1976 – 2016
Vereador
Botucatu
Botucatu
Registro Histórico
Na memorável Sessão da Câmara Municipal, vemos, ao fundo, o vereador Progresso Garcia e, sentados na platéia, o futuro prefeito Jamil Cury e a Dra. Cecília Magaldi.
São 40 anos!
“...Reinício de caminhada.
Todo dia é um recomeçar. Todo dia é dia de sonho. Sempre é preciso sonhar.
Hoje, recomeçamos...porque o sonho não acabou. O sonho não acabou...
Com o mesmo ímpeto do
primeiro artigo escrito em 1963, com a mão trêmula de medo do iniciante mas com
o coração cheio de sonho do jovem, reiniciamos a nossa caminhada
jornalística... O ano de 1963 vai longe como longe estão os 17 anos do então
estudante do 1º científico do Colégio La Salle. Mas o sonho, hoje, tem a mesma
intensidade. A nossa geração soube sonhar e viver com intensidade; às vezes o
sonho era tão delirante que o sonho de um enroscava no sonho do outro. Mas se
sonhava muito. E saia faísca e saia fumaça e saiam fogo relâmpagos e trovões...
Com o mesmo espírito, com o
mesmo sonho do iniciante mas, com a segurança de quem já caminhou muito, já
tropeçou muito e sempre soube se levantar, é que reiniciamos a nossa caminhada...”
Esse era o espírito em
1976, quando sai candidato a vereador em Botucatu. O MESMO ESPÍRITO porque já havíamos
tido a oportunidade de exercemos a nossa cidadania ao sairmos candidato a
deputado estadual – sob o símbolo da renovação! – realizando memorável campanha
de mudança política na cidade que ainda carregava o ranço de uma política
pequena e provinciana.
Aqui abro um parêntese.
O Moço de Botucatu
Com o lançamento do jornal “VANGUARDA”
– O JORNAL JOVEM PARA A NOVA BOTUCATU – começávamos a lançar a base que iria
fechar seu ciclo em 1976... Inspirados no jornal “O PASQUIM”, fizemos um
jornalismo ousado e moderno.
Era feito por uma equipe inesquecível de
colaboradores que tiveram seus nomes gravados no livro “O SONHO NÃO ACABOU”,
lançado em 1988, como forma de registrar essa grande empreitada jornalística a
favor da mudança política em nossa cidade. O prefácio foi do saudoso escritor
botucatuense, Francisco Marins e o jornal teve como padrinho o também saudoso
escritor botucatuense, Hernâni Donato.
NA PÁTRIA PEQUENA, O INÍCIO...
"A mãe-pátria é a nossa cidade, no sentido de que elas, as cidades, as vilas, as fazendas compõem o país. Quem ama o seu torrão natal é um grande patriota, que idolatra o seu berço para enaltecer a grandiosidade da nação... Antes de vivermos para nós mesmos é preciso que vivamos para a nossa Pátria e ela se chama Botucatu "
Agostinho Minicucci
Assim como tivemos 3 candidaturas para Prefeito, a bancada da ARENA não era unida, muito pelo contrário. O MDB fizera apenas 4 vereadores e a ARENA, 11vereadores.
O ano de 1976 representou o encerramento da carreira eleitoral de meu pai, Antônio Delmanto.Continuaria politicamente um militante mas não disputaria mais cargos públicos. Seria o que tem sido em toda a sua vida: um soldado raso a serviço daDemocracia. A sua bandeira continuará desfraldada. Nada e ninguém apaga um ideal...
