13 de Junho - Dia de Santo Antônio
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História da Igrejinha de Rubião Júnior
A Igrejinha de Santo Antônio, de Rubião Júnior, é um dos pontos turísticos mais visitados em Botucatu. Sua história sempre teve muitas versões, algumas até fantasiosas. O certo é que a Família Frederico esteve ligada à religiosidade e à preservação histórica da Igreja e do Morro de Rubião Júnior, desde sempre.
As fotos da Igrejinha são parte do patrimônio histórico de Botucatu. À noite, o morro e a Igrejinha formam um visual magnífico. E inesquecível! Todo ano, no dia de Santo Antônio – 13 de junho! – em Rubião Júnior acontece a Festa de Santo Antônio, com quermesse, festas, barracas de comidas típicas da época e barracas para lazer, além da procissão e da missa rezada na Igrejinha de Santo Antônio.
Agora, a dedicação e a pesquisa do Toninho Sanches nos traz um trabalho, publicado em um folheto patrocinado pela Prefeitura Municipal e pela Gráfica Igral. Já dissemos ao entrevistá-lo, na TV Serrana, que ele é o “Secretário de Turismo de Botucatu”, escolhido pela comunidade, graças à sua incansável dedicação à frente do Grupo Papa-Trilhas.
Na matéria sobre o Lageado ( 80 Anos da Fazenda Lageado (1934/2014))
e na matéria sobre o lendário Lawrence da Arábia ( O Herói de Botucatu: Lawrence da Arábia/ aqui), publicamos fotos da famosa Casa do Conde de Serra Negra com os componentes do Grupo Papa Trilhas. É inestimável a colaboração que esse cidadão vem dando para a cidade de Botucatu.
Vamos à história pesquisada por ele:
Vamos à história pesquisada por ele:
IGREJA DE RUBIÃO JUNIOR
HISTÓRIA DE RUBIÃO JUNIOR
“O primeiro nome de Rubião Junior – foi Capão Bonito – devido a uma fazenda existente na região com o mesmo nome.
Esse recanto entrou para a história em 1855 – quando ogoverno criou um Posto Fiscal para recolher taxas das tropas de gado e burros que vinham do Rio Grande do Sul rumo à Minas Gerais e Bahia. O Posto existiu até 1891 – quando foi extinto pela Constituição Republicana.
O Chefe desse Posto Fiscal – Antonio Pais Madureira – se encantou com esse recanto, tanto é que após a extinção do Posto o mesmopermaneceu por lá, adquirirndo terras e formando uma grande fazenda, tanto fez pela localidade que muitos o consideravam o fundador de Capão Bonito.
Por volta de 1910 – a Ferrovia – faz de Capão Bonito, um polo importante de entroncamento ferroviário para as regiões de São Paulo – Paraná e Mato Grosso.
Em 1916 – com o falecimento do Senador Paulista João Alvares Rubião Junior – o Governo de São Paulo muda o nome de Capão Bonito para Rubião Junior – como homenagem a esse político.
Durante os anos de 1920 e 1930 – com moléstia da tuberculose ainda sem cura pela medicina – descobriu-se que os ares deRubião Junior, eram benéficos aos males do pulmão.
Transformou-se Rubião Junior – num centro de atração, com a criação de pensões familiares, hotéis e restaurantes para atender a demanda de famílias de doentes.
Nessa mesma época começa a chegar na região colonos italianos imigrantes da Itália para sítios e fazendas.
A Ferrovia Sorocabana – constrói um conjunto de casas ao lado da estação para alojar os ferroviários que prestavam serviço no local.
Rubião Junior – teve nessa época, entre 1020 e 1930, mais hotéis, restaurantes epensões familiares, do que proporcionalmente, algumas cidades da região.
A boa cozinha caipira e italiana, aliadas a uma perfeita hospitalidade – ficaram famosas.
Afirma-se que a Sorocabana prolongava a parada de seus trens no local a pedido dos passageiros que sabiam que naquela parada era onde se comia bem.
De 27 de julho a 1º de agosto de 1924 – Rubião Junior – viveu momentos angustiosos com a presença do exército revoltoso do General Isidoro Dias Lopes que avançava com a intenção de invadir mato Grosso.
Cerca de tres mil soldados ocuparam o povoado por esses dias aguardando a formação dos trens. As famílias conzinharam para o Exército e os estoques dos armazéns, dispensas dos restaurantes, galinheiros e chiqueiros foram esvaziados.
A devoção também chegou a Rubião Junior através dos italianos.
