outubro 20, 2017

Conde de Serra Negra: O Maior Produtor de Café do Brasil na Monarquia e na República!

Conde de Serra Negra:
O Maior Produtor de Café do Brasil na Monarquia e na República!





Foto Histórica: sentados da esquerda para a direita, oConde de Serra Negra e seu pai, o Barão de Serra Negra, ladeados pelos outros filhos do Barão.

Conde de Serra Negra, tinha “status” e poderio econômico: tinha 15 fazendas de café no Estado de São Paulo e no Rio de Janeiro. De tradicional família paulista, era filho do Barão de Serra Negra que além de grande proprietário rural e produtor de café, era Presidente do Banco de Piracicaba, por ele fundado e benemérito da Santa Casa de Misericórdia, tendo até um bairro (Bairro de Serra Negra) em homenagem à família. 



O Conde de Serra Negra era genro do Barão de Valença (da família Resende) um dos maiores produtores de café do Estado do Rio de Janeiro. Dessa forma, o Conde tinha quase 2 milhões de pés de café em suas fazendas no Estado de São Paulo e nas fazendas da família no Rio de Janeiro atingia o total de quase 4 milhões de pés de café. Era o maior produtor e exportador de café do Brasil.
Tinha em Paris, além de sua suntuosa mansão, uma moderna torrefação com depósito e distribuição do produto na França e nos países da Europa. 

Quadros (3) do pintor italiano Antonio Ferrigno, especialmente contratado pelo Conde de Serra Negra para registrar suas fazendas e fazer a divulgação do Café no exterior.




Majestoso portão de entrada, encimado pelas estátuas das estações do tempo(Botucatur).
foto noturna



A famosa Fazenda do Conde de Serra Negra sendo visitada pelos integrantes do "Grupo Papa Trilhas" e, em um segundo momento, já sendo restaurada pela Usina São Manuel, atual proprietária. Este último registro feito por mim, pelo Valdemar Juliani e pelo Antoninho Sanches(Grupo Papa Trilhas) que também estiveram na visita anterior.

Clique na imagem para ampliá-la. 

Trabalho do Mestre Vinicio Aloise sobre Vitoriana: o Dr. Costa Leite em seu trole indo para a fazenda do Conde; o trem da EFS chegando na Estação de Vitoriana; os tropeiros acompanhando o trem; o curral; a calma da principal venda/comércio local. É Registro Histórico!

1948 - Nossa família em visita à Fazenda Serra Negra. Da esquerda p/ direita: meu irmão Décio, minha mãe Fióca, meu pai Antônio e minha irmã Fióquinha. Abaixo, eu com 3 anos.

O Conde passava seis meses na Europa e seis meses no Brasil, visitando suas propriedades, enquanto a Condessa cumpria as suas obrigações sociais e assistenciais na Corte, no Rio de Janeiro e em São Paulo, onde a família convivia com o Poder Político e com os grandes financistas paulistas. No ano de 1887, o Conde de Serra Negra mantivera seguidos contatos com o Barão de Parnaíba, Presidente (governador) da Província Paulista, obtendo a promulgação da Lei que autorizava a extensão do traçado da SOROCABANA (Lei nº 25, de 19/03/1887), até Botucatu e São Manuel...

A visão de Estadista do Conde de Serra Negra, alertou o mundo oficial brasileiro para a crise do café. Antes de 1910, o Brasil começara a acusar um descontrole em sua política cafeeira, com os portos estocando cada vez mais o excedente da produção, processo que iria culminar com a crise de 1929/30. Era o fantasma da superprodução provocando o declínio dos preços e a triste realidade dos estoques encalhados de café... E o poderio econômico do Conde começava a ser implacavelmente minado... Uma a uma as fazendas iam se acabando no acerto inadiável dos débitos assumidos e sempre honrados. Uma das últimas foi a Fazenda do Conde Serra Negra, no Distrito de Vitoriana, no município de Botucatu...Essa última perda não foi presenciada pelo Conde. Ainda bem...

