As feridas do sistema eleitoral falido
e o Partido – REDE – de Marina Silva...
Heloísa Helena e Marina Silva
Temos focalizado esse assunto à exaustão... O post “REFORMAS, JÁ! PARTIDO DECENTE E NACIONALISTA!”, recentíssimo, trata da falência do Sistema Eleitoral do Brasil. Não adianta assinaturas pela internet a favor de reformas políticas porque tudo termina no Congresso Nacional que NÃO quer e NÃO vai realizar nenhuma reforma que tire de seus atuais ocupantes as “benesses” do Poder.
Reformas Já! Partido Decente e Nacionalista!/leia aqui
A solução é só uma: a SOCIEDADE ORGANIZADA (aí, sim, usar as redes sociais) tomando em suas mãos as rédeas de seu próprio destino!!!
E só há um caminho: a “intelligenzia brasileira”, através da vanguarda de sua elite mobilizar a população brasileira para a realização de uma Assembléia Nacional Constituinte para realizar as reformas necessárias: REFORMA POLÍTICA, REFORMAELEITORAL, REFORMA DA PREVIDÊNCIA, REFORMA EDUCACIONAL, REFORMA TRIBUTÁRIA, etc.
O artigo da experiente jornalista DORA KRAMER, de hoje no “Estadão”, é muito bom e mostra, claramente, que mais um partido político – por melhor que seja! – não é a solução!
Oito ou oitenta
“A ex-senadora Marina Silva quer concorrer à Presidência da República em 2014 e, para isso, se propõe a criar um partido que seja diferente de todos os outros.
Saiu do PT e do governo Lula por preferir "perder o pescoço a perder o juízo". Concorreu em 2010 pelo PV, conseguiu 20 milhões de votos, mas não teve uma boa experiência partidária: retirou-se para não se submeter às normas do pragmatismo dos donos do feudo "verde", em nada diferentes dos caciques das demais legendas.
Até aí, ponto para ela. É preciso mesmo dar uma sacudida nos meios e modos de se fazer política no Brasil. É necessário ousadia; uma boa dose de rebeldia não faz mal a ninguém nesse cenário de conformismo e está mais do que na hora de aparecer alguém disposto a nadar contra a corrente, falando a linguagem da inovação.
A questão é que o conjunto de boas intenções precisa também fazer sentido, estabelecer alguns acertos com os dados de realidade para não correr o risco de se circunscrever ao mundo das boas ideias carentes de condições objetivas para se materializar.
E aí começam os problemas da ex-senadora, com declarada intenção de reunir "sonháticos" para abrir um espaço de participação de atuação que integre a sociedade à atividade política e permita a "participação direta do cidadão".
A não ser que da reunião de ontem tenha saído uma proposta clara de condução de um processo de mudança mediante métodos exequíveis, o que se tem até agora é um conjunto de sugestões triviais sem grandes efeitos práticos.
Não se trata de defender que o novo partido siga as normas do pragmatismo exacerbado adotado pelo ex-prefeito Gilberto Kassab na criação do PSD: um partido aberto a quaisquer tipos de alianças, as mais díspares, disponível a ofertas e demandas para o que der e vier.
Para falar apenas das legendas mais recentes, do "oito" representado pelo PSD na escala de extremos, o partido de Marina Silva vai ao "oitenta", sem por enquanto se apresentar como um meio-termo entre o pragmatismo rasteiro e o idealismo utópico que tanto afastam política e sociedade.
As dificuldades do novo partido se expressam na resistência dos políticos a aderir. Por enquanto há muita solidariedade e pouca disposição de embarcar nessa canoa.
Para início de conversa, há a atmosfera de personalismo. A ex-senadora passou os últimos dois anos sem fazer gestos efetivos para agregar aliados e trabalhar de fato para alterar a correlação de forças políticas vigente.
Transitou como quem o faz do patamar dos que se colocam acima do bem e do mal e agora lança um partido com o propósito de sustentar uma candidatura. Isso cria insegurança nos políticos que dependem de visibilidade e espaço.
O mais fácil na trajetória da nova legenda, que já rejeita a denominação de "partido", parece ser a coleta das 500 mil assinaturas exigidas pela Justiça Eleitoral, justamente porque a ideia genérica do "algo novo" é atraente.
