“HEROÍNA DE DOIS MUNDOS”
DIA INTERNACIONAL DA MULHER – 8 DE MARÇO!
Há mais de 150 Anos, ANITA GARIBALDI encanta o imaginário popular. Na Itália ou na América do Sul, essa “HEROÍNA DE DOIS MUNDOS”, é tema de poesias, romances, novelas e filmes, além de dar nome a ruas, monumentos e cidades. Assim, nada mais justo que homenageá-la no DIA INTERNACIONAL DA MULHER – 08 DE MARÇO! Nada melhor do que buscar as origens desta mulher corajosa, guerreira, feminina e brasileira!
GUERRA DOS FARRAPOS
Anita uniu-se ao revolucionário exilado e herói italiano, Giuseppe Garibaldi. Garibaldi viera para o Brasil (1837) para ajudar a criação da República Rio-Grandense e ao tomar a cidade portuária de Laguna, transformando-a na primeira capital da República Juliana, veio a conhecer Anita. Daí para a frente, só a morte os separou...
Apaixonada por Garibaldi e encantada com os seus ideais democráticos e liberais, Anita aprende a lutar com espadas e a manejar com competência as armas de fogo. Surgia, aos poucos, a guerreira corajosa que acompanharia o esposo em todos os combates.
A grande fuga
“Durante a Batalha de Curitibanos, o casal se separa, inadvertidamente, e Anita é capturada pelo exército imperial. Presa, os oficiais a informam de que Garibaldi morreu. Anita, que estava grávida, pede então que a deixem procurar o corpo de seu companheiro entre os mortos. Sem encontrá-lo, e suspeitando que estivesse vivo, ela se aproveita de um descuido dos soldados, salta sobre um cavalo e foge em meio aos disparos de seus perseguidores. Poucos quilômetros depois, depara-se com o rio Canoas e, sem hesitar, lança-se nas águas. A perseguição cessa, pois os soldados acreditam que ela esteja morta. Mas Anita passa à outra margem e vaga durante quatro dias pela mata, sem comer ou beber. Finalmente, reencontra os rebeldes e, na cidade de Vacaria, une-se novamente a Garibaldi. Poucos meses depois nasceria o primeiro filho dos quatro que tiveram.
Posteriormente, em 1841, Anita e Garibaldi seguiram para Montevidéu. A cidade estava sitiada pelas forças do argentino Juan Manuel de Rosas, que apoiava Manuel Oribe contra o ditador Fructuoso Rivera. O casal luta ao lado de Oribe. O sítio durou cerca de nove anos, ao fim dos quais Rivera foi derrotado na batalha de Arroyo Grande”.
Posteriormente, em 1841, Anita e Garibaldi seguiram para Montevidéu. A cidade estava sitiada pelas forças do argentino Juan Manuel de Rosas, que apoiava Manuel Oribe contra o ditador Fructuoso Rivera. O casal luta ao lado de Oribe. O sítio durou cerca de nove anos, ao fim dos quais Rivera foi derrotado na batalha de Arroyo Grande”.
Batalha de Gianicolo
“Anita e Garibaldi casaram-se em 26 de março de 1842, na paróquia de San Bernardino. Em 1847, Garibaldi enviou Anita à Itália, como sua embaixadora, a fim de preparar o terreno para o grande retorno de seu marido, que, acompanhado de um exército de mil homens, pretendia desembarcar na Itália para lutar na primeira guerra da independência italiana, contra a Áustria.
Depois da chegada de Garibaldi, eles seguem para Roma, onde se proclama a República Romana. A cidade, contudo, é atacada por tropas franco-austríacas, e Anita, grávida do quinto filho, luta ao lado de Garibaldi na batalha de Gianicolo. Obrigados a bater em retirada, o casal foge acompanhado de um exército de quase quatro mil soldados. São perseguidos, contudo, por forças francesas, napolitanas e espanholas.
Durante a fuga, quando chegam a San Marino, que também havia se libertado dos austríacos, Garibaldi e Anita não aceitam o salvo-conduto oferecido pelo embaixador norte-americano e decidem prosseguir na fuga. Anita, entretanto, contrai febre tifóide e não resiste. Falece na fazenda Guiccioli, perto de Ravenna, em 4 de agosto de 1849.
Obrigado a fugir para o exílio, que duraria dez anos, Garibaldi sequer pôde acompanhar o funeral da esposa.