Arcângelo Frederico – após considerar milagrosa a cura de sua esposa gravemente doente – escolheu o ponto mais alto entre as rochas do pico do morro de Rubião Junior e ali cavou um nicho no qual colocou a imagem de Santo Antonio. Aos pés do Santo, colocou uma lamparina e fez a promessa de: todas as noites, qualquer que fosse o tempo, pelo resto de sua vida, subir no topo (naquele tempo não havia caminho, apenas trilhas) afim de acender a lamparina.
Na tarde de 16/maio/1923 – correu noticia “Frederico morreu!”
Com muita ansiedade, os olhos dos fiéis e de descrentes curiosos se voltaram para o nicho de Santo Antonio. Nem nos dias de grande agitação no povoadpo houve por ali ansiedade igual.
Quando o escuro da noite chegou – a lamparina brilhou e Frederico estava morto. Um grito de espanto e maravilha, vindo de todos ao redor, sacudiu a noite e envolveu o monte.
Essa é mais bonita das histórias não só de Rubião Junior, mas de toda a região. A história do quanto pode e consegue o empenho de um homem de fé e palavra.
Com o crescido numero de fiéis no local, foi decidido a construção de uma capela em louvor a Santo Antonio – depois de entendimentos com a família de Jayme Pinto ´proprietário da terra – devotos voluntários abriram trilhas e transportaram nos ombros e lombos de burros, os primeiros materiais para o inicio da obra.
Na época os irmãos Guimarães – Manoel e Álvaro – eram famosos construtores de igrejas e capelas em Botucatu e região.
O construtor Manoel Guimarães – ao fazer as primeiras plantas da construção sobre o morro quase novecentos metros de altitude, teve a idéia de fazer a igreja parecida com os castelos que são vistos no alto de muitas montanhas na Europa.
E sua escolha foi justamente em homenagem ao Castelo Medieval de Guimarães – Portugal – sua terra natal.
Finalmente em 1931 –com grande festa – dia 13 de junho – Dia de Santo Antonio – é entregue à comunidade de Rubião Junior – essa maravilhosa obra de arquitetura e espiritualidade.
O nicho do fiel Arcângelo Frederico – foi preservado na frente da igreja.
Por volta de 1958 – a medicina tendo descoberto a cura dos males do pulão – o gigantesco prédio que seria sanatório de tuberculose perde sua finalidade.
Mas como um milagre da lamparina – em 1963 – Botucatu é iluminada com a criação de sua Faculdade de Medicina justamente nos prédios dos bons ares de Rubião Junior.”
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Registro Histórico 1:
Durante dez anos fui diretor do jornal VANGUARDA DE BOTUCATU (1970/1980). Em 1980, ele não acabou... Foi transformado no bi-semanário “JORNAL DE BOTUCATU”. O novo jornal surgia, bi-semanário, sem engajamento político, mas com uma linha definida de defesa da comunidade. Foi o primeiro jornal feito no “linotipo” em Botucatu a partir dos anos 70. Até 1980, os nossos jornais eram feitos no “tipo”, artesanalmente, com excessão do “Vanguarda”, sempre feito fora de Botucatu por perseguições políticas dos poderosos de então.
Pois bem, em 1980, trouxemos para Botucatu a Gráfica completa do Ariosto Campiteli, de Bauru, que imprimia o “Vanguarda” e passou a ser sócio do “JORNAL DE BOTUCATU”. Ele veio com a gráfica e a família, além do Dalvo Davanço e família. Foi um grande passo da mídia botucatuense. Hoje, o “linotipo” já foi substituído pela off-set. Tudo ficou mais fácil, democratizando o jornalismo.
Buscamos a inspiração gráfica e de diagramação para o “JORNAL DE BOTUCATU” no moderno veículo do Grupo do Estadão: o “JORNAL DA TARDE”. Foi um sucesso em Botucatu.
Pedimos ao professor Vinicio Aloise – Mestre da Ilustração – que eternizasse a Igrejinha de Santo Antônio, em Rubião Júnior, como logotipo do jornal. Até meados dos anos 90, permaneceu como o melhor jornal e com a maior tiragem da cidade. Circulou até 2005/6. A ilustração permanece como uma preciosidade cultural de Botucatu.