Em sua primeira eleição, em 1947, foi o vereador mais votado, com 945 votos (a maior votação proporcional da nossa história política - 11,54%) e em sua última eleição, em 1972, foi novamente o vereador mais votado, com 1.993 votos. A bandeira que ele desfraldou nestes últimos 30 anos continuará desfraldada. A esse respeito, as suas palavras:
“ Encerro minha carreira pública na certeza de ter bem cumprido a minha missão. Eu nunca trai e nunca faltei com a minha palavra. Eu nunca me omiti quando foi necessário a minha presença em defesa da coletividade. Eu nunca fugi da luta. Mesmo quando a vitória era duvidosa e espinhoso o caminho a percorrer, eu disse presente e o percorri, pois a defesa dos postulados democráticos, de meu ideal e dos interesses do povo são sumamente mais importantes que qualquer vitória ou derrota episódica. Hoje, transfiro essa minha bandeira a alguém que há tempos vem me assessorando. Há tempos eu venho acompanhando o desenvolvimento global desse meu amigo e posso afirmar – com certeza – que ele reúne as condições de integridade, capacidade e idealismo para merecer a confiança que meus amigos e correligionários me tem distinguido. Ele é o meu filho Armando. Nesses anos todos, Armando tem demonstrado o seu ideal e interesse pelas coisas de nossa terra. Assim, ele conseguiu o que a meu ver foi a maior conquista depois da Faculdade de Ciências Médicas e Biológicas de Botucatu – FCMBB: o COLÉGIO INDUSTRIAL. Mas não ficou nisso, dois Ginásios Estaduais conseguiu para a nossa cidade, recebendo respectivamente os nomes de “Prof. Pedro Torres” e “Prof. Pedretti Netto”. Isso, sem falar na ajuda às entidades assistenciais que o Armando obteve junto ao Governo do Estado. Além disso, por ser advogado e jornalista militante (com dois livros publicados) acredito firmemente que o Armando através de seu ideal, juventude e capacidade, poderá defender à altura os nossos ideais e as aspirações da cidade de Botucatu.”
“ Encerro minha carreira pública na certeza de ter bem cumprido a minha missão. Eu nunca trai e nunca faltei com a minha palavra. Eu nunca me omiti quando foi necessário a minha presença em defesa da coletividade. Eu nunca fugi da luta. Mesmo quando a vitória era duvidosa e espinhoso o caminho a percorrer, eu disse presente e o percorri, pois a defesa dos postulados democráticos, de meu ideal e dos interesses do povo são sumamente mais importantes que qualquer vitória ou derrota episódica. Hoje, transfiro essa minha bandeira a alguém que há tempos vem me assessorando. Há tempos eu venho acompanhando o desenvolvimento global desse meu amigo e posso afirmar – com certeza – que ele reúne as condições de integridade, capacidade e idealismo para merecer a confiança que meus amigos e correligionários me tem distinguido. Ele é o meu filho Armando. Nesses anos todos, Armando tem demonstrado o seu ideal e interesse pelas coisas de nossa terra. Assim, ele conseguiu o que a meu ver foi a maior conquista depois da Faculdade de Ciências Médicas e Biológicas de Botucatu – FCMBB: o COLÉGIO INDUSTRIAL. Mas não ficou nisso, dois Ginásios Estaduais conseguiu para a nossa cidade, recebendo respectivamente os nomes de “Prof. Pedro Torres” e “Prof. Pedretti Netto”. Isso, sem falar na ajuda às entidades assistenciais que o Armando obteve junto ao Governo do Estado. Além disso, por ser advogado e jornalista militante (com dois livros publicados) acredito firmemente que o Armando através de seu ideal, juventude e capacidade, poderá defender à altura os nossos ideais e as aspirações da cidade de Botucatu.”
Antônio e Armando Delmanto.
Não seria fácil a minha campanha e nem leve a responsabilidade de sucedê-lo e honrar seus princípios e ideais de luta política. Optei pela candidatura do Dr. Domingos Alves Meira, ex-diretor da FCMBB que tinha demonstrado uma grande capacidade de gestão, consolidando e ampliando as nossas faculdades oficiais. E tendo como candidato a vice, o “Pupo” – Álvaro Line Ceriliani, empreendedor em nossa cidade, com a implantação do bairro Vila Sônia e Vale do Sol. Foi uma escolha certa. Fizemos uma campanha em alto nível, deixando claro a necessidade mudança, saindo da estreita opção política que havia. Era o começo da mudança política em nossa cidade.
Como resultado de minha
votação como candidato a deputado estadual, em 1976, pregando a renovação
política, passei a ser "parceiro" bom na política... O único político que fez campanha comigo foi o meu pai. Eu não
aceitava a participação dos outros políticos. Minha campanha era coordenada por
universitários da PUC (Direito), tendo à frente o universitário Antonio de
Oliveira Moruzzi que presidia um partido na Católica de Direito (PUC/SP) e
tinha atuação no interior, pois era de São Carlos.
