O povo paulista precisa sempre ter na lembrança os governantes que se dedicaram à Educação e ao Desenvolvimento do Estado. E entre esses – com destaque! – está a presença marcante do Engº Armando de Salles Oliveira. Governou o Estado de São Paulo no período mais difícil de sua história (1933/1937), após a Revolução Constitucionalista de 1932, da qual participou ativamente.
Formando pela Escola Politécnica da USP, Armando Salles casou-se com Raquel, filha do jornalista e proprietário do jornal “O ESTADO DE SÃO PAULO”, Julio Cesar de Mesquita. Com positiva atuação no meio empresarial e como profissional com especialização na Sorbonne, Armando dirigiu a construção de várias Usinas Hidroelétricas no estado, tendo sido dirigente de algumas empresas de energia. Como empresário idealizou e fundou o IDORT – Instituto de Organização Racional do Trabalho, do qual foi o primeiro presidente. Realizou inúmeros empreendimentos em sociedade com seu sogro, Júlio de Mesquita e, depois do seu falecimento, assumiu a presidência do prestigioso jornal “O Estado de São Paulo”.
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Após a Revolução Constitucionalista de 1932, Getúlio Vargas procurou acordo com os revolucionários paulistas objetivando apaziguar a Nação. Assim, Armando de Salles Oliveira foi indicado como Interventor no Governo Paulista, com a promessa da realização de uma CONSTITUINTE para repor o país ao Estado de Direito, além de uma anistia aos combatentes de 32 que estavam exilados e de plena autonomia aos estados federados. No ano de 1935, Armando de Salles Oliveira foi eleito Governador do Estado de São Paulo.
Realizou verdadeira revolução através da educação, criando 1.000 Escolas em 1935 e 1.000 Escolas em 1936. O povo paulista nunca mais seria o mesmo. Completando essa obra magnífica, criou a USP – Universidade de São Paulo (1934). O Governo Federal já havia criado, em 1920 a Universidade Federal do Rio de Janeiro, mas tudo tinha ficado só no papel. A USP foi a primeira universidade do Brasil que à época era um dos únicos países das Américas sem universidade.
Armando Salles contratou uma equipe de professores universitários europeus (da Itália, da França, da Alemanha e Suécia) que revolucionaram o ensino superior no Brasil. Os nomes de Paul Bastide e Levy Straus são pontuais na história acadêmica brasileira. Especialmente Paul Bastide que formou brilhantes sociólogos na FFCL, como Florestan Fernandes, Octávio Ianni, Oliveiros S. Ferreira e Fernando Henrique Cardoso. Hoje, o campus central da USP leva seu nome: “Cidade Universitária “Dr. Armando de Salles Oliveira”, sendo que sua estátua ornamenta o acesso ao campus universitário.
Monumento na Cidade Universitária da USP/veja aqui
Procurando registrar a fibra e o caráter dos paulistas encomendou do famoso escultor italiano Victor Brecheret, o “Monumento das Bandeiras”. Essa gravação em pedra da energia épica e gloriosa dos Bandeirantes que ampliaram e consolidaram as fronteiras do país e a formação da nacionalidade, está situada na Praça “Armando de Salles Oliveira”, no Ibirapuera, defronte à Assembléia Legislativa de São Paulo.
Em 1937, Getúlio Vargas deu o Golpe de Estado e implantou a Ditadura do Estado Novo. Após 8 anos no exílio, Armando de Salles Oliveira faleceu em São Paulo, em 17/05/1945, um mês após seu retorno do exílio.
Armando de Salles Oliveira foi um grande Estadista Paulista!
7 comentários:
quer uma auto-inconfidência??? sou uma adoradora do 'deixa que eu empurro' de victor brecheret ... pra sempre!!! além de fascinada por aqueles tempos desbravadores dos bandeirantes.
estou revendo 'a muralha' e não posso imaginar melhor homenagem, ou melhor local praquele monumento, do que aquele naquela praça.
tietagem à parte, enfim, a modernidade permeia a atuação do armando de salles oliveira na história do brasil e, ainda bem!!! na história dos paulistas.
