Brasil reage!
O Brasil está reagindo, no momento certo, ao declive acentuado das economias dos países componentes do Brics – Brasil, Rússia, Índia, China e Africa do Sul. Isso no primeiro trimestre deste ano em relação ao mesmo período do ano passado.
O crescimento de 0,8% do Brasil foi menor que os 2,1% da África do Sul, os 4,9% da Rússia, os 5,3% da Índia e os 8,1% da China. As informações foram divulgadas pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), com base em dados de institutos de estatística internacionais e do Banco Mundial.
Então, as medidas que vem sendo tomadas pelo governo federal para o aquecimento de nossa economia são positivas. Sendo que o destaque maior foi para a REDUÇÃO SUBSTANCIOSA das tarifas de ENERGIA ELÉTRICA para o consumo doméstico e comercial/industrial. É o que tem que ser feito. O desemprego ainda não atingiu o Brasil e, se bem dosada a atuação governamental em parceria com a iniciativa privada, será possível EVITAR que maiores turbulências venham a prejudicar o Brasil.
E esse momento de declive das economias dos países que compões o Brics coincide com o momento especial que estão vivendo os países que compõem o chamado Mist: México, Indonésia, Coréia do Sul e Turquia. Material jornalístico da revista VEJA nos dá a real dimensão desse perigo e da fragilidade do Brics:
“Com Brics em baixa, Mist é novo oásis econômico
Catedral do México
México, Indonésia, Coreia do Sul e Turquia despertam a atenção de um mercado frustrado pela crise no mundo desenvolvido e desaquecimento nos emergentes
O termo Brics – sigla que se refere ao grupo de países em desenvolvimento composto por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul –, que por uma década foi pronunciado à exaustão como promessa de crescimento e retorno aos investidores, está a um passo de ter um concorrente. O motivo é a ascensão de outro time de emergentes que atende pelo apelido de Mist: México, Indonésia, Coreia do Sul e Turquia
Esses países crescem mais, passaram nos últimos anos por turbulências econômicas menos profundas e possuem menos burocracia. Em suma, são hoje vistos como um novo oásis num mercado frustrado por perdas na Europa, nos Estados Unidos e, mais recentemente, no Brasil e na China. Jim O'Neill, presidente do Goldman Sachs Asset Management (GSAM) e criador da alcunha Brics, é considerado o autor, mesmo que involuntariamente, da nova sigla. "Muitos pensam que criei esse acrônimo, mas ele nasceu do fato de eu ter definido, cerca de quinze meses atrás, onze novos países como economias promissoras. Como, do grupo de onze, os quatro são os que mais se destacaram, jornais disseram que havia criado o conceito de Mist. Achei engraçado", disse em entrevista ao site de VEJA.
Mist: as novas potências que hoje ofuscam os Brics
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A dependência econômica do México em relação a seu vizinho, os Estados Unidos, foi sua maior dor nos últimos anos, mas também sua maior sorte. Após quatro anos sombrios, a economia americana dá sinais cada vez mais claros de recuperação – e o México se beneficia quiçá mais dessa nova realidade que os próprios americanos.
Enquanto a expectativa para a expansão do PIB dos EUA em 2012 é de 2%, o México deverá crescer 4%. O país também colhe os frutos de investimentos em infraestrutura e privatizações feitas na década de 1990. Ainda que controversas – já que, em alguns casos, criaram verdadeiros oligopólios, como no setor de telecomunicações –, as privatizações propiciaram ao país um ambiente de crescimento menos atravancado que o do Brasil. Além disso, a própria influência da Casa Branca faz com que o governo mexicano interfira pouco na economia do país, o que proporciona um ambiente de estabilidade aos investidores. A taxa de juros no México permanece inalterada em 4% ao ano desde 2008.
Contudo, o principal ativo mexicano é hoje justamente a conjuntura econômica chinesa. Com a valorização do yuan e o aumento dos custos trabalhistas, a China está deixando de ser o país mais barato para se produzir, sobretudo para os EUA – seu maior parceiro de manufatura. "O México sofreu um baque quando a China se tornou o maior exportador para os Estados Unidos. Agora que a China não está mais tão barata assim, o México vai se beneficiar", diz Jim O'Neill, ao explicar porque o país latinoamericano é seu "MIST" preferido. O fácil acesso ao mercado interno dos EUA e a proximidade geográfica fazem do México uma nação mais atrativa aos negócios do que o Brasil, diz a Economist Intelligence Unit (EIU).”
(matéria de Naiara Infante Beltrão e Ana Clara Costa – Veja – 26/08/2012)