agosto 25, 2015

Jânio Quadros: RENUNCIOU à Presidência e RECUSOU a Pensão Vitalícia !!!



25 de AGOSTO
DIA DA RENÚNCIA!

Quando já se comemorou os 50 anos da Renúncia de Jânio à Presidência da República é preciso ficar atento e APONTAR os 3 ERROS que a grande imprensa da época, representativa de uma ELITE estagnada nos vícios políticos, como agora, quando a “GOVERNABILIDADE”é defendida pelo ex-presidente Luís Ignácio Lula da Silva e pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. 
 Essa “GOVERNABILIDADE” pressupõe a leniência (conivência) do governante com os malfeitos (corrupção) da classe política. E o ex-presidente Jânio Quadros, à época, deixara claro que era  IMPOSSÍVEL governar com aquele Congresso/ como hoje: é IMPOSSÍVEL governar, ter governabilidade SEM abrir mão de princípios republicanos, ou seja, abrir mão da honestidade para com a Nação Brasileira! 


PRIMEIRO ERRO: a grande imprensa da época, comprometida com a classe dominante (repetida por parte da grande imprensa atual) culpava Jânio pela queda do ex-presidente João Goulart e pela implantação do Regime Militar. Pela madrugada! Jânio renunciou à presidência em 1961. O ex-presidente João Goulart fugiu do país em 1964, não resistindo como queria Leonal Brizola e como aconselhava o quadro militar-político da época. E o Regime Militar foi implantado em 1964! Por quê seria Jânioresponsável?!? Não teria sido responsável o suicídio de Getúlio Vargas?!? Ou a causa seria a implantação da Ditadura do Estado Novo em 1937?!? 
Renúncia virou mania nacional Jânio era tido como culpado pelo surgimento da Revolução de 1964, como se o livre arbítrio das pessoas, dos parlamentares e dos governantes NÃO existisse e o tempo NÃO passasse de 1961 a 1964!!! 

RESUMINDO:
 Jânio foi eleito Prefeito de São Paulo, Governador de São Paulo e Presidente da República com as maiores votações da nossa história. Durante oRegime Militar, conseguiu eleger o Brigadeiro Faria Lima como Prefeito de São Paulo. Inesquecível sua participação na eleição vitoriosa de Faria Lima: com esparadrapo na boca e mãos para trás fazia furor a sua presença silenciosa nos palanques. Amordaçado, elegeu Faria Lima. Como conseqüência foi o único político punido de forma pública: foi CONFINADO em Corumbá/Mato Grosso. Marcado e discriminado pela grande imprensa, não obtinha espaço e suas declarações eram deturpadas. 



SEGUNDO ERRO:
 Jânio foi Vereador na Capital paulista; foi Deputado Estadual, Deputado Federal, Prefeito de São Paulo, Governador de São Paulo, Presidente da República e, anos depois, voltou a ser Prefeito de São Paulo. Foi seu último cargo público. E, em NENHUM cargo foi acusado de malfeitos (palavra usada atualmente para a corrupção). Foi DESTERRADO (confinado em CORUMBÁ/MATO GROSSO) por ser uma ameaça política à Revolução de 64. NADA existe a macular a sua honra e a sua imagem de político eleito sempre pelo voto popular, querido pelo povo e HONESTO!!! 
A grande imprensa da época, repetida pela grande imprensa de agora, procura macular a sua imagem taxando-o de louco, de demagogo, de imprevisível! Que falta que faz para o Brasil homens como JÂNIO DA SILVA QUADROS!!! 

Registro Histórico:
 na disputa pela Prefeitura de São Paulo, em 1985, todos os institutos de pesquisa davam a vitória a Fernando Henrique Cardoso que, sem cautela e bom senso, tirou fotos sentado na cadeira de Prefeito na véspera da eleição, Mário Covas era o Prefeito nomeado da capital. Eleito, Jânio chamou a imprensa e DESINFETOU a cadeira de Prefeito, com a frase que ficaria famosa: "Nádegas indevidas sentaram nesta cadeira!"

TERCEIRO ERRO:
 A grande imprensa da época NÃO perdoava a mudança genial que Jânio Quadros implantou em nossa política externa. Com a ajuda do Chanceler Afonso Arinos de Melo Franco, sustentava os princípios de autodeterminação, não-intervenção e não-alinhamento do Brasil nas disputas entre os blocos hegemônicos internacionais. Foi a famosa Política Externa Brasileira Independente! 
E a grande imprensa da época, sempre aliada aos interesses norte-americanos nunca perdoou essa posição independente e revolucionária de Jânio Quadros. 



