Esta visita do presidente dos EUA ao Brasil é emblemática!
O presidente Barack Obama é emblemático!
Notícia de Obama c/ Fotos /leia aqui
Quanta diferença entre os dois países em dois tempos de nossa história: nos anos 60 e na segunda década do século XXI... O mundo, então, estava dividido entre dois países: os Estados Unidos e a União Soviética, era a Guerra Fria entre os dois poderosos gigantes. Nos anos 60, mais precisamente em 10/06/1966, quando ainda nem guerrilha havia e nem a oposição ferrenha ao Regime Militar estava estruturada, eu manifestava a minha posição política nas páginas do “Jornal da Tarde”:
“Certamente, o marechal-presidente sabe do ridículo papel que está assumindo na nossa história política, só comparável ao de Getúlio Vargas. Ele sabe que essa que diz ser a revolução – a irreversível revolução – é uma farsa. Na Revolução Brasileira não há lugar para um A. de Barros, nem para homens como Negrão de Lima e Israel Pinheiro (respectivamente, governadores de São Paulo, Guanabara e Minas Gerais), para citar os mais conhecidos. Nem para Bob Fields (Roberto Campos, poderoso Ministro do Planejamento do 1º Governo Militar, muito atacado como “entreguista” por suas claras posições pró EUA, onde fora embaixador), ou para um Congresso como o atual, e as assembléias atuais. Na Revolução Brasileira, o Exército tem que ter um objetivo e razão de ser – e não ser transformado em motivos de chacotas e fofocas. O Brasil tem que assumir o seu papel de líder e não tornar-se um “yes man...”. É necessário compreender que temos, em primeiro lugar, o Brasil, e fazê-lo assumir o seu papel. “O destino aí está, manifesto: a grandeza territorial impondo-nos a consciência de que somos por obra e graça dos que não acreditaram nos deixa-disso a nação destinada à hegemonia da América Latina...”
A frase final citada é de autoria do prof. Oliveiros S. Ferreira, professor de Política da FFCL/USP e então Diretor de Redação do jornal “O Estado de S. Paulo”.
Revolução Cultural Anos 60 – parte I/leia aqui
Revolução Cultural Anos 60 – parte II/leia aqui
Mas, infelizmente, era inegável a nossa posição subalterna...E indiscutível o poderio dos EUA e de sua política de dominação agressiva. A América Latina era considerada como o “quintal da grande potência norte-americana”... Escrevendo sobre isso parece que estamos no mundo da fantasia e que isso tudo não passa de imaginação fértil de jovem entusiasta! Ainda bem! À juventude de hoje e mesmo aos que ingressaram recentemente na fase adulta, tudo isso parece “conto da carochinha”...
Imaginem o Brasil submisso, imaginem o Brasil um “YES MAN!” Sim, “yes man” era o carimbo político a ser dado aos países que eram submetidos ao poderio e às vontades, quase sempre conflitantes com as suas, dos EUA. A luta contra o “imperialismo norte-americano” marcou história em nosso país. Já a luta contra o “imperialismo soviético”, NÃO, isso era “reserva de mercado” da esquerda engajada do Brasil...
Guerra Fria/leia aqui
Foguetes Soviéticos em Cuba/leia aqui
Muito bem, os tempos são outros, outro é o Brasil e outro é esse irmão da América do Norte. Se nos anos 60 e seguintes a discriminação racial era quase total nos EUA, hoje tudo é muito diferente. Na segunda década do século XXI, o presidente da maior potência mundial é um NEGRO!!!
Hoje, não existe mais a Guerra Fria. O Muro de Berlim passou a ser somente ponto turístico. Os EUA deixaram a prepotência de lado e tem buscado parceiros para o comércio internacional e tem feito da pregação a favor da democracia e contra toda e qualquer dominação ditatorial, uma constante.
Hoje, é um novo e muito importante momento do intercâmbio internacional entre nações amigas que está em curso. Isso desde a campanha vitoriosa de um político negro, que nasceu no Hawai, que morou na Indonésia, criado por sua mãe sem a presença paterna, que estudou nas melhores escolas americanas e que hoje carrega as esperanças e os sonhos de grande parte da Humanidade...
Quem é Barack Obama/leia aqui
Conseguirá realizar essa mudança, essa nova relação inter-pares para sedimentar uma nova e próspera era mundial calcada na fraternidade entre povos e no respeito aos Direitos Humanos?!?
“Yes,we can!” (Sim, nós podemos!)....
Com esse lema ele venceu as eleições nos EUA e encantou o mundo! A mudança ele conseguirá se tiver parceiros (Nações) firmes e dispostos a fazerem, dos povos ainda subjugados, parceiros orgulhosos de suas autonomias políticas e do comando do destino de seus povos.
E essa frase mágica passou a ser marca registrada dos movimentos sociais de libertação no mundo todo. Desde o Egito, Tunísia, Líbia e tantos outros países que estão saindo ou sairão de cruéis DITADURAS!
Egito@Povo Livre/leia aqui
E para contar com a participação firme de Nações amigas é que Barack Obama chega ao Brasil. Com interesses comerciais, sem dúvida alguma. E o Brasil, sem dúvida alguma, com seus interesses comerciais, também. Os EUA tem interesse em nossos minérios, em nosso petróleo (principalmente na estruturação e produção do pré-sal) e em nossos manufaturados. O Brasil tem sofrido com os subsídios do governo norte-americano aos seus produtos agrícolas, inviabilizando, dessa forma, os nossos produtos. O suco de laranja é uma feliz exceção, desde que os produtores brasileiros resolveram as restrições através da compra de fábricas de processamento nos EUA. Mas os demais produtos agrícolas precisam que as taxações americanas sejam ao menos, mais razoáveis. Da mesma forma, a necessidade de visto para entrar nos EUA é um atraso...
