abril 05, 2015

Botucatu = “Princesa da Serra”, poema cívico de Trajano Pupo Jr.

Botucatu = “Princesa da Serra”, poema cívico de Trajano Pupo Jr.




É a poesia do CENTENÁRIO DE BOTUCATU!

De autoria de Trajano Pupo Jr. e declamada por Marisa Pires de Campos Buchignani, foi o ponto alto da Sessão Solene Comemorativa do 1º Centenário de Botucatu, realizada no Cine Casino, no dia 14 de abril de 1955. Essa apresentação foi oficializada pela Comissão de Festejos do 1º Centenário de Botucatu.



Botucatu vivia momentos de glória, ganhava seu Brasão Municipal, de autoria de Hernâni Donato e Gastão Dal Farra: era nossa simbologia heráldica que trazia a História de Botucatu.


http://blogdodelmanto.blogspot.com.br/2014/04/o-brasao-de-botucatu-nosso-simbolo.html

A declamadora foi a profa. Marisa Pires de Campos Buchignani, com atuação na área educacional, tendo sido Diretora da Escola Normal, Delegada Regional de Ensino e Diretora da UNIFAC.


Posse na ABL/1973 - Acervo Revista Peabiru

O literato e poeta Trajano Pupo Jr., Membro Efetivo e Fundador da Academia Botucatuense de Letras, colaborou com jornais e revistas de nossa cidade e tem seu perfil destacado em artigo no final deste post.



Profa. Marisa e o Dr. Trajano 

A revista PEABIRU nº02, de março/abril de 1997, publicou este POEMA CÍVICO, extenso e belo, que retrata Botucatu em seus primórdios, sua gente e suas conquistas. Foi uma iniciativa que preservou a memória de Botucatu ao resgatar esta importante obra literária:





"Princesa da Serra"

Certa vez,
um paulista audaz,
desbravador de fazendas,
sonhou que havia uma cordilheira de prata
de píncaros travessos,
que viviam a brincar de esconde-esconde
com as nuvens.
E, imaginou
- como seria bonita
uma vila que se instalasse,
sobranceira,
no cimo da montanha
e olhasse,
bem do alto,
o vale serpenteado de riachos cristalinos.
Quando Deus
me conceder a graça
de concretizar o anseio desse sonho,
chamar-lhe-ei
- Botucatu : A Princesa da Serra.


E um dia,
rasgando a terra da natureza bruta,
o homem te edificou
no altiplano azulado,
bem no dorso da vasta serrania.

Para que enxergasses
o clarão deslumbrante
dos dias de sol;
para que sentisses
o encantamento
das noites cheias de luz;
para que fitasses as estrêlas,
luzindo,
como vagalumes doirados,
pontilhando o manto do luar;
abriu uma clareira
- no emaranhado denso e úmido das matas -
em regiões impenetradas,
senão pelo rastreado das feras
e pela passada incerta e cautelosa
dos filhos das selvas,
que vinham decalcando,
no acamado farfalhante das folhas mortas,
as marcas transitórias
das rotas do sertão.

No chão
da terra virgem e farta,
como quem planta uma semente
- plantou-te.
E, para que germinasses,
para que crescesses,
para que florisses,
para que frutificasses,
plantou-te
sob a égide da Cruz.
Dessa Cruz que é o símbolo da Fé
e a messe promissora da Esperança.
Assim,
nasceu a capelinha branca,
no tabuleiro da serra
- como se dos algodoais das roças,
na promessa das colheitas,
desabrochasse,
para o sol da vida,
um capucho alvo de algodão.

Como pequeninos cristais
que a pouco e pouco
se aglomerassem,
ao derredor
de um núcleo de atração,
nas suas cercanias,
foram se pontilhando as casas
e, com elas,
se pintalgaram de vida
as solidões remotas.
Ao contínuo adensar do casario
foi se apequenando a clareira
que a mão do homem rasgara,
quando cortou a cabeleira, verde e basta,
da floresta bravia.

E, guaritás e cedros,
caviúnas e imbuias,
jangadas e guaiçaras,
perobas rijas, de troncos seculares,
jequitibás frondosos,
araruvas e araribás
- tudo caiu da majestade das alturas,
ao golpe rude do gume dos machados.
Toras enormes,
como avalanches,
rolaram pela ribanceira
e foram acordar,
no fragor das quedas,
o silêncio tumular das grotas.

