agosto 24, 2018

JÂNIO QUADROS O PAI DA FACULDADE DE MEDICINA DE BOTUCATU - REGISTRO HISTÓRICO

JÂNIO QUADROS O PAI DA FACULDADE DE MEDICINA DE BOTUCATU - REGISTRO HISTÓRICO

O ano de 1930 foi um marco na história e no desenvolvimento de Botucatu. A gravíssima crise econômica que abalara o país representou, para Botucatu, o fim de uma era de glória e liderança regional.

Afora o estrago feito em seu poderio econômico, com a quebra e a inviabilização de tantas indústrias e estabelecimentos comerciais, Botucatu estava perdendo o seu poderio político. A Revolução de 1930 punha fim à situação política dominante com a deposição do Presidente Washington Luiz Pereira de Souza e o conseqüente impedimento da posse do Dr. Júlio PrestesGetúlio Vargas, candidato derrotado nas discutidas eleições presidenciais e líder da Aliança Liberal que sacudira o país, chega ao Poder.

Depois, os rumos da Revolução de 30 foram desvirtuados por Getúlio Vargas, o que provocou a justa revolta dos paulistas em prol de uma Constituição, desaguando na Revolução Constitucionalista de 1932. Bem, mas isto já é outra história...

    Com a Revolução de 30 e a tomada do poder por Getúlio Vargas, toda a situação política existente ruiu... Principalmente o todo poderoso deputado federal, Dr. José (Juca) Cardoso de Almeida, líder da Maioria e do Governo no Congresso Nacional e dos mais abalizados chefes políticos do Partido Republicano Paulista - PRP. Revolução é revolução e, na fritura geral, até os bons vão junto... Sebastião de Almeida Pinto dizia que "...O PERREPÊ, apesar dos pesares, era uma forja de estadistas e um celeiro de homens públicos..." A verdade é que o nosso político de maior destaque em todos os tempos acabou exilado em Paris, onde veio a falecer em 1931.

Com a mudança política, Botucatu perde a liderança regional. O Dr. Cardoso de Almeidarepresentou, com sua liderança, um período de ouro para Botucatu. Foi Secretário da Justiça (Governo Campos Sales), Chefe de Polícia (Governo Bernardino de Campos), Secretário do Interior e Justiça (Governo Jorge Tibiriçá), Secretário da Fazenda e Interino da Agricultura (Governo Rodrigues Alves), Secretário da Fazenda (Governo Altino Arantes), Presidente do Banco do Brasil (Governo Epitácio Pessoa). Foi ainda representante do Estado de São Paulo, como Deputado Federal e, mais tarde, líder da Maioria no Governo Washington Luiz, e três vezes Relator da Receita e líder da Maioria na Câmara Federal.

Com a mudança, Bauru começa a aparecer como pólo estratégico. Bauru passa a ser entroncamento de rodovias e de ferrovias. Ao mesmo tempo, a Revolução Constitucionalista causa profundas marcas de desencanto e desesperança nos paulistas com a derrota ocorrida.

Durante o breve período da abertura democrática do período da ditadura, de 1933 a 1937, durante o governo de Armando de Salles Oliveira, grandes conquistas são conseguidas por Botucatu, principalmente a criação da Escola Secundária Profissionalizante, depois com denominação alterada para Escola Industrial. À época, unida, a cidade de Botucatu elegera como deputado federal, o Dr. Antonio Carlos de Abreu Sodré (vereador e promotor público na cidade) e o Dr. Dante Delmanto (advogado e presidente do Palestra Itália - Palmeiras), tendo obtido o único tricampeonato do time (1932/34), para deputado estadual constituinte. E se isso não bastasse, tivera a felicidade de contar com o Dr. Cantídio de Moura Campos (o primeiro botucatuense formado em medicina) que era diretor da Faculdade de Medicina (USP), nomeado para o importante cargo de Secretário Estadual da Saúde e Educação. Foi o chamado "trio de ouro"que tanto reanimou a cidade de Botucatu com essa e outras conquistas (Fazenda Experimental do Lageado, Grupos Escolares do Lageado, Dom Lúcio Antunes de Souza, Raphael Augusto de Moura Campos, etc.) Mas isso durou apenas até 1937. Daí para frente, a escuridão... As trevas políticas...

À partir de 1937, com o Golpe de Estado e a implantação da  Ditadura do Estado Novo, Botucatu encontrou o seu período de declínio econômico e político. De cidade líder na região, passou a encontrar a decadência de seu parque industrial...
As escolas continuavam boas, mas era preciso que se fizesse alguma coisa. Com o crescimento de outras cidades diminuíra a demanda pelos internatos do Ginásio Diocesano e do Colégio Santa Marcelina, fato que acabou por inviabilizá-los a médio prazo.

A solução teria que ser no campo cultural. O nosso 2º Ciclo Industrial estava a provar que com o surgimento de novas cidades e de novos pólos industriais no interior, Botucatu via diminuída a sua chance.
Os anos 40 e a primeira metade dos anos 50 não foram dos melhores para Botucatu. Por isso, os anos 60 representavam tantas esperanças. Era preciso que se fizesse alguma coisa.
A solução seria no campo cultural ou educacional. A cidade já ostentava, orgulhosa, o lema "BONS ARES E BOAS ESCOLAS". Era por aí o caminho. Afora tentativas que não empolgaram a população e que tinham por objetivo a implantação de cursos superiores de economia e de direito, começava a tomar corpo a idéia de dotar Botucatu de uma Faculdade de Medicina.

