sempre iluminado pela busca da liberdade e da dignidade pessoal.
Razões, as mais diversas, conduzem os recém-formados a optar por alguns dos ramos da advocacia. Influência de algum advogado mais antigo, oportunidade para trabalhar em um escritório especializado em algum setor, trabalho interno em pessoa jurídica. Enfim, todas razões externas, na maioria dos casos, alheias à vontade do bacharel, que nem sequer fizera a sua escolha.
Já na área penal, prepondera a vocação, a chamada interior para o exercício da defesa daqueles levados às barras dos tribunais criminais.
No caso de Dante Delmanto foi exatamente esse insuperável chamamento que o levou a trabalhar com um grande expoente da advocacia criminal da época, primoroso orador, que foi Adriano Marrey.
(cont.)
(haroldo.leao@hotmail.com)
Na verdade, sua inata inclinação pela defesa, aflorou quando assistiu a um júri em Botucatu, sua cidade natal, no qual trabalharam Antonio Augusto Covelo e Alfredo Pujol, dois expoentes do Tribunal Popular da época. Nem sequer era estudante de Direito.
Sua vocação levou-o à recusar a carreira diplomática. Uma bolsa patrocinada pela Fundação Carnegie, para estudar na Holanda, especificamente em Haia, depois de concluída, outorgou-lhe o direito de ingressar no Itamaraty como 3º secretário. Preferiu advogar.
Trabalhou durante nove anos no escritório do notável criminalista Adriano Marrey, um dos grandes da época, onde adquiriu valiosa experiência que aliada ao seu estilo próprio, com marcas e aspectos peculiares, que foram se aprimorando e sedimentando com o correr dos anos, tornou-se um dos maiores advogados criminais de todos os tempos.
O fato marcante da conduta profissional de Dante Delmanto foi o cuidado, o esmero, a dedicação religiosa a cada caso. Sua entrega ao minucioso estudo dos processos era absoluta e tornou-se notória e lendária.
Tal como um refinado artesão, a matéria prima de seu trabalho, o processo, era examinado, esmiuçado, prospectado até estar sob o seu domínio absoluto, para em seguida e a partir daí serem construídas as teses de defesa, elaboradas as primorosas razões, todas elas emolduradas por pertinentes citações doutrinárias que davam supedâneo a alegações e argumentos irrespondíveis, calcados nos elementos probatórios constantes dos autos.
Conhecedor de cada folha, certidão ou carimbo do processo, Dante jamais cometeu um engano, uma falha, uma omissão no exame das provas, pois expunha com precisão todas e delas extraía argumentos valiosos para a defesa. Aliás, também foi e ainda é considerado o mais temível e eficiente argumentador dos que pontificaram na advocacia criminal.
Não se pense que Delmanto tivesse os seus interesses, a sua cultura e a sua inteligência exclusivamente voltados para a advocacia. Não, era um homem do mundo e talvez a sua permanente sintonia com os fatos da vida tenha constituído um dos fatores de sua proeminência na advocacia criminal.
Dotado de extraordinária sensibilidade para entender o homem e os fatores humanos, não tinha uma visão maniqueísta da vida, pois como todo advogado vocacionado, possuía plena consciência das inevitáveis contradições que nos marcam e sabia aceitá-las com olhar compreensível, complacente e solidário.
Em sua trajetória de vida, da advocacia à política, passando pelo futebol, Dante Delmanto deixou marcas indeléveis, de caráter, competência e dedicação plena.
Lutou em 1932, na Epopeia Paulista, já formado em Direito. Aficcionado pelo Palmeiras, com vinte e cinco anos, foi eleito seu presidente. Nesse período, o então Palestra Itália, obteve notáveis feitos.
Na política, cerrou fileiras em torno do partido Constitucionalista, tendo sido eleito, em 1935, deputado estadual constituinte, como o candidato mais votado.
No curso de sua vida profissional, Delmanto demonstrou de forma permanente e significativa o seu respeito e acatamento pela dignidade e pelos direitos alheios, fossem adversários da tribuna, réus ou vítimas.