No recesso das brenhas,
mais uma clareira
- grande e nova -
se abrira,
ao rastilho dantesco das queimadas.

Da cinza das coivaras
se ergueram outras moradias.
Cresceram roças de espigas,
de penachos loiros,
como as tranças sedosas e macias
daquelas princesas encantadas
que moram, no castelo doirado,
do sonho dos poetas,
ou imperam - soberanas -
no reino das fadas.
E nasceram cafezais
que a magia da terra,
fez frutificar, em bagas amarelas,
como pepitas de oiro,
faiscando ao sol.

E a chapada se enfeitou,
em trama larga e bem viçosa,
com ramas de algodão.
A planta feiticeira que vem dando :
o linter,
o óleo das sementes,
a palhada para as rezes,
o resíduo do farelo
que volta, como adubo,
para as seáras de onde veio.
Dando seiva e dando húmus.
Dando força ao solo que se exáure,
impedindo que se esgote
no cansaço das farturas,
e, possa,
com a ajuda que recebe,
em rebentos novos,
abrir-se,
ao fulgor de outras primaveras.

No fraldeado das íngremes encostas,
o capim recamou,
em colmos tenros e macios,
para o pascentar dos bois mansos e quietos,
que sob a soalheira escaldante,
na marcha pachorrenta dos seus passos
- indo e vindo nas glebas da rechã -
deixavam como rastro,
da longa e poeirenta caminhada,
o sulco dos arados.

O cantarolar alegre e satisfeito
da gente do trabalho
e o repicar festivo do sino da igrejinha,
todas as tardes
- ao esmaecer dos poentes coloridos -
faziam ecoar, ao embalo dos ventos,
as vozes do arraial.
Completava-se assim a sinfonia
do cadenciado trilar dos inambus,
do inervante retinir das arapongas,
do gorgeio mavioso do sabiá.
Do pio triste dos macucos,
do estridente gargalhar das seriemas,
que correndo o descampado,
ensaiavam o solfejo das notas mais agudas.

A natureza,
anunciava,
pela voz dos seus cantores,
o advento das noites de luar
e das estrêlas,
brilhantes,
pequeninas,
que tremeluzeriam,
como pedras preciosas engastadas,
na azulada cúpula do céu.

Depois...
depois o silêncio.
Na quietude da noite,
lá no firmamento, a se destacar em brilho,
as Três Marias,
luzindo perto do Cruzeiro,
sob o véu rendado da via-latea,
lembravam monjas penitentes,
a rezar,
velando o adormecer da terra.

E o povoado foi crescendo...crescendo,
num interminável círculo vicioso :
Queimadas - elevando para os céus
as labaredas -
abriam claros,
para casas e mais casas,
que se erguendo das cinzas
- como as Fênix -
iam largando as distâncias das divisas.

No correr do século passado,
quando a marcha do tempo
entremarcava
quase o meio da jornada,
ao estrugir repetido dos foguetes,
ao ronco dos morteiros
e das salvas,
o arraial, fremia,
no alvorôço da sua grande festa
- a chegada da Santa Padroeira.

Em simetria,
bandeirolas recortadas em papel,
brancas e doiradas,
purpurinas,
róseas, amarelas, côr de cinza,
verdes de todas as nuanças,
lilazes ou azuis,
alaranjadas,
às centenas,
pendentes dos cordéis, se entremesclavam,
demarcando os contôrnos do roteiro.
Lanternas de listras coloridas
semelhando pedaços de arco-íris,
dançavam bailados esquisitos,
ao açoitar dos ventos.

Palmas e coqueiros,
como soldados garbosos e imponentes
distendidos em fileira,
guarneciam o flanco das estradas,
assinalando por onde passaria
- no desfile da grande procissão -
em andar de cravos bem vermelhos
entremeados de rosas muito brancas,
escoltada por fiéis de opa
e de tocheiro,
a Imagem da Senhora de Sant’Ana,
para ser entronizada
na capela
da nova e florescente freguesia.

O arraial,
em passadas de gigante,
caminhava,
rumo da conquista
dos foros de cidade.