Já dissemos que o destaque do Dr. Cantídio de Moura Campos (Diretor da Faculdade de Medicina/USP e Secretário Estadual da Saúde e Educação), o destaque regional da Casa de Saúde Sul Paulista (depois Casa de Saúde Nossa Senhora Menina, Hospital Sorocabana e, finalmente, Escritório Regional da Saúde), a presença e prestígio do Dr. Vital Brasil que aqui iniciou suas pesquisas do soro antiofídico e a tradição e o bom conceito da Misericórdia Botucatuense estavam revelando a vocação de Botucatu como futuro centro médico universitário. Já em 1928, era diretor da Casa de Saúde Sul Paulista, o professor Dr. Ludovico Tarsia, Livre-Docente de Clínica Cirúrgica da Real Universidade de Nápoles, que estava no Brasil por problemas políticos em seu país. Em 1937, após a volta do Prof. Tarsia para a Itália, onde reassumiu sua Cátedra na Universidade, a Casa de Saúde trouxe para assumir a sua direção, o prof. Dr. Mário Ottobrini Costa, Livre-Docente de Técnica Cirúrgica da Faculdade de Medicina (USP). Entre 1928 e 1929, atuou como cirurgião na Misericórdia Botucatuense, o Dr. José Maria de Freitas que viria a ser, por concurso, Titular da Cátedra de Clínica Cirúrgica da Escola Paulista de Medicina. A presença entre nós do pesquisador e renomado cientista Dr. Vital Brasil e o orgulho de ter seu primeiro filho formado em Medicina (Dr. Cantídio de Moura Campos) galgando os cargos de diretor da Faculdade de Medicina (USP) - a mais importante do país - e de Secretário Estadual da Saúde e Educação solidificara, nos "botucudos""sonho" de ter a sua Faculdade de Medicina.

As autoridades municipais, em meados dos anos 50, encaravam com cautela o assunto, temerosas de ser "sonho impossível".
Mas tínhamos um grande trunfo: a localização no "coração" do estado e um gigantesco prédio, construído para ser Hospital Regional para tratamento da tuberculose que estava desativado, em conseqüência da mudança no tratamento da doença. O "gigante" de Rubião Júnior tivera a sua construção iniciada em 1950. Assinado contrato para a construção: construtora Adolpho Dinucci e Filho. Valor: 28 milhões de cruzeiros ("FOLHA DE BOTUCATU" -29/04/50). A grande e majestosa obra estava incompleta e representava 40 mil metros quadrados de área coberta. Um gigante !

Se havia o receio inicial das autoridades temerosas de uma empreitada impossível, o mesmo não ocorria com a juventude "botucuda". Nos jovens, o destaque era para José Faraldo que era jornalista dos então poderosos Diários Associados, lotado no setor de imprensa do Palácio dos Campos Elíseos, e para Hernâni Donato, jornalista e escritor. Ambos comandaram o grupo de ação inicial, "balançando" as estruturas, convocando as autoridades, mobilizando a população e realizando um trabalho de relações públicas junto à imprensa botucatuense e paulista.
Recentemente, no concurso literário "Aconteceu em Botucatu", promoção da Divisão de Cultura da Prefeitura Municipal, o Sr. Edgard Devidé teve premiado o seu trabalho sobre a atuação do Dr. José Faraldo. É digno de registro.

        A pouco e pouco a coisa foi crescendo. As autoridades botucatuenses foram acreditando na empreitada. A presença de Jânio Quadros na chefia do Governo Paulista facilitava as coisas: o homem tinha visão política. Na parte técnica, a grande sorte de Botucatu: a aproximação do Professor Zeferino Vaz foi o aval técnico de que necessitávamos. Esse semeador da cultura universitária era incansável. Ligado à USP, foi o pioneiro na criação das Faculdades de Medicina de Ribeirão Preto, Botucatu e Campinas. Era a interiorização do ensino superior.

NOS 4 ANOS DO GOVERNO JÂNIO QUADROS
O GRANDE MAR POLÍTICO. A TRAVESSIA COMEÇAVA.

Jânio Quadros era um fenômeno em nossa política e mostrava que tinha vindo para ficar e... por muito tempo! Ele estava formando a sua futura base política em cima da boa gestão administrativa e de uma boa dose de ousadia no desempenho governamental.
A educação era um dos campos a que Jânio (professor de português no conceituado Colégio Dante Alighieri) dedicava especial atenção. A nível de ensino superior, a tudo ele recorria ao Prof. Zeferino Vaz: pequeno na estatura, mas simpático, falante, preparado, um "azougue"... Foi exatamente esse educador que conseguiu deslumbrar a viabilidade da criação de uma faculdade de medicina longe dos grandes centros e estabelecer, juntamente com Ribeirão Preto, outro pólo educacional no ensino das ciências médicas.