é isso.
A história política do Brasil estava esperando por uma releitura que não tivesse o “texto pronto” dos escribas do DIP (Departamento de Imprensa e Propaganda do Estado Novo) e nem a versão dos remanescentes do antigo PRP – Partido Republicano Paulista, derrotados pela Revolução de 1930, mas com os quais Getúlio Vargas se aliou, em 1937, ao implantar o regime ditatorial do Estado Novo, domesticar São Paulo e estancar a marcha da construção da Democracia no Brasil. O Ditador queimou as Bandeiras dos Estados e implantou o centralismo autoritário e facista. Nesse período, a grande liderança de São Paulo foi o Governador Armando de Salles Oliveira. Realizou um governo tão moderno, com destaque absoluto para a educação, que passou a ser o modelo para os outros Estados, que vinham a São Paulo conhecer a modernização administrativa do governo e a implantação das Escolas Profissionalizantes (as ETECs de hoje). Com muito prestígio no Brasil todo, Armando Salles desincompatibilizou-se do Governo Estadual para ser candidato à Presidência da República, nas eleições marcadas para janeiro de 1938. Em novembro de 1937, Getúlio Vargas dá o Golpe Militar e implanta o Estado Novo – Ditadura que iria até 1945, humilhando os paulistas e acabando com o exercício da Democracia para os brasileiros.
Esse foi um paulista de raça e coragem! Meu pai foi voluntário na Revolução de 1932 e atuou na região de Tupi Paulista. A Ditadura ganhou na força mas perdeu nos princípios: teve que garantir a Constituinte que nos deu a Constituição Democrática e teve que dar autonomia aos paulistas! Então, nós fomos vencedores. Venceu a Democracia. De 1934 a 1937, o Brasil viveu um regime democrático! Meu pai mandou enquadrar os versos de Guilherme de Almeida:
“Bandeira da minha terra,
Bandeira das treze listas:
São treze lanças de guerra
Cercando o chão dos Paulistas!
.................................................
Bandeira que é nosso espelho!
Bandeira que é nossa pista!
Que traz no topo vermelho,
O coração do Paulista!”
São Paulo precisa de homens como Armando de Salles Oliveira. Como professor faço a minha parte, ensinando aos meus alunos o quanto são importantes na construção da cidadania brasileira!
(danilo-gomes40@live.com)
Como professora do estado, leciono História e sei da importância que teve para os paulistas a Revolução Constitucionalista de 1932. E destaco a importância do MMDC em não nos deixa esquecer a bravura e a coragem dos paulistas no combate à Ditadura e em defesa do direito de cada Estado poder ter autonomia administrativa. E a mobilização foi unânime! As diferenças político-partidárias não impediram a grande mobilização. São Paulo soube compreender o momento cívico que estava vivendo e soube levantar bem alto a Bandeira Paulista. O maior historiador da Revolução de 32 é o escritor Hernâni Donato. É dele a lembrança de uma frase dita por Getúlio Vargas após ir buscar acordo com os revolucionários paulistas e fazer a indicação do Dr Armando de Salles Oliveira para comandar São Paulo: “Quero que compreendam a extensão e o significado deste ato, pois, com este decreto, entrego o governo de São Paulo aos revolucionários de 32”.
E diz com sabedoria Hernâni Donato :”Os paulistas, do fundo da amargura pela rendição, pela derrota, clamaram vitória ao ouvir a certeza das eleições e da constituinte. ISSO QUERÍAMOS, PORTANTO, VENCEMOS!”
Obrigada por esse artigo esclarecedor e por colocar São Paulo no lugar certo da História Paulista. (mariceiaoliveira@yahoo.com.br)
eu ainda não sei se o nome deste destacado empresario jornalista e pilitico paulista é ARMANDO DE SALLES OLIVEIRA OU ARMANDO SALLES DE OLIVEIRA
por favor tirem esta duvida de mim
O nome desse grande Estadista Paulista é ARMANDO DE SALLES OLIVEIRA!
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