O PERFIL MÁGICO DO CONDE!

Histórico do Conde de Serra Negra e de Lawrence da Arábia/leia aqui

Assim, o Conde de Serra Negra, sempre sem qualquer vínculo com o mundo político oficial, continuou a “acompanhar” o crescimento de Botucatu e a evolução de sua gente: esteve com o Monsenhor Ferrari em Roma batalhando pela criação da DIOCESE DE BOTUCATU, concretizada em 1908. O Monsenhor Ferrari, grande batalhador, foi o idealizador e responsável pela criação da Diocese de Botucatu.
O Conde tinha uma amizade sincera com o comerciante português Antonio Cardoso de Almeida. Pois bem, essa amizade iria levar o Conde a uma série de novas amizades, todas elas ligadas por parentesco com o chefe do clã dos Cardoso de Almeida. Assim, foi com o Monsenhor Ferrari que era cunhado de Dona Alcinda Cardoso de Almeida Ferrari. E Estevam Ferrari e Dona Alcinda tiveram um filho, Alcides de Almeida Ferrari que se formou advogado na São Francisco, tendo sido vereador e promotor em Botucatu, ingressando posteriormente na Magistratura onde chegou a Desembargador e Presidente do Tribunal de Justiça do Estado.

O MAIOR POLÍTICO PAULISTA!



Da mesma forma, seu relacionamento com José (Juca) Cardoso de Almeida, filho de seu amigo Antonio Cardoso de Almeida, que veio a se tornar o político mais influente de São Paulo por toda a 1ª República: foi Deputado Federal e Secretário da Justiça e da Fazenda, Secretário do Interior, Secretário da Segurança Pública nos diversos governos paulistas (cujos governadores eram, como ele, formados na Faculdade de Direito do Largo de São Francisco) e, no âmbito federal, foi Presidente do Banco do Brasil e Líder da Maioria no Governo de Washington Luís, sendo exilado na Revolução de 1930, morrendo em Paris, em 1931.
O Deputado Cardoso de Almeida viera a se casar com Dona Ismênia Ramos de Azevedo Cardoso de Almeida, irmã do consagrado Arquiteto Ramos de Azevedo, construtor dos mais belos prédios públicos da cidade de São Paulo (Tribunal de Justiça, Teatro Municipal, Mercado Municipal e tantos outros) e, em Botucatu, é seu projeto o prédio do antigo Fórum de Botucatu.
E entre tantas conquistas, a Família Cardoso de Almeida fora a responsável pela criação da Empresa de Força e Luz de Botucatu, em 1905 e, também, por sua transformação na CPFL – Companhia Paulista de Força e Luz, sediada em Campinas. Em ambos empreendimentos, a atuação do Conde de Serra Negra seria marcante: ele indicou o Engenheiro Manfredo Costa para coordenação de toda a parte técnica desses empreendimentos bem sucedidos.

O GRANDE HERÓI: LAWRENCE DA ARÁBIA


Mas o Conde fizera muito mais pela implantação da eletricidade no Estado de São Paulo: desde 1886, continuando em 1887, fizera várias viagens à Inglaterra para contato com financistas e com as industrias de equipamentos para usinagem de eletricidade, como geradores, turbinas, etc.

LAWRENCE DA ARÁBIA: O HERÓI!/ leia aqui





O livro "Memórias de Botucatu III", lançado em 2000, trouxe todo o histórico sobre Lawrence da Arábia, publicado em capítulos pela revista Peabiru

Mas essas viagens, com certeza, já são uma outra história... História envolvente, que trouxe progresso e desenvolvimento para o interior do Estado de São Paulo e CONSAGROU UM BELO CASO DE AMOR E DEIXOU MARCADA PARA HUMANIDADE A PASSAGEM DE UM HERÓI MUNDIAL, BENFEITOR DA HUMANIDADE: LAWRENCE DA ARÁBIA – modestamente um botucatuense nascido na CUESTA DE BOTUCATU!

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