Chamada de Heroína dos Dois Mundos, Anita está enterrada na colina de Gianicolo, em Roma, onde ambos são homenageados com estátuas eqüestres”
Depois da chegada de Garibaldi, eles seguem para Roma, onde se proclama a República Romana. A cidade, contudo, é atacada por tropas franco-austríacas, e Anita, grávida do quinto filho, luta ao lado de Garibaldi na batalha de Gianicolo. Obrigados a bater em retirada, o casal foge acompanhado de um exército de quase quatro mil soldados. São perseguidos, contudo, por forças francesas, napolitanas e espanholas.
Durante a fuga, quando chegam a San Marino, que também havia se libertado dos austríacos, Garibaldi e Anita não aceitam o salvo-conduto oferecido pelo embaixador norte-americano e decidem prosseguir na fuga. Anita, entretanto, contrai febre tifóide e não resiste. Falece na fazenda Guiccioli, perto de Ravenna, em 4 de agosto de 1849.
Obrigado a fugir para o exílio, que duraria dez anos, Garibaldi sequer pôde acompanhar o funeral da esposa.
Chamada de Heroína dos Dois Mundos, Anita está enterrada na colina de Gianicolo, em Roma, onde ambos são homenageados com estátuas eqüestres”
(Fonte: Enciclopédia Mirador Internacional)
Giuseppe Garibaldi representa, com seu idealismo e com o papel histórico que desempenhou, um personagem grato aos brasileiros, uruguaios, argentinos, e sobretudo aos italianos, seus conterrâneos, que tiveram em sua límpida espada a simbologia da unificação da Itália.
COLINA DE GIANICOLO
Neste local, onde descortina-se uma bela paisagem do centro da capital italiana, travou-se uma das mais heróicas batalhas pela instauração da República em Roma. Garibaldi manteve o ponto estratégico com apenas 15 mil soldados, contra 65 mil dos inimigos franceses. Registrou-se ali um dos mais sangrentos combates do longo período pela implantação da República. É conhecido oficialmente como "Passegiata del Gianicolo".
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“A localização privilegiada já indica o carinho que os italianos dedicam há anos a Anita Garibaldi. Está no Gianícolo, numa das Sete Colinas de Roma, na Piazza Anita Garibaldi, a 100 metros de um gigantesco pedestal construído em cimento que abriga a legendária figura de Giuseppe Garibaldi.”(idem)
A TRAJETÓRIA DE GIUSEPPE GARIBALDI
A figura carismática de Giuseppe Garibaldi sempre esteve ligada à presença forte de Anita Garibaldi. Na retirada da Laguna, extenuado e abatido, Garibaldi não se deixou vencer pelo pessimismo. Com uma reação típica de sua bravura, o grande guerreiro deixou expressa a importância de Anita em sua vida:
“ À testa de alguns homens, resto de tantos combatentes que tinham, com justa razão, merecido o título de bravos, eu ia a cavalo. Orgulhoso do vivos, orgulhoso dos mortos... Ao meu lado, a mulher digna de toda a admiração. Que me importava, pois, não possuir senão o que tinha comigo? Que me importava servir uma República pobre, que não pagava ninguém e da qual, ainda que fosse rica, eu não teria aceitado coisa alguma?”
É muito importante relembrarmos que Giuseppe Garibaldi sempre participara das lutas políticas pela unificação da Itália. Pertenceu à “Jovem Itália”, uma sociedade secreta fundada (1831) por Giuseppe Mazzini, que se notabilizou em procurar atrair para a causa da unificação italiana a presença de expressivos segmentos da sociedade. Perseguido e exilado político, Garibaldi participou de lutas no Uruguai e no Brasil (Guerra dos Farrapos).
Foi o mais longo movimento de contestação ao Poder Central: era contra os abusivos impostos imperiais e contra as restrições à liberdade. Durou dez anos essa guerra (1835/1845). Os revoltosos contaram com o apoio dos camponeses e com o apoio da sociedade maçônica, sob o comando do Coronel Bento Gonçalves e contou com a experiência revolucionária de Giuseppe Garibaldi. No ano de 1845 foi selado um acordo entre os revolucionários e o Poder Central (Barão de Caxias, futuro Duque, foi o responsável pelo final feliz).