Em 1972, saiu candidato a
prefeito de Botucatu, o Plínio Paganini. E pelo acordo político da situação da
época, eu seria candidato a vice do Plínio. E eu não sai. Não quis sair
candidato. Não pelo Plínio. Não participei daquela eleição. A eleição de 1970
havia sido muito frustrante, deixando claro que só “com dinheiro” era possível
eleger um candidato a deputado por Botucatu, com um eleitorado regional
insuficiente para garantir a eleição no então (e atual) sistema político. As
reiteradas eleições do deputado Milton Monti, de São Manuel, como deputado
estadual e depois federal, é a certeza que a nossa região não poderia eleger,
por ela, seu deputado. O deputado Miltinho, apadrinhado do governador Orestes
Quércia, tinha e tem votação em todo o Estado. É fato.
Então, o candidato a vice
do Plínio foi o Agnelo Audi. Foram eleitos com grande votação. Daí, em 1976, o
Lico Silveira saiu candidato, situação também. E eu seria o candidato a vice do
Lico, por acordo político também. E eu não aceitei ser candidato a vice. O Monteferrante saiu como vice. Sai
vereador com o Meira (Domingos Alves Meira/Álvaro Line Ceriliani). Com isso
ganhei a inimizade do Lico Silveira por muitos anos... Fui oposição por muito
tempo...
Então, na política de
Botucatu, eu tenho uma participação com o Figueiroa, quando sai candidato a
prefeito em 1982. Era garantida minha reeleição, mas o Plínio era candidato e
lançou o Mário Sartor (empresário da construção civil) em sub-legenda. Então, o
PMDB precisou lançar, também, uma sub-legenda.
O Jamil Cury era o
candidato, em 1982, com a “onda democrática” representada por Franco Montoro,
candidato a governador pela oposição (PMDB). Era uma candidatura imbatível. Mas
o outro candidato era o Plínio, ex-prefeito e político popular. Então o Plínio
é o Plínio. O homem tem voto. E o Plínio, esperto como sempre, lançou Mário
Sartor. E o PMDB passou a precisar de uma sub-legenda...
Sai eu, que fui o vereador
mais votado. Do PMDB, eu era o mais votado. Saí candidato a prefeito por
sacrifício. Os votos das sub-legendas iam para os eleitos do mesmo partido. Meu candidato a vice foi o médico
Roberto Sogayar. O Figueiroa coordenou a campanha. Passamos a fazer oposição ao
Jamil, devido ao apoio (velado) de Lico Silveira a ele, "abandonando" a candidatura do Mário Sartor. O Jamil elegeu-se com
facilidade e a passagem de Montoro por São Manuel, elegeu Milton Monti prefeito,
eis que ele saiu por sacrifício, pois o então candidato do PMDB tinha retirado
sua candidatura. O PMDB venceu em todo o Estado. Era a Mudança Política. Era a
redemocratização!
Enfim, essa foi a minha
atuação política em Botucatu durante essa transição do regime militar para a
abertura democrática.
Deixei de ser vice-prefeito
por 2 vezes por concepção política própria, na qual acreditava na necessidade
de renovação política.
Tenho orgulho de minha
atuação política como vereador de Botucatu ( Universidade Estadual “Vital Brasil”; Botucatu como 13ª Região Administrativa do Estado e a vinda da Capital Paulista
para o planalto de Paula Souza a enriquecer e valorizar a nossa região com o
nome de PAULICÉIA), além de exercer uma atuação fiscalizadora, juntamente com
Progresso Garcia (escândalo da Cecap e o “quase” impeachment do prefeito de
então), em defesa dos interesses da comunidade.
Ao completar 40 Anos dessa JORNADA
DEMOCRÁTICA faço o seu registro histórico como a deixar a certeza de que é
POSSÍVEL E NECESSÁRIA a RENOVAÇÃO POLÍTICA e o combate efetivo contra os maus
políticos, os corruptos e os oportunistas...
Estarei sempre a postos...
Sou um eterno
participante...
Eterno candidato, não!
Eu já deixei de ser
candidato inúmeras vezes. Mas, participante, sim!
E, todos sabem, o que mais
existe são os ETERNOS SUPORTES do Poder ! Suporte, badalo do Poder.
Eu prefiro ser um
batalhador, levantando sempre a bandeira da renovação.
É o EXERCÍCIO DA CIDADANIA
na nossa PEQUENA PÁTRIA (Agostinho Minicucci) que é BOTUCATU!!!
14 comentários:
O comício no Largo do Curió, na Vila Maria foi a última aparição do vovô Antônio em campanha política. O "Vanguarda" registrou bem essa inesquecível campanha contra os poderosos ($$$)... Mas mantivemos a bandeira da renovação e do combate à corrupção!
