março 31, 2020

A Juventude: participação ou omissão


“A Juventude: participação ou omissão”:



Já cursando as faculdades de Sociologia & Política e de Direito (USP),
conheci e fiquei amigo do Arruda Camargo, respeitado jornalista que
fazia excelentes editoriais para os melhores jornais paulistas.
Arruda Camargo foi quem abriu as primeiras portas para mim: eu tinha
coluna diária no “DCI-Diário do Comércio & Industria”, além de colunas
nos semanários “Shopping News” e “City News”, da capital paulista.

Dessa atuação jornalística resultou o livro “A Juventude: Participação ou Omissão”, em 1970.

Com Arruda Camargo tive uma experiência que foi marcante. Ainda calouro da Faculdade de Direito do Largo de São Francisco (USP), fui com ele a uma reunião na casa do poeta Paulo Bomfim, quando fui apresentado por ele à “verdadeira instituição cultural” que era Aureliano Leite e para a “lenda viva”, o “Tribuno da Revolução Constitucionalista”, Ibrahim Nobre. Dá para imaginar o que isso significou para um jovem estudante “botucudo” que chegava à capital cheio de sonhos e encontrava, de uma só vez, os referenciais maiores da alma paulista?!?

O LIVRO

Com 118 páginas, editado pela Edijor, o livro traz
os principais artigos publicados na coluna diária “A Juventude”, no prestigioso
jornal da Capital, “Diário Comércio & Indústria”. Foi durante o ano
de 1969 essa experiência jornalística de escrever diariamente temas do
dia a dia, reivindicações dos jovens, busca de espaço político, análise dos
grandes acontecimentos políticos do mundo, etc.
Ao publicar os principais artigos escritos, sempre se busca os temas referenciais, ou seja, busca-se colocar a atividade jornalística como uma formadora de opiniões, uma
delineadora de rumos, uma crítica construtiva a favor do aperfeiçoamento
da cidadania...

Com o livro “A Juventude: participação ou omissão”, de 1970, foi
assim. Nos dizeres escritos na contracapa, todo o perfil do livro:

“A juventude, hoje e urgentemente, tem que se compenetrar de que é a equação
e a solução de toda uma problemática. Somente a juventude pode, sem
o niilismo da esquerda e a inércia da direita, realizar a missão de soerguimento
moral e estrutural da Nação Brasileira, até agora preterido pela
ausência e inconsequência da própria juventude...” AD.

Na apresentação do livro, o Prof. Francisco Carlos Sodero, professor
de português do Colégio Dante Alighieri, escreveu:

 “O jovem Armando Moraes Delmanto reúne, em livro, uma série de artigos publicados na imprensa paulistana, através do “Diário Comércio & Indústria”. Todos eles
pertencem à sequência “A Juventude”, o que já de início revela suas tendências,
suas preocupações, sua problemática. Desarvorada, em grande
parte, no mundo todo; guiada por falsos líderes, repetidores de “slogans”
insignificativos, a juventude de nossos dias revoluteia pelas praças públicas,
à procura de algo que lhe sacie a sede e a fome de verdade e de
substância. Suas mais generosas energias, desperdiçam-nas em passeatas
reivindicatórias de ninharias, de nugas anódinas. Armando Moraes Delmanto,
desde 1963, fundando o “Tribuna do Estudante”, em Botucatu,
vislumbrava a necessidade de uma orientação sadia, no sentido de democraticamente
satisfatória, para os jovens de sua geração, e, desde essa
oportunidade, não esmoreceu. Pelo contrário, ano a ano vem desenvolvendo
suas atividades no sentido de procurar a solução dos problemas
da juventude, sem o que não haveria base para a estruturação de um
pensamento...”

E no prefácio, escrito pelo jornalista Paulo Zingg, Presidente da API -
Associação Paulista de Imprensa, o retrato da mensagem jovem do livro:

“Neste livro, coletânea de artigos escritos em jornais, Armando Moraes
Delmanto apresenta o seu depoimento de jovem sobre a juventude.
Autêntico, vivido, real, sincero e brasileiro. Não é um alienado, adotando
teorias que não encontram guarida nos seus países de origem, nem aceitando
valores estranhos para a solução de nossos problemas. Porta-voz
de uma geração, homem do interior com vivência política, universitário,
Delmanto é, acima de tudo, um revolucionário capaz de mudar de atitude
em face dos problemas, como diria Alberto Tôrres, para equacionar os
desafios nacionais nas grandes linhas da modernização, da revolução tecnológica
e da indispensável democratização da sociedade. E de apontar
à juventude os grandes rumos, de desfraldar as grandes bandeiras e de
rasgar os grandes horizontes...”




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