julho 01, 2015

Flip/2015 homenageia MÁRIO DE ANDRADE

Flip/2015 homenageia MÁRIO DE ANDRADE








A FESTA LITERÁRIA INTERNACIONAL DE PARATY HOMENAGEIA, com destaque o grande líder da SEMANA DE ARTE MODERNA DE 1922: MÁRIO DE ANDRADE!
O consagrado autor de “MACUNAÍMA”, mesmo antes desse grande evento que ocorrerá de 1 a 5 de Julho, já ocupou as manchetes dos jornais e revistas com a divulgação de carta escrita há 87 anos ao poeta Manuel Bandeira. Em 7 de abril de 1928, Mário de Andrade confessa ao amigo, particularidades de sua vida íntima. Na CARTA PROIBIDA, como ficou famosa essa missiva, Mário afirma que:

"Mas em que podia ajuntar em grandeza ou milhoria pra nós ambos, pra você, ou pra mim, comentarmos e eu elucidar você sobre a minha tão falada (pelos outros) homossexualidade? Em nada. Valia de alguma coisa eu mostrar o muito de exagero que há nessas contínuas conversas sociais? Não adiantava nada pra você que não é indivíduo de intrigas sociais...” (mantida a grafia original).

Aliás, Mário de Andrade em esboço de prefácio para o livro "Macunaíma", em 1926, faz a ligação entre a cultura popular e o erotismo no Brasil: "Já falam que, se três brasileiros estão juntos, estão falando porcaria..."
E o erotismo será o tema da Flip/2015.


Um autor para o século 21:
MÁRIO DE ANDRADE


A obra e a vida de Mário de Andrade ajudaram a moldar a cultura brasileira – entre os frutos indiretos de sua atuação estão, por exemplo, a preservação da cidade de Paraty e a própria Flip, que guarda muito de seu espírito irrequieto, festeiro e articulador. Nada mais justo que, em sua 13ª edição, a Festa Literária Internacional de Paraty homenageie o autor paulista, morto prematuramente em fevereiro de 1945, cuja vida e obra ainda iluminam o Brasil do século 21. A Flip acontecerá entre 1 e 5 de julho.

Poeta, romancista, crítico musical, gestor público, folclorista, agitador cultural – Mário foi, como diz seu celebrado poema, “trezentos, trezentos e cinquenta”. Se muito de seu legado hoje está assimilado – antropofagicamente, para usar a expressão de seu companheiro (e mais tarde desafeto) de geração Oswald de Andrade --, Mário trouxe questões centrais para novos debates sobre o país, a vida cultural e a literatura. Cultura popular e indústria cultural, patrimônio material e imaterial, fala brasileira e língua escrita, cultura indígena, literatura, identidade e gênero, a sua vida e obra parecem ter antecipado discussões atuais, que a Flip pretende pautar e atualizar em sua edição 2015.

A atuação de Mário nas questões ligadas a patrimônio – material, mas sobretudo imaterial – inspiraram a exposiçãoHistórias e Ofícios do Território . Inaugurada em dezembro de 2014, com uma pequena jornada de debates entre paratienses e convidados de fora da cidade, a mostra está em cartaz no Espaço Experimental de Cultura – Cinema da Praça, em Paraty, até 8 de março de 2015. A exposição audiovisual, produzida pelo Museu do Território que, (assim como a Flip, é uma iniciativa da Casa Azul), focaliza, a partir de depoimentos da velha guarda da cidade, a vida em Paraty antes da construção da Rio-Santos, rompendo um isolamento de décadas.

“O trabalho que estamos realizando no Museu do Território, mas também na Flip, deve muito a Mário de Andrade”, assinala o diretor geral da Flip, Mauro Munhoz. “Sua obra reverbera de maneira ainda mais intensa numa cidade como Paraty, que ainda vive em seu dia a dia os dilemas culturais da modernização.” Munhoz acrescenta que o espírito aberto, multidisciplinar, de interação entre as artes, é uma lição fundamental da Semana de 22.

Segundo o curador da Flip 2015, Paulo Werneck, “Mário é um autor para o Brasil do século 21, com vida e obra a serem redescobertas, rediscutidas, postas em debate.” A homenagem prevê, entre outras ações, uma conferência de abertura, mesas sobre o autor na programação principal e na FlipMais (programação da Casa da Cultura) e uma exposição. O curador também pretende levar novas gerações de intérpretes de sua obra literária e poética.

A editora Nova Fronteira, que publica a obra de Mário de Andrade, anunciará o lançamento de novos volumes, preparados pela equipe do Instituto de Estudos Brasileiros da Universidade de São Paulo (IEB-USP). Entre essas edições, destaca-se a obra inédita Café, na qual Mário trabalhou durante anos, e cuja concepção inicial, conforme descreveu em carta de 1929 a Manuel Bandeira, era a de um “romance de oitocentas páginas cheias de psicologia e intensa vida”. Perto do final da vida do escritor, o projeto havia sido convertido numa ópera coral.(divulgação)

4 comentários:

Delmanto disse...

Muito justa a homenagem da FESTA LITERÁRIA INTERNACIONAL DE PARATY ao escritor MÁRIO DE ANDRADE. A genialidade de Mário de Andrade estava a merecer um trabalho de destaque como o que está ocorrendo na FLIP/2015. Vale o acompanhamento. As FLIPs estão se tornando a janela cultural do Brasil. Reconhecida internacionalmente conta, como na presente edição, com a presença de expoentes da cultura mundial.

Delmanto disse...

Mário de Andrade foi um fenômeno cultural. Multicultural em suas atividades, ia desde a implantação de lazer e educação para as crianças paulistanas no Departamento de Cultura da Prefeitura de São Paulo, onde atuou com o antropólogo Alceu Maynard Araújo, até suas investidas boêmias pelo Rio de Janeiro e por sua Paulicéia Desvairada.
É merecedor de maiores estudos e pesquisas a levá-lo ao topo da galeria dos intelectuais que marcaram São Paulo com sua prosa e sua poesia.
O Blog do Delmanto destacou o lado poético de Mário de Andrade: http://blogdodelmanto.blogspot.com.br/2013/06/beijos-mais-beijos-por-mario-de-andrade.html

Anônimo disse...

José Celso Soares Vieira (Facebook):
A revelação da vida pessoal de Mário de Andrade pouca influência trará para estudos de sua incomensurável herança que nos deixou em seu acervo intelectual e artístico. A vida o consagrou e a morte o eternizou.

Delmanto disse...

Armando Moraes Delmanto Sábias palavras do Presidente Emérito da ABL - Academia Botucatuense de Letras, Acadêmico José Celso Soares Vieira. Mário de Andrade, Oswald de Andrade, Guilherme de Almeida, Manuel Bandeira entre tantos outros brilhantes intelectuais, delinearam e firmaram os valores modernos de nossa línguae de nossa cultura, com o amálgama do povo brasileiro! Salve, Mário de Andrade!

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