O mais difícil será tirar a ideia do papel. Os simpatizantes consideram excêntricas exigências como a limitação de 16 anos de mandato para parlamentares e realização de plebiscito daqui a 20 anos para decidir pela extinção ou continuidade da agremiação.
A reserva de 30% de vagas para candidaturas avulsas não pode ser considerada inusitada, mas no momento é ilegal: só existe na legislação brasileira a figura do candidato com filiação partidária. Daí a decisão da Justiça de que os mandatos pertencem aos partidos.
Tudo isso soa bonito, assim como a proibição de doações de empresas não comprometidas com a "sustentabilidade". Mas como nenhum desses pontos toca de fato nas feridas de um sistema eleitoral falido, soa também superficial, o que subtrai do novo partido substância para se apresentar como fator de real inovação. “ (grifo nosso)
Saiu do PT e do governo Lula por preferir "perder o pescoço a perder o juízo". Concorreu em 2010 pelo PV, conseguiu 20 milhões de votos, mas não teve uma boa experiência partidária: retirou-se para não se submeter às normas do pragmatismo dos donos do feudo "verde", em nada diferentes dos caciques das demais legendas.
Até aí, ponto para ela. É preciso mesmo dar uma sacudida nos meios e modos de se fazer política no Brasil. É necessário ousadia; uma boa dose de rebeldia não faz mal a ninguém nesse cenário de conformismo e está mais do que na hora de aparecer alguém disposto a nadar contra a corrente, falando a linguagem da inovação.
A questão é que o conjunto de boas intenções precisa também fazer sentido, estabelecer alguns acertos com os dados de realidade para não correr o risco de se circunscrever ao mundo das boas ideias carentes de condições objetivas para se materializar.
E aí começam os problemas da ex-senadora, com declarada intenção de reunir "sonháticos" para abrir um espaço de participação de atuação que integre a sociedade à atividade política e permita a "participação direta do cidadão".
A não ser que da reunião de ontem tenha saído uma proposta clara de condução de um processo de mudança mediante métodos exequíveis, o que se tem até agora é um conjunto de sugestões triviais sem grandes efeitos práticos.
Não se trata de defender que o novo partido siga as normas do pragmatismo exacerbado adotado pelo ex-prefeito Gilberto Kassab na criação do PSD: um partido aberto a quaisquer tipos de alianças, as mais díspares, disponível a ofertas e demandas para o que der e vier.
Para falar apenas das legendas mais recentes, do "oito" representado pelo PSD na escala de extremos, o partido de Marina Silva vai ao "oitenta", sem por enquanto se apresentar como um meio-termo entre o pragmatismo rasteiro e o idealismo utópico que tanto afastam política e sociedade.
As dificuldades do novo partido se expressam na resistência dos políticos a aderir. Por enquanto há muita solidariedade e pouca disposição de embarcar nessa canoa.
Para início de conversa, há a atmosfera de personalismo. A ex-senadora passou os últimos dois anos sem fazer gestos efetivos para agregar aliados e trabalhar de fato para alterar a correlação de forças políticas vigente.
Transitou como quem o faz do patamar dos que se colocam acima do bem e do mal e agora lança um partido com o propósito de sustentar uma candidatura. Isso cria insegurança nos políticos que dependem de visibilidade e espaço.
O mais fácil na trajetória da nova legenda, que já rejeita a denominação de "partido", parece ser a coleta das 500 mil assinaturas exigidas pela Justiça Eleitoral, justamente porque a ideia genérica do "algo novo" é atraente.
O mais difícil será tirar a ideia do papel. Os simpatizantes consideram excêntricas exigências como a limitação de 16 anos de mandato para parlamentares e realização de plebiscito daqui a 20 anos para decidir pela extinção ou continuidade da agremiação.
A reserva de 30% de vagas para candidaturas avulsas não pode ser considerada inusitada, mas no momento é ilegal: só existe na legislação brasileira a figura do candidato com filiação partidária. Daí a decisão da Justiça de que os mandatos pertencem aos partidos.
Tudo isso soa bonito, assim como a proibição de doações de empresas não comprometidas com a "sustentabilidade". Mas como nenhum desses pontos toca de fato nas feridas de um sistema eleitoral falido, soa também superficial, o que subtrai do novo partido substância para se apresentar como fator de real inovação. “ (grifo nosso)
5 comentários:
A ex-senadora Marina Silva tem todas as condições morais e eleitorais para a montagem de+ um partido político.Mas a sua primeira declaração foi infeliz: “não será um partido de oposição e nem da situação, nem a favor e nem contra a presidenta Dilma...”