É absolutamente indispensável que se faça a cronologia da conquista da nossa faculdade, passo a passo.
As datas das assinaturas oficiais criando, primeiro a Faculdade de Medicina e, ao depois, as Faculdades de Ciências Médicas e Biológicas de Botucatu - FCMBB, representam um marco, sem dúvidas, mas seriam impossíveis de acontecer sem o trabalho diuturno que se arrastou por anos, mais precisamente, por 8 anos ( de meados dos anos 50 até 1962/63).

Quem disser que o governador Jânio Quadros, a par de todo o apoiamento técnico, também usou a política, só publicando a Lei de criação de nossa Faculdade de Medicina APÓS a retumbante vitória do "seu" então desconhecido candidato, prof. Carvalho Pinto, com o dobro dos votos do todo poderoso ex-governador Adhemar de Barros, estará certo.
Jânio sempre soube fazer política com muita competência. A faculdade foi oficialmente criada APÓSa grande vitória de Carvalho Pinto.

"FOLHA DE BOTUCATU", de 15/03/58, com a manchete: "FACULDADE DE MEDICINA", nos traz a alentadora notícia: "O Governador do Estado, Sr. Jânio Quadros, pediu ao Prof. Zeferino Vaz que apresente até o dia 30 do corrente, um relatório relativo à criação da Faculdade de Medicina de Botucatu. - "Esta cidade, Exa., insiste na criação da Faculdade e já possui prédio para nele instalar-se -", acrescentou o Governador".
Em 19/03/58, na "FOLHA": "ALEGROU OS CORAÇÕES BOTUCATUENSES O RECENTE ATO DO GOVERNO DO ESTADO": "O sonho que se aproxima da realidade. Determinados estudos para a criação e instalação da Faculdade de Medicina. A mais auspiciosa e positiva notícia a respeito da grande e justa aspiração botucatuense. Manifestações de contentamento".

Já no final do mês, o prefeito municipal de Botucatu, Dr. João Queiroz Reis e o ex-prefeito municipal Emílio Peduti (já candidato à reeleição) estavam em São Paulo mantendo contatos com as autoridades sobre vários assuntos, principalmente o relativo à instalação da Faculdade de Medicina. A palavra do governador Jânio Quadros:
"...Tenho grande compromisso com seu povo..."/"Dias atrás, em despacho, pedi ao Prof. Zeferino Vaz que me apresente um estudo sobre a criação e instalação da Faculdade de Medicina de sua cidade.Tenho um grande compromisso com seu povo. Procure o Prof. Zeferino Vaz com quem está a palavra com o prazo estipulado de 30 dias."

No mês de maio, a "FOLHA", de 17/05/58, registrava a movimentação da Comissão Pró-Faculdade de Medicina. O movimento começava a criar corpo de forma planejada e estruturada: "ENTRA EM ATIVIDADE A COMISSÃO PRÓ-FACULDADE DE MEDICINA DE BOTUCATU"/"a Comissão acima mencionada, representando todas correntes político-partidárias locais que irá possivelmente a São Paulo no início da próxima semana, ficou assim constituída: Srs. Plínio Paganini, Abílio Dorini, João Batista Domene, Emílio Peduti, dr. Vasco Bassoi, Thales Vilas Boas, José Faraldo, dr. João Queiroz Reis ou Progresso Garcia, João Passos e dr. Antonio Gabriel Marão."
Na edição do dia 24, a "FOLHA" divulga o sucesso do primeiro contato oficial: "Satisfeitos os Emissários Botucatuenses. Bem acolhida a Comissão no ambiente oficial paulista. Personalidades visitadas. Fornecida cópia do relatório do Prof. Zeferino Vaz."

    No mês de junho, a presença da liderança do Arcebispo, Dom Henrique Golland Trindade, fórmula encontrada para neutralizar as rivalidades políticas que eram crescentes (as eleições municipais seriam realizadas no ano seguinte, 1959, e a faculdade era "trunfo" para qualquer candidato). A liderança NEUTRA de Dom Henrique, era vista com bons olhos por Jânio Quadrose foi plenamente aceita pelas várias correntes políticas da cidade. A verdade é que já se delineavam as duas candidaturas à Prefeitura Municipal, nas próximas eleições: a de Emílio Peduti, ex-prefeito, e a do Dr. José da Silva Coelhojanista de primeira hora e político com ampla aceitação popular. Os dois eram janistas. Tão grande era a popularidade de Jânio Quadros, que os ademaristas locais tiveram que se contentar, nessa eleição, com a candidatura a vice-prefeito...
Jânio Quadros, repetimos, via com bons olhos a escolha de Dom Henrique para comandar a luta pela Faculdade. Assim, governaria e decidiria acima das ferrenhas disputas locais...

Esse caminho, sob a liderança do Arcebispo, está registrado na "FOLHA DE BOTUCATU", de 11/06/58:
"Movimenta-se a Comissão Pró-Faculdade de Medicina"
"Embaixada botucatuense, chefiada pelo Arcebispo, conferenciará com o Governador."
As eleições estaduais estavam se aproximando e a decisão referente à criação da Faculdade de Medicina de Botucatu, também. A manchete da "FOLHA" era promissora: "ÚLTIMA HORA. APROVADO O PROJETO DA FACULDADE DE MEDICINA." Em seguida, a notícia de 16/07/58: "Em sessão extraordinária realizada na noite de ontem, na Assembléia Legislativa Estadual, foi aprovado em 1ª. discussão o projeto de lei nº 721, que cria a Faculdade de Medicina de Botucatu. Defenderam a proposição em plenário, os deputados Jayme de Almeida Pinto, Abreu Sodré, Cyro de Albuquerque e Geraldo de Barros."