Agora, um lugar no Conselho de Segurança da ONU depois da política (chamada “dos trapalhões”) internacional dos 8 últimos anos do Brasil, na contra mão da História Diplomática Brasileira, é um sonho mais difícil, mas não impossível! O Brasil convivendo e prestigiando as mais variadas DITADURAS (de esquerda e de direita) no mundo todo, passando por Cuba, várias na África, inclusive o “irmão Kadafi” da Líbia, a ligação explícita com o Iran, a ligação com o chamado “beiçola de Caracas”, a “chanchada” diplomática em Honduras, e por aí vai... Vamos apagar esse filme da incompetência!!!
E o Brasil, tanto na Monarquia como na República, contou com exemplares representantes que honraram a tradição de paz do país e conseguiram expressivas vitórias diplomáticas, como o Barão do Rio Branco, Joaquim Nabuco, Rui Barbosa, Assis Brasil e tantos outros servidores exemplares!
Alceu de Amoroso Lima (Tristão de Ataíde), in Política & Letras, definiu bem: “Rui Barbosa era o homem cujo sonho mais vivo foi fazer do Brasil, pela força do Direito, potência Mundial; Rio Branco pensara o Brasil na América do Sul; Nabuco esboçara esse prestígio no norte do continente; Rui sonhava com o Brasil no mundo.” Foi uma Diplomacia vitoriosa!
Vamos torcer para que o Brasil inicie uma nova e promissora política internacional. Na recepção oficial ao presidente Barack Obama, a presidenta Dilma Rousseff fez questão de convidar todos os ex-presidentes do Brasil. É um bom começo da nova Diplomacia Brasileira. Vamos honrar a tradição diplomática do Brasil. Vamos, SIM, receber muito bem o Presidente dos Estados Unidos da América e sua comitiva!
WELCOME, BARACK OBAMA!!!
3 comentários:
Achei marcante a opinião do prof. Riordan Roett, da Universidade Johns Hopkins/Washington (“Estadão de 20/03/11) a respeito da política externa do Brasil durante o governo de 8 anos do Lula: “...Diplomacia com “tintas ideológicas” é coisa do passado e, no atual governo, Itamaraty terá espaço mais amplo”. Isso quer dizer que não haverá mais “molecagem” tipo Honduras e apoios “grotescos” como foi dado a Hugo Chaves, Irmãos Castro e ao “irmão” Kadafi. Sobre esse período, diz o prof. Roett: “...foi um momento, e passou. Não vai deixar recall.” Ainda bem que o mundo diplomático entendeu bem tudo o que aconteceu. E tudo aconteceu por influência negativa do assessor Marco Aurélio Garcia, que foi exilado na mesma leva de Fernando Henrique Cardoso, mas sempre colocado em segundo plano pelos intelectuais de esquerda do Brasil. Quando teve chance de influenciar procurou fazer o contraponto a FHC, isto é, procurou fazer Lula viajar bastante e até mais que seu antecessor e a tomar posições opostas a que FHC tomara na presidência. Foi coisa pequena, “vendetta” do considerado segundo time dos intelectuais da esquerda...Graças a Deus!
(ludmila.cunha@yahoo.com.br)
Essa reportagem sobre a visita do presidente Barack Obama mostra uma presidenta (como gosta de ser chamada) à altura de representar, e muito bem, o Brasil. Isso quer dizer que daquele Lula limitadíssimo, mas popular, pode sair uma pessoa que vai se revelando, aos poucos, como uma Estadista! Lembro que o ex-governador dos paulistas, Adhemar Pereira de Barros – o famoso “rouba mas faz”! – acertou em cheio ao indicar o Prof. Lucas Nogueira Garcez como seu sucessor! Um dos melhores Governadores de São Paulo. Devemos a ele todo o projeto positivo de nossas Hidroelétricas, eis que era professor de Hidráulica na Politécnica da USP. Não é preciso dizer que rompeu com Adhemar logo no início do seu governo, exatamente porque fez um governo sério e competente. Que bom! Será que a Dilma Rousseff, descendente de europeus, formada, ex-guerrilheira, executiva com fama de rígida e exigente será a mais agradável surpresa dos brasileiros? Será que a presidenta Dilma, sem escorraçar o Lula, seguirá um rumo próprio e positivo? Será que o Brasil ganhou a sorte grande? Será que ao perdemos o centralizador Serra ( o mesmo que como presidente da UNE apoiava o incompetente presidente Jango Goulart???) e ganhamos uma excelente política? Vamos com calma...Mas a esperança é grande. Ela está honrando as mulheres e enchendo de orgulho os homens deste Brasil!
(danilo-gomes40@live.com)
inevitável lembrar george orwell em animal farm (1945) e em nineteen eighty four-1984 (1949) ...
em 1984, winston smith sofreu, solitário, por rebelar-se contra o sistema do big brother, e o terror político, descrito pelo desencantado orwell, está longe de assemelhar-se às boas intenções do presidente obama.
perversidade minha, tal comparação, mas foi incontralável.
orwell conviveu com stalin, franco, guerra fria, hitler, mussolini ... e o brasil era carta desconhecida e fora do baralho ...
libia, egito, cuba, irã, ... são protagonistas dos imbroglios do século XXI.
indeispensável e imprescindível a leitura desses dois livros. pois, o aculturamento através da leitura age assim, ilustra o nosso caminho.
é isso, por ora.
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