Aos poucos
como as moças que se tornam casadoiras,
foi se aformoseando.
Por isso,
quando a Lua,
nas suas entrefases,
levava o seu globo luminoso
para clarear as cidades que viviam,
no lado oposto do hemisfério,
os lampiões postados nas esquinas,
em chamas tremulantes,
amarelas,
brilhavam,
no encarvoado denso
das noites mais escuras.

Cada semana que o tempo então marcava,
havia no vilejo alguma nova :
Chegou a professôra;
o doutor advogado;
o médico.
Uma forja de ferreiro se instalara
na rua principal.
Lado a lado,
na melhor das harmonias,
foram se alinhando :
- a botica, a loja de armarinhos,
o bar e a padaria,
um açougue improvisado.
O turco mascateiro,
vendedor de tantas bugigangas.
Mais adiante,
entre festas de cunho bem solene,
aclamado pela gente do arraial,
recebeu as boas vindas,
“Seu Vigário”.

O tempo,
no deslizar suave das rotinas,
ia arrancando,
dos blocos calendários
pregados em cartazes coloridos,
sem esquecimentos,
ao primeiro clarão das madrugadas,
uma por uma,
as folhas que marcavam,
a sequência dos meses e dos dias.

Pelo esforço do homem,
tudo cresceu e tudo melhorou.
As conquistas do progresso,
sem a falha de uma só,
se instalaram nas plagas citadinas.
O primeiro trem,
resfolegante,
no arquejo do cansaço,
como se tivesse asmáticos pulmões,
veio galgando a serra
vagarosamente,
contornando, em coleios serpentinos,
as rampas amortecidas em curvas perigosas.
A reclamar,
como um velho rabugento
- como é longe, como é longe;
Como custa p’ra chegar;
Como custa p’ra chegar;
Como é longe,
como custa p’ra chegar.

Ofegante, quase sufocado,
na dispnéia do esforço das caldeiras,
passou entre as rochas escarpadas,
vencendo a muito custo os ásperos aclives.
Quando transpôs a lombada derradeira
da montanha,
como se tocasse a clarinada das vitórias,
anunciou,
apitando longa e repetidamente
Botucatu...Botucatu...Botucatu...
Logo mais estacava,
entre vivas calorosos,
na gare pequenina
da estação
da “Cidade dos Bons Ares”.

Os lampiões mortiços, sonolentos,
cessaram a frouxa claridade
e passaram constritados,
a servir de relíquias de outras eras.
A luz
brotava, sem demoras,
nem desmaios,
clara e brilhante,
no bôjo das lampadas elétricas,
ao entreligar dos fios.

No enrêdo de uma história,
há sempre alguma cousa que fica para trás.
A reminiscência que andara volteando
os arredores da cidade,
quando já trôpega e cansada,
rumava para o asilo,
ao passar pela pontinha
que lhe marca metade do caminho,
vendo tudo calmo,
sem ninguém
a se mover ou a falar,
perguntou ao riacho
que corria
e que viu a cidade nascer,
crescer e prosperar.

- Espraiado Lava-pés,
para onde foram as mulheres,
as moças e as meninas, tagarelas,
barulhentas,
que punham nas tuas margens,
o borborinho da Vida ?
E aquelas cantigas lindas
do coral das lavadeiras,
que sempre se acompanhavam
daquele bate-batendo
das tábuas de lavar roupa ?
E as roupas enxaguadas
que estendidas sobre os verdes capinzais,
iam formando
desenhos de colchas de retalhos,
em profusão de formas,de cores e tamanhos ?

E o riacho respondeu :
Chegando a água encanada,
sumiram destas paragens.
Com elas também se foram
- o conversar barulhento,
a trama das suas colchas,
as côres de seus desenhos,
as suas lindas cantigas,
aquela imensa alegria
que morava por aqui.

Na toada de uma tristeza,
cantando nas minhas águas
que correm longos caminhos,
saudoso,
sempre me lembro daqueles tempos tão bons.
Calou-se
e a reminiscência continuou sua jornada.
Tudo se foi modernizando.
Com as pobres vestes antiguadas
apenas sobrevive
o velho chafariz.
Outrora, em passeios vesperais,
casais de namorados, risonhos e felizes,
tomando por verdade a velha lenda
- de que, a água da biquinha,
radicava no lugar aqueles que a bebiam -
mal chegando naquele logradouro,
as mãos em concha transformavam
e sorviam,
em goles pressurosos,
a linfa cristalina.