É bom relembrar que o então Presidente Jânio Quadros, no início dos anos 60 - portanto há mais de 50 anos! - tinha inovado na política externa, com o brilhantismo do seu Chanceler Afonso Arinos. Era a terceira via diplomáticaindependente dos EUA, descobrindo as novas Nações Independentes da África e com um olhar mais próximo para a América Latina e para os países do Bloco Socialista. À época, Jânio contou com a colaboração dos jovens intelectuais brasileiros, Rubem Braga foi seu Embaixador no Marrocos...
 Foi o “modelito” de Jânioque motivou, em grande parte, essas lideranças da“esquerda brasileira”... Como copiaram, anos depois, FHC e Lula, com as suas gestões neo-liberais na administração do país e com a política externa festiva e independente... 

RESUMO GERAL:
 Jânio Quadros MARCOU as suas administrações, especialmente em São Paulo, pela valorização do serviço público, especialmente a valorização da educação e dos professores, dotou o Estado das grandes hidroelétricas, idealizou a criação das Faculdades de Medicina de Botucatu e Campinas, em 1958, instaladas por Carvalho Pinto em 1962PROVOU que é , SIM, possível governar SEM ROUBAR e SEM DEIXAR ROUBAR! 

A MULHER DE CESÁR:
 Fazia verdadeira apologia da honestidade (“a mulher de Cesár não basta ser honesta, tem que parecer honesta!”). Nunca admitiu ou empregou parentes.Nepotismo NUNCA existiu com Jânio! 

Em 1985 elegeu-se, por si e seu carisma, Prefeito de São Paulo. Quase 30 anos depois o mito voltava,triunfante. Deixou exemplar modelo de administrador honesto e trabalhador. Em sua última gestão, novamente como Prefeito da Capital (com mais quase 80 anos, marcou seu desempenho idealizando túneis modernos, transportes sobre trilhos aéreos, boulevards idealizados por Oscar Niemeyer (que idealizou o Ibirapuera na primeira gestão de Jânio), restauração de monumentos históricos e para facilitar o trânsito, os ônibus de 2 andares, investimentos maciços no metrô, novas e modernas avenidas...), ao ter seu Secretário do Planejamento casando-se com sua filha, Tutu, exigiu a sua demissão e afastamento imediato da Prefeitura. Exemplar. Poderia ser demagogia...Será?!?
 Único ex-presidente da República (repetindo: ÚNICO!) vivo a recusar a pensão vitalícia oferecida pela União aos ex-Presidentes da República! 

TESTEMUNHO PESSOAL:
 Em 1981/1982, mantive vários contatos com Jânio. Sugeri que seus encontros com Che Guevarra, Fidel Castro, Nasser e que seu confinamento em Corumbá e sua atuação, amordaçado, na campanha vitoriosa de Faria Lima à Prefeitura de São Paulo, fossem divulgados em jornal de campanha para conhecimento da juventude. Gostou da idéia.Esse projeto ainda merece ser feito!!! 

Duas de suas cartas, divulgo para registro histórico e, para completar esta homenagem que lhe faço, ficam suas palavras sobre a renúncia: 

“Foi o maior erro que cometi. Ao renunciar, eu quis pedir um voto de confiança à minha permanência no poder. Imaginei que o povo iria às ruas, seguido dos militares, e que eu seria chamado de volta. Fiquei com a faixa presidencial até o dia 26. Deu tudo errado.” (confissão que Jânio teria feito a seu neto, segundo reportagem da revista VEJA (24/08/2011). 
A verdade é que NÃO havia governabilidade com aquele Congresso e Jânio Quadros se recusava, como se recusou, a fazer o jogo político condenável dos “mensalões” e das “bolhas podres” do poder... 



5 comentários:

Delmanto disse...

Não é fácil ir contra a maré...
A grande mídia, como agora, não fez à época e NÃO faz agora, uma campanha sistemática contra a corrupção institucionalizada. Claro que há exceções. A revista VEJA e outros periódicos tem tido esse desempenho. Mas é muito pouco.
Que Brasil é esse?!?
Essa homenagem que faço é para mostrar à juventude que houve um homem público que zelava pela decência e pelos bons costumes. E, importante, não bastava ser honesto: PRECISA PARECER HONESTO!!!
Tinha defeitos? Cometeu erros?
Claro, divino só houve um e morreu crucificado pela população!
É preciso acabar com essa história (adotada até por conhecidos sociólogos e ex-presidentes de que é preciso ser LENIENTE com os malfeitos na busca da governabilidade). Claro que governar assim também dá certo. Mas para isso, não precisamos ter um ex-presidente sociólogo, ex-exilado, e que lutou pela volta da Democracia. Governar, assim é fácil! Basta ser um torneiro-mecânico e...pimba!
A Onda Democrática que está varrendo as Ditaduras da Ásia e da África, levantando os Indignados na Europa há de chegar na América Latina e transformar essas DEMOCRACIAS MEIA-SOLAS como a nossa.
Vamos à luta!
Novos e bons tempos virão!
Avante!!!