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REGISTRO HISTÓRICO 2:
História da Faculdade de Medicina – Parte I / leia aqui
História da Faculdade de Medicina – Parte II/ leia aqui
História da Faculdade de Medicina – Parte II/ leia aqui
Do alto do Morro de Rubião Júnior, defronte à Igrejinha de Santo Antônio, temos o Mirante do Morro que nos dá uma visão completa da região e especialmente do Campus da UNESP, já completando 50 anos de existência. Foi a maior conquista de Botucatu.
Na revista PEABIRU nº 24, de maio/junho de 2008, apresentamos todo o histórico da Faculdade de Ciências Médicas e Biológicas de Botucatu , desde a criação da Faculdade de Medicina, em 1958, pelo então governador Jânio Quadros até a definitiva criação, com a ampliação sugerida pelo professor Zeferino Vaz e acatada pelo governador Carvalho Pinto, em 1962, como Faculdade de Ciências Médicas e Biológicas de Botucatu – FCMBB.
No ano de 1963, já no governo de Adhemar Pereira de Barros, a FCMBB foi instalada e, apesar de todas as dificuldades próprias de um empreendimento desse porte, hoje representa um dos mais respeitados centros universitários do Brasil
REGISTRO HISTÓRICO 3:
Ligado ao registro anterior, há o destaque ao nome do Distrito onde está localizado o Campus da UNESP: RUBIÃO JÚNIOR. Vamos ver a pesquisa que fizemos sobre essa família tão importante na consolidação de nossa Faculdade de Medicina:
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Rubião Jr, Rubião Meira, João Alves Meira e Domingos Alves Meira. Não é mera citação. É o registro do trabalho ininterrupto de uma mesma família no setor público e, de modo especial, na área médica.
RUBIÃO JR, o político eficiente do PRP na 1ª. República, reto, coerente e que hoje empresta seu nome ao principal campus da UNESP de Botucatu: DISTRITO DE RUBIÃO JR.
RUBIÃO MEIRA e JOÃO MEIRA, destacados Mestres da Faculdade de Medicina da USP, sendo que o prof. João Alves Meira foi por 2 vezes Diretor da Medicina (USP) e o primeiro Diretor da FACULDADE DE MEDICINA DE BOTUCATU!
DOMINGOS ALVES MEIRA, foi um dos professores pioneiros da Faculdade de Medicina de Botucatu. Foi o primeiro Diretor do Hospital das Clínicas e, por 2 vezes, foi Diretor da Faculdade de Medicina (1974/76 e1984/88). Idealizou, estruturou e criou a FAMESP- Fundação Para o Desenvolvimento Médico e Hospitalar, entidade de direito privado, sem fins lucrativos, instituída para para atuar na área assistencial da saúde, ensino e pesquisa, como suporte inicial ao Hospital das Clínicas e à Faculdade de Medicina de Botucatu. Hoje, a FAMESP já atua – pelo seu desempenho de sucesso! - administrando vários hospitais do Estado. Essa visão empreendedorado Dr. Meira garantiu a estabilidade financeira e o bom desempenho do HC e da Faculdade de Medicina de Botucatu.
Liderou amplo movimento, tendo por base a FMB, a favor do tratamento dos portadores do HIV, eis que era titular do Departamento de Moléstias Infecciosas da FMB. Esse trabalho resultou na fundação do Hospital Dia, hoje denominado de HOSPITAL DIA – SERVIÇO DE AMBULATÓRIO ESPECIALIZADO “DR DOMINGOS ALVES MEIRA”.
O Dr. Meira foi professor de graduação da FMB por 42 anos e por 30 anos foi professor dos médicos residentes em Infectologia. Com cerca de 86 trabalhos publicados em revistas médico-científicas nacionais e estrangeiras, tendo feito 45 capítulos em livros médicos e organizado 2 livros: "Terapêutica de Doenças Infecciosas e Parasitárias” e "Clínica de Doenças Tropicais e Infecciosas”.
Um comentário:
É uma bela história de um dos cartões postais de Botucatu.
A IGREJINHA DE RUBIÃO JÚNIOR!
E dia 13 de junho – Dia de Santo Antônio ! – grandes festividades no Distrito de Rubião Júnior. Compareçam!
O Toninho Sanches e seu Grupo Papa Trilhas tem percorrido todo o entorno da cidade de Botucatu e registrado importantes aspectos de nossa história e de nosso patrimônio cultural.
É preciso ler a pesquisa feita pelo Toninho Sanches. É a história de Botucatu desfilando por fatos, nomes e estórias que só enriquecem a cultura botucatuense.
Nesse Registro Histórico trazemos todo o acervo da revista PEABIRU a enriquecer esta matéria.
Valeu!
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