- Perdão, caríssima Marina Silva, mas esse espaço – do nem contra nem a favor! – já foi ocupado pelo partido PSD do Kassab (leia-se “Serra”). E não dá para comparar a sua história política com a do Gilberto Kassab, pela madrugada!!!
Torço para que tenha sucesso na formação de seu partido e que ele possa ser “um novo caminho”... Mas deixo a CERTEZA de que somente através da REFORMAPOLÍTICA poderá o Brasil seguir para sua democracia auto-sustentável!
E REFORMA POLÍTICA terá que ser feita pela sociedade organizada, através de uma
CONSTITUTINTE SOBERANA!!
CHEGA DE DEMOCRACIA MEIA-SOLA!!!
Partido Político tem que ter linha político-filosófica.Tem que ter Planos de Governo. Tem que ter linha política clara.
Ora, a Dona Marina tem que se decidir: ou está com a presidenta Dilma e então deve entrar em um partido da base partidária; ou é oposição à atual linha política do governo federal e, então, tem que entrar em um partido da oposição (existe?) ou fundar mais uma sigla por interesse social... Ou não é assim?!?
È simples. Não tem hem.hemhem!!!
(p.gomes@yahoo.com.br)
Eu gosto da Marina Silva e já votei, com prazer, nela. Mas ela tem que evitar “habitar” o espaço ideal dos tucanos: O MURO!
Vamos, MARINA, vamos conquistar um novo Brasil. E isso só com coerência e competência. Se não,vc vai virar um novo Enéas!!! Urgh!!!
(carla.bueno2011@bol.com.br)
Muito oportuno este post, Delmanto. A ex-candidata à presidência da república, Marina Silva é merecedora de nossa confiança, apesar da seqüência de erros que cometeu: saiu do PT (então o partido deixou de representar o que antes representava...) e entrou no PV (conscientemente ou apenas para ser candidata, afinal o seu presidente oligarca chamado de “Muamar Pena” já era presidente antes e continuou depois, o mesmo se dizendo do líder Sarney Filho...) e agora está criando a “REDE de SUSTENTABILIDADE”... O nome é bonito... Será que vai funcionar SEM uma Reforma Política?!?
O Brasil está doente. É URGENTE uma reforma política e Marina Silva nos apresenta mais um partido político: já temos 30 partidos políticos... O “remédio” para o Brasil doente é uma CONSTITUINTE que viabilize as reformas necessárias, principalmente a REFORMA POLÍTICA!
O cientista político Celso Melo fez algumas considerações sobre esse ato de Marina Silva no jornal “O Estado de S. Paulo”:
“À parte a empolgação que cerca ocasiões do tipo, cabe discutir se o País precisa de um novo partido. Se, nesse novo partido, Marina terá viabilidade e qual será o seu papel na eleição presidencial. Por fim, que perspectivas teremos com eles, Marina e a Rede.
Num sistema político que ficou arcaíco, de disputas desgastantes e ações redundantes tudo parece resultar numa mesmice modorrenta...”
Esperamos que ela esteja certa e que essa movimentação sirva para que a sociedade civil se organize para uma CONSTITUINTE!
Boa sorte!
(luisroberto-souza@yahoo.com.br)
Sinceridade????
Pois eu sempre achei que a Marina Silva sempre esteve a serviço do Lula. Foi Ministra do Lula por longos anos...demorou para se decepcionar, heim? Saindo candidata, ela só pegou os votos dos que não votariam na Dilma, ou seja, se ela não fosse candidata, esses votos iriam para oposição e a Dilma NÃO se elegeria...
Agora, o papel é o MESMO!
Dividir a oposição, tirar votos que poderiam ir para o moço “festivo” chamado Aécio e, mais uma vez, dar a vitória para a Dilma ou para o candidato do Lula ou para o próprio Lula...
Essa Marina... Depois de longos anos como ministra do Lula e às vésperas dos prazos fatais,sai candidata por um partido nanico e inviável...
Acho que tô com cara de trouxa... Eu e o Brasilzão!!!!
(pinto.rodolfo28@yahoo.com.br)
Postar um comentário