Na edição de 23/07/58, a "FOLHA" completava: "Certa a criação e instalação da Faculdade de Medicina." Categóricas declarações do Prof. Zeferino Vaz em entrevista à imprensa e rádio botucatuense. Adaptações no prédio do Hospital de Rubião Junior... É a vontade do Governador."

No artigo 1º, do Projeto de Lei, estava expressamente determinado: "...na qualidade de Instituto Isolado de Ensino Superior, deve instalar seus laboratórios em um Hospital das Clínicas no edifício do Hospital de Rubião Junior." Botucatu começava a ter certeza de sua vitória.

No mês de agosto o terreno político já estava mais do que preparado e a tão esperada visita de Jânio Carvalho Pinto era anunciada: "JÂNIO E CARVALHO PINTO EM BOTUCATU."/"Amanhã, domingo, às 20:00 horas, no Largo do Paratodos, grande comício pró-candidatura Carvalho Pinto com a presença de Jânio Quadros, que acompanhará o ilustre candidato. Pedimos a presença do povo para aplaudir estes administradores. A Comissão: dr. João Queiroz Reis, dr. Vasco Bassoi, dr. Jayme de Almeida Pinto, dr. José da Silva Coelho, dr. Antônio Delmanto, Manoel Sobrino, Thales Vilas Boas e Emílio Peduti." ("FOLHA", DE 09/08/58).

Na Assembléia Legislativa, o projeto de lei que criava a Faculdade, teve tramitação "adequada" nas várias Comissões:
"Após receber pareceres das comissões de Cultura e Finanças é que entrará em pauta para discussão em plenário ("FOLHA", DE 20/08/58).

Pois bem, Carvalho Pinto vence Adhemar com facilidade. Na gíria política, "deu um banho". Jânio elegeria até um poste. Em Botucatu, a votação acompanhou a proporção de 3 por 1. Foi consagradora a vitória do candidato de Jânio.

Na "FOLHA DE BOTUCATU", de 20/10/58, alguns dias após as eleições, a notícia festiva:

"FACULDADE DE MEDICINA E HOSPITAL DAS CLÍNICAS DE BOTUCATU"

"Vários longos meses depois de sua entrada na Assembléia Legislativa, na sexta-feira, foi finalmente aprovado em segunda e última discussão, por unanimidade de votos, o projeto de lei enviado pelo Governador do EstadoSr. Jânio Quadros, criando a Faculdade de Medicina e o Hospital das Clínicas de Botucatu, que serão instalados em breve no gigantesco edifício de Rubião, já quase terminado..."

Botucatu começava a se engalanar para festejar a conquista: "Caravana de Botucatu estará presente à promulgação de Lei. Em organização uma embaixada de 400 pessoas. Aberta as inscrições na Prefeitura Municipal."
E o Governador Jânio Quadros, adoentado, teria que assinar em Palácio a Lei que criava a faculdade.
"Era desejo do Governador assinar em Botucatu a promulgação da Lei..." Devido, porém, a motivos de saúde, o ilustre Chefe do Executivo Paulista não poderá realizar essa visita dentro de poucos dias como era seu grande desejo..."

A data, o grande dia, fica determinado: "Segundo notícia oficialmente comunicada pela Prefeitura local, o ato da assinatura do Governador do Estado, promulgando a lei que cria a Faculdade de Medicina, será realizado na próxima terça-feira, 25 do corrente, às 15:30 horas, no Palácio dos Campos Elíseos."
O futuro Governador Carvalho Pinto envia às autoridades botucatuenses, telegrama de congratulações: "O Sr. Carvalho Pinto, futuro Governador eleito do Estado, enviou ao Sr. João Queiroz Reis, Prefeito Municipal, o seguinte telegrama: "Congratulo-me com o povo de Botucatu, com a pessoa do Prefeito e com o presidente da Câmara Municipal, por motivo da sanção da lei criando a Faculdade dessa cidade. Atenciosas saudações. Carvalho Pinto."
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Jânio Quadros e Carvalho Pinto

E, finalmente, a matéria ansiosamente esperada que registra a criação da Faculdade de Medicina, "CRIADA A FACULDADE DE MEDICINA" ("FOLHA"26/11/58): "Foi ontem solenemente promulgada nos Campos Elíseos a lei (Lei nº 4.991/58). Imenso contentamento e alegria do povo botucatuense pelo acontecimento. Viveu ontem Botucatu um dos grandes dias de sua história. Conseguir ver finalmente realizada uma das suas maiores e mais ansiosas esperadas aspirações: A Faculdade de Medicina de Botucatu.