Boa a sua lembrança, Marcelo.
A lição de casa foi feita. Fiz a parte que acreditava ser minha obrigação cívica... Deixando de lado o comodismo que anestesia e enfraquece os mais positivos sonhos de cidadania é preciso que façamos a nossa parte.
Será que vale a pena? Será que vale a pena se expor, ir contra a “realidade presente”? Vale a pena querer um país melhor, com menos desigualdades sociais, sob o império da Lei e com uma estrutura política que nos livre do deslumbramento dos despreparados, dos oportunistas e dos demagogos e CORRUPTOS? Vale a pena lutar por tudo isso? Vale a pena? Vale?
Claro que vale!!!
“Eu me lembro de um fato ocorrido em 1994, quando eu fui candidato a Deputado Federal pelo PDT de São Paulo, tendo conseguido a legenda graças à interferência do jornalista amigo, Roberto D’Avila, então Secretário do Meio Ambiente do Rio, na gestão Brizola. No absurdo da estrutura política brasileira, os partidos tinham e tem donos e, os não apadrinhados, só participam quando ocorre uma oportunidade dessas... Pois bem, fui até meu pai, político forjado no Partido Democrático, que se transformou depois no Partido Constitucionalista e acabou por formar a base da União Democrática Nacional, para pedir, como sempre, seus conselhos.
Fui direto na minha dúvida: “Olha pai, eu fui convidado para sair candidato pelo PDT a deputado federal. Mas, está difícil. Eles (do PSDB) estão com a prefeitura municipal (Botucatu), deputado estadual, governador do estado e presidente da república... Está duro. Não sei se vale a pena...”
Eu tinha, na época, os meus 47/48 anos. E levei um “pito”! Ele, com seus 89 anos: “Olha aqui, se eu tivesse 10 anos menos, eu sairia candidato. Você tem que levantar a bandeira, rapaz! Senão, como é que vai ter mudança?”
Então, eu me senti deste tamanhinho...
Sai candidato. Foi uma vitória inesperada: 12 mil votos, só em Botucatu! Fui eleito 3º suplente. Não gastei um tostão... Quer dizer, fui candidato numa época em que não acreditava e a eleição foi uma surpresa... Meu pai me deu aquela lição de cidadania, aquele inesquecível “pito”e...morreu... Morreu em agosto e não chegou a ver o resultado da eleição...
Então, eu repito:
É claro que vale a pena! Vale a pena lutar! Vale a pena viver!
É isso que tenho procurado fazer durante toda a minha vida. Confesso que sem o desempenho contínuo que a cobrança paterna me teria feito... Mas tenho procurado fazê-lo...
Valeu. Grande abraço.
Armando Delmanto (fACEBOOK):
Admiro e me orgulho de sua trajetória meu pai!
Valeu, meu Filho. Obrigadao!
Arlete Oliveira Corse (FACEBOOK):
Parabéns.
Ilza Maria Nicoletti Souza (Facebook):
Que caminhada !! Que orgulho os seus devem ter de você ! Pena que parou tão cedo . Nosso país está carente de homens assim !
Salve, Ilza Maria. Seus comentários são, sempre, puros energéticos...rsrsrs OBRIGADO. Gostava muito do que fazia e fazia com entusiasmo. Valeu. Grande abraço.
Jason Pamplona Pagnossa (Facebook):
Parabéns
Nilza Stipp (Facebook):
Parabéns por essa memorável caminhada !
Luiz Roberto Ribeiro (Facebook):
Parabéns Aramando, grande abç desejando um feliz natal e um ano novo de muitas ""renovações políticas""
Ana Maria Nogueira Pinto Quintanilha (Facebook):
Armandinho, eu como botucatuense, me orgulho muito de você! Não mude nunca, tá!
Puxa, Ana Maria Nogueira Pinto Quintanilha, que bom saber disso... Tenho vc e seus irmãos como amigos para sempre, além de Dona Laly e do Dr. Sebastião. Obrigadão. Bom domingo para vc e sua família. Grande abraço.
Márcio Coraíni (Facebook):
Gostava de ler o seu jornal. Creio
que os jovens da época , também ,
curtiram Vanguarda.
Salve, Márcio. Quanto tempo, heim? O seu comentário é a prova provada de que o Vanguarda tinha grande apoio entre nós, os jovens dos anos 70,,,rsrsrs Valeu. Grande abraço
Postar um comentário