dezembro 15, 2017

Roberto Abreu Sodré, Herbert Levy e Carlos Lacerda - Visita Histórica a Botucatu - 1964


 REGISTRO HISTÓRICO :



 Nos anos 50 e 60, a ESCOLA NORMAL atingia o auge do prestígio educacional. Mesmo com seu nome alterado para INSTITUTO DE EDUCAÇÃO "DR. CARDOSO DE ALMEIDA". E o prestígio da nossa Escola Normal  transformava a cidade de Botucatu em palco privilegiado do mundo político nacional.
Assim, em 1963, as professorandas tiveram como paraninfo o Sr. Laudo Natel, Vice-Governador do Estado de São Paulo. E, em 1964, as formandas escolheram o Governador do Estado da Guanabara, Carlos Lacerda. Era simplesmente o político mais polêmico do país e candidato a Presidente da República nas eleições de 1966 (que seriam adiadas e transformadas em eleições indiretas pelo Regime Militar).
Por aí dá para se ter uma idéia da importância nacional da tradicional Escola Normal de Botucatu! Em todas as solenidades nos anos anteriores, sempre o Paraninfo escolhido era um cidadão das mais altas qualificações, quer fosse da cidade ou da capital ou de outro estado.
Carlos Lacerda durante sua vida, por duas vezes esteve em Botucatu. A primeira vez, nos idos de 1935, quando procurado pela polícia, após sua participação no grande evento que foi o lançamento do Manifesto Comunista por Luís Carlos Prestes, quando Lacerda fora o Orador Oficial. Nessa ocasião, Lacerda abrigou-se por uns dias na Fazenda do Sr. José Augusto Rodrigues, conforme depoimento do mesmo. Na segunda vez, em 1964, já então Governador do Estado da Guanabara (Rio de Janeiro), Lacerda veio paraninfar asProfessorandas do Instituto de Educação "Dr. Cardoso de Almeida". A notícia da solenidade, publicada no jornal "O ESTADO DE S. PAULO", de 22/12/1964, nos dá uma idéia de sua presença entre nós, ciceroneado por Antonio Delmanto (presidente municipal da UDN) e pelo Deputado Estadual Roberto de Abreu Sodré(presidente regional da UDN):
"...O Governador dirigiu-se juntamente com sua comitiva à casa do Sr. Lourenço Ferrari, para se preparar para a cerimônia de formatura dos professorandos do Instituto de Educação "Dr. Cardoso de Almeida", e às 20 e 15 chegou ao Tênis Clube onde se realizaria a cerimônia. Além do governador Lacerda, fizeram parte da mesa Dom Henrique Golland Trindade, Arcebispo de Botucatu; dep. Herbert Levy; cap. Armando Siciliano, da junta de Recrutamento local; José Pedretti Neto, patrono da turma; Benedito Mendes de Almeida, inspetor regional; Octacílio Paganini, presidente da Câmara; Joaquim Amaral Amando de Barros, prefeito de Botucatu; Waldir Danziato, diretor do Instituto de Educação e Roberto de Abreu Sodré, presidente da UDN Regional."


"Na ocasião, Lacerda discursou sob rara inspiração, tanto que no final, encerrando, dom Henrique lembrou "...que aquele ginásio, palco de tantas lutas físicas, recebia agora o campeão da palavra, o governador da Guanabara."
 Além da solenidade de formatura, Lacerda tivera encontro, à tarde, com lideranças sindicais e políticas, no Círculo Operário, onde o debate foi aberto aos presentes.

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Visita Histórica: Em dezembro de 1964, o Governador do Estado da Guanabara, Carlos Lacerda, veio aBotucatu paraninfar as professorandos do Instituto de Educação "Dr. Cardoso de Almeida" (ESCOLA NORMAL). Na oportunidade, proferiu palestra no Círculo Operário. Presente, a alta cúpula da UDN: à partir da esquerda, deputado federal Herbert Levy, governador Lacerda, deputado estadual Abreu Sodré e vereador Antônio Delmanto.

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Um comentário:

Delmanto disse...

O Brasil é um jovem país com sua ainda jovem Democracia e com uma população que ainda não sabe cultuar o seu passado e os grandes vultos de sua cidadania. Infelizmente...
Carlos Lacerda foi um político que marcou presença no cenário brasileiro, com capacidade de atuação, coragem, ousadia e muito sonho...
Hoje, esquecido pela mídia que destaca a mediocridade política de um João Goulart e um período do populismo “barato”, bancado pelos “favores” oficiais...É isso.
Lacerda, após a venda do jornal “Tribuna da Imprensa”, montou a bem sucedida Editora Nova Fronteira que foi líder do setor por alguns anos. Seus filhos, Sérgio e Sebastião, não tiveram o desempenho e a garra do pai, nem como empresários e nem no registro de sua trajetória.
Já a terceira geração, com seu neto Rodrigo Lacerda, trás no livro “A República das Abelhas”, um romance “narrado” pelo falecido Lacerda, envolvendo fatos e passagens políticas mescladas com a ficção e resultando apenas num romance razoável. Mas nada de uma releitura necessária desse “vulcão” político que foi Carlos Lacerda. É pena...
Fica o débito de todos nós por um resgate maísculo da rica personalidade desse lutador, como afirma o livro de Dulles, que dedicou sua vida à mudança política com qualidade e civismo.
Com certeza, Carlos Lacerda não foi “un uomo qualunque!”

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