Na tarde de ontem foi assinada solenemente pelo Sr. Jânio Quadros, ilustre Governador do Estado, a lei criando definitivamente essa escola de grau superior. O povo botucatuense recebeu a grande notícia com imensa satisfação e alegria.
A nova e grandiosa conquista da nossa cidade representa um marco decisivo para o seu progresso futuro, marcando o início de uma nova época de sua história já centenária. Recebeu a gente botucatuense, depois de anos de lutas, merecido prêmio ao seu denodado esforço e à sua tradição de civismo. Neste momento de imenso contentamento são esquecidos e sepultados muitos dissabores e ingratidões sofridos no passado. A nossa alma, transbordando de sincero e profundo reconhecimento, se dirige a todas as pessoas que de uma maneira ou de outra, cooperaram para que o grande e belo sonho se tornasse realidade concreta. Queremos sintetizar essa nossa gratidão mencionando unicamente dois nomes aos quais devemos principalmente o êxito magnífico e vitorioso da campanha: O Sr. Jânio Quadros, preclaro governador do Estado, e prof. Zeferino Vaz, ilustre Reitor da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto. O primeiro soube honrosamente manter a promessa feita; o segundo foi um verdadeiro anjo tutelar, o espírito animador durante todo o desenrolar da campanha.
À solene cerimônia de assinatura, promulgando a lei que criou a Faculdade, realizada no Palácio dos Campos Elíseos, precisamente às 16:20 horas, esteve presente numerosa caravana botucatuense, chefiada pelas autoridades locais. No próximo número daremos mais amplas notícias a respeito desse acontecimento."
A luta trazia o seguinte saldo: 4 Faculdades de Medicina haviam sido criadas pelo Governo do Estado, no final de 1958. Eram as Faculdades de Medicina de BotucatuCampinas, Catanduva e São José do Rio Preto.
A instalação das mesmas seria um outro capítulo, uma outra luta.
A verdade era uma só: a Faculdade de Medicina de Botucatu estava criada. A instalação era uma questão de tempo. O principal fora feito.

 O "Pai" da Faculdade de Medicina: governador Jânio Quadros. O garantidor técnico ( o "anjo tutelar", nas palavras de Pedro Chiaradia) da conquista, o nosso Protetor: professor Zeferino Vaz.

        

NOS 4 ANOS DO GOVERNO CARVALHO PINTO.
 O MESMO MAR POLÍTICO. A TRAVESSIA FINAL.

A luta não terminara.

Agora, era preciso viabilizar a instalação da Faculdade de Medicina.

O Prof. Carvalho Pinto era administrador seguro e comedido, extremamente comedido. Já havia dado o seu recado: só instalaria as Faculdades cujo custo o orçamento estadual comportasse. E já havia estudo: o dinheiro só dava para a instalação (gradual) de apenas uma faculdade. As outras teriam que aguardar outra oportunidade, em outro governo.

Elas seriam instaladas, mas no futuro...

Começava a luta pela instalação da Faculdade de Medicina de Botucatu.
Mas é absolutamente necessário o registro cronológico dos acontecimentos, sob pena de se perder o histórico da criação da Faculdade...

Não foi fácil a luta. Nunca o é...

Não basta citar, ao depois, a data da criação da Faculdade, como se os fatos e as conquistas simplesmente caíssem do céu...

A luta prometia ser brava e dura. Botucatu teria que enfrentar a politicamente poderosa Campinas e outras duas cidades, além de Bauru que sempre procurava se antepor às conquistas de Botucatu.

Mais uma vez as nossas armas eram a interiorização do ensino superior com a posição geográfica central de Botucatu e o Hospital "gigante" de Rubião Junior, dando-nos condições para a instalação quase imediata e a baixo custo da Faculdade. A adaptação do prédio era a primeira etapa, já iniciada e, para ela, havia o concurso técnico profissional do Engº Camilo Dinucci, filho do construtor do prédio (Adolpho Dinucci), que contou com a colaboração do Engº Geraldo Magela.

Seria mais um período de lutas políticas que se arrastaria até as eleições estaduais de 1962, quando o Professor Carvalho Pinto tentaria eleger o seu sucessor: José Bonifácio Coutinho Nogueira.

Em 09/05/59, a "FOLHA DE BOTUCATU", nos trazia a preocupante manchete:

"SUSPENSA PELO GOVERNADOR A INSTALAÇÃO DA FACULDADE DE MEDICINA".

"Repercutiu intensamente na cidade a notícia inesperada. Repercussão na imprensa paulistana." A seguir, a "FOLHA" reproduzia notícia do jornal "O Estado de São Paulo": "Esteve ontem à noite nos Campos Elíseos uma Comissão de campineiros que foi pedir ao Chefe do Executivo a imediata instalação da Faculdade de Medicina de Campinas, criada a mais de um ano..."  Ao final, o governador Carvalho Pinto solicitou aos campineiros a elaboração de um relatório, a fim de que o governo possa deliberar sobre o assunto.
Declarou, também, que iria mandar sustar as providências para a instalação daFaculdade de Medicina de Botucatu, reabrindo, pois, a questão.
A notícia caiu como uma bomba junto a população botucatuense. O governador não só estava contrariando o parecer técnico que dava prioridade a Botucatu, como estava RETIRANDO uma conquista já conseguida: a adaptação do Hospital de Rubião que estava a todo vapor...