Os soldados rebeldes foram anistiados e incorporados ao Exército Nacional; os escravos que participaram do movimento foram alforriados; e os estancieiros foram anistiados e tiveram reconhecidas as suas lideranças na região. Segundo Érico Veríssimo, a Guerra dos Farrapos terminava “com honra para os dois lados”
AS HOMENAGENS NO BRASIL
Essa “HEROÍNA DE DOIS MUNDO”, é tema de poesias, romances, novelas e filmes, além de dar nome a ruas, monumentos e cidades. A genialidade do famoso Joãozinho Trinta , levou para a maior festa popular brasileira – o Carnaval! – a história da “Heroína de Dois Mundos”, pela Escola de Samba Viradouro. A homenagem destacou a sua vida e a sua dedicação na luta pela liberdade empreendida por seu companheiro Giuseppe Garibaldi, no Uruguai, no Brasil e na Itália!
A atriz Giovanna Antonelli no papel de Anita Garibaldi
Em Laguna, tem o Museu Anita Garibaldi. Praças e ruas levam seu nome por todo o Brasil e pela Lei nº 730, de 17 de junho de 1961, o Governador do Estado de Santa Catarina, CELSO RAMOS, assinou a criação do município de ANITA GARIBALDI. Essa homenagem traduz o carinho e admiração que os catarinenses prestam a grande figura da ilustre mulher, nascida Ana Maria de Jesus Ribeiro e famosa no Brasil e no mundo com o nome de Anita Garibaldi.
E, hoje, nas comemorações do DIA INTERNACIONAL DA MULHER, nada mais oportuno do que lembrarmos dessa brasileira ilustre e pioneira na emancipação feminina: ANITA GARIBALDI!!!
12 comentários:
A rede Globo fez uma mini-série de grande sucesso no mundo inteiro. As “SETE MULHERES”, onde dá destaque para as figuras apaixonantes de Giuseppe e Anita Garibaldi, interpretados por Thiago Lacerda e Giovanna Antonelli. A interpretação dos dois foi sob medida e mostrou toda a grandeza daquele amor e a parceria corajosa e revolucionária dos dois. Foi inesquecível! (ludmila.cunha@yahoo.com.br)
Aurelio disse...
Amigo Delmanto, muito bom postar uma história dessas e ver que a luta as vezes é a única saída, Anita, minha conterrânea, que dá o nome da cidade onde nasci, Anitápolis, foi uma das poucas ou senão a única a pegar em armas partindo para o combate em nome de um ideal!
Parabéns a todas as mulheres nesse dia que é delas e a você pelo ótimo post!
Grande abraço meu amigo!!!
Muito interessante descobrir nas entrelinhas da história de países e de pessoas, a importância que as sociedades secretas exerceram com uma atuação efetiva e objetiva. Em nosso país a Abolição dos Escravos, a Independência de Portugal, a educação, orientação e formação de Dom Pedro II, a Proclamação da República, a Revolução de 1930, a Revolução Constitucionalista de 1932, a Constituinte de 1933/34 e as Constituintes Estaduais de 1934, sempre se admirava a coerência e a firmeza dessas sociedades secretas. E, na história da Unificação Italiana, mais uma vez, a presença dessas sociedades. No processo de unificação do país, com a sociedade “Jovem Itália”, sob o comando de Mazzini, conquistava os jovens italianos e, especialmente, os camponeses e os operários. Vejam quanto era avançada a sociedade e amplo os seus objetivos. E a atuação de Giuseppe Garibaldi, no Brasil, apoiando Bento Gonçalves, líder maçon, contra a política extorsiva do Império em relação aos proprietários e fazendeiros do sul do Brasil. Foi a mais longa guerra civil que tivemos e acabou com o poder imperial aceitando grande parte das reivindicações dos sulistas da Guerra dos Farrapos. A história sempre nos ensina. Seria bom que essas sociedades secretas voltassem a cuidar da nossa cidadania e impedissem tantos malfeitos que a classe política vem fazendo perante uma Nação paralisada e sem rumo.(bastosgustavo@yahoo.com.br)
O consagrado escritor Alexandre Dumas, em 1860, imortalizou a imagem desse herói em seu livro “Memórias de Garibaldi”, baseada no relato do diário do grande guerreiro. Nesse trabalho, Alexandre Dumas retrata com emoção a figura de Anita Garibaldi, mostrando sua importância como musa e companheira do grande herói dos dois continentes...(haroldo.leao@hotmail.com)
Delmanto, essa história de Giuseppe e Anita Garibaldi parece história inventada. É tudo muito lindo e envolvente. Fui pesquisar... Soube, por testemunhos dos revolucionários, que foi amor à primeira vista. No dia 20 de abril, Anita decide seguir Giuseppe subindo a bordo de seu navio. E nessa viagem, Anita teve a sua primeira prova de fogo, quando o navio foi atacado por tropas imperiais em Imbituba e depois na chamada batalha naval de Laguna. Que mulher corajosa e forte. Ela é a melhor lembrança emblemática para a comemoração do Dia Internacional da Mulher!!! Naquele tempo... Que belo exemplo feminino de bravura! (carla.bueno2011@bol.com.br)
Nas comemorações do DIA INTERNACIONAL DA MULHER – 8 DE MARÇO! - , nada melhor do que lembrarmos de uma MULHER, heroína revolucionária, pioneira, carismática e que, por sua luta pela democracia e pela liberdade, ficou famosa no Brasil e no Exterior! Ela é ANITA GARIBALDI!
