março 01, 2011

REFORMA POLÍTICA DO PT...

É preciso começar pelo começo. É preciso ter a real dimensão e gravidade da politicagem que a classe dominante brasileira faz para poder manter o povo alienado, descrente e explorado politicamente.

É preciso, também, que sejamos sinceros e objetivos: se a vanguarda da sociedade, se o núcleo pensante da intelligentzia brasileira, ou seja, da ELITE BRASILEIRA se posicionasse e mobilizasse a população seria IMPOSSÍVEL que o país continuasse nessa alienação social e calhordice política !

E para que os apressadinhos de sempre não torçam o nariz para a simples citação da palavra elite vamos, mais uma vez, buscar o ensinamento perene de Fernando Henrique Cardoso, o sociólogo, não o presidente: de que elite é a vanguarda, é o que há de melhor na sociedade, por exemplo, o melhor do futebol é o Pelé, o melhor líder sindical foi o Lula, o melhor jogador de basquete foi o Oscar Schmidt, o melhor empresário é o Antonio Ermírio, o melhor da Medicina é o Adib Jatene, o grande jurista foi Rui Barbosa, etc.

E que fique claro o óbvio: os núcleos pensantes da sociedade, a vanguarda da intelligentzia brasileira são os seus centros universitários, a imprensa independente, os jornalistas com colunas ou blogs, os cientistas sociais, as lojas maçônicas, os clubes de serviço (Rotary, Lions), a OAB, a CNBB, a ABI, as Academias de Letras de todo o país, os órgãos representativos dos profissionais liberais e tantas outras entidades representativas e com destaque junto às comunidades às quais prestam serviços.

Enfim, é preciso que os cidadãos prestantes retomem o comando de seus próprios destinos e do destino da Pátria numa cruzada cívica a favor da construção da Democracia e do desenvolvimento sustentável e moderno da Nação Brasileira.
E é exatamente isso: a vanguarda, o núcleo pensante da intelligentzia brasileira que deverá, sob o comando de sua ELITE, partir para a mobilização popular para essa grande missão: A Constituinte!

O perigo está crescendo. Ele está em Brasília, no Congresso Nacional. Urge a união dos cidadãos prestantes para que se afaste de vez essa farsa de Reforma Política que a figura folclórica do presidente do Senado Federal, José Sarney, está “montando” para o Governo Federal... A tão esperada Reforma Política corre um sério risco de ser transformada na “reforma política do PT” ... com vida curta e credibilidade zero, sob os auspícios daquele fiel “companheiro” que acompanhou Lula até São Bernardo!!!

Sarney X Lula/leia aqui

A experiente jornalista Dora Kramer, em sua coluna no “Estadão” (27/02/2011), destaca essa preocupação com o embuste político que está sendo armado em Brasília: “...Assim vamos de novo entrando na discussão sobre reforma política em situação de desequilíbrio total: os políticos sabendo demais e a população sabendo de menos.
Se os especialistas no tema se dedicassem a esmiuçar cada ponto, tudo muito explicado, detalhado com prós e contras, o cidadão então bem informado poderia fazer suas escolhas, cobrar e se manifestar, com conhecimento de causa, sobre o que acha certo ou errado
Utópica a sugestão? Não, apenas lógica, mas sem a menor chance de ser aceita pela óbvia evidência de que à ampla maioria do Congresso não interessa saber o que pensa a sociedade muito menos contribuir para a educação política do público. Pois sabemos como é: na falta de informação prevalece a manipulação...” (os destaques em negrito são nossos).

Então, é preciso que se coloque o “dedo na ferida” e se aponte, como exemplo negativo, a atuação de um colunista de jornal e titulado como consultor político, etc. Ora, se um cidadão, com coluna no “Estadão” e em sendo professor titular da USP, como é o senhor Gaudêncio Torquato e faz as seguintes afirmações: “...Nesse caso, o distrito seria o próprio Estado (distritão), diferente da proposta anterior, de repartir o ente federativo em unidades distritais em conformidade com suas densidades eleitorais.
Entre as duas propostas, qual a mais condizente com o preceito constitucional? O “distritão” parece mais afinado à letra normativa. O Estado como distrito e circunscrição eleitoral, nos termos propostos por Temer, se ajusta melhor ao modelo de representação do povo brasileiro, esteja ele em São Paulo ou no Acre. Já a concepção do “distritinho”, nos termos apregoados por Alckmin, aponta para a identificação do parlamentar com a localidade, a espacialidade, características próximas da representação senatorial. O Senador é a voz do Estado no Parlamento. Ademais, o poder econômico é mais forte em regiões restritas. É aí que predomina a força dos cabos eleitorais. É aí que se flagra o “voto de cabresto”, diferente do voto de opinião, racional e crítico, que emerge no seio dos conjuntos mais avançados politicamente...”