Na edição de 13/05/59, o mesmo jornal voltava a abordar o assunto, tranqüilizando a população:
"TERÁ BOTUCATU A SUA FACULDADE."/ "Plenamente satisfeita a Comissão que foi à Capital. Exemplar lisura do Governador"/ "...Nesse sentido determinou a criação de uma comissão composta, dentre outros membros, pelo Secretário da Saúde, pelo professor Zeferino Vaz para opinar, com técnicos conhecedores do assunto e das suas correlações, sobre a conveniência do local onde deve ser instalada, prioritariamente, a Faculdade de Medicina que seu governo vai por em funcionamento.
"Confesso que o relatório da Comissão em apreço - afirmou o Governador -, opina pela cidade de Botucatu, alegando em apoio de tal decisão, dados e elementos que estão em meu poder para estudos e deliberação."

Mais uma vez o excesso de "comedimento" do Governador Carvalho Pinto...

Ora, se havia parecer conclusivo... O tempo nos daria a resposta, com o surgimento de seu candidato ao Governo do Estado, o campineiro José Bonifácio Coutinho Nogueira. Dessa vez, a presença competente do Prof. Zeferino Vaz e do deputado Roberto de Abreu Sodré, presidente da Assembléia Legislativa e, agora, único parlamentar ligado a Botucatu, garantiriam o apoio mínimo às pretensões de Botucatu.

O quadro começava a se delinear. A luta não seria fácil. Iniciava-se uma grande movimentação política de apoiamento à reivindicação de Botucatu.
Era o interior que estava compreendendo que a luta não era só de Botucatu, a interiorização do ensino médico interessava a todos. O apoio inicial vinha da cidade de Ribeirão Preto, onde o prof. Zeferino Vaz era o Reitor da Faculdade de Medicina (USP). Um dia ainda se fará justiça a esse educador que foi, com certeza, o PROTETOR da nossa Faculdade de Medicina.

Ao depois, Prefeituras e Câmaras Municipais, principalmente da média e alta sorocabana, viriam a dar apoio à criação da Faculdade de Medicina de Botucatu: "Prefeitos da Região Apóiam a Reivindicação de Botucatu." "Telegramas dirigidos ao Governador do Estado, solicitando a instalação da Faculdade de Medicina. Caravana de Ribeirão Preto visita o hospital de Rubião Junior." ( "FOLHA", 20/05/59).

E continuava a matéria: "Entre os municípios que se manifestaram: Itatinga, Avaré, São Manoel, Conchas, Lençóis Paulista, Laranjal Paulista, Bofete, Anhembi, Macatuba, Bernardino de Campos, Tietê, Cerqueira César e Assis."
A caravana de Ribeirão Preto, à respeito da visita ao "gigante" de Rubião, deixava claro:

"BOTUCATU PODE CONTAR CONOSCO"./ "A RESPEITO DAS IMPRESSÕES COLHIDAS PELOS VISITANTES, DURANTE VISITA QUE REALIZARAM AO HOSPITAL DE RUBIÃO JÚNIOR, declarou o Dr. Paulo Gomes Romeo ( viria a ser Secretário da Educação , em 1966, quando da criação da UNICAMP), superintendente do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto: Nós viemos, sobretudo, com o espírito de auxiliar o Prof. Zeferino Vaz nos problemas da instalação da Faculdade de Medicina de Botucatu, justa aspiração de toda esta zona. O Hospital de Rubião Junior, em nossa opinião, se presta admiravelmente para instalação não só das cadeiras básicas, como do Hospital de Clínicas mediante algumas adaptações, é claro. Mas, acreditamos, com a ingerência sempre sadia do Sr. Governador do Estado e, sobretudo, com aquela orientação que o Prof. Zeferino Vaz sabe dar, espero que todos os problemas referentes à Faculdade de Medicina de Botucatu sejam, dentro em breve, resolvidos."

Na edição de 12/06/59, a "FOLHA" nos traz o início do apoio das Câmaras Municipais, no mesmo caminho trilhado pelas Prefeituras: "Era o interior se mobilizando a favor dessa justa causa, de forma organizada e politicamente imbatível."

O Prof. Zeferino Vaz, mais uma vez se posiciona: "ELEGANTE E EXPRESSIVA A ATITUDE DO PROF. ZEFERINO VAZ NO CASO DA INSTALÇÃO DA FACULDADE DE MEDICINA." Era a manchete da "FOLHA", de 27/06/59: " O ínclito mestre contesta amplamente acusações de que foi alvo. Não aceitou o Governador do Estado o pedido de demissão." O Prof. Zeferino Vaz vinha sendo alvo de intensa campanha contra a sua posição técnica por parte dos campineiros e políticos ligados a Campinas. Contestavam, até com ataques pessoais, sua posição a favor da instalação da Faculdade de Medicina de Botucatu. Defendendo-se, o Prof. Zeferino Vaz colocou o problema em termos técnicos e recebeu total apoio do Governador Carvalho Pinto, que não aceitou seu pedido de demissão.

"Por quê Botucatu?"

