
A notícia correu o Brasil. Estudantes da
USP revoltados com a ação da
PM contra
três colegas que
fumavam maconha no campus, depredaram carros da polícia, invadiram prédio e
colocaram fogo nas Bandeiras do Brasil e de São Paulo. O prédio invadido é o da
Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas e está ocupado desde então. A mobilização foi dos estudantes ligados ao
DCE com a ajuda do
Sindicato dos Funcionários da USP.
Essa história está muito mal contada. O campus da
USP, na
Cidade Universitária “Armando de Salles Oliveira”, é hoje uma cidade com mais de
100 mil habitantes. A violência tem sido uma constante na
USP: assaltos , estupros e até
assassinato transformaram a vida na Cidade Universitária um verdadeiro terror. Era e é importante a presença da
PM para dar segurança aos estudantes e a todos que circulam por ela. O mais estranho foi que uma das maiores faixas dizia:
“FORA PM DOS MORROS E DA USP”Êpa! Aí tem coisa...
FORA DOS MORROS?!? Que morros, ô cara pálida?!? Essa
palavra de ordem mostrou a origem do movimento...
Estudantes colocam faixa de protesto (Foto: Evelson de Freitas/Agência Estado)DEMOCRACIA DE FARDA NA USPUma das mais perfeitas definições para a ação policial contra baderneiros em um
Estado Democrático é o uso da
DEMOCRACIA DE UNIFORME! Exatamente, a
DEMOCRACIA DE FARDA é que garante a liberdade de ir e vir e que protege as instituições governamentais, os serviços públicos e a população das ações daqueles que, bradando por liberdade, procuram ferir o
Estado de Direito. A
“PM, num regime democrático, é uma das manifestações da democracia de farda”, segundo o jornalista e blogueiro
Reinaldo Azevedo.
E é a afirmação do
Reinaldo Azevedo que ilustra bem a atual realidade da
USP: “O TRÁFICO NA USP É UMA ATIVIDADE MUITO RENTÁVEL. A PM no campus está atrapalhando os negócios. Acontece na universidade o que se dá no Morro do Alemão, no Rio. O narcotráfico está reagindo à presença da lei e estimula confrontos entre a polícia (naquele caso, Exército) e a população para que possam exercer o seu comércio sem ser molestados por ninguém. Como a universidade é uma espécie de “território livre”, o tráfico ali não servia apenas a consumidores locais; era um ponto de distribuição da mercadoria.”BANDEIRAS DO BRASIL E PAULISTA SÃO QUEIMADAS
Bandeira queimada em frente a prédio ocupado pelos estudantes (Foto: Letícia Macedo/G1)É o fim do fim do mundo. Queimar o símbolo nacional?!? Isso só ocorreu uma vez, em
1937, quando o
Ditador Getúlio Vargas, após implantar o chamado
ESTADO NOVO queimou, em praça pública,
as Bandeiras de TODOS os Estados Brasileiros. Era o
centralismo político, o
fascismo caboclo que tentava
destruir o civismo da Nação Brasileira. Agora, vem uns
privilegiados, sim, porque estão estudando
DE GRAÇA na
MELHOR UNIVERSIDADE DO PAÍS queimar o símbolo nacional!É o caso de reproduzirmos as palavras pesadas de
Pedro Marangoni sobre esse triste episódio:
“Esqueçam os convênios de segurança, as rondas da Polícia Militar dentro do campus da Universidade de São Paulo. Chamem as mães e as liberem para dar umas palmadas nas róseas bundinhas dos idiotas imberbes que se julgam adultos diferenciados e com poder. Poder de quê? De comprar maconha com a mesada dos país?
Ontem entraram em crise histérica novamente, chilique coletivo porque a PM prendeu três estudantes encontrados com maconha dentro de um veículo. Por conta desta ação legítima dos representantes do Estado, o mesmo que paga o ensino aos estudantes, enfrentaram os policiais tentando impedir a prisão, apedrejaram e danificaram patrimônio público, feriram pessoas. Depois invadiram um prédio e lá estão, se sentindo heróis da resistência enquanto apenas estão repetindo o infantil ato de melindrar-se quando não ganham guloseimas e se trancam num quarto...”O Reitor... Ah!...esse Reitor....