Agora,
ao pôr do sol,
no terreno em que mora a velha bica,
é tudo solidão.
Recoberta de cipós e trepadeiras,
esquecida,
relegada ao abandono,
cumprindo a amarga sina das taperas
- a fonte dos amores -
no triste carpir do seu fadário,
deixa correr,
no regaço das algas, dos musgos
e dos líquens,
a torrente das lágrimas vertidas,
num pranto de saudade.

Quando,
buscando as plagas primitivas,
os ruidosos bandos
de taperás e de andorinhas,
tornavam do vôo migratório,
anunciando
- no alegre cantar do seu chilreio -
a fuga da invernia,
depois de evoluir por largo tempo,
com as asas fortes dardejando o espaço,
rumavam para o pouso,
naqueles velhos edifícios solarengos.
E, nos seus beirais, largos e compridos,
debruçados ao longo das fachadas,
edificavam a colônia de seus ninhos.

Por muitas primaveras,
gozaram as andorinhas,
do aconchêgo dos beirais.
Mas...quando o velho guardião
-das cousas que evocavam
os primórdios da cidade-
dormia descuidado,
confiante,
o cérebro do homem renovador
armou o braço do operário
e demoliu...
deitou por terras os antigos casarões.

Nas ruinas,
como nas sombrias campas funerárias,
ficaram sepultadas,
com as velhas tradições,
aquelas largas salas espaçosas
em que havia serões em tôrno das lareiras,
e, onde,
nas festas da família
pontificavam vultos memoráveis,
vindos da nobreza augusta do passado.
Derrubadas pelas mesmas picaretas,
progressistas e impiedosas,
lá se foram as relíquias
mais queridas de outros tempos :
A Igreja da Matriz,
a Capelinha da Nossa Santa Cruz;
a Câmara, o mercado, o coreto
e tantas mais,
se nivelaram ao solo,
no pó das suas taipas.
Do passado nos restou
aquele espaço que ficou vazio,
esperando...esperando
pela monotonia côr de cinza
do cimento armado das modernas construções

Compensando a perda então sofrida
das relíquias imoladas ao progresso,
uma cidade grandiosa apareceu,
cinzelada
por artistas de uma nova geração.
Cheia de escolas - a difundir ensino;
cercada de igrejas - a alimentar a fé;
pontilhada de oficinas - a distribuir trabalho;
repleta de fazendas - a abarrotar celeiros;
num aranhol de estradas
- a encurtar distâncias.
A prosperar
e a crescer,
edificando,
na sua grandeza
- A Princesa da Serra.

Quando te vejo
grande, pela glória de teus feitos;
poderosa, pelo esforço dos teus homens;
rica, pelo trabalho fecundo dos teus filhos;
brilhando no cortejo imenso das cidades,
evoco,
reverente ao culto do passado,
o teu singelo berço
- aquela capelinha branca,
como alvo capucho de algodão,
que um paulista audaz,
desbravador de fazendas,
plantou,
como semente milagrosa,
que germinou,
que cresceu,
que floriu
e frutificou
no altiplano azulado
dos confins da serra.

Meu bravo sertanista
- se ao leve sôpro de uma vida,
ainda se alentasse o teu velho corpo,
de há muito retornado ao pó,
e, se possível fosse,
reacender o brilho nos teus olhos baços,
- tu verias,
deslumbrado,
como ficou bonita
a modesta vilazinha do teu sonho,
instalada, sobranceira,
no cimo da montanha,
olhando,
bem do alto,
o vale serpenteado de riachos cristalinos.
E,
do alto das tôrres prateadas,
mergulhada no infinito,
simbolizando aquela mesma Fé que te alentou,
a Cruz da Catedral,
imponente e majestosa,
esparzindo,
por sobre a cidade
que se cobre das glórias centenárias,
as bênçãos do Senhor !

Botucatu, abril de 1955

TRAJANO PUPO JR.