Explicando os motivos que determinaram a preferência dada a Botucatu, para a instalação da Faculdade de Medicina, diz o prof. Zeferino Vaz: "...Condições oferecidas por Campinas comparadas as de Botucatu. Preliminarmente convém esclarecer que, criadas por lei, as Faculdades de Medicina de Botucatu, Campinas, Catanduva e São José do Rio Preto, entendeu sabiamente o Sr. Governador que apenas uma devesse ser imediatamente instalada. Considerou S.Exa. que, numa primeira fase, e sendo precários os recursos do estado, mais valeria instalar uma no alto nível das já existentes, do que várias de segunda categoria. A Comissão opinou pela de Botucatu, pelas seguintes razões:
1ª. - É a única que, por lei, já possui imponente Hospital com 42.000 metros quadrados de área construída, com capacidade para 700 leitos. Utilizando como hospital apenas 400 leitos - pois está demonstrado que um número maior é de todo inconveniente - resta o espaço de 300 leitos para localizar, confortavelmente, todos os laboratórios das cadeiras básicas mediante pequenas adaptações.

2ª. - Botucatu é centro tradicional, cultural e geográfico que centraliza toda uma vasta zona do Estado: alta e baixa sorocabana, além da noroeste. Completa-se com a nova Faculdade um triângulo de educação médica e de assistência de alto padrão que seria constituído por São Paulo, Ribeirão Preto e Botucatu. Localizada em plena zona rural, formará médicos habituados à vida do interior e que lá permanecerão. As grandes cidades estão superlotadas de médicos, enquanto dezenas de municípios do interior não dispõe de um só deles."

E conclui com emoção:
"...Que interesses escusos teria eu? Políticos, afetivos, econômicos? Não sou político, não tenho parentes em Botucatu, amigos só os tenho há dois anos e não possuo propriedades na região. Interesses na diretoria da Faculdade? Duas vezes não! Porque planificar, executar e dirigir a faculdade de Ribeirão Preto enchem uma vida e satisfazem os mais vaidosos dos homens. Através delas demonstrei a tese, a qual os signatários do memorial ainda não acreditam: que é perfeitamente possível estabelecer grandes centros de cultura em pleno interior do Paíse que devemos repudiar a mentalidade de caranguejos que só sabem arranhar o litoral."
Que lição de cultura e de compreensão da realidade educacional do Brasil. Esse pronunciamento do Prof. Zeferino Vaz deveria constar na primeira página dos manuais dos vestibulares de todas as faculdades estaduais do interior. Pois bem, com essa manifestação e com a ameaça de demitir-se, o Prof. Zeferino Vaz "selou" de vez a sorte de Botucatu. Se o objetivo era dar a Campinas a sua Faculdade de Medicina, por problemas políticos, teriam que dar, TAMBÉM, a Faculdade de Medicina de Botucatu...

    A conquista estava assegurada. Botucatu teria a sua Faculdade.

    Como fruto da luta política e com a aproximação das eleições de 1962, Campinas também conseguiria a sua Faculdade de Medicina. A argumentação técnica do Prof. Zeferino Vaz teve que ceder a uma realidade absolutamente invencível: o candidato do Governador Carvalho Pinto à sua sucessão era o Dr. José Bonifácio Coutinho Nogueira, de Campinas, onde possuía propriedades, fazendas e usina de açúcar.
    Tudo bem.
         As Faculdades de Medicina de Botucatu e de Campinas seriam instaladas ainda na gestão do Governador Carvalho Pinto (Lei nº 6.860/62). Era preciso derrotar a oposição. E isso não era nada fácil.
         A oposição tinha o "velho" Adhemar voltando com tudo e, mais, tinha o ex-presidente Jânio Quadros, após a renúncia, tentando voltar ao governo paulista.
         Carvalho Pinto (como Lucas Garcez em relação a Adhemar) havia rompido com Jânio Quadros que o elegera. Era o "racha" no mesmo bloco político. Era a chance de volta triunfante de Adhemar. E foi o que ocorreu...

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 CHEGADA AO PORTO SEGURO
CRIADA E INSTALADA A FACULDADE

         Mas para finalizar o histórico da criação da Faculdade de Medicina é preciso que destaquemos que o conceito do curso de medicina, com a criação da Universidade de Brasília, pelo Professor Darcy Ribeiro, havia ampliado o conceito dos cursos médicos para uma visão mais global, reunindo matérias biomédicas em um núcleo único inicial. As Faculdades de Ciências Médicas e Biológicas de Botucatu (Medicina, Medicina Veterinária e Biologia) - FCMBB -, foram criadas em cima dessa nova visão. As faculdades de Botucatu e Campinas seriam o embrião de duas modernas universidades regionais. Campinas seguiu esse caminho traçado. Botucatu foi engolida pela UNESP, fruto da unificação dos Institutos de Ensino Superior do Estado espalhados por todo o interior...
         Em 1962, o Governo Carvalho Pinto tinha como Secretário da Educação, o Prof. Sólon Borges dos Reis, como Presidente da Assembléia Legislativa, o Deputado Roberto Costa de Abreu Sodré e como Reitor da USP, área inicialmente responsável por nossa faculdade, o Prof. Ulhôa Cintra.