Aí é que pega a engrenagem...As Instituições, no
regime democrático, precisam estar acima de qualquer suspeita. E, no caso da
USP, a coisa está feia. Desde o
Regime Militar que a
USP não passava por tamanho constrangimento. Naquela época, o
Reitor Gama e Silva, usou a
Faculdade de Direito e a
USP para fazer política e chegar ao
Ministério da Justiça, onde realizou a maior perseguição
seguida da cassação de mais de três dezenas de Docentes da USP (Fernando Henrique Cardoso, Florestan Fernandes, Paulo Duarte e outros tantos brilhantes professores,
MAS desafetos de
Gama e Silva, acusados de
comunistas). Pois agora, o
Reitor Rodas, veio também da Faculdade de Direito (onde já foi declarado
persona no grata), está na
Reitoria, guindado a esses dois postos,
por influência partidária, assim como
Gama e Silva que só foi
Diretor, Reitor e Ministro por
“influência” do
Regime Militar. E outra coincidência:
Gama e Silva, depois
de deixar o Poder, tentou voltar para a
Faculdade de Direito e
NÃO FOI ACEITO POR SEUS PARES!!!! Em outras palavras, foi considerado
“persona non grata”!
(
Diretoria, Corpo Docente, Centro Acadêmico XI de Agôsto decidem, no famoso Páteo das Arcadas do Largo de São Francisco (Fac. Direito/USP) : Reitor Rodas é "persona non grata!")
O REITOR A SERVIÇO DO PSDB
O
Reitor nunca negou a sua ligação com o PSDB. A
Reitoria da USP está sendo objeto de uma investigação pelo
Ministério Público Estadual. É mantido em
sigilo o
Inquérito Civil 088/2011. Tem por objeto verificar a possível
“violação aos princípios da legalidade, impessoalidade, moralidade, burla ao acesso de cargo mediante concurso público, lesão aos cofres públicos e improbidade administrativa”.A investigação é levada a efeito pelo
Promotor de Justiça Valter Foleto Santin, da
Promotoria do Patrimônio Público e Social do MPE. Entre outros atos do
Reitor João Grandino Rodas, estariam as nomeações para
Procuradores da USP – sem concurso – de um
seu assessor político e do filho da ex-reitora, Suely Vilela.
Outra
ação política negativa que está repercutindo mal no meio acadêmico paulista
é a promessa de Rodas de criar uma FACULDADE DE MEDICINA EM BAURU, cidade
do presidente estadual do PSDB, o deputado Pedro Tobias. Mesmo sabendo que tem uma
FACULDADE DE MEDICINA ESTADUAL na cidade de
Botucatu (a
100 Km de Bauru) e mais duas
FACULDADES DE MEDICINA ESTADUAIS nas cidades de
Marília e São José do Rio Preto (100 km acima de Bauru).
NÃO SE JUSTIFICANDO ESSA ATITUDE POLITIQUEIRA DO REITOR! Quer dizer, com esse Reitor
TUDO FICA MAIS DIFÍCIL...PALAVRA ABALISADA DE UM EX-REITOR da USP
O
Governo do Estado tem que preservar a ordem e manter a segurança na
USP. Nesse sentido, a importante palavra do ex-Reitor da USP, ex-Secretário da Educação de São Paulo e ex-Ministro da Educação, o
prof. José Goldemberg. Em entrevista ao
“Estadão”, de 30/10, sob o título de
“Hoje, é a PM que garante a segurança da USP”, o conceituado
prof . Goldemberg afirma:
“Isso é coisa que vem desde os anos 1970 e começou na Europa. A idéia é que a universidade é um território livre, tem de haver liberdade de pensamento, onde é possível discutir de idéias marxistas a religião. Durante o governo militar, essa rejeição à polícia se tornou muito aguda aqui (na USP)...Muitos reitores tentaram evitar essa presença. E isso foi adiante (após o fim do regime). Eu mesmo, como reitor, tive de impedir a presença da PM. Havia maus tratos contra alunos, até casos de tortura.” E perguntado se essa realidade ainda existe nos dias de hoje, é enfático: “Não, pelo contrário. Hoje, dado o clima de insegurança, é a presença da PM que garante a segurança física dos alunos. À noite, a USP é um lugar muito perigoso. Estavam ocorrendo muitos assaltos, houve até a morte de um aluno. Agora, estão trocando a iluminação para trazer mais segurança.” E perguntado o por quê dessa reação contrária aos policiais, destaca o professor Goldemberg: “Muita gente se aproveita da ausência da polícia para práticas que não tem a ver com discussão política. Droga, pela legislação, é uma atividade criminosa. Há quem queira descriminalizar (a maconha). E essa discussão deve acontecer também na universidade. Mas não se pode reivindicar a saída da PM do campus para poder praticar crimes. Pela legislação, repito, maconha é crime. Uma pessoa drogada perturba as atividades do campus. Não se pode usar a descriminalização como bandeira para retirar a PM daqui. Pode-se discutir.” E conclui: “Não. Nós lutamos muito para haver liberdade de pensamento e ela existe dentro do campus. Misturar as duas coisas não é correto.”