TRAJANO PUPO JR:

Em 14 de julho último ocorreu o transcurso do primeiro aniversário de falecimento do dr. Trajano Pupo Jr., piracicabano nato cujo coração ele entregou a Botucatu, terra em que se criou desde tenra idade.
Quando a memória dos tempos é tão falha e perecível, consolamos que vasto círculo de amigos que ele deixou não o esquecerá jamais, como um dos sólidos pilares da sociedade que aos poucos se transforma e segue.
Era formado pela Escola de Farmácia e Odontologia da Universidade de São Paulo. Contava a seu favor um riquíssimo curriculum legitimamente conquistado através de um sem número de Cursos de Especializações, adquirido nos Hospitais e Laboratórios da Capital. Foi detentor de vários títulos científicos que lhe foram atribuídos pela Sociedade Nacional de Análises Clínicas e pela Sociedade Brasileira de Patologia Clínica. Tinha diploma de frequência ao Curso de Aplicação do radio-imuno-ensaio no diagnóstico laboratorial das disfunções endócrinas em Análises Clínicas. Publicou, a seu tempo, inúmeros trabalhos científicos, gozando nos meios médico-científicos de indiscutível acatamento e respeito, foi professor de Física e Química nos colégios e escolas de Botucatu.
Foi um grande batalhador, com o Dr. Arnaldo Moreira Reis e Dr. Edmundo de Oliveira, para a criação da Faculdade de Farmácia e Odontologia em nossa cidade, Escola que funcionou por mais de três anos, nesta Botucatu, sendo suprimida em razões político-governamentais.
Prestou relevante colaboração ao Serviço Público Estadual, exercendo muitas funções no Setor de Higiene e Saúde, onde deixou o traço de seu apurado senso de vida profissional, dada sua inata propensão à Ciência e à Pesquisa.
Esse mesmo cérebro experimental, afeito aos tubos de ensaio, às lâminas e às plaquetas, às longas vigílias na espera ansiosa de uma reação química salvadora, ao resultado previsto de uma pesquisa bacteriológica, esse mesmo cérebro privilegiado, eterno namorado da Poesia, salta para a divulgação estética e eí-lo fecundo e inspirado a nos proporcionar seus poemas virgilianos, sua improvisação de castiça forma a iluminar o verso livre na cadência sincopada e cristalina da criação poética.
Da passada mocidade, das tertúlias literárias que fizeram de S. Paulo o reduto avançado no panorama nacional das letras, o acadêmico botucatuense Trajano Pupo Jr. Marcou a memória do estreito convívio de artista do porte de Vanpré, Cecília Meireles e outros mais, que com Mario de Andrade emanciparam a Arte e a Literatura no Brasil.
Conheceu o ambiente cultural da época em que Olivia Guedes Penteado reunia em sua residência os nomes nobres da Poesia e do Romance.
Dando largas à inspiração, entremesclou seus sérios estudos científicos com muitos poemas que lhe enriquecem, para a imortalidade, o título de Artista.
Na passagem do Centenário de Botucatu, foi seu longo e belo poema “Princesa da Serra”, recitado pela ilustre profa. Marisa Pires de Campos, em sessão solene realizada no Cine Casino.
Deixou, entre outros, os poemas: Noiva da Colina, dedicado a Piracicaba, sua terra natal; Cidade Simpatia, dedicada à cidade de Barra Bonita; e São Manuel, dedicado à vizinha cidade de São Manuel.
Quando faleceu, deixou no prelo um livro de poesias intitulado “Haverá sempre um Amanhã”, coletânea belíssima de suas mais inspiradas e deliciosas criações.

(Folha de Botucatu/ 15/04/1988, publicado no livro “Memórias de Botucatu”, de 1990).


Um comentário:

Delmanto disse...

Ufa! É poema cívico longo mas muito bonito, retratando com a criatividade do poeta toda a beleza da conquista, fundação e construção da Cidadania de Botucatu pelos pioneiros fundadores.
É fruto da poesia do Dr. Trajano Pupo Jr. e que foi muito bem declamada pela profa. Marisa Pires de Campos... Mas coroou um momento mágico para Botucatu, tendo à frente o Prefeito Pedutão que soube valorizar os grandes vultos do passado colocando seus bustos pela cidade, oficializou o BRASÃO DO CENTENÁRIO, criação de Hernâni Donato e Gastão Dal Farra, com a “benção” dos intelectuais Sebastião de Almeida Pinto, Pedretti Netto e do saudoso 4º Bispo e 1º Arcebispo de Botucatu, Dom Henrique Golland Trindade.
É preciso valorizar e divulgar o nosso PATRIMÔNIO CULTURAL!

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