Podem parar!!! Esse senhor define o voto distrital como “distritinho” e o voto majoritário no Estado é o “distritão”. Se existisse pecado para afirmações políticas essa afirmação seria um PECADO CAPITAL! E mais: sem pejo, esse ilustre senhor afirma EXATAMENTE O CONTRÁRIO da realidade, ou seja, “...o poder econômico é mais forte em regiões restritas...” Tá bom então, o poder econômico é mais forte e tem mais resultado em um distrito DO QUE em uma campanha no ESTADO TODO!!! E o eleitor tem melhores condições de acompanhar e analisar o trabalho de seu Deputado caso este dependa de todos os votos espalhados pelo Estado do que se esse mesmo Deputado estiver ao alcance do exercício da cidadania, em um determinado Distrito Eleitoral, pelo eleitor que lhe deu o voto e acompanha seu trabalho, sabe onde ele mora, onde estão seus amigos e onde construiu sua vida política...É risível se não fosse trágico!!!

Todo mundo é livre para expor as suas idéias, mas não me venha posando de acadêmico e consultor fazer afirmações, no mínimo, passíveis de muita, muita e muita discussão. É como diria aquele saudoso comediante: “Há controvérsias...”

Nem se o artigo desse senhor, “Distritinho e distritão” (“Estadão”, de 27/02/2011), fosse um parecer para o próprio Vice-Presidente Michel Temer...

Pela madrugada...

Repetindo as palavras certas de Dora Kramer, acima citadas:”...Se os especialistas no tema se dedicassem a esmiuçar cada ponto, tudo muito explicado, detalhado com prós e contras, o cidadão então bem informado poderia fazer suas escolhas, cobrar e se manifestar, com conhecimento de causa, sobre o que acha certo ou errado...”

Portanto, a bandeira das oposições é a CONSTITUINTE !
E o povo só estará organizado, pronto, para uma Constituinte, quando os líderes da oposição se mobilizarem nesse sentido.

Constituinte/importante/leia aqui

Pois só o povo pode eleger as suas prioridades e NÃO os atuais parlamentares que estão encastelados em Brasília – a Ilha da Fantasia... É preciso eleger as prioridades e, entre elas, é preciso ficar claro que com o atual sistema político vigente é IMPOSSÍVEL o pleno exercício da democracia: partidos de fachada, verdadeiros “balcões de negócios”; desproporcional representatividade dos Estados Federados; Regime Presidencialista, no qual cada novo Presidente da República é um novo REIZINHO a mandar mais que os antigos Soberanos (não se aboliu a Monarquia para que os despreparados de toda espécie, de sociólogo a líder sindicalista, exercessem um Poder quase que ABSOLUTO!); o voto sendo obrigatório enseja a corrupção da parte dos maus brasileiros; o voto sendo proporcional impede o acompanhamento da atuação dos representantes eleitos; e muito, muito mais pontos negativos...

Atenção!! Cuidado com a “reforma política do PT”! Cuidado com a claque organizada para aplaudir esse embuste político!!!

3 comentários:

Anônimo disse...

Isso é verdade verdadeira. Esse Gaudêncio Torquato é muito conhecido como marqueteiro de campanhas políticas, coisa grande. E quando o homem do bigode, o Sarney, foi presidente em substituição ao Tancredo Neves que morreu, esse Torquato foi trabalhar no Governo do Sarney. É amizade antiga, o que se poderia esperar... Etâ nóis...
(danilo-gomes40@live.com)

Anônimo disse...

Como está não pode ficar, mas nem tanto ao céu e nem tanto à terra. O VOTO DISTRITAL MISTO será, com certeza, um passo certo rumo à modernização de nosso sistema político. O jornalista Torquato propõe a continuidade do que aí está. Tô fora! Se sair essa reforminha do Sarney ela não vai durar muito, aliás tudo o que esse “Coronel Jurássico” faz não dura muito, nem o grande Memorial que ele fez no Maranhão de exaltação a si próprio durou...O homem é pé frio. Fez o Plano Cruzado e o país quase foi à bancarrota. Foi Senador pelo Maranhão, onde mantém o Estado sob a tutela do atraso, mas só conseguiu continuar no Senado porque se elegeu pelo Estado do Amapá, recém criado à época, numa gigantesca maracutaia. Esse homem é nó. O Lula que se cuide...
(bastosgustavo32@yahoo.com.br)

Anônimo disse...

É o chamado “voto municipalista” porque passa a dar, ao eleitor, um controle direto do candidato que recebeu o seu voto. É o “Deputado-Vereador”, que nós podemos acompanhar o desempenho, se trabalha direito, se depois de eleito continua a atender os seus eleitores; nós sabemos onde ele mora, sabemos onde estudam os seus filhos, conhecemos seus parentes, às vezes o encontramos na missa de domingo. Enfim, é alguém que representa a nossa gente, o nosso município, a nossa região. E podemos cobrar o seu desempenho e, caso não funcione, não conseguirá mais se eleger. Isso é Democracia Representativa. É o que eu quero.
(ludmila.cunha@yahoo.com.br)

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