Anônimo disse...

Delmanto, sempre admirei a coragem e o destemor do Jânio Quadros ao enfrentar a grande imprensa, liderada pelo Estadão, que sempre procurava denegrir a sua imagem e exaltar a turma da direita “pó-de-arroz”. É preciso lembrar que grandes políticos de São Paulo surgiram no pequeno grupo de “democratas cristãos” liderados por Jânio Quadros: Carvalho Pinto, Hélio Bicudo, Plínio de Arruda Sampaio, Queiroz Filho, Franco Montoro e muitos outros idealistas que sempre pautaram sua atuação política pela retidão de caráter e de coerência política. Muitos, depois, seguiram seus próprios caminhos, mas todos deixaram gravada em pedra a trajetória pioneira de jovens que queriam o melhor para São Paulo e apagar qualquer resquício de oportunismo e roubalheira (como se falava da corrupção naqueles tempos). Jânio Quadros honrou São Paulo e a tradição do bandeirantismo paulista! (luisroberto-souza@yahoo.com.br)

Delmanto disse...

A atuação cívica do jurista, político e líder maçon, Dr. José Adriano Marrey Júnior é digna de registro e divulgação. Autor do Plano de Governo dos revolucionários paulistas, em 1930, liderou o Batalhão da Justiça durante a Revolução Constitucionalista de 1932, comandou grande parte do Partido Democrático e foi responsável pela idealização e campanha de seu pupilo e colega de escritório de advocacia criminal, Dante Delmanto, candidato a Deputado Estadual Constituinte, em 1934, eleito com a maior votação de todo o estado sendo, também, o deputado estadual eleito mais jovem (28 anos). E o Dr. Marrey Jr. não pararia aí o seu trabalho de preparar os maçons para a cidadania e, também muito importante, continuou a garimpar novos valores para enriquecer a Maçonaria. A ele se deve a “descoberta” e iniciação do ex-presidente Jânio da Silva Quadros. Professor de Português do conceituado Colégio “Dante Alighieri” e formado em Direito pela Faculdade do Largo de São Francisco (USP), Jânio foi iniciado na Maçonaria pelo próprio Marrey Jr., antes de chegar à Câmara Municipal de São Paulo. Quando se elegeu Prefeito Municipal, foi buscar o Mestre para ocupar a Secretária dos Negócios Jurídicos.
É Registro Histórico.

Anônimo disse...

Oportuna a matéria, Delmanto. Muito oportuna.
Não é saudosismo! Estamos no Brasil, meu irmão!
Vivemos a maior CRISE ÉTICA da nossa história. Tem ladrão a dar no pau... Só na delação premiada tem fila... Os partidos políticos comprometidos, as grandes estatais violentadas. A falta de vergonha campeia...
Então, o título do artigo já diz tudo: “Jânio Quadros: RENUNCIOU à Presidência e RECUSOU a Pensão Vitalícia!” Os do contra vão dizer: mas o Jânio era esperto, ele renunciou e recusou por esperteza...
Tá bom: ele renunciou e saiu, certo? Ele recusou a pensão vitalícia dos ex-presidentes e ficou definitivamente sem ela, certo?
Ora, então ele é exemplo! Sim, senhor!
Bem lembrado. É difícil, mas temos que admitir: É POSSÍVEL SER POLÍTICO E NÃO SER CORRUPTO OU APROVEITADOR NO BRASIL!!!!
(haroldo.leao@hotmail.com)

Delmanto disse...

Em artigo publicado hoje na grande imprensa, o ex-governador José Serra deu duas informações interessantes: que o seu primeiro voto para Presidente da República foi para Jânio Quadros e obteve uma informação do ex-deputado Plínio de Arruda Sampaio sobre a honestidade e competência Jânio à frente do Governo de São Paulo. Plínio de Arruda Sampaio é originário da Democracia Cristã, assim como Franco Montoro, Carvalho Pinto, Queiroz Filho, Hélio Bicudo e o próprio Jânio Quadros. Pois bem, após a posse de Carvalho Pinto, eleito governador graças à popularidade de Jânio, e mesmo sendo “leal companheiro” realizou, segundo Plínio de Arruda Sampaio, um levantamento em toda a estrutura do governo estadual e não encontrou nada que desabonasse a figura de “governador incorruptível” que Jânio gostava de ostentar.
É uma declaração importante e reveladora do perfil político de Jânio e de como era visto por um estudante, filho de uma família de imigrantes que estavam, como outros milhares de imigrantes e de migrantes, construindo a grandeza de São Paulo. No período subseqüente, José Serra seria eleito presidente da UNE (antes de ter sido transformada em reduto pelego do PC do B) no difícil período que antecedeu a implantação do Regime Militar.
É Registro Histórico.

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