Certa feita recusou-se a utilizar documentos que comprometiam um ex-prefeito, pai de uma moça morta por um seu cliente. A justificativa para não valer-se dos documentos, foi plena do sentido ético que sempre norteou sua vida profissional e pessoal: não seria moral e ético infligir mais dores a quem já as tinha de sobejo pela perda da filha.
Assim se conduzia Dante Delmanto, o "Príncipe dos Advogados Criminais", exemplo para todos nós, velhos e jovens advogados criminais.
(haroldo.leao@hotmail.com)
Antonio De Oliveira Moruzzi (Facebook) compartilhou sua foto.
Compartilho para homenagear os Delmantos na advocacia na minha página!
Djanira Genovez (Facebook) Parabéns pela inclusão e por pertencer a uma família muito honrada e muito querida.
Ana Maria Nogueira Pinto Quintanilha (Facebook) Armandinho, parabéns! Você merece!
Denise Delmanto Prado (Facebook Pena que minhas 3 pimpolhas não foram incluídas...
Carlos Teixeira Pinto (Facebook) Parabéns meu amigo ; conheço muito bem a sua FAMILIA , e vocês merecem todas homenagens . Abração deste que conviveu com vocês desde menino .
Patricia Delmanto (Facebook) Parabéns Armando Moraes Delmanto..
Neuza Moises Rezende Leite (Facebook) Parabéns, Armandinho!!
Eunice Lima (Facebook) Parabéns meu amigo e conterrâneo!
A revista da Associação dos Antigos Alunos da Faculdade de Direito da USP tem seu nome tirado da famosa estrofe que embalou os estudantes de Direito da USP na Revolução Constitucionalista de 1932: “FOLHA DOBRADA”!
O verso é este:
“Quando se sente bater
No peito heróica pancada
Deixa-se a folha dobrada
Enquanto se vai morrer”.
Era assim: o estudante deixava a folha dobrada (a folha de seus estudos de direito) e atendia ao chamado maior da Pátria.
Bonito, meu amigo, muito bonito...
No páteo da São Francisco tem um monumento em homenagem ao estudante morto na revolução a favor de uma Constituição para a Pátria e contra a Ditadura de Getúlio Vargas!
(carlosantoniomascarenhas@yahoo.com.br)
Dalva Gomes da Silva (Facebook) Parabéns Armando, família exemplar, abraços
Celma Hellebust (Facebook) Parabéns, Armando Moraes Delmanto! O Dr. Antoninho merece e fiquei aqui orgulhosa lendo essa matéria
Manfredo Costa Neto (Facebook) Armando que linda homenagem! Estamos orgulhosos em conhece-los. Parabéns!
Jo Sant'Iago (Facebook) Parabéns a familia. Parabéns a você.
Maria Sylvia Toledo (Facebook) Me formei com Celso Delmanto, em 1961. Saudades de minha turma.
Celma Hellebust (Facebook) compartilhou sua foto.
Tradicional família de Botucatu.
Vera Winter (Facebook)
Parabéns! Gente de bem!
Mirian Emilio de Oliveira (Facebook) A família Delmanto merece, parabéns!
Grace Maria Mattos (Facebook)
QUE SIGA ASSIM PARA SEMPRE!!! ... MARAVILHOSO , FELICIDADES ARMANDINHO .
Prezado Colega Armando,
Primeiro, agradeço suas palavras elogiosas, imerecidas, mas que constituem incentivo e estimulo às nossas atividades.
O texto, interessante e oportuno, complementa a matéria já divulgada.
Estaremos divulgando-a através do nosso site www.arcadas.org.br, destaque em Noticias e conteúdo em Reminiscências. A partir de 4 de Novembro.
Abraço forte e as
Saudações Acadêmicas
Madia (José Carlos Madia de Souza – Presidente da Associação dos Antigos Alunos da Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo – FDUSP)
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