Tudo aconteceu à partir de 1839! Em 1839!!! Quando essa guerreira participou e teve destaque na GUERRA DOS FARRAPOS, ao lado de seu marido, o herói italiano GIUSEPPE GARIBALDI! Depois lutou pela liberdade no Uruguai e, finalmente, na UNIFICAÇÃO DA ITÁLIA!
Aqui no Brasil, o voto da mulher e o voto secreto passaram a ser pregados pelo político e jurista Assis Brasil – quase um século depois! - que percorreu o Brasil na companhia dos estudantes de Direito do Largo de São Francisco (USP) que pertenciam ao Partido da Mocidade (depois, Partido Democrático).
Eles percorreram o Brasil de 1927 até a Revolução de 1930. O voto feminino e o voto secreto ERAM compromissos da Revolução de 30. Mas Getúlio Vargas depois de assumir o Poder, passou a protelar as coisas e seu governo que era provisório passou a ser PROVISÓRIO por muito tempo! Só depois da REVOLUÇÃO CONSTITUCIONALISTA de 1932 é que as coisas passaram a acontecer. Na ASSEMBLÉIA NACIONAL CONSTITUINTE de 1933/34 é que foram aprovados os votos secreto e feminino, mesmo tendo Getúlio, diante da pressão nacional, promulgado em 1932, o Código Eleitoral, baseado no livro “Democracia Representativa” (1893), do jurista Assis Brasil.
Não foi “presentinho” do Ditador Getúlio Vargas, foi fruto de muita luta e muita coragem dos paulistas, quando muitos perderam a vida pela volta do país ao Estado de Direito, com uma Constituição Democrática e moderna. Então, ANITA GARIBALDI representa não só a HEROÍNA DE DOIS MUNDOS, mas, com muito orgulho, representa a MULHER BRASILEIRA a mostrar a sua bravura e idealismo numa época em que nada era permitido à mulher, apenas a subserviência. É REGISTRO HISTÓRICO.
É uma história muito bonita, de "amores e guerras". Apaixonante e muito bem contada em "A Casa das Sete Mulheres", com direção de Jaime Monjardim. Parabéns pela homenagem Armando, um abraço.
Patricia Delmanto.
Joana Sant'Iago (Facebook): compartilhou sua foto.
Homenagem ao Dia da Mulher.
Ótima oportunidade de relembrar fatos históricos, muitas vezes já esquecidos.
Bom dia! Seja Feliz.
Eunice Lima (Facebook): Parabéns mais uma vez Armando por nos fazer lembrar desses fatos históricos e dessa mulher guerreira.
Ana Maria Nogueira Pinto Quintanilha (Facebook): Armandinho, mais uma vez você acertou na mosca! Parabéns!
Joana Sant'Iago (Facebook): gostei muito. Você como sempre, oferece a oportunidade da gente rever fatos que ficaram lá atrás, quase esquecidos. Obrigada !
Armando, obrigada!!!!!
Forte abraço à Beth .
E à sua mãezinha - brava mulher que já está em plano superior ao nosso - "um beijo de Jesus pelos lábios de Maria!"
Compareça aos nossos eventos da ABL! Estamos tão poucos... , muitos estão nos deixando... a vida é tão curta e tão rápida....estamos com saudade sua!
ABs
CS (Carmem Silvia Martin Guimarães da ABL)
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