 PAI/PROTETOR/PADRINHO

         No registro histórico da conquista da Faculdade de Medicina de Botucatu é necessário darmos crédito a quem de direito. O Governador Jânio Quadros CRIOU a nossa Faculdade, em 1958. Foi o PAI da Faculdade de Medicina. O Professor Zeferino Vaz, atuou na fase que antecedeu a sua criação em 1958 e, posteriormente, no Governo Carvalho Pinto, teve atuação decisiva, garantindo a viabilidade técnica da Faculdade até a sua definitiva instalação, em 1963. O Prof. Zeferino, sem sombra de dúvida, foi o PROTETOR da Faculdade de Medicina de Botucatu. Tudo isso está fartamente registrado nos jornais da época, trazidos como parte integrante deste trabalho. Finalmente, a atuação do Governador Carvalho Pinto que foi beneficiado com a criação da Faculdade em 1958, ano de sua eleição, como nosso PADRINHO, que viabilizou a Faculdade e ampliou o conceito inicial para Faculdades de Ciências Médicas e Biológicas, em 1962.
         Foram 8 anos de lutas! Nos 4 anos do Governo Jânio Quadros e nos 4 anos do Governo Carvalho Pinto.
Botucatu foi a grande vencedora.

LIDERANÇAS ESTADUAIS

 Na fase do Governo Jânio Quadros, a atuação dos deputados estaduais Jayme de Almeida Pinto, Roberto de Abreu Sodré, Ciro Albuquerque e Geraldo de Barros está registrada. Da mesma forma, a atuação do ex-deputado estadual constituinte Dante Delmanto e do ex-secretário estadual da saúde e educação, Dr. Cantídio de Moura Campos.
Sempre contamos com a presença do Prof. Zeferino Vaz. Ex-diretor da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto/USP, o prof. Zeferino Vaz viria a ser o PROTETOR que viabilizou tecnicamente a Faculdade de Medicina de Botucatu. Posteriormente, Campinas conseguiria atrair o Prof. Zeferino Vaz.  Eles, de Campinas, o combateram e sabiam de seu inestimável valor. Foi por 10 anos REITORda Universidade de Campinas-UNICAMP que ele idealizou e criou tendo por base, exatamente, a FCMBC - Faculdades de Ciências Médicas e Biológicas de Campinas... Hoje, com justiça, a cidade universitária leva o nome de Cidade Universitária "Prof. Zeferino Vaz".
Na fase do Governo Carvalho Pinto, ainda as atuações dos ex-deputados Jayme de Almeida Pinto e Dante Delmanto e a atuação do deputado estadual Roberto de Abreu Sodré, como Presidente da Assembléia Legislativa.
         Nessa fase, o apoiamento de inúmeras cidades do interior à pretensão de Botucatu precisa ser destacada. Foi a força do interior a contrabalançar a força política de Campinas.

                   LIDERANÇAS DE BOTUCATU
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1º Arcebispo (4º Bispo) Dom Henrique Golland Trindade
(Do livro "Memórias de Botucatu I", 1990)
          Primeiro, a que viabilizou a luta, unificando as várias e inconciliáveis correntes políticas: Dom Henrique Golland Trindade, Arcebispo Metropolitano.
         Já destacamos que, num clarão de lucidez, nossos políticos entregaram a Dom Henrique o comando da ação em prol da criação da nossa Faculdade.
         Dissemos que é infantil e provinciana a opinião de alguns de que a Faculdade de Medicina é devida a este ou aquele político de Botucatu. O Governador Jânio Quadros era grande admirador de Dom Henrique e via com bons olhos a unificação política sob o comando absolutamente NEUTRO de nosso Pastor.
         Os prefeitos que participaram da luta, primeiro com Jânio e depois com Carvalho Pinto: Dr. João Queiroz Reis e Emílio Peduti. Os dois vice-prefeitos: Progresso Garcia e Plínio Paganini.Os presidentes da Câmara Municipal: Sebastião de Almeida Pinto, Alberto Laurindo, Vasco Bassoi, Abílio Dorini, Progresso Garcia e Laurindo Izidoro Jaqueta.
Os líderes partidários Dr. Antônio Delmanto (UDN), João Batista Domene (PTB), Plínio Paganini (PSP), Dr. Mario Rodrigues Tôrres (PSD) e outros.
         Lideranças do comércio, da industria, do Poder Judiciário, enfim, a comunidade botucatuense reunida em torno de suas autoridades constituídas, sob a liderança NEUTRA de seu Arcebispo. Papel de destaque foi exercido por nossa imprensa falada e escrita. Em homenagem à comunidade como um todo, nada mais justo que destaquemos a figura, sempre presente, do então Juiz de Direito da Comarca, Dr. Antonio Gabriel Marão, da mesma forma o destaque para os jovens pioneiros José Faraldo e Hernâni Donato.
         Finalizamos, destacamos a atuação do ex-prefeito Emílio Peduti que foi um incansável batalhador e que não chegou a ver a grande vitória. O prematuro falecimento de Emílio Peduti ocorreu alguns dias antes da aula inaugural do curso de Medicina.
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A maior conquista de Botucatu ! - 1962 - O Governador Carvalho Pinto, em praça pública, aguarda a leitura do ato oficial da criação da FCMBB - Faculdade de Ciências Médicas e Biológicas de Botucatu. No palanque oficial, à esquerda os radialistas Jaime Contessote (Rádio Municipalista) e Plínio Paganini (também vice-prefeito, pela PRF-8) e, ao centro, entre as auoridades estaduais e municipais, o Dr Antonio Delmanto, o Governador Carvalho Pinto e a primeira-